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Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 43 AULA 11 SUMÁRIO PÁGINA Apresentação Inicial 01 Exclusão do Crédito tributário 02 Isenção 07 Anistia 21 Questões Propostas 31 Gabaritos 43 Olá, amigo concurseiro e futuro servidor! Chegamos à décima primeira aula do nosso curso de direito tributário para o concurso de Auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE/PR). E os estudos, a todo vapor? Nessa aula iremos tratar da Exclusão do crédito tributário, presente nos artigos 175 a 182 do CTN. Na segunda parte, das modalidades de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Qualquer dúvida que surgir, peço que a envie o mais breve possível ao nosso fórum de dúvidas para que ela seja sanada e não ocorram atrasos em seus estudos. Seguem ainda os meus contatos: aluisioalneto@gmail.com www.facebook.com/aluisioalneto www.facebook.com/prosatributaria Boa sorte! E bons estudos! Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 43 Exclusão do Crédito Tributário Nessa nossa aula estudaremos a isenção e a anistia, as duas modalidades de exclusão do crédito tributário previstas no artigo 175 do CTN, que assim nos diz: “Art. 175. Excluem o crédito tributário: I - a isenção; II - a anistia. Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente.” (Grifos nosso) Inicialmente temos que diferenciar bem os institutos da exclusão e da extinção do crédito tributário, frequentemente confundidos pelos candidatos em sua preparação, mas que possuem diferenças bem simples e pontuais. Enquanto a extinção cuida do crédito tributário já lançado, a exclusão age impedindo a constituição deste, ou seja, impede o lançamento tributário. Na exclusão, há a ocorrência do fato gerador e o nascimento da obrigação tributária, mas não há o ato de lançamento, que é impedido por meio de uma das causas de exclusão do crédito tributário. Assim, inexiste também a obrigação de pagamento. Logo adiante estudaremos as características das duas modalidades de exclusão do crédito tributário. Antes de seguirmos adiante, temos que ver o que consta no parágrafo único do artigo 175 do CTN, bem como algumas características das hipóteses de exclusão do crédito tributário. Esse parágrafo no diz que as obrigações acessórias dependentes da obrigação principal continuam a ser devidas independentemente da ocorrência de uma das duas causas de exclusão do crédito tributário. Mais uma vez o CTN Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 43 afirma a autonomia existente entre a obrigação tributária principal e a obrigação tributária acessória. Por exemplo, os sujeitos passivos beneficiados por alguma isenção, e conforme dispuser a lei isentiva, continuam obrigados, por exemplo, a escriturar livros e emitir documentos fiscais, entregar declarações, entre outras obrigações tributárias acessórias. Logo, excluir a obrigação do sujeito de pagar determinado tributo não implica na automática dispensa do cumprimento das obrigações acessórias decorrentes do crédito tributário excluído ou dele consequente, que continuam a ser devidas normalmente, exceto se a legislação tributária dispuser em contrário. Por sua vez, somente o ente competente para instituir o tributo é também competente para excluir o seu pagamento, tendo em vista os poderes legislativos presentes na sua competência tributária outorgada pela CF/88. Somente nos casos de isenções heterônomas é que um ente diferente daquele que possui a competência tributária poderá conceder isenções de tributos de outro ente político. Essa previsão, no âmbito interno, no entanto, reside atualmente apenas no campo teórico, tendo em vista os enormes embates que recaem sobre ela. Quanto às duas modalidades de exclusão do crédito tributário, ambas devem ser reguladas por meio de lei específica do ente competente para instituir o tributo, conforme previsão constitucional expressa contida no artigo 150, §6º. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 43 “Art. 150 (...) § 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.” (Grifos nosso) Quanto ao CTN, esse nos diz ainda em seu artigo 111, I, que as leis que disponham sobre exclusão do crédito tributário serão interpretadas LITERALMENTE: “Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;” (Grifos nosso) Observe que apenas as modalidades de suspensão e EXCLUSÃO do crédito tributário são interpretadas literalmente, conforme o CTN. Esse normativo não inclui as modalidades de EXTINÇÃO do crédito tributário! Atente bem a isso, uma vez que os elaboradores de questões costumam pegar o candidato menos atento. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 43 Por fim, antes de estudarmos cada uma das modalidades de exclusão do crédito tributário, temos que saber a diferença básica fundamental entre a isenção e a anistia. Em ambos os casos, estamos falando da exclusão da obrigação tributária principal. Enquanto a isenção é relativa à exclusão do crédito tributário relativo aos tributos, a anistia é relativa à exclusão do crédito tributário relativo às penalidades pecuniárias que porventura seriam aplicadas pela autoridade fazendária. Cada um dos institutos se opera em relação a créditos tributários de natureza diversa. Veremos isso novamente mais à frente. (Questão 01) Nos termos do Código Tributário Nacional, a isenção e a anistia constituem causas de: (A) extinção do crédito tributário. (B) exclusão do crédito tributário. (C) moratória do crédito tributário. (D) suspensão da exigibilidade do crédito tributário. (E) imunidade. Questão simples, que se resolve apenas com o conhecimento constante no artigo 175 do CTN. Esse artigo possui a seguinte redação: “Art. 175. Excluem o crédito tributário: I - a isenção; II - a anistia. Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente.” Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 43 Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão. As modalidades de extinção do crédito tributário estão presentes no artigo 156 do CTN. Por sua vez, as modalidades de suspensão do crédito tributário, entre as quaisse incluem a moratória tributária, estão presentes no artigo 151 do CTN. Por fim, as imunidades estão totalmente contidas no texto constitucional, não se confundindo com a isenção e a anistia, ambas modalidade de exclusão do crédito tributário, institutos distintos da imunidade tributária. Vamos às duas modalidades de exclusão do crédito tributário previstas no CTN, iniciando pela isenção tributária. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 43 Isenção Nesse item da nossa aula iremos estudar a isenção, uma das duas formas de exclusão do crédito tributário, juntamente com a anistia. Como vimos em item anterior, a extinção do crédito tributário pressupõe a existência anterior deste, uma vez que não se pode extinguir o que não existe. Logo, temos o fato gerador, a consequente obrigação tributária principal, o posterior lançamento e a consequente constituição do crédito tributário. Posteriormente, observando-se uma das onze modalidades de extinção do crédito tributário previstas no artigo 156 do CTN, aquele é extinto. Diferentemente da extinção, na exclusão do crédito tributário este não chega sequer a ser constituído, tendo em vista as situações que impedem o seu lançamento e respectiva constituição pela autoridade administrativa. Logo, falamos na inviabilidade da constituição do crédito tributário pelo lançamento quando o assunto é a exclusão do crédito tributário. Para a exclusão, e mais especificamente para a isenção, a qual estamos estudando nesse item da aula, ocorre o fato gerador da obrigação tributária e o consequente surgimento desta para o sujeito passivo. Os dois elementos da relação tributária existem. Entretanto, tendo em vista uma hipótese de isenção (ou de anisita), é vedado à autoridade administrativa o lançamento do crédito tributário. Logo, teremos fato gerador e obrigação tributária, mas não teremos lançamento nem crédito tributário a ser constituído. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 43 Assim, a isenção se opera no campo do exercício da competência tributária, enquanto que a imunidade, no campo da limitação da competência tributária. A isenção, assim, pode ser definida com uma dispensa legal do pagamento de determinado tributo devido pelo sujeito passivo. E quem define a isenção e a consequente exclusão do crédito tributário que seria devido em razão da ocorrência do fato gerador? Conforme o artigo 97 do CTN, temos o seguinte: “Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: (...) VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.” (Grifos nosso) Assim, somente por lei em sentido estrito do ente competente para instituir o tributo poderá ser concedida isenção de crédito tributário, e essa lei deverá ser uma lei específica, conforme o artigo 150, §6º, da CF/88. O ente tributante competente para instituir o tributo o é também para dispensar os créditos que dele seriam gerados caso não existissem as isenções concedidas a determinados sujeitos, coisas ou situações presentes no mundo real. A isenção é, portanto, uma desoneração tributária. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 43 Por sua vez, os motivos que levam o legislador a isentar determinada situação podem ser dos mais variados possíveis, estando, contudo, diretamente relacionados ao contexto socioeconômico de determinada situação. Outro motivo seria em razão de razões sociopolíticas, com o fim, por exemplo, de atrair investimento para determinada região e/ou fortalecer determinado Ente político frente aos demais. Por sua vez, para que um tratamento tributário diferenciado como a isenção seja justificado, é necessário haver correlação lógica entre este e o elemento de discriminação tributária. A isenção é um tratamento favorecido concedido pelo legislador ordinário e que visa a favorecer determinado setor, atividade ou grupo de pessoas que possuam características comuns entre si. Não há isenção que seja concedida sem uma razão principiológica prévia, uma vez que não pode haver discriminação sem que se busque justamente equalizar as diferenças entre aqueles que foram beneficiados e aqueles que não foram. Assim, para que um tratamento tributário diferenciado, como a isenção, seja justificado, é sempre necessário haver correlação lógica entre este e o elemento de discriminação tributária. Não pode haver a concessão de uma isenção de maneira arbitrária, por simples vontade do legislador e sem qualquer fundamento lógico. Uma das classificações em que as isenções podem ser enquadradas é relativa às isenções objetivas e às isenções subjetivas. As primeiras são aquelas conferidas aos bens, mercadorias, prestações e operações, sem levar em consideração as qualidades ou características do sujeito passivo, enquanto a segunda, ao contrário, leva em consideração aspectos relativos à pessoa do sujeito passivo beneficiado. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 43 Como exemplo de isenção objetiva (real), temos as concedidas quanto ao IPVA incidente sobre automóveis com mais de 30 anos de fabricação, que poderá ser usufruída tanto por aqueles que não possuem condições de adquirir outro automóvel mais novo, quanto por aqueles que os têm apenas para coleção, sendo, além disso, milionários. Por sua vez, temos como exemplo de isenção pessoal (subjetiva) a relativa ao IPTU, conferida ao único imóvel de qualquer ex-combatente da primeira guerra mundial, seja o imóvel um casebre ou uma super mansão em Copacabana (e, claro, desde que a lei isentiva não especifique limites quanto ao valor do imóvel, completamente normal e legal). Mais adiante veremos outras classificações para as isenções ao estudarmos os artigos do CTN, já que é mais adequado seu estudo em conjunto com esses artigos do CODEX. Vamos agora ao que determina o CTN especificamente em relação à isenção, cujas disposições estão contidas nos artigos 176 a 179. O texto do artigo 176 nos diz o seguinte: “Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 43 Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares. Observe que o artigo 176 do CTN confirma mais uma