Buscar

Trib Aula 10 iss go

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 170 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 170 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 170 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 10
Direito Tributário p/ ISS Goiânia (com videoaulas)
Professor: Aluisio Neto
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 169 
AULA 10 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Apresentação Inicial 01 
Extinção do crédito tributário 03 
Pagamento 11 
Compensação 29 
Transação 36 
Remissão 39 
Decadência e Prescrição do crédito tributário 47 
Decadência 53 
Prescrição 62 
Conversão do Depósito em Renda 74 
Pagamento antecipado e Homologação do Lançamento 75 
Consignação em Pagamento 76 
Decisão Administrativa Irreformável 82 
Deposito Judicial Passado em Julgado 83 
Dação em Pagamento em Bens Imóveis 84 
Pagamento Indevido do Crédito tributário 87 
Questões Propostas 98 
Gabaritos 169 
 
 
Olá, amigo concurseiro e futuro servidor! 
Chegamos à décima aula do nosso curso de direito tributário para o concurso 
de Auditor de Tributos Municipal (ATM) da Prefeitura de Goiânia. 
Nessa aula iremos tratar do seguinte tema: 
x Extinção do crédito tributário; 
x Pagamento Indevido. 
Nessa aula veremos, entre RXWURV��GRLV�WHPDV�EHP�³TXHULGRV´�SHODV�EDQFDV��
a prescrição e a decadência tributária, temas de várias questões de provas e 
dores de cabeça para muitos concurseiros que não fazem bem a distinção 
entre as duas modalidades de extinção do crédito tributário. Veremos as duas 
hoje! E também as demais modalidades de extinção do crédito tributário. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 169 
Qualquer dúvida que surgir, peço que a envie o mais breve possível ao nosso 
fórum de dúvidas para que ela seja sanada e não ocorram atrasos em seus 
estudos. Seguem ainda os meus dois contatos: 
aluisioalneto@gmail.com 
www.facebook.com/aluisioalneto 
www.facebook.com/prosatributaria 
Boa sorte! E bons estudos! 
 
 
 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 169 
Extinção do Crédito Tributário 
 
Neste primeiro item da aula de hoje estudaremos as causas de extinção do 
crédito tributário, podendo ser conceituada como a situação em que há a 
extinção da relação jurídico-tributária surgida com o fato gerador da 
obrigação principal. Ao ser observada qualquer uma das onze hipóteses 
previstas nos incisos I a XI do artigo 156 do CTN, restam extintos os valores 
devidos ao Fisco, liberando definitivamente o sujeito passivo de qualquer 
dívida frente ao Estado. Em resumo, o crédito tributário deixa de existir, não 
restando mais nenhuma obrigação pecuniária do sujeito passivo perante a 
Administração Fazendária. Não existe mais dívida alguma, não existindo mais 
obrigação tributária principal. 
As causas de extinção do crédito tributário previstas no artigo 156 do CTN 
possuem algumas características importantes e que devem ser muito bem 
memorizadas por você: 
x Dizem respeito apenas à obrigação tributária principal, não 
fazendo extinguir, caso existam, automaticamente a obrigação 
tributária acessória; 
Como exemplo, o fato de pagarmos determinado tributo, extinguindo o 
crédito tributário pelo pagamento, não importa em sermos dispensados 
da entrega de declaração relativa a este tributo, caso ainda não 
cumprida essa obrigação. Lembre-se que as obrigações tributárias, a 
principal e a acessória, são independentes e autônomas e entre si. 
x Constituem rol exaustivo (TAXATIVO), não existindo outras 
modalidades aptas a extinguir o crédito tributário, embora existam 
posicionamentos doutrinários que defendam o contrário; 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 169 
O próprio STF já decidiu em seus julgados adotando os dois 
posicionamentos. Entretanto, a regra é a de que o CTN constitui, em 
seu artigo 156, rol exaustivo de modalidades de extinção do crédito 
tributário, não podendo ser criadas outras pelos demais entes políticos. 
Em sua ADI 1917/DF, de 26/04/2007, o STF declarou a 
inconstitucionalidade de lei distrital que previa o pagamento de débitos 
tributários pelas micro e pequenas empresas por meio de dação em 
pagamento de materiais destinados a atender programas sociais do 
Governo do Distrito Federal. No julgamento do processo, tem-se a 
seguinte passagem: 
³������9HULILFD-se que o diploma legal impugnado, ao prever o 
pagamento de débitos das microempresas, de empresas 
mediante dação em pagamento de materiais; de fato impede 
a incidência do processo licitatório para a aquisição de 
materiais pela Administração Pública, em flagrante afronta ao 
disposto no art. 37, XXI, da Carta Federal. 
Demais disso, o art. 146, III, b, da Constituição da República 
prevê reserva normativa para a veiculação de normas gerais 
em matéria de crédito tributário, cabendo à lei complementar 
federal ± Código Tributário Nacional-, e não à lei distrital, 
estabelecer hipóteses de extinção de crédito tributário. 
Vê-se, portanto a inconstitucionalidade manifesta da lei 
hostilizada porquanto incompatível com os dispositivos dos 
artigos 37, XXI, e 146, III, b, da Constituição Federal. �����´ 
Já no julgamento de sua ADI 2405 MC/RS, de 06/11/2002, o STF 
decidiu o seguinte quanto ao tema: 
³������ /�� HVWDGXDO� �56���������� GH����GH�DEULO� GH�������TXH�
introduz alterações em leis estaduais (6.537/73 e 9.298/91) 
que regulam o procedimento fiscal administrativo do Estado e 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 169 
a cobrança judicial de créditos inscritos em dívida ativa da 
fazenda pública estadual, bem como prevê a dação em 
pagamento como modalidade de extinção de crédito 
tributário. I - Extinção de crédito tributário criação de 
nova modalidade (dação em pagamento) por lei 
estadual: possibilidade do Estado-membro estabelecer 
regras específicas de quitação de seus próprios 
créditos tributários. Alteração do entendimento firmado na 
ADInMC 1917-DF, 18.12.98, Marco Aurélio, DJ 19.09.2003: 
conseqüente ausência de plausibilidade da alegação de 
ofensa ao art. 146, III, b, da Constituição Federal, que 
reserva à lei complementar o estabelecimento de normas 
gerais reguladoras dos modos de extinção e suspensão da 
exigibilidade de crédito tributário. II - Extinção do crédito 
tributário: moratória e transação: implausibilidade da 
alegação de ofensa dos artigos 150, § 6º e 155, § 2º, XII, g, 
GD�&)��SRU�QmR�VH�WUDWDU�GH�IDYRUHV�ILVFDLV�������´ 
Ou seja, no julgamento acima, o STF possibilitou aos estados membros 
a criação de nova modalidade de extinção do crédito tributário por lei 
própria (lei estadual), e, como diz o texto acima, alterando o 
entendimento firmado anteriormente na ADI 1917/DF de 18/12/1998. 
Veja outro importante julgado do STF sobre a impossibilidade de 
criação de nova modalidade de extinção de crédito tributário por lei 
estadual. A decisão consta no ADI 124/SC, de 01/08/2008: 
³(...) A determinação do arquivamento de processo 
administrativo tributário por decurso de prazo,sem a 
possibilidade de revisão do lançamento equivale à extinção do 
crédito tributário cuja validade está em discussão no campo 
administrativo. Em matéria tributária, a extinção do crédito tributário 
ou do direito de constituir o crédito tributário por decurso de prazo, 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 169 
combinado a qualquer outro critério, corresponde à decadência. Nos 
termos do Código Tributário Nacional (Lei 5.172/1996), a decadência do 
direito do Fisco ao crédito tributário, contudo, está vinculada ao 
lançamento extemporâneo (constituição), e não, propriamente, ao 
decurso de prazo e à inércia da autoridade fiscal na revisão do 
lançamento originário. Extingue-se um crédito que resultou de 
lançamento indevido, por ter sido realizado fora do prazo, e que goza 
de presunção de validade até a aplicação dessa regra específica de 
decadência. O lançamento tributário não pode durar indefinidamente, 
sob risco de violação da segurança jurídica, mas a Constituição de 1988 
reserva à lei complementar federal aptidão para dispor sobre 
decadência em matéria tributária. Viola o art. 146, III, b, da 
Constituição federal norma que estabelece hipótese de 
decadência do crédito tributário não prevista em lei 
complementar federal. Ação direta de inconstitucionalidade 
FRQKHFLGD�H�MXOJDGD�SURFHGHQWH�´ (Grifos nosso) 
x Devem ser sempre previstas em lei em sentido estrito, conforme 
nos diz o artigo 97 do CTN. 
As onze hipóteses de extinção do crédito tributário estão previstas no artigo 
156 do CTN, que assim nos diz (guarde bem essas hipóteses!): 
³$UW�������([WLQJXHP�R�FUpGLWR�WULEXWiULR� 
I - o pagamento; 
II - a compensação; 
III - a transação; 
IV - remissão; 
V - a prescrição e a decadência; 
VI - a conversão de depósito em renda; 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 169 
VII - o pagamento antecipado e a homologação do 
lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 
1º e 4º; 
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do 
disposto no § 2º do artigo 164; 
IX - a decisão administrativa irreformável, assim 
entendida a definitiva na órbita administrativa, que não 
mais possa ser objeto de ação anulatória; 
X - a decisão judicial passada em julgado. 
XI ± a dação em pagamento em bens imóveis, na forma 
e condições estabelecidas em lei. 
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção 
total ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação da 
irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos 
DUWLJRV�����H�����´��*ULIRV�QRVVR�� 
A doutrina costuma separar as hipóteses de extinção do crédito tributário em 
duas formas: 
; DIRETA Æ é forma normal, própria, representada pelo pagamento e 
pela consignação em pagamento (incisos I, VII e VIII do artigo 156 do 
CTN); 
; INDIRETA Æ é forma imprópria de extinção, representada pelas 
demais hipóteses de extinção: compensação, transação, remissão, 
prescrição, decadência, conversão do deposito em renda, decisão 
administrativa irreformável, decisão judicial passada em julgado e a 
dação em pagamento de bens imóveis. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 169 
 
Veremos cada uma das modalidades de extinção do crédito tributário nos 
itens seguintes da nossa aula. Antes de começar a apresentar cada uma 
delas, queria trazer o seguinte quadro abaixo, onde constam as modalidades 
de extinção do crédito tributário, juntamente com as modalidades de 
suspensão e exclusão do crédito tributário. Guarde bem, elas! Muitas 
questões exigem apenas a literalidade de cada uma delas. Você não tem ideia 
do número de questões que cobraram apenas essas modalidades. Nada mais 
do que isso! 
MODALIDADES 
EXTINÇÃO SUSPENSÃO EXCLUSÃO 
PAGAMENTO MORATÓRIA 
 
 
ISENÇÃO 
COMPENSAÇÃO DEPÓSITO DO MONTANTE 
INTEGRAL TRANSAÇÃO 
REMISSÃO RECLAMAÇÕES E RECURSOS, 
NOS TERMOS DEFINIDOS NO 
PAT 
PRESCRIÇÃO 
DECADÊNCIA 
CONVERSÃO DE 
DEPÓSITO EM RENDA 
CONCESSÃO DE MEDIDA 
LIMINAR EM MANDADO DE 
SEGURANÇA 
PAGAMENTO 
ANTECIPADO E 
HOMOLOGAÇÃO DO 
LANÇAMENTO 
ANISTIA CONSIGNAÇÃO EM 
PAGAMENTO 
CONCESSÃO DE MEDIDA 
LIMINAR OU DE TUTELA 
ANTECIPADA, EM OUTRAS 
ESPÉCIES DE AÇÃO 
JUDICIAL 
DECISÃO 
ADMINISTRATIVA 
IRREFORMÁVEL 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 169 
DECISÃO JUDICIAL 
PASSADA EM JULGADO 
DAÇÃO EM PAGAMENTO 
DE BENS IMÓVEIS 
PARCELAMENTO 
 
Por fim, o parágrafo único do artigo 156 do CTN dispõe que as causas que 
dão origem à extinção do crédito tributário sempre estarão sujeitas à 
verificação da sua regularidade por parte do Fisco, que poderá adotar as 
medidas necessárias para que os interesses da Fazenda Pública não sejam 
prejudicados. 
Para isso, podem ser efetuados lançamentos complementares, bem como 
revisados os já efetuados, conforme dispõem os artigos 144 a 149 do CTN. Se 
o sujeito passivo entendia que devia apenas R$ 1.000,00 e efetuou o 
pagamento conforme a legislação tributária previa, dá-se por extinto o crédito 
tributário em razão do pagamento. Entretanto, caso amanhã a Fiscalização 
tributária detecte que houve pagamento à menor, haverá cobrança 
complementar dos valores inicialmente devidos e, em parte, não pagos, 
restando extinto apenas a parte já paga (e desde que a parte ainda não paga 
não tenha sido atingida pela decadência ou pela prescrição). 
 
 
(Questão 01) Não extingue o crédito tributário a: 
a) decisão administrativa. 
b) conversão de depósito em renda. 
c) prescrição. 
d) dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições 
estabelecidas em lei. 
e) remissão. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 169 
Conforme podemos ver ao consultar o quadro apresentado na página 
anterior, somente a decisão administrativa��SUHVHQWH�QD�DOWHUQDWLYD�³D´��não 
extingue o crédito tributário, sendo as demais modalidades constantes nas 
DOWHUQDWLYDV�³E´�D�³H´ hipóteses de extinção do crédito tributário. Assim, resta 
como correta a alternativa "a", gabarito da questão. 
Vamos ver agora a primeira modalidade de extinção do crédito tributário: o 
pagamento. Em frente, espartanos! 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 169 
Pagamento 
 
Nesse primeiro item iremos estudar o pagamento, uma das formas mais 
comuns de extinção do crédito tributário, previsto de maneira geral no artigo 
156, I, do CTN, bem como de maneira específica nos artigos 157 a 163. O 
artigo 156, I, dispõe o seguinte: 
³$UW�������Extinguem o crédito tributário: 
I - R�SDJDPHQWR�´ 
O pagamento é uma das formas mais comuns de extinção docrédito 
tributário, correspondendo, simplesmente, ao desembolso de valores pelo 
sujeito passivo para saldar suas dívidas tributárias. Deveu, pagou, extinguiu. 
É o adimplemento espontâneo da obrigação pecuniária tributária. 
O artigo 157 do CTN dispõe sobre a separação entre o tributo e a multa 
pecuniária, dispondo que o pagamento daquele não ilide (proíbe, dispensa) a 
imposição de qualquer penalidade por ventura devida em razão de infração 
cometida pelo sujeito passivo. Assim, por exemplo, se determinado 
contribuinte sonega impostos e posteriormente paga os valores sonegados, 
ainda assim haverá a imposição de penalidades. Nenhum valor será 
descontado, devendo o pagamento ser também integral. 
³$UW�������$�LPSRVLomR�GH�SHQDOLGDGH�não ilide o pagamento 
integral GR�FUpGLWR�WULEXWiULR�´ 
O artigo 158 do CTN traz disposições em seus dois incisos um tanto lógicos 
para o nosso dia-a-dia, porém necessárias em matéria tributária, afastando 
TXDOTXHU� ³PDODEDULVWD´� SURFHVVXDO� em tentar explorar as brechas da lei. 
Assim, caso tenhamos um débito parcelado, o pagamento de uma parcela, 
ainda que seja a última, não importa em presunção do pagamento das 
demais parcelas, caso ainda não pagas. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 169 
Da mesma maneira, o pagamento de valores relativos a um tributo e período 
determinado não importa em pagamento de valores relativos ao mesmo 
tributo ou a outro tributo diferente, seja para períodos iguais ou diferentes. 
Cada um no seu quadrado. Se você paga R$ 100,00 de IPVA para o ano de 
2013, estará pagando apenas os R$ 100,00 de IPVA para o ano de 2013. Se o 
IPVA de 2012 continua vencido e sem pagamento, continuará vencido e sem 
pagamento até que você pague. - 
Dessa maneira, se Davi paga o IPTU relativo ao ano de 2012, esse 
pagamento não importa em pagamento dos períodos anteriores ainda em 
aberto, nem no pagamento do ISS ou do ITBI por ele devido para o mesmo 
ou para outros períodos. Simples não é? Espero que sim. - 
O mesmo vale para o pagamento de um crédito tributário parcelado. O fato 
de pagar somente a última parcela não fará com que todo o restante das 
parcelas ainda em aberto seja também pago. Elas continuam em aberto até, 
claro, serem liquidadas. 
³$UW�� ����� 2� SDJDPHQWR� GH� XP� FUpGLWR� não importa em 
presunção de pagamento: 
I - quando parcial, das prestações em que se 
decomponha; 
II - quando total, de outros créditos referentes ao 
mesmo ou a outros tributos�´��*ULIRV�QRVVR�� 
Já o artigo 159 do CTN traz disposição já ultrapassada para os dias atuais, 
dispondo que o pagamento dos tributos, quando a legislação não dispuser a 
respeito, será efetuado na repartição competente do domicílio do sujeito 
passivo. Eram as famosas coletorias de tributos. Atualmente, qualquer banco 
faz a arrecadação dos tributos de qualquer ente político, bastando uma 
autorização ou convênio entre este e o banco respectivo e um código de 
barras. E o seu dinheiro suficiente para saldar o débito, claro. - Acho que 
nem mesmo se você quiser efetuar esse pagamento na repartição, ele será 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 169 
DFHLWR��$OJXpP�YDL�GL]HU��³Por favor, senhor, pegue esse boleto e vá até uma 
agencia bancária´� Esse pagamento, por sua vez, poderia ser feito na 
repartição competente do domicílio tributário do sujeito passivo, nada 
impedindo que fosse feito também em outra repartição do território do ente 
político. 
³$UW�� ����� 4XDQGR� D� OHJLVODomR� WULEXWiULD� QmR� GLVSXVHU� D�
respeito, o pagamento é efetuado na repartição competente 
do domicílio do sujeito passivo�´ 
Por sua vez, o artigo 160 do CTN dispõe sobre o prazo geral de pagamento 
dos tributos, quando aquele não for fixado na legislação do imposto. 
Para tanto, será fixado o PRAZO DE 30 DIAS, contados do lançamento 
regularmente efetuado ao sujeito passivo. Esse é, em regra, o prazo 
previsto na maioria das legislações. 
Não sendo fixado prazo para pagamento na legislação tributária relativa a 
determinado tributo, após o sujeito passivo ser notificado do lançamento do 
crédito tributário, e caso concorde com a imposição tributária e não apresente 
recurso contra os valores lançados, aquele terá o prazo de 30 dias, contados 
da ciência regularmente realizada, para efetuar o pagamento dos valores 
cobrados. 
Em geral, as legislações dos tributos trazem prazo específico para pagamento 
dos seus valores. Somente quando a lei silencia é que iremos utilizar o prazo 
presente do CTN. A regra do CTN é regra subsidiária, sendo utilizada apenas 
na falta de previsão em lei específica do tributo. A previsão, por sua vez, vale 
para os tributos de todos os entes políticos. 
³$UW�� ����� Quando a legislação tributária não fixar o 
tempo do pagamento, o vencimento do crédito ocorre 
trinta dias depois da data em que se considera o sujeito 
passivo notificado do lançamento. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 169 
Parágrafo único. A legislação tributária pode conceder 
desconto pela antecipação do pagamento, nas condições que 
HVWDEHOHoD�´��*rifos nosso) 
 
Observe que o PRAZO DE 30 DIAS, CONTADOS DA NOTIFICAÇÃO DO 
LANÇAMENTO AO SUJEITO PASSIVO, somente será utilizado caso a 
legislação relativa ao tributo não fixe outro prazo, sendo essa livre para fixar 
o prazo que entender razoável. 
De outro modo, a legislação poderá conceder DESCONTO em razão da 
antecipação do pagamento efetuado pelo sujeito passivo, devendo ainda 
prever as condições relativas ao desconto a ser concedido. Por exemplo, se o 
pagamento for efetuado em até 20 dias antes do vencimento, o desconto será 
de 10%; se 10 dias antes, de 5%; e assim por diante. Cabe a cada lei 
estabelecer as condições para a concessão do desconto, quando for o caso. 
Já o artigo 161 do CTN dispõe sobre a previsão legal para a imposição de 
juros de mora, dispondo ainda que estes serão calculados à razão de 1% 
AO MÊS, quando a legislação não dispuser de modo diverso. 
³$UW�� ����� 2� crédito não integralmente pago no 
vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for 
o motivo determinante da falta, sem prejuízo da 
imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de 
quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei 
tributária. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 169 
§ 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de 
mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. 
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de 
consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal 
para pagamento do crédito�´��*ULIRV�QRVVR�� 
Quando o contribuinte não paga o crédito tributário no vencimento, ficará 
sujeito, regra geral, a juros de mora em razão do atraso. Essa obrigação 
será independente do motivo que tiver dado causa ao atraso. Ninguém 
pode alegar, por exemplo, que não pagou no dia porque estava doente numa 
cama de hospital. O Fisco não é bonzinho com ninguém. - 
A imposição de jurosde mora não impede também a aplicação, 
concomitante, de penalidades pelo descumprimento da legislação ou da 
aplicação de quaisquer medidas de garantia do crédito tributário previstas em 
lei, seja no CTN (artigos 183 a 193) ou em outras leis tributárias. 
E o que vêm a ser juros de mora? E multa de mora? E correção monetária? E 
multa de oficio? E multa isolada? Sabe algum desses conceitos? 
Juros de mora é o percentual aplicado sobre determinado montante de 
modo a remunerar o uso do capital de terceiros, tendo em vista o não 
pagamento dos valores no prazo legal. Uma vez que o sujeito passivo 
devedor não efetuou o pagamento no prazo previsto na legislação tributária, 
o dinheiro pertencente à Fazenda Pública a partir do fim do prazo para 
pagamento e ainda em poder do sujeito passivo deve ser remunerado, 
incidindo juros em razão da mora no pagamento. 
Já a Multa de mora é a aplicação de uma penalidade aplicada em razão do 
descumprimento do prazo de pagamento previsto em legislação específica do 
crédito tributário ou não tributário. Ela é aplicada uma só vez ao ser 
verificado atraso no pagamento, diferentemente dos juros de mora, que, em 
regra, são aplicados mês a mês. 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 169 
Entende-se por multa de ofício aquela aplicada em razão de incorreções na 
identificação do fato gerador em sua integridade e recolhimento do valor 
devido, sendo relacionada a não declaração ou declaração incorreta de 
crédito, abrangendo falta de pagamento ou recolhimento, falta de declaração 
ou declaração inexata, sendo passível de imposição por meio de lançamento 
de ofício. 
Por sua vez, entende-se por multa isolada aquela aplicada em razão de 
descumprimento de obrigação acessória prevista em norma tributária ou em 
razão de atos de evasão ou lesão tributária previstos na norma legal, 
configurando-se como penalidade, relacionando-se diretamente a um ilícito de 
direito tributário administrativo, independendo de obrigação tributária 
principal ou de crédito tributário lançado em face do sujeito passivo. 
Por fim, a correção monetária é o percentual aplicado sobre determinado 
montante que visa a refletir a desvalorização da moeda ao longo do tempo, 
atualizando os valores devidos. 
Quanto à correção monetária: 
¾ Esta deve vir sempre prevista em lei, não podendo o Poder 
Judiciário autorizar a sua aplicação sem que haja previsão legal, sob 
pena de torna-se legislador positivo; 
³������2�3OHQiULR�GHVWD�&RUWH��HQIUHQWDQGR�R�DVVXQWR�j�OX]�GR�
princípio da isonomia, firmou entendimento no sentido da 
legitimidade da incidência da taxa SELIC na atualização de 
débito tributário, desde que exista lei legitimando o uso 
desse índice. (...) �$5(��������$J5�56��GH������������´ 
¾ Quanto aos índices de correção monetárias fixados em leis estaduais, 
esses são perfeitamente válidos e constitucionais, DESDE QUE NÃO 
SEJAM SUPERIORES AOS ÍNDICES FIXADOS EM LEGISLAÇÃO 
FEDERAL. Para que possa ser aplicada a taxa SELIC na atualização dos 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 169 
créditos tributários, deve haver expressa previsão na lei estadual, 
distrital ou municipal, sem a qual é ilegítima a cobrança. 
 
³����� No que diz respeito, porém, à competência para a 
fixação de índices de correção monetária de créditos fiscais, o 
Plenário deste Tribunal, ao terminar o julgamento do RE 
183.907, firmou o entendimento de que as unidades 
federadas, embora sejam incompetentes para essa fixação 
em percentuais superiores aos fixados pela União para o 
mesmo fim, podem proceder à atualização apenas parcial de 
seus créditos fiscais por não estarem impedidas de conceder 
incentivos fiscais, que a tanto vale a renúncia à correção 
monetária plena. Portanto, há ilegitimidade apenas no que 
exceder ao índice vigente ao tempo para a correção dos 
débitos tributários federais. (...) (RE 192730/SP, de 
�����������´ 
Tema importante quanto ao pagamento é relativo à utilização da TAXA 
SELIC, sendo esta um percentual legítimo a ser utilizado com índice de 
correção monetária e de juros de mora nos casos de as legislações estaduais 
não possuírem previsão quanto ao índice a ser utilizado na atualização dos 
seus débitos tributários pagos em atraso. Para tanto, a lei estadual deve 
prever expressamente a adoção dos mesmos índices previstos para a 
correção dos valores dos débitos fiscais da União. 
O conceito de Taxa SELIC é dado pelo Banco Central do Brasil: 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 169 
³e� D� WD[D� DSXUDGD� QR� SELIC, obtida mediante o cálculo da 
taxa média ponderada e ajustada das operações de 
financiamento por um dia, lastreadas em títulos públicos 
federais e cursadas no referido sistema ou em câmaras de 
compensação e liquidação de ativos, na forma de operações 
compromissadas. Esclarecemos que, neste caso, as 
operações compromissadas são operações de venda de 
títulos com compromisso de recompra assumido pelo 
vendedor, concomitante com compromisso de revenda 
assumido pelo comprador, para liquidação no dia útil 
seguinte. Ressaltamos, ainda, que estão aptas a realizar 
operações compromissadas, por um dia útil, 
fundamentalmente as instituições financeiras habilitadas, tais 
como bancos, caixas econômicas, sociedades corretoras de 
títulos e valores mobiliários e sociedades distribuidoras de 
títulos e valores mobiliáULRV�´ 
Quanto á Taxa SELIC, temos ainda o seguinte: 
³&RQVRDQWH� UHLWHUDGD� MXULVSUXGrQFLD� GR� 67-�� QR� WRFDQWH� DRV�
juros de mora, a Primeira Seção do Superior Tribunal de 
Justiça, na assentada de 14.5.2003, consolidou o 
entendimento no sentido da aplicação da Taxa SELIC na 
restituição ou na compensação de tributos a partir da 
vigência da lei que determinou sua incidência no campo 
tributário, conforme dispõe o art. 39 da Lei n. 9.250/95 
(EREsp 399.497/SC, Rel. Min. Luiz Fux). Por oportuno 
ressaltar que a mencionada Taxa não pode ser cumulada 
com outros índices de correção monetária ou juros 
moratórios. A Taxa SELIC ora tem a conotação de juros 
moratórios, ora de remuneratórios, a par de neutralizar 
os efeitos da inflação, constituindo-se em correção 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 169 
monetária por vias oblíquas. Frise-se que inexiste, no 
caso, suposta violação da coisa julgada, na hipótese de 
inclusão da Taxa SELIC para correção do indébito tributário, 
quando a decisão de primeiro grau anteceder a Lei n. 9.250, 
de 1º de janeiro de 1996, e por óbvio não estabelecer tal 
tQGLFH� SDUD� DWXDOL]DomR� GR� LQGpELWR� WULEXWiULR´� �$5(� �������
$J5�56��GH������������´ 
³������ "A Taxa SELIC é legítima como índice de correção 
monetária e de juros de mora, na atualização dos débitos 
tributários pagos em atraso, ex vi do disposto no artigo 13, 
da Lei 9.065/95" (...). (STJ ± AgRg no AREsp 87877/SP, de 
09/05/2013) 
Veja uma questão sobre o tema Taxa SELIC: 
 
 
(Questão 02) A taxa SELIC: 
(A) é umtributo que incide sobre o exercício regular do poder de polícia do 
Estado consistente em fiscalizar se o recolhimento dos tributos se deu nas 
datas legais. 
(B) tem natureza jurídica de contribuição de intervenção no domínio 
econômico, instituída pelo Banco Central do Brasil e utilizada como 
instrumento regulador do mercado. 
(C) pode ser utilizada como referência para a taxa de juros de mora fixada 
por leis específicas de tributos. 
(D) é a taxa de juros remuneratórios fixada no Código Tributário Nacional e 
aplicada, como regra geral, para incidir sobre o crédito tributário em caso de 
mora. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 169 
(E) deve ser utilizada para o cálculo dos juros de mora, se a lei do tributo não 
dispuser de modo diverso, segundo estabelece o Código Tributário Nacional. 
Alternativa a) Incorreta. A taxa SELIC não é um tributo, mas apenas um 
índice de correção monetária e de juros moratórios, conforme decisão do STF 
contida no ARE 656195 AgR/RS, de 18/12/2012. 
Alternativa b) Incorreta. A contribuição de intervenção no domínio 
econômico (CIDE) é uma espécie de contribuição especial, pertencente à 
WHRULD� SHQWDSDUWLWH� DGRWDGD� SHOR� 67)�� VHQGR�� DVVLP�� XP� WULEXWR�� $V� &,'(¶V�
estão previstas no artigo 149, caput e §2º, da CF/88. 
Alternativa c) Correta. Vale a mesma explicação dada nD�DOWHUQDWLYD� ³D´��
Desde que a lei fixe essa previsão, a SELIC pode ser utilizada como referência 
para a taxa de juros de mora fixada por leis específicas de tributos. 
Alternativa d) Incorreta. A Taxa SELIC não está prevista no CTN, sendo 
sua criação bem posterior à publicação do código de exações nacional, datado 
de 1966. 
Alternativa e) Incorreta. Vale a mesma explicação dada na alternativa 
anterior. 
 
 
Continuando o que dispõe o CTN sobre o pagamento, o §2º do artigo 161 do 
Codex trata da CONSULTA TRIBUTÁRIA, que é o procedimento 
administrativo em que o sujeito passivo solicita ao Fisco posicionamento 
sobre a interpretação e aplicação da legislação ao caso concreto a fatos 
determinados e certos, evitando que o consulente venha a aplicar 
erradamente a legislação tributária e a sofrer a imposição de penalidades. 
A consulta, assim, somente pode ser formulada em relação a fato concreto, 
não sendo conhecida a consulta formulada relativamente a casos em tese, 
sobre uma situação hipotética formulada pelo consulente. Se um concurseiro 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 169 
que possui um estabelecimento comercial e é contribuinte do IRPJ, mas tem 
dúvida sobre a aplicação de um determinado dispositivo em razão de estar 
estudando para o concurso da Receita Federal e não ter conseguido resolver 
uma determinada questão da ESAF, esse contribuinte não poderá formular 
consulta sobre esse fato hipotético. 
Por sua vez, enquanto houver pendência de resposta quanto a uma consulta 
formulada pelo sujeito passivo, não serão cobrados juros de mora ou 
multas de mora durante o período em que o débito não foi pago, desde 
que a propositura do pedido tenha sido anterior ao vencimento do prazo 
para pagamento. Por sua vez, serão devidos apenas valores relativos ao 
tributo porventura devido e à correção monetária. 
Outro efeito da consulta, e geralmente presente nas legislações tributárias 
dos entes políticos, é o de que aquela impede o início de qualquer 
procedimento de fiscalização quanto ao tributo e à matéria consultada, desde 
que a consulta tenha sido formulada antes de qualquer medida a ser tomada 
pelo Fisco quanto à fiscalização. 
 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 169 
A consulta deve ser formulada de boa-fé, sobre matéria controvertida e 
razoável, em que tenha sido omitido algo ou estipulado algum normativo de 
forma ambígua ou incompleta. A consulta com intuito doloso e de apenas 
procrastinar a cobrança do tributo está sujeita à aplicação de penalidades, 
conforme dispuser a legislação de cada ente político. 
Já o artigo 162 do CTN traz as disposições relativas aos meios de pagamentos 
a serem utilizados pelo sujeito passivo, tendo alguns deles já caído em 
desuso, como a estampilha e o papel selado. 
 
 
Estampilha Æ Vinheta representativa de imposto pago, que se colava em 
documentos que representassem obrigação ou quitação pecuniária. 
Papel Selado Æ Documento emitido pelo tesouro, cuja aquisição 
correspondia ao pagamento de tributo. 
 
 
³$UW�������2�pagamento é efetuado: 
I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; 
II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel 
selado, ou por processo mecânico. 
§ 1º A legislação tributária pode determinar as garantias 
exigidas para o pagamento por cheque ou vale postal, desde 
que não o torne impossível ou mais oneroso que o 
pagamento em moeda corrente. 
§ 2º O crédito pago por cheque somente se considera 
extinto com o resgate deste pelo sacado. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 169 
§ 3º O crédito pagável em estampilha considera-se extinto 
com a inutilização regular daquela, ressalvado o disposto no 
artigo 150. 
§ 4º A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no 
pagamento por esta modalidade, não dão direito a 
restituição, salvo nos casos expressamente previstos 
na legislação tributária, ou naquelas em que o erro 
seja imputável à autoridade administrativa. 
§ 5º O pagamento em papel selado ou por processo 
mecânico equipara-se ao pagamento em estampilha�´�
(Grifos nosso) 
Nada impede que a legislação tributária, tendo em vista as especificidades do 
cheque e do vale postal quanto às suas solvências, determine a exigência de 
garantias para o pagamento. Essas garantias, entretanto, NÃO PODEM SER 
FIXADAS DE FORMA A TORNAR IMPOSSÍVEL OU MAIS ONEROSO QUE 
O PAGAMENTO EFETUADO EM MOEDA CORRENTE. 
O dispositivo visa impedir que a legislação tributária imponha a exigência de 
garantias impossíveis ou muito difíceis de serem cumpridas pelo sujeito 
passivo que deseje pagar seus tributos por meio de cheque ou vale postal, de 
modo a obrigá-lo a saldar suas dívidas por meio de pagamento em dinheiro. 
Por óbvio, quanto ao §2º, o pagamento por meio de cheque somente 
extingue o crédito tributário depois de sua compensação pelo banco 
do sacado. Caso não existam fundos para cobrir os valores consignados em 
cheque, o crédito tributário permanecerá em aberto. 
Por sua vez, o artigo 163 do CTN traz dispositivo muito importante, e que 
deve ter seus incisos bem memorizados por você. Ele nos fala sobre a 
alocação (imputação) de pagamentos efetuados pelo sujeito passivo 
em relação a débitos por ele devidos e já vencidos. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 169 
Para que sejam aproveitados os valores pagos, relativos a um mesmo tributo 
oua mais de um tributo, junto à mesma pessoa jurídica de direito público, ou 
ainda decorrente de tributo e/ou penalidade pecuniária, devem ser 
obedecidas as regras de imputação do pagamento, NA ORDEM EM QUE 
APARECEM. Essas regras devem ser obedecidas no caso em que há mais 
débitos do que dinheiro pago pelo sujeito passivo. - 
Caso o sujeito passivo pague, por exemplo, R$ 100.000,00 aos cofres 
públicos de um mesmo ente político e referentes a tributos em atraso, 
possuindo débitos no valor de R$ R$ 60.000,00 relativo a taxas e de R$ 
50.000,00 relativos a impostos, primeiro devem ser saldados os valores 
correspondentes às taxas para tão somente começarem a ser saldados os 
valores relativos a impostos, conforme o inciso II do artigo 163. 
Nesse caso, ainda restará em aberto R$ 10.000,00 em valores de impostos a 
pagar, uma vez que R$ 60.000,00 foi alocado ao pagamento de taxas, sendo 
os R$ 40.000,00 restantes destinados aos impostos. Assim, a autoridade 
tributária deverá seguir fielmente a ordem de imputação de 
pagamento prevista nos incisos I a IV do artigo 163 do CTN. 
³$UW�� ����� ([LVWLQGR� VLPXOWDQHDPHQWH� GRLV� RX� PDLV� GpELWRV�
vencidos do mesmo sujeito passivo para com a mesma 
pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a 
diferentes tributos ou provenientes de penalidade pecuniária 
ou juros de mora, a autoridade administrativa competente 
para receber o pagamento determinará a respectiva 
imputação, obedecidas as seguintes regras, na ordem 
em que enumeradas: 
I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação 
própria, e em segundo lugar aos decorrentes de 
responsabilidade tributária; 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 169 
II - primeiramente, às contribuições de melhoria, 
depois às taxas e por fim aos impostos; 
III - na ordem crescente dos prazos de prescrição; 
IV - na ordem decrescente dos montantes�´ 
Atenção à ordem CRESCENTE QUANTO À PRESCRIÇÃO (do menor prazo 
para o maior) e à ordem DECRESCENTE DOS MONTANTES (do maior para 
o menor). 
Suponha que existam dois créditos tributários por obrigação própria de um 
mesmo sujeito passivo, ambos relativos a impostos, sendo um no valor de R$ 
30.000,00 e outro no valor de R$ 50.000,00. O primeiro irá prescrever em 
dois meses, enquanto o segundo, em dois anos. O sujeito passivo pagou 
apenas R$ 50.000,00 aos cofres públicos. Como deverá ser feita a imputação 
desses valores pagos aos débitos em aberto? 
As duas primeiras regras (incisos I e II do artigo 163) não podem ser 
utilizadas, uma vez que só temos créditos tributários resultantes de obrigação 
próprias e relativos a impostos, relativos ao mesmo sujeito passivo. Os dois 
primeiros incisos não podem estabelecer preferência quanto à imputação. 
Por sua vez, deverá ser pago primeiramente o crédito com menor prazo para 
a verificação da prescrição, independentemente do valor deste. Assim, 
primeiramente deverão ser pagos os R$ 30.000,00. Com o restante do valor, 
R$ 20.000,00, será paga uma parte do débito com prazo de prescrição em 
dois anos, restando ainda mais R$ 30.000,00 a serem pagos. 
Quanto aos créditos, estes devem possuir as seguintes características: 
0 Dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo; 
0 Devem dizer respeito à mesma pessoa jurídica de direito público; 
0 Podem ser relativos ao mesmo ou a diferentes tributos; 
0 Podem ser provenientes de penalidades pecuniárias ou juros de mora. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 169 
Observe mais uma vez a ordem de imputação dos pagamentos, devendo a 
ordem em que aparecem, conforme o caso, ser FIELMENTE SEGUIDA para 
a imputação dos pagamentos: 
1º) Débitos por obrigação própria; 
2º) Débitos decorrentes de responsabilidade tributária; 
3º) Contribuições de melhoria; 
4º) Taxas; 
5º) Impostos; 
6º) Ordem crescente dos prazos de prescrição; 
7º) Ordem decrescente dos montantes. 
Ainda quanto à imputação de pagamento de débitos tributários, temos o que 
dispõe a Súmula STJ nº 464, que assim nos diz em relação a não aplicação 
das regras contidas no artigo 354 do Código Civil: 
³$� UHJUD� GH� LPSXWDomR� GH� SDJDPHQWRV� HVWDEHOHFLGD� QR� DUW��
354 do Código Civil não se aplica às hipóteses de 
FRPSHQVDomR�WULEXWiULD�´ 
Por fim, temos o que consta nos artigos 165 a 169 do CTN, dispondo sobre o 
pagamento indevido. Esse tema veremos mais adiante na nossa aula. Vamos 
agora a uma questão sobre o pagamento. 
 
 
 
 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 169 
(Questão 03) Sobre o pagamento, a principal e mais comum hipótese de 
extinção da obrigação tributária, o Código Tributário Nacional estabelece uma 
série de normas que o disciplinam. Assinale a seguir o item incorreto. 
a) O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de 
mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da 
imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de 
garantia previstas na legislação tributária. 
b) Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o 
vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera 
o sujeito passivo notificado do lançamento. A legislação tributária pode 
conceder desconto pela antecipação do pagamento, nas condições em que 
estabeleça. 
c) O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento, 
quando parcial, das prestações em que se decomponha e, quando total, de 
outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos. 
d) O pagamento dos tributos é efetuado, como regra, em moeda corrente, 
cheque ou vale postal, mas há tributos em que a lei preveja o seu pagamento 
em estampilha, em papel selado ou por processo mecânico. 
e) Quando a lei não dispuser a respeito, o pagamento é efetuado na 
repartição competente do local em que tenha sido verificada a ocorrência do 
fato gerador daquele tributo. 
Alternativa a) Correto. É o teor do que consta no artigo 161 do CTN. 
Alternativa b) Correto. É justamente o que consta no artigo 160 do CTN, 
combinado com o seu parágrafo único. Atente bem para o prazo de 30 dias, 
uma vez que o elaborador das questões costuma trocar por outro e pegar o 
candidato menos atento. 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 169 
Alternativa c) Correto. É a redação constante no artigo 158, I e II, do CTN, 
afirmando a independência dos pagamentos efetuados e dos tributos devidos. 
Alternativa d) Correto. Esses casos, ou possibilidades, estão previstos nos 
incisos I e II do artigo 162 do CTN. 
Alternativa e) Incorreta. Quando a legislação tributária não dispuser a 
respeito, o pagamento é efetuado na repartição competente do domicílio do 
sujeito passivo, conforme o artigo 159 do CTN, e não no local da ocorrência 
do fato gerador do tributo devido. 
 
 
Vamos em frente com as modalidades de extinção. Veremos em seguida a 
compensação tributária. 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹCom vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 169 
Compensação 
 
Nesse item da aula iremos estudar a compensação tributária, prevista no 
inciso II do artigo 156 do CTN, sendo mais uma das modalidades de extinção 
do crédito tributário constituído em nome do sujeito passivo. Esse instituto 
tributário está regulado ainda nos artigos 170 e 170-A do mesmo Código. 
A compensação está prevista também no Código Civil em seus artigos 368 a 
380, dispondo sobre as situações em que se observam ao mesmo tempo as 
qualidades de credores e devedores numa mesma pessoa. Veja a redação dos 
artigos 368 e 369, os dois artigos mais importantes ao nosso estudo: 
³$UW�������6H�GXDV�SHVVRDV�IRUHP�DR�PHVPR�WHPSR�FUHGRU�H�
devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até 
onde se compensarem. 
Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, 
YHQFLGDV�H�GH�FRLVDV�IXQJtYHLV�´ 
Uma vez que, na relação tributária, os sujeitos ativo e passivo figuram, ao 
mesmo tempo, como credor e devedor, surge a figura da compensação 
tributária, visando extinguir os débitos tributários existentes com créditos do 
sujeito passivo contra a Fazenda Pública. 
A compensação tributária será sempre instituída por meio de lei 
competente do ente capaz para instituir e cobrar o tributo, sendo conceituada 
como uma hipótese INDIRETA de extinção do crédito tributário. Assim, 
sempre deve existir lei autorizando a compensação tributária, não 
podendo esta ser realizada ao bel-prazer do contribuinte. Diferentemente, a 
compensação civil poderá ser estipulada por contrato firmado entre as partes. 
A compensação tributária se dá por meio do confronto entre os créditos e 
débitos do sujeito passivo e da Fazenda Pública, que se extinguirão por meio 
de concessões recíprocas, evitando desnecessários processos 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 169 
administrativos para que sejam saldados pelos métodos normais (restituição, 
exigência de pagamento, entre outros). 
Por sua vez, a lei instituidora pode, nas condições e sob as garantias 
que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade 
administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com 
créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo 
contra a Fazenda pública. Essa é a redação do artigo 170 do CTN: 
³$UW�������$� OHL�SRGH��QDV�FRQGLo}HV�H�VRE�DV�JDUDQWLDV�TXH�
estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à 
autoridade administrativa, autorizar a compensação de 
créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos 
ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. 
Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito 
passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a 
apuração do seu montante, não podendo, porém, 
cominar redução maior que a correspondente ao juro 
de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer 
entre a data da compensação e a do vencimento�´�
(Grifos nosso) 
Os créditos líquidos e certos são créditos cujos valores já são devidamente 
conhecidos e estipulados, não sendo mais objeto de contestação por 
nenhuma das partes na relação jurídica tributária. Seus valores já se 
encontram constituídos. Por sua vez, a liquidez e a certeza dos créditos 
tributários a serem compensados devem ser apuradas pela administração 
fazendária, que homologará a respectiva compensação. 
Já os créditos vencidos são aqueles em que o sujeito passivo já perdeu o 
prazo para pagamento estipulado na legislação tributária. Quanto aos 
vincendos, estas são aqueles que ainda não se encontram vencidos, tendo 
ainda os contribuintes determinado prazo previsto na legislação para saldar 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 169 
seus compromissos sem que lhe seja imposta nenhuma penalidade em razão 
do atraso. Em razão da extinção de créditos que ainda estão por vencer, é 
justa a atualização dos seus valores para a data da efetivação da 
compensação, com a aplicação de percentuais para a atualização do valor 
devido à data da compensação. 
A estipulação de redução dos valores relativos aos créditos vincendos 
prevista em lei não poderá ultrapassar o limite de 1% ao mês, não 
podendo a lei autorizativa da compensação estipular um percentual 
maior do que o previsto no parágrafo único do artigo 170. 
 
Por sua vez, alguns requisitos básicos devem estar previstos para que se 
possa efetuar uma determinada compensação tributária: 
1) Deve sempre existir lei autorizando a compensação; 
2) Devem dizer respeito a créditos líquidos e certos, vencidos ou 
vincendos, não estando sujeitos a qualquer tipo de contestação 
administrativa ou judicial; 
3) Deverá existir reciprocidade de direitos e obrigações entre as 
partes envolvidas (sujeito ativo e passivo), com equivalência entre os 
débitos e créditos a serem compensados; 
4) A compensação deve dizer respeito a coisas ou bens fungíveis, 
devendo estes terem a mesma natureza, como, por exemplo, dinheiro. 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 169 
Diante do que nos diz o item dois acima, observe o que prescreve o artigo 
170-A do CTN, acrescentado pela lei complementar federal nº 104, de 2001: 
³$UW�� ���-A. É vedada a compensação mediante o 
aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial 
pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da 
respectiva decisão judicial�´��*ULIRV�QRVVR�� 
Assim, caso determinado crédito tributário seja objeto de contestação, no 
qual a certeza e a liquidez do mesmo podem ser modificadas em razão da 
decisão a ser exarada, fica PROIBIDA A COMPENSAÇÃO ANTES DO 
TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO JUDICIAL, ficando a Fazenda 
proibida de efetuar qualquer operação nesse sentido em relação ao crédito 
tributário contestado, bem como o sujeito passivo de exigir tal procedimento. 
Por trânsito em julgado, devemos entender aquele em que a decisão 
proferida não está mais sujeita a recurso, sendo definitiva na órbita judicial. 
Assim, nenhuma decisão de caráter parcial ou liminar poderá autorizar a 
compensação tributária. 
Nesse sentido, o STJ editou súmula de grande importância ao estudo da 
compensação, no qual fica vedada a compensação por meio de 
concessão de ação cautelar ou de medida liminar cautelar ou por 
antecipação de tutela. Seu texto é o seguinte: 
´6~PXOD� ����� $� Fompensação de créditos tributários não 
pode ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar 
FDXWHODU�RX�DQWHFLSDWyULD�´ 
Diferentemente, o mesmo STJ reconhece ser adequado o mandado de 
segurança para a declaração do direito à compensação tributária. De outro 
lado, o mesmo instrumento processual é incabível para a convalidação dos 
efeitos da tutela. Os dois entendimentos estão presentes na Sumulas 213 e 
460, respectivamente. Seus textos são os seguintes: 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br33 de 169 
³6~PXOD� ����� 2� PDQGDGR� GH� VHJXUDQoD� FRQVWLWXL� DomR�
adequada para a declaração do direito à compensação 
WULEXWiULD�´ 
³6~PXOD� ����� e� LQFDEtYHO� R� PDQGDGR� GH� VHJXUDQoD� SDUD�
convalidar a compensação tributária realizada pelo 
FRQWULEXLQWH�´ 
Ou seja, o direito à compensação, quando essa é possível, pode ser 
declarado por meio de mandado de segurança. Entretanto, a própria 
compensação, quando esta não se mostra cabível diante do que dispõe a 
legislação tributária, não pode ser autorizada por meio do mesmo 
instrumento processual. 
Assim, não pode o poder judiciário convalidar a compensação 
realizada pelo sujeito passivo, uma vez que esta compensação exige a 
análise material de provas, documentos, fatos. Por sua vez, compete à 
administração tributária fiscalizar a existência de atos e fatos, de provas e 
documentos que dão suporte à compensação efetuada. Ou seja, cabe apenas 
ao Fisco a homologação da compensação efetuada/pretendida pelo sujeito 
passivo. 
 A análise de todos os documentos, dos fatos que ensejam a compensação, 
da legislação e da consequente adequação aos fatos narrados, da exatidão de 
documentos e provas e dos demais requisitos probatórios para que se possa 
proceder à compensação é tarefa exclusiva da Administração Tributária, que 
não pode ter suas funções extirpadas pela ação do Poder Judiciário e em sede 
de mandado de segurança, remédio processual que não permite a dilação da 
prova por parte do requerente, sendo imprescindível a prova pré-constituída 
específica. O reconhecimento da liquidez e certeza do direito afirmado no 
pedido depende necessariamente da comprovação dos elementos concretos 
da operação realizada ou que o impetrante pretende realizar. 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 169 
³����� é defeso, ao Judiciário, na via estreita do mandamus, a 
convalidação da compensação tributária realizada por 
iniciativa exclusiva do contribuinte, porquanto necessária a 
dilação probatória. 
A Administração Pública tem competência para fiscalizar a 
existência ou não de créditos a ser compensados, o 
procedimento e os valores a compensar, e a conformidade do 
procedimento adotado com os termos da legislação 
pertinente, sendo inadmissív0el provimento 
jurisdicional substitutivo da homologação da 
autoridade administrativa, que atribua eficácia 
extintiva, desde logo, à compensação efetuada. (REsp 
��������63��GH�������������´ 
Quanto à compensação, temos ainda a seguinte Súmula do STJ: 
³6~PXOD�67-�Qž������2�FRQWULEXLQWH�SRGH�RSWDU�SRU�UHFHEHU��
por meio de precatório ou por compensação, o indébito 
tributário certificado por sentença declaratória transitada em 
MXOJDGR�³ 
Logo, cabe ao contribuinte escolher se os valores indevidamente recolhidos 
serão recebidos por meio de precatório do ente político competente ou por 
meio de compensação com tributos devidos. 
³e�LPSRVVtYHO�D�FRPSHQVDomR�GH�GpELWR�ILVFDO�FRP�FUpGLWR�GH�
precatório de natureza distinta e entre pessoas jurídicas 
GLYHUVDV���506�������35��GH�������������´ 
Vamos a uma questão! 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 169 
(Questão 04) Julgue os itens a seguir, relativos ao direito tributário 
brasileiro. 
A compensação, hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, 
poderá ser deferida em mandado de segurança, ação cautelar ou medida 
antecipatória dos efeitos da tutela. 
( ) Certo ( ) Errado 
Primeiramente a questão está incorreta por classificar a compensação como 
uma hipótese de suspensão do crédito tributário, quando na verdade é de 
extinção. Por sua vez, conforme a Súmula 212 do STJ: A compensação de 
créditos tributários não pode ser deferida em ação cautelar ou por medida 
liminar cautelar ou antecipatória. Contudo, a declaração do direito do 
contribuinte à compensação ser realizada por meio de mandado de 
segurança, conforme determina a Súmula 213 do mesmo STJ. 
Assim, resta incorreta a assertiva apresentada. 
 
 
Vamos agora estudar a transação, mais uma modalidade de extinção do 
crédito tributário. Em frente! 
 
 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 169 
Transação 
 
Vamos estudar agora o que vem a ser a transação, mais uma hipótese 
indireta de extinção do crédito tributário, estando prevista no artigo 156, III, 
do CTN. 
A transação pode ser definida como um acordo em que as partes envolvidas, 
visando a extinção de um litígio, fazem CONCESSÕES MÚTUAS ou 
recíprocas. Veja a definição geral para transação dada no artigo 840 do 
Código Civil, que regula o instituto nos artigo 841 a 850: 
³$UW�������e�OtFLWR�DRV�LQWHUHVVDGRV�SUHYHQLUHP�RX�WHUPLQDUHP�
R�OLWtJLR�PHGLDQWH�FRQFHVV}HV�P~WXDV�´ 
 
A transação tributária está assim definida no CTN, mais precisamente em seu 
artigo 171: 
³$UW�� ����� $� lei pode facultar, nas condições que 
estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação 
tributária celebrar transação que, mediante concessões 
mútuas, importe em determinação de litígio e 
conseqüente extinção de crédito tributário. 
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente 
para autorizar a transação em cada caso�´��*ULIRV�QRVVR�� 
Primeiro ponto principal da transação: A TRANSAÇÃO É SEMPRE 
PREVISTA EM LEI, QUE ESTABELECERÁ OS CRITÉRIOS PARA A 
CELEBRAÇÃO DA TRANSAÇÃO E CONSEQUENTE EXTINÇÃO DO CRÉDITO 
TRIUBUTÁRIO. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 169 
A lei é uma manifestação da vontade do Estado, somente ela podendo definir 
qualquer tipo de renúncia que implique em diminuição do patrimônio estatal, 
ainda que ocorra, também, a diminuição da dívida do Estado em razão do 
FRQFRPLWDQWH� ³SDJDPHQWR´� GRV� GpELWRV� GR� HQWH� SROtWLFR� IUHQWH� DR� FUHGRU�
deste. 
Segundo ponto importante: A LEI COMPETENTE PARA A CELEBRAÇÃO DA 
TRANSAÇÃO É A DO ENTE COMPETENTE PARA A INSTITUIÇÃO DO TRIBUTO 
CUJO VALOR SERÁ EXTINTO, não podendo ser celebrada sem que seja 
observado exatamente o disposto em seu texto. 
Terceiro ponto importante: NÃO É UMA OBRIGATORIEDADE AO SUJEITO 
PASSIVO, que poderá escolher ou não celebrar o acordo a ele disponibilizado 
e que importe em ônus e bônus para ambas as partes. 
Quarto ponto importante: A TRANSAÇÃO PODERÁ SER AUTORIZADA EM 
RELAÇÃO À TOTALIDADE OU À APENAS PARTE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO, 
QUE É O MAIS COMUM. 
Exemplo disso seria a lei municipal que autorizasse o poder executivo a 
celebrar transação com todos aqueles que possuem ações resultantes de 
contestação de lançamento de auto de infração contra eles lavrados pela 
administração tributária. O acordo previsto em lei, bem como as suas regras, 
determinaria que os contribuintes nessa situação pudessem pagar apenas 
30% do valor devido em dinheiro e desistir formalmente dos recursos e ações 
propostas junto ao judiciário, extinguindo a parcela restante devida, de 70%, 
por meio da transação. 
Observe que houve ônus para o Estado (perderá 70% dos seus créditos) epara o sujeito passivo (desiste de um processo com possível ganho de causa 
a seu favor e paga 30% do total), ao passo que também houve bônus para o 
Estado (receberá 30% e terminará com diversas ações judiciais que 
consomem recursos e pessoal) e para o sujeito passivo (foi exonerado de 
70% do crédito devido, uma vez que poderia vir a ter que pagar a totalidade 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 169 
em caso de não obter decisão favorável quanto à anulação do crédito 
tributário lavrado em seu nome). 
Quinto ponto importante: A LEI DEVE DEFINIR A AUTORIDADE 
COMPETENTE PARA CELEBRAR A TRANSAÇÃO TRIBUTÁRIA, CONFORME O 
PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 171 DO CTN. 
Não há liberdade alguma da autoridade administrativa que irá, efetivamente, 
conceder a transação, devendo esta estar adstrita ao que consta 
expressamente na lei, não podendo ser autorizada transação de 0,5% a mais 
do que o previsto em lei, para o nosso exemplo anterior. A negociação para a 
realização da paz Fisco-Contribuinte deve estar limitada ao que consta na lei. 
Assim, a atuação da autoridade administrativa, na transação, é vinculada ao 
que determina a lei, não podendo aquela se utilizar de critérios de 
conveniência e oportunidade ao conceder a transação autorizada em lei. 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 169 
Remissão 
 
$� UHPLVVmR� �FRP� ³VV´��� PDLV� XPD� GDV� PRGDOLGDGHV� GH� H[WLQomR� GR� FUpGLWR�
tributário, pode ser conceituada como o perdão da dívida do devedor pelo 
credor, consistindo na liberação graciosa da mesma. No direito tributário, é o 
perdão do crédito tributário pelo Fisco, exonerando o sujeito passivo de 
qualquer pagamento que a este cabia. 
 
Inicialmente, temos que a remissão tributária deve estar sempre prevista 
em lei específica do ente competente para instituir e cobrar o tributo, 
conforme nos diz o artigo 150, §6º, da CF/88: 
³Art. 150 (...) 
§ 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de 
cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou 
remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só 
poderá ser concedido mediante lei específica, federal, 
estadual ou municipal, que regule exclusivamente as 
matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou 
contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, 
J�´��*ULIRV�QRVVR�� 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 169 
A previsão da remissão em lei específica está intimamente relacionada ao 
principio da indisponibilidade do patrimônio público, uma vez que somente 
por meio de lei poderão ser dispensados valores a serem destinados aos 
cofres públicos. 
A remissão está prevista de maneira específica no artigo 172 do CTN, que 
assim nos diz: 
³$UW�������$�OHL�SRGH�autorizar a autoridade administrativa a 
conceder, por despacho fundamentado, remissão total 
ou parcial do crédito tributário, atendendo: 
I - à situação econômica do sujeito passivo; 
II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, 
quanto a matéria de fato; 
III - à diminuta importância do crédito tributário; 
IV - a considerações de eqüidade, em relação com as 
características pessoais ou materiais do caso; 
V - a condições peculiares a determinada região do 
território da entidade tributante. 
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não 
gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o 
disposto no artigo 155.´��*ULIRV�QRVVR�� 
A remissão está relacionada ao perdão do crédito tributário resultante de 
obrigação tributária principal já constituída pelo lançamento, seja relativo a 
tributo ou penalidade pecuniária. 
Guarde bem isso: a remissão abrange tanto o perdão de tributos 
quanto de penalidades pecuniárias, desde que esses valores, conjunta 
ou isoladamente, já estejam devidamente lançados, ainda que de 
maneira não definitiva. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 169 
³(�VH�R�HQWH�SROtWLFR�TXLVHU�SHUGRDU�YDORUHV�TXH�DLQGD�QHP�IRUDP� ODQoDGRV��
professor? 1mR�SRGH"´ 
Antes do lançamento, o instituto a ser utilizado será a anistia, que estudamos 
ao ver as hipóteses de exclusão do crédito tributário. A anistia pode ser 
conceituada como o perdão legal relativo às penalidades pecuniárias (multa) 
antes da constituição do crédito tributário (antes do lançamento). Se for após 
o lançamento, o perdão deve ser sempre por meio de remissão. 
É quanto aos valores a serem perdoados pela anistia e pela remissão que 
reside outra diferença entre os institutos. Veja a figura a seguir: 
 
³(�FDVR�R�HQWH�SROtWLFR�TXHLUD�SHUGRDU�R�SDJDPHQWR�GH�WULEXWRV��PDV�DQWHV�GH�
constituição do crédito tributário? 1mR�Ki�HVVD�SRVVLELOLGDGH"´ 
Sim. A isenção. Mas não temos um perdão tributário, e sim uma verdadeira 
dispensa do pagamento de tributo que seria devido com o surgimento do fato 
gerador. A isenção, assim como a anistia, impede a constituição do crédito 
tributário pelo lançamento. A primeira, quanto aos tributos. A segunda, 
quanto às penalidades pecuniárias. 
Por meio da remissão temos a dispensa legal do pagamento de tributo 
devido pelo sujeito passivo, mas, repito, SEMPRE APÓS O 
LANÇAMENTO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO, JAMAIS ANTES. Antes, só a 
anistia perdoa, e apenas para penalidades pecuniárias. 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 169 
A concessão de remissão será sempre autorizada por meio de lei, sendo 
concedida por autoridade administrativa competente e por meio de despacho 
fundamentado desta, indicando os fundamentos de fato e de direito que 
subsidiam a concessão. Logo, a concessão da remissão é, de certa forma, 
uma discricionariedade da administração, já que o beneficiário deverá 
atender ao que exigir a lei de concessão para se beneficiar do perdão. 
Uma vez que depende de despacho fundamentado, a concessão de remissão 
se dará em caráter específico. O CTN não prevê em seu texto a concessão 
de remissão em caráter geral, o que não impede o ente político de concedê-la 
de forma geral. 
Por sua vez, a remissão (perdão) do crédito tributário poderá dizer respeito 
ao valor total do crédito tributário ou a apenas parte dele, dependendo 
do que dispõe o texto da lei. Logo, poderá abranger tanto a multa 
isoladamente quanto esta e os tributos devidos. Temos que perguntar à lei 
concessiva para saber o que ela determinou. 
Quanto aos critérios a serem observados para a concessão da remissão, 
temos os previstos nos incisos I a V do artigo 172 do CTN, que podem ser 
observados isolada ou conjuntamente. Os casos devem ser bem 
memorizados, uma vez que costumam ser bastante cobrados em prova, em 
especial os contidos nos incisos I, II e III. 
Observe que a remissão poderá ser concedida em razão de critérios bastante 
diferenciados: situação do sujeito passivo (concessão em caráter individuale 
conforme características do mesmo), crédito tributário de pequeno valor, 
erros quanto à matéria de fato, em razão de critérios geográficos, entre 
outros. 
Vamos a cada uma das situações presentes nos incisos do artigo. 
 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 169 
Incisos I e III Æ situação econômica do sujeito passivo e diminuta 
importância (montante) do crédito tributário devido Æ Nada mais 
comum que dispensar o pagamento daqueles que estão em situação 
econômica que os impeçam de saldar seus débitos. Perdoar os valores 
GHYLGRV� SRGH� VHUYLU�� WDPEpP�� FRPR� XP� LQFHQWLYR� DR� ³UHHUJXLPHQWR´� GH�
determinado cidadão ou empresa em dificuldades financeiras. 
O exemplo de uma remissão é a que cancela multas já lançadas por atraso na 
entrega de declarações que deveriam ser apresentadas por entidades sem 
fins lucrativos. Por meio da lei nº 11.727, de 2008, em seu artigo 30, a União 
concedeu remissão parcial ao dispor que, até 31 de dezembro de 2008, a 
multa a que se refere o § 3º do art. 7º da Lei nº 10.426, de 24 de abril de 
2002 , quando aplicada a associação sem fins lucrativos que tenha observado 
o disposto em um dos incisos do § 2º do mesmo artigo, será reduzida a 10% 
(dez por cento). 
Junto à possibilidade remissão prevista no inciso I, temos o que prevê o inciso 
III, que possibilita a remissão quanto às pequenas importâncias devidas, 
liberando o su¶jeito passivo do seu pagamento. Cobrar R$ 11,00 em tributos 
devidos não faz sentido algum, administrativamente falando, e sendo este os 
únicos valores devidos pelo sujeito passivo. Uma intimação para pagamento 
por meio dos correios pode custar quase metade desse valor para os cofres 
públicos. Entendeu o sentido da coisa? 
Inciso II Æ erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto a 
matéria de fato Æ Determinado sujeito passivo, ao preencher sua 
declaração de rendimentos, marcou que estaria sujeito ao regime de 
tributação por meio do lucro real, quando na verdade estaria sujeito ao 
UHJLPH� GH� DSXUDomR� GR� OXFUR� SUHVXPLGR�� (P� UD]mR� GR� HUUR�� ³JDQKRX´� GH�
presente uma multa. Ele teve a boa intenção em declarar, pagar, fazer tudo 
certinho como manda o figurino, mas errou ao pensar que estaria enquadrado 
em um regime, quando na verdade era outro. Merece uma remissão ou não? 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 169 
Supondo que pudesse haver essa tributação e situação, os índios de diversas 
áreas indígenas localizadas no Estado do Amazonas, e proprietários dessas 
áreas rurais, deixaram de pagar o ITR devido sobre a propriedade. Ai você 
me pergunta: e eles sabiam lá que existia esse tal de ITR a pagar? Eu digo: 
não. Nisso, você me fala: então vamos pedir ao congresso para perdoar essa 
dívida que os pobres índios nem sabem o que ITR. Nasceu uma remissão por 
ignorância escusável do sujeito passivo. 
Inciso IV Æ Considerações de eqüidade, em relação com as 
características pessoais ou materiais do caso Æ A lei pode prever que a 
autoridade administrativa, ao julgar o caso concreto, utilize-se da equidade 
para determinadas situações, como dispensar o pagamento quando este for 
de pequeno valor e diante de características do sujeito passivo, como 
impossibilidade do pagamento, dificuldades financeiras, erros materiais, entre 
outros. Esse é o mais subjetivo dos incisos, abrindo margem a diversas 
interpretações. Contudo, sempre balizadas no que determina a lei concessiva. 
SEMPRE! 
Inciso V Æ condições peculiares a determinada região do território da 
entidade tributante Æ Em razão de uma grande estiagem no Planalto da 
Borborema, Estado de Pernambuco, este ente político concedeu remissão de 
créditos tributários do ICMS aos produtores da região, tendo em vista as 
dificuldades financeiras destes em razão da sazonalidade climática. O mesmo 
aconteceria para uma remissão concedida aos produtores do maravilhoso e 
divino suco de uva da Serra Gaúcha, estimulando a produção e a exportação 
dos produtos, mas relativamente ao IPI. 
Por fim, quanto ao parágrafo único, temos que a concessão da remissão pela 
autoridade administrativa não gera direito adquirido para o sujeito 
passivo, podendo ser revogada a qualquer tempo por aquela quando se 
apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições 
ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 169 
favor. Sendo observada a previsão constante nos artigo 155 do CTN, serão 
aplicadas as regras nele previstas, assim como previsto para a moratória. 
³$UW�� ����� $� FRQFHVVmR� GD� PRUDWyULD� HP� FDUiWHU� LQGLYLGXDO�
não gera direito adquirido e será revogado de ofício, sempre 
que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de 
satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir 
os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o 
crédito acrescido de juros de mora: 
I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo 
ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício 
daquele; 
II - sem imposição de penalidade, nos demais casos. 
Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o tempo 
decorrido entre a concessão da moratória e sua revogação 
não se computa para efeito da prescrição do direito à 
cobrança do crédito; no caso do inciso II deste artigo, a 
revogação só pode ocorrer antes de prescrito o referido 
GLUHLWR�´ 
Vamos a uma questão de prova? 
³(�TXDO�R�PRWLYR�GH�você ter dito que a remissão tributária se escreve com 
³VV´"�7HP�RXWUD�QRPHQFODWXUD" 
Existe outra forma de escrever. E se você achar que é a mesma coisa em 
prova, o elaborador dará uma super-risada sinistra. - Existe também a 
UHPLdmR��FRP�³o´� 
Remição, com ³o´�� significa pagamento, sendo modalidade de extinção de 
obrigação no processo civil, trabalhista e fiscal. Com ela ocorrerá o 
adimplemento da obrigação de pagamento de quantia certa. 
 
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 10 
 
 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 169 
(Questão 05) A legislação tributária do Município de Natal dispõe que o 
Poder Executivo pode conceder, por, despacho fundamentado, remissão total 
ou parcial do crédito tributário atendendo, exceto: 
a) à situação econômica do sujeito passivo. 
b) ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto à matéria de 
fato. 
c) à diminuta importância do crédito tributário. 
d) à consideração de eqüidade, em relação aos antecedentes materiais da 
infração. 
e) às condições peculiares a determinada região do território da entidade 
tributária. 
Ainda lembra das situações em que poderá ser concedida a remissão? Elas 
estão presentes nos incisos I a IV do artigo 172 do CTN. São elas: 
9 situação econômica do sujeito passivo; 
9 erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto a 
matéria de fato; 
9 diminuta importância do crédito tributário; 
9 considerações de eqüidade, em relação com as características 
pessoais ou materiais do caso; 
9 condições peculiares a determinada

Outros materiais