vez a necessidade de lei para a instituição de uma isenção, ainda que esta esteja prevista em contrato. Nenhum ato infralegal é competente para conceder isenção. “Como assim contrato também, professor? Não se equivocou? É lei ou contrato, afinal de contas?” As isenções previstas em contrato não é a concessão da isenção propriamente dita, mas apenas um acordo firmado entre o poder público e as empresas que desejam investir em determinada atividade ou região do território do ente competentepara conceder a isenção. Diante disso, ambos firmam acordo em que o poder público se compromete a conceder a isenção e o particular a cumprir as condições acordadas para se beneficiar do instituto. Por exemplo, a União pode firmar acordo contratual com determinada montadora de automóveis que se instale no território do Estado de Pernambuco dispondo que irá exonerar o sujeito passivo em tela do pagamento do IPI devido sobre as vendas de automóveis fabricados desde que a montadora, durante o prazo de dez anos (esse também será o prazo da exoneração tributária), invista determinado valor no Estado e contrate, no mínimo, determinada quantidade de empregados de forma direta em sua planta. Ainda que firmado pelo poder público, esse contrato SEMPRE depende de lei específica que autorize a concessão da isenção, sem o qual não terá efeito algum. Caso o contrato não venha a ser cumprido pelo poder público, o particular poderá reclamar direitos, mas em outra órbita que não a tributária. Observe que a lei concessiva da isenção deverá trazer em seu texto os seguintes elementos: Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 43 Cumprimento de condições para a concessão; Cumprimento de requisitos exigidos para a concessão; Tributos aos quais será aplicada a isenção; Sendo o caso, o prazo de duração do favor, nos casos de isenções temporárias. (esse requisito nem sempre estará presente) Por sua vez, o parágrafo único do artigo 176 do CTN traz disposição relativa às isenções em caráter regional, dispondo que as isenções podem ser concedidas a determinada região do território da entidade tributante, em razão de condições a ela peculiares. Seria o caso, por exemplo, do Estado de Pernambuco, e após deliberação no âmbito do CONFAZ, conceder isenção do ICMS às empresas que acabaram de se instalar no polo têxtil da região de Santa Cruz do Capibaribe, tendo a benesse tributária duração de três anos. Pode ainda circunscrever determinada isenção ao ICMS às indústrias que se instalarem nas regiões do Alto Capibaribe e do Brejo Pernambucano. Outro exemplo seria a União conceder isenção decenal para o imposto sobre a renda das pessoas jurídicas que se instalarem na região da Amazônia legal. Visto isso, vamos ao artigo 177 do CTN, que assim nos diz: “Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: I - às taxas e às contribuições de melhoria; II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.” Regra geral, a isenção é relativa apenas a impostos, não sendo estendida, EXCETO POR DISPOSIÇÃO DE LEI EM CONTRÁRIO, a taxas e a contribuições de melhoria. Caso o ente político deseje isentar determinado grupo de pessoas do pagamento de uma taxa, deverá haver previsão expressa em lei. O mesmo ocorre quanto às contribuições de melhoria. Por exemplo, caso uma lei específica isente determinado grupo de Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 43 pessoas do pagamento do IPVA, essa concessão não dispensa automaticamente o pagamento de taxas e contribuições de melhoria, a menos que a lei expressamente preveja em seu texto a isenção. Como vimos no artigo 176 do CTN, a lei concessiva deverá especificar os tributos a que se aplica. Ora, uma lei não poderá isentar um tributo que ainda nem existe, motivo pelo qual a isenção, REGRA GERAL, somente será aplicada aos tributos instituídos ANTERIORMENTE à sua concessão. Caso o legislador queira estender a isenção aos tributos instituídos POSTERIORMENTE à concessão da isenção, DEVERÁ PREVER EXPRESSAMENTE ESSA CONDIÇÃO NÃO LEI. Essa é uma exceção, e não a regra. Atente bem! Vamos agora ao que nos diz o artigo 178 do CTN, talvez o mais importante em matéria de isenção: “Art. 178. A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do artigo 104.” (Grifos nosso) Inicialmente temos que definir o que vêm a ser isenções onerosas (bilaterais ou contraprestacionais) e isenções não onerosas, conforme consta (implicitamente) no início do texto do artigo 178 do CTN. As isenções onerosas são aquelas que estão sujeitas a determinadas condições estipuladas na lei isentiva. Essas isenções, conforme o texto do artigo, serão concedidas pelo poder público ao sujeito passivo em função de determinadas condições a serem cumpridas por esse e durante determinado prazo de tempo, expressamente indicados no normativo. Como exemplo de isenção onerosa, temos uma lei estadual (autorizada previamente por deliberação no âmbito do CONFAZ) que concede a uma determinada indústria isenção quanto ao ICMS caso: Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 43 Seja instalada em determinada região do Estado concedente (uma cidade X, por exemplo); O beneficiário fique obrigado a, em 10 anos, investir determinado montante de recursos na região; Fique obrigado ainda a criar determinada quantidade de empregos diretos. Por sua vez, o beneficiário, cumprindo o que determina a lei que concede a isenção, ficará isento do pagamento do ICMS devido por 15 anos consecutivos, sendo a contagem iniciada a partir da instalação da sua fábrica na região escolhida pelo Ente Estatal. Assim, firmado o acordo e implementadas as condições previstas na lei, a isenção será concedida e vigorará pelo prazo de 15 anos, conforme estipulado, não podendo ser desfeita a menos que detectada alguma irregularidade determinante para a perda da eficácia do que prevê a lei. “E se no mandato seguinte de um Governador da oposição, este, influente na Assembleia Legislativa, conseguir revogar a lei que concedeu a isenção, professor? O sujeito passivo será prejudicado?” É exatamente disso que trata o artigo 178 do CTN, estabelecendo que as isenções concedidas ONEROSAMENTE não poderão ser livremente “retiradas de ação”, uma vez que houve contraprestação do sujeito passivo. A lei poderá até perder a vigência e ser revogada, mas os seus efeitos irão perdurar no tempo nela previsto. Assim, as isenções onerosas são IRREVOGÁVEIS, não se confundindo com a lei que a instituiu. A lei pode ser revogada, não podendo mais beneficiar outros sujeitos passivos até então não beneficiados, mas os seus efeitos perdurarão no tempo nela previsto quanto àqueles que já foram beneficiados. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 43 Observe ainda o que nos diz a Súmula nº 544 do Supremo Tribunal Federal: “Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas.” As demais isenções, não concedidas em função de determinadas condições e nem por prazo certo, atingindo indiferentemente os sujeitos passivos que atendam os requisitos estabelecidos em lei (artigo 179 do CTN), poderão ser revogadas a qualquer tempo. Essas são as chamadas ISENÇÕES NÃO ONEROSAS, revogáveis a qualquer tempo. A possibilidade de revogação da lei que concede isenção a qualquer tempo é também a regra geral sobre a revogação. A regra é a possibilidade de revogação, a menos que estejamos diante de uma isenção onerosa. A previsão do artigo 178 do CTNquanto às isenções onerosas está diretamente relacionado ao que determina o artigo 104, III, do CTN, que assim nos diz: “Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: (...) III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.” (Grifos nosso) Esse artigo é tema de extensos debates sobre a sua recepção ou não pela CF/88, em que parte da doutrina se posiciona a favor da recepção e outra pela não recepção. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 43 O certo é que, conforme o STF, a revogação de isenções, SALVO AS ISENÇÕES ONEROSAS (QUE NÃO PODEM TER SEUS EFEITOS REVOGADOS), produz efeitos imediatos, não sendo necessário esperar até o exercício seguinte para que seus efeitos sejam sentidos pelo sujeito passivo. REVOGADA A ISENÇÃO, O TRIBUTO VOLTA A SER IMEDIATAMENTE EXIGÍVEL, não necessitando esperar a chegada do primeiro dia do exercício seguinte para entrar em vigor. Veja o que nos diz o STF: “Súmula 615: O princípio constitucional da anualidade (§ 29 do art. 153 da constituição federal) não se aplica à revogação de isenção do ICMS.” Vamos agora ao que nos diz o último artigo relativo à isenção. O artigo 179 do CTN possui a seguinte redação em seu texto: Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para concessão. § 1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o despacho referido neste artigo será renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamente os seus efeitos a partir do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover a continuidade do reconhecimento da isenção. § 2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155.” (Grifos nosso) As isenções podem ser divididas também em quatro classificações: incondicionadas (simples) ou condicionadas (onerosas), gerais e específicas, totais ou parciais e as amplas, regionais ou setoriais. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 43 As isenções incondicionadas são aquelas que podem ser livremente revogadas e a qualquer tempo pelo ente com competência tributária para concedê-las. São aquelas que não geram qualquer direito adquirido para os seus beneficiários. Por sua vez, as isenções condicionadas são aquelas que foram concedidas em função de determinadas condições e por prazo certo, gerando direito adquirido para o beneficiário que cumpriu os requisitos impostos e obteve o direito de usufruir da isenção concedida. A lei que concedeu a isenção condicionada poderá ser livremente revogada, não produzindo efeitos quanto à concessão de novas isenções, mas não para aqueles que já a usufruem, devendo assim permanecer enquanto perdurar o prazo estabelecido, condicionada ao cumprimento do que previa a lei concessiva. Por sua vez, as isenções gerais são aquelas concedidas sem que existam destinatários certos ou específicos na lei. Para que possam usufruí-la, os destinatários precisam apenas preencher os requisitos estabelecidos em lei, sem necessidade de qualquer comprovação junto à administração tributária. Como exemplo, temos a isenção quanto ao ISS àqueles que sejam profissionais autônomos e que prestem serviços de mecânica geral de máquinas, conforme dispuser uma lei municipal hipotética. Já as isenções em caráter específico são aquelas que necessitam do preenchimento, pelos beneficiários, de determinados requisitos previstos em lei, que devem ser comprovados junto à administração fazendária. Para tanto, será expedido despacho de concessão da isenção pelas autoridades administrativas. O caput do artigo 179 trata das chamadas isenções específicas, que dependem sempre de despacho fundamentado da autoridade administrativa a quem a lei tenha atribuído competência para a concessão. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 43 Para que possa fazer jus à isenção, o interessado, por meio de requerimento, fará prova de atendimento das condições e dos requisitos previstos em lei para a concessão. Após análise do atendimento, a autoridade administrativa expedirá despacho atestando o cumprimento. As leis que concedem isenções específicas podem prever que, para se beneficiar da mesma, o sujeito passivo deve comprovar determinadas condições e requisitos. Até ai nada de novo. Da mesma maneira, as leis podem determinar que a comprovação se faça apenas um vez ou, de outra maneira, que a mesma se faça periodicamente, situação em que o sujeito passivo deverá promover a continuidade do reconhecimento da isenção, devendo ser expedido novo despacho concessivo (renovando a concessão anterior) pela autoridade administrativa. O despacho renovando a concessão da isenção deverá ser proferido antes da expiração do prazo relativo à concessão anterior, sem o qual o interessado deixará de fazer jus à isenção, exceto se a lei dispuser de modo contrário. Por sua vez, no caso de concessão de isenções em caráter específico, as que dependem de despacho da autoridade competente, estas NÃO GERAM DIREITO ADQUIRIDO PARA O INTERESSADO, PODENDO O ATO DE CONCESSÃO SER REVOGADO A QUALQUER TEMPO, CONFORME O ARTIGO 155 DO CTN. As isenções totais ou parciais dizem respeito ao quantum da obrigação tributária que será exonerado. Se uma lei prevê isenção quanto ao IPVA de apenas 50% do valor total que seria devido, estamos diante de uma isenção parcial. Se for de 100%, que é o mais comum, estaremos diante de uma isenção total. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 43 Por fim, as isenções amplas são aquelas que se aplicam em todo o território do ente que as concede. As isenções regionais são aquelas concedidas a apenas determinada região do ente político competente para conceder a isenção, como a região da baixada fluminense, no caso de isenção concedida pelo Estado do Rio de Janeiro. Por sua vez, as isenções setoriais são aqueles que beneficiam determinado grupo de pessoas, sejam físicas ou jurídicas. Como exemplo de isenção setorial, temos a isenção ao IPI concedida pela União quanto às montadoras de automóveis populares. (Questão 02) Sobre isenção tributária, considere: I. A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares. II. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção é extensiva às taxas e às contribuições de melhoria. III. A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo. IV. A isenção não é extensiva aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão, salvo disposição em contrário. V. A isenção, mesmo se concedida por prazo certo e em função de determinadascondições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo. É correto o que consta SOMENTE em a) II e IV. b) I e II. c) I, III e IV. d) III, IV e V. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 43 e) IV e V. Item I) Correto. Essa é a redação do parágrafo único do artigo 176 do CTN. Item II) Incorreto. É exatamente o contrário, uma vez que, salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva às taxas e às contribuições de melhoria. Artigo 177, I, do CTN. Item III) Correto. Conforme o artigo 178 do CTN, a isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do artigo 104. Item IV) Correto. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva aos tributos instituídos posteriormente à concessão da isenção. Artigo 177, II, do CTN. Item V) Incorreto. Conforme o artigo 178 do CTN, a isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do artigo 104. Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 43 ANISTIA A anistia é a outra modalidade de EXCLUSÃO do crédito tributário, mas relativamente às infrações e às penalidades imputadas ao sujeito passivo, prevista no inciso II do artigo 175 e nos artigos 180 a 182 do CTN. O instituto se configura como um verdadeiro perdão tributário ofertado pela Administração Tributária ao sujeito passivo, excluindo os créditos tributários decorrentes de penalidades pecuniárias que viriam a ser aplicadas àquele. A isenção dispensa o pagamento dos créditos tributários decorrentes da obrigação principal relativa aos tributos, enquanto a anistia os decorrentes de penalidades aplicadas em razão de infrações à legislação tributária. Uma vez que exclui o crédito tributário, a anistia impede o seu lançamento pela autoridade administrativa, configurando-se como uma inaplicabilidade da sanção a ser imposta pelo Fisco. Há o perdão da infração cometida pelo sujeito passivo. Atente bem, caro aluno: A isenção exclui o crédito tributário decorrente da imposição tributária, ou seja, em razão de tributos que seriam impostos ao sujeito passivo, relativamente à obrigação tributária principal; A anistia, por sua vez, exclui os créditos tributários decorrentes de infrações cometidas pelo sujeito passivo, e relativamente à obrigação principal decorrente de penalidades pecuniárias. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 43 Importante: uma vez que se configura como uma dispensa legal de valores pecuniários, a anistia DEVE SER SEMPRE PREVISTA EM LEI DO ENTE COMPETENTE PARA INSTITUIR O TRIBUTO. Ou seja, o instituto da anistia, assim como a isenção, deve obediência ao princípio da reserva legal, prevista no artigo 97 do CTN: “Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.” (Grifos nosso) Por sua vez, a anistia não exclui o ato praticado, que continua a ser ilícito e a constar no “prontuário” do sujeito passivo. Por exemplo, se o contribuinte deixe de pagar determinado tributo em razão de dificuldades financeiras e, em razão disso, o Fisco deveria imputar multa por infração à legislação tributária, esse fato permanecerá. O que se excluirá pela anistia é a multa a ser aplicada, bem como o crédito tributário decorrente da imposição desta. A anistia apaga os efeitos da infração, mas não a própria infração. Para todos os efeitos, mesmo que anistiada a multa, o sujeito passivo não voltar a ser “réu primário”. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 43 A anistia está regulada especificamente nos artigos 180 a 182 do CTN, os quais estudaremos agora. Em frente. Inicialmente temos o artigo 180 do CTN, que nos fala sobre a abrangência e as limitações da anistia tributária a ser concedida pelo Ente Político competente. Seu texto é o seguinte: “Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando: I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele; II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas.” (Grifos nosso) Como pode ser observado acima, a anistia abrange apenas fatos ocorridos ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI CONCESSIVA, perdoando a falta cometida pelo sujeito passivo, não permitindo que o crédito tributário seja lançado. A isenção, outra modalidade de exclusão do crédito tributário, apenas alcança os fatos ocorridos APÓS A VIGÊNCIA DA LEI CONCESSIVA. A anistia, assim, possui EFEITOS RETROSPECTIVOS, enquanto a isenção, EFEITOS PROSPECTIVOS. “Professor, então aqueles que praticaram qualquer infração e cujo crédito tributário já tenha sido lançado não serão acobertados pela anistia?” Exatamente. Uma vez constituído o crédito tributário, não se pode mais falar em anistia, uma vez que esta se refere a um caso de EXCLUSÃO, E NÃO DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Caso já constituído, estaremos diante do instituto da remissão, prevista no artigo 156, IV, do CTN. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 43 Essa é a corrente dominante. Uma pequena parte da doutrina, contudo, entende que a anistia abrange o perdão de penalidades como um todo, pouco importando se o crédito tributário já foi ou não constituído por meio do lançamento. Desse modo, tanto o perdão legal de créditos oriundos de infrações à legislação tributária passíveis de serem lançados quanto aqueles que já foram lançados seriam “mortos” pela anistia, sendo ambas as situações hipóteses de exclusão do crédito tributário. Para essa corrente, a diferença se daria apenas quanto aos créditos tributários oriundos de tributos, na qual a remissão, hipótese de extinção do crédito tributário, seria observada para créditos já constituídos, enquanto que a anistia, para créditos tributários ainda não constituídos. Dessa corrente minoritária participa o eminente professor Luciano Amaro. Em frente.A anistia abrange as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede por um motivo até um tanto simples: se a lei anistiadora viesse a prever que as infrações praticadas posteriormente à sua publicação fossem perdoadas, estaríamos diante da revogação tácita da própria lei anterior que prevê a infração, uma vez que a lei anistiadora passou a não prever como infração determinada conduta agora anistiada. Concorda? Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 43 Uma vez observadas as situações previstas nos incisos I e II do artigo180 do CTN, a anistia não poderá ser concedida aos sujeitos passivos infratores. Para os casos contidos no inciso I, temos todos aqueles atos em que é verificado um crime ou uma contravenção, como o são a apropriação indébita e a sonegação fiscal, crimes capitulados no Código Penal e na lei de crimes contra a ordem tributária (Lei federal nº 8.137, de 1990). Do mesmo modo, não será concedida a anistia nos casos em que o sujeito passivo, tendo ou não praticado ato qualificado em lei como crime ou contravenção, tenha agido com dolo, fraude ou simulação, seja em benefício próprio ou de terceiros. O mesmo se observa em relação ao inciso II, em que as infrações praticadas por meio de conluio entre duas ou mais pessoas serão excluídas da lei anistiante. A previsão, contudo, não será observada, podendo a anistia beneficiar os interessados, caso haja disposição de lei em contrário. Entretanto, sendo o conluio uma prática dolosa, fica difícil imaginar em que situação a lei poderia excluir a hipótese sem que se recaia no que dispõe o inciso I. Conluio, por definição, é o acerto intencional e doloso entre duas ou mais pessoas para a prática de um ato. Não há conluio culposo. Por sua vez, a anistia poderá ser concedida em caráter geral ou específico. É o que dispõe o artigo 181 do CTN, cuja redação é a seguinte: “Art. 181. A anistia pode ser concedida: I - em caráter geral; II - limitadamente: a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo; b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza; Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 43 c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares; d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa.” (Grifos nosso) A anistia em caráter geral é aquela que não possui beneficiários determinados nem requisitos a serem cumpridos para a sua concessão, sendo concedidas em caráter amplo. São os casos, por exemplo, de dispensa da penalidade em razão do descumprimento de determinada obrigação relativa aos tributos municipais, ocorridas no exercício financeiro de 2010, que abrange indistintamente todos os contribuintes que tenham cometida a referida infração. Assim, todas as pessoas, físicas ou jurídicas, independente de prévio requerimento, terão suas penas anistiadas, conforme previsto em lei. Nesse tipo de concessão, devemos observar que não há qualquer limitação quanto aos contribuintes beneficiados, aos tributos ou a qualquer faixa de valor, por exemplo exceto se a própria lei dispuser de modo contrário. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 43 Já a anistia em caráter específico é aquela que tem destinatários ou situações determinadas na lei anistiadora, a qual definirá também os beneficiários e as condições e os requisitos a serem preenchidos por estes para a concessão. Por exemplo, temos a anistia concedida apenas aos contribuintes situados na cidade de Cristinápolis/SE, em razão de situações peculiares acontecidas no Município e especificadas na lei anistiadora. Outras condições que ensejam a concessão de anistia em caráter específico estão previstas nas alíneas “a” a “d” do artigo 181, situação em que a lei anistiadora irá dispor sobre: Infrações da legislação relativa a determinado tributo; Infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza; Por exemplo, a lei anistiadora poderá determinar que apenas infrações relativas à legislação do IPI e desde que inferiores a R$ 50.000,00 poderão ser anistiados, ou anistiar determinada infração imputando ao infrator pena diferenciada ou mais branda. Determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares; Nesse tipo de anistia, apenas determinada região do ente tributante será beneficiada, tendo em vista, por exemplo, uma catástrofe natural. Sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa. Quando a infração seja decorrente de falta de pagamento de tributo, a lei anistiadora poderá condicionar a concessão ao pagamento do tributo devido, perdoando a multa a ser aplicada. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 43 Em relação à anistia concedida em caráter específico, temos ainda o que dispõe o artigo 182 do CTN, que requer a intervenção da autoridade administrativa para que seja efetivada a concessão da anistia. Para que seja concedida, o requerente deverá comprovar que preenche os requisitos e condições estipuladas em lei para a concessão. Atendidos os requisitos, a autoridade administrativa expedirá despacho, concedendo a anistia ao beneficiário. O despacho, entretanto, tem caráter precário, não gerando nenhum tipo de direito adquirido para o beneficiário, podendo ser revogado de ofício, A QUALQUER TEMPO, sempre que for apurado que o beneficiário não satisfazia as condições ou não cumpriu as condições para a concessão da anistia. Nessas situações, será cobrado o crédito tributário acrescido de juros de mora: Com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele; Sem imposição de penalidade, nos demais casos. Por fim, a concessão da anistia, em nenhuma situação não expressamente prevista em lei, não dispensa o sujeito passivo do cumprimento das obrigações acessórias. A obrigatoriedade de pagamento do crédito tributário relativo ao tributo permanece inalterada em razão da anistia. Uma coisa é o tributo, outra é a penalidade decorrente do seu não pagamento, por exemplo. A anistia abrange apenas a penalidade pecuniária. Perdão do tributo? Somente por isenção (antes do lançamento) ou por remissão (após o lançamento). Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 43 (Questão 03) De acordo com o art. 175 do Código Tributário Nacional, a isenção e a anistia excluem o crédito tributário. Por isso, podemos afirmar que: a) a exclusão do crédito tributário dispensa, inclusive, o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído. b)a anistia somente pode ser concedida em caráter geral. c) A isenção pode-se estender às taxas e às contribuições de melhoria, caso haja previsão legal. d) a isenção pode ser revogada ou modificada, em qualquer hipótese, por despacho fundamentado da autoridade competente para concedê-la. e) a anistia, como regra, abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede. Entretanto, esta lei poderá ter efeitos futuros, nas situações e condições que especificar. Alternativa a) Incorreta. Conforme o parágrafo único do artigo 175 do CTN, a exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente. Alternativa b) Incorreta. Segundo determina o artigo 181 do CTN em seus incisos I e II, a anistia pode ser concedida tanto em caráter geral quanto específico. Alternativa c) Correta. Conforme determina o artigo 177 do CTN, salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva às taxas e às contribuições de melhoria. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 43 Alternativa d) Incorreta. A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104, conforme determina o artigo 178 do CTN. Alternativa e) Incorreta. A anistia não pode abranger as infrações cometidas posteriormente à concessão da mesma. Segundo o artigo 180 do CTN, a anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 43 Questões Propostas 1. (CESPE/TEM/Contador/2014) Isenção e imunidade são benefícios tributários previstos em lei ordinária, considerados como formas de não incidência tributária. Nessa questão foi solicitada a diferença básica entre os institutos da imunidade e da isenção. Enquanto as imunidades estão sempre previstas no corpo da CF/88, as isenções são sempre concedidas por lei do ente competente para instituir e cobrar o tributo respectivo. A imunidade é de natureza constitucional, enquanto a isenção é de natureza legal. Ambas, por sua vez, são benefícios tributários. Em outro ponto, as imunidades são formas de não incidência propriamente dita, ou de não incidência stricto sensu, uma vez que não há a ocorrência do fato gerador e nem o nascimento da relação jurídico-tributária, não havendo, assim, nem lançamento nem crédito tributário a ser constituído. De outro modo, na isenção, há a ocorrência do fato gerador e há o nascimento da obrigação tributária, mas o lançamento é impedido de ser realizado pela autoridade administrativa em razão da isenção concedida, não havendo, assim, crédito tributário a ser cobrado do sujeito passivo. Assim, resta incorreta a assertiva apresentada. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 43 2. (CESPE/TCE-ES/Analista/2013) Considere que um estado da federação tenha concedido benefício fiscal para pessoas com deficiência, de modo que o valor do tributo fosse 70% menor do que o descrito na lei impositiva para a compra de veículos, desde que comprovada a deficiência por laudo assinado por junta médica de entidade pública de saúde. Com base na situação hipotética, assinale a opção correta. A) Trata-se de anistia do crédito tributário, uma vez que se perdoa parte do tributo cobrado. B) Trata-se de isenção parcial do tributo devido, cuja obrigação tributária se mantém intacta. C) Trata-se de remissão parcial do tributo, uma vez que há perdão do tributo a ser pago, sem alteração do crédito tributário. D) O benefício fiscal faz com que o crédito tributário seja alterado e a própria obrigação tributária seja modificada. E) Trata-se do instituto da remissão concedida, que é extintiva do crédito tributário. Uma vez que houve a dispensa, ainda que parcial, de tributo devido, estamos diante do instituto da isenção, ficando a obrigação tributária mantida para o restante do tributo, ou seja, quanto aos 30%. Por sua vez, o artigo 140 do CTN estabelece que as circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 43 3. (CESPE/ANCINE/Especialista em Regulação/2013) A União promulgou uma lei que criou um imposto incidente sobre a atividade de assistir a filmes projetados em salas de cinema localizadas apenas em shoppings, prevendo isenção para as pessoas com mais de 70 anos de idade. Essa lei estabelece ainda, que o sujeito passivo do imposto é a empresa de projeção de cinema e que o produto da arrecadação se destina integralmente à ANCINE. Com base nessa situação hipotética, julgue o item que se segue. A isenção estabelecida na forma prevista no comando é inconstitucional, pois as isenções exigem a aprovação de lei especificamente destinada a isentar. De acordo com o artigo 150, §6º, da CF/88, qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. Contudo, a lei que criou a isenção é específica, já que está contida na própria norma de instituição do tributo que, para a situação descrita, será isentado. Não há necessidade que a lei verse exclusivamente sobre isenção, e sim que ela tenha relação temática com os demais assuntos tratados na lei. No caso da lei, a mesma versou sobre legislação tributária. Assim, resta incorreta a assertiva apresentada. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 43 4. (CESPE/TRF 5º/Juiz/2013) Ainda que a isenção tenha sido concedida por prazo certo e sob condição onerosa, é possível a sua posterior revogação, com efeitos sobre os contribuintes que tiverem por ela sido beneficiados, já que eles não possuem direito adquirido de usufruir do benefício legalmente estipulado. De acordo com o artigo 184 do CTN, a isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo. Logo, as isenções onerosas não podem ser livremente revogadas quanto aos sujeitos passivos que dela se beneficiaram. Logo, quando a isenção for concedida por prazo certo e sob condição onerosa, não é possível a sua posterior revogação, com efeitos sobre os contribuintes que tiverem por ela sido beneficiados, já que eles possuem direito adquiridode usufruir do benefício legalmente estipulado. Assim, resta incorreta a assertiva apresentada. 5. (CESPE/TJ-MA/Juiz/2013) A isenção tributária concedida sob condição onerosa pode ser livremente suprimida, bastando a edição de lei expressa por meio da qual se revogue a isenção. De acordo com o artigo 184 do CTN, a isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo. Logo, as isenções onerosas não podem ser livremente revogadas quanto aos sujeitos passivos que dela se beneficiaram. Assim, resta incorreta a assertiva apresentada. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 43 6 - (CESPE - 2011 - EBC - Analista - Advocacia) A anistia, hipótese de exclusão do crédito tributário, não se aplica aos atos qualificados como crimes ou contravenções penais. ( ) Certo ( ) Errado De acordo com o artigo 180 do CTN, a anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando: Aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele; Salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas. Assim, resta correta a assertiva apresentada. 7 - (CESPE - 2011 - IFB - Professor - Direito) A anistia que tenha beneficiado certa pessoa jurídica abrangerá as infrações cometidas antes e depois da vigência da lei concessiva. ( ) Certo ( ) Errado De acordo com o artigo 180 do CTN, a anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando àquelas cometidas posteriormente à publicação da lei concessiva. Assim, resta incorreta a assertiva apresentada. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 43 8. (CESPE - 2011 - TRF 3ª - Juiz Federal Substituto) Uma lei que crie determinada anistia tributária atenderá ao que dispõe o CTN se, expressamente, anistiar a) infrações resultantes de conluio. b) atos praticados com fraude, mas não considerados crimes ou contravenções. c) as infrações cometidas antes e depois de sua edição. d) tanto as multas tributárias quanto os crimes de sonegação. e) atos praticados com dolo, mas não considerados crimes ou contravenções. De acordo com o artigo 180 do CTN, a anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando: aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele; salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas. Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão. 9. (CESPE - 2010 - DETRAN - ES - Téc- Superior – Advogado) Julgue o próximo item, relativo à exclusão de crédito tributário. Considere que certo município tenha concedido isenção do pagamento de IPTU a pessoas jurídicas que se instalassem nos limites de seu território, gerando emprego e aumentando o produto interno bruto da região. Nessa situação, a exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito tenha sido excluído. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 43 De acordo com o artigo 175, parágrafo único, do CTN, a exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente. Assim, resta correta a assertiva apresentada. 10. (CESPE - 2010 - MPE - SE - Promotor de Justiça Substituto) É inadmissível um estado conceder anistia em caráter limitado: a) a multas relativas ao ICMS. b) a multas de até determinado valor. c) a multas de contribuintes que tenham, no mínimo, certa idade. d) a multas de contribuintes de determinada região daquele Estado, em função de condições a ela peculiares. e) sob condição de o contribuinte pagar certo tributo no prazo fixado pela lei que conceder a anistia. De acordo com o artigo 181 do CTN, a anistia pode ser concedida: em caráter geral; limitadamente: a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo; b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza; c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares; d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa. Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 43 11. (CESPE - 2010 - OAB - Exame de Ordem Unificado 2009-3) Assinale a opção correta no que se refere à exclusão de crédito tributário. a) A isenção concedida por prazo certo e em função de determinadas condições poderá ser revogada ou modificada por lei. b) A anistia não pode ser concedida em caráter geral. c) A lei tributária que concede isenção deve ser interpretada literalmente. d) A anistia dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal. Alternativa a) Incorreta. De acordo com o artigo 178 do CTN, a isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo. Alternativa b) Incorreta. De acordo com o artigo 181 do CTN, a anistia pode ser concedida: em caráter geral; limitadamente: a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo; b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza; c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares; d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa. Alternativa c) Correta. De acordo com o artigo 111 do CTN, interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre suspensão ou exclusão do crédito tributário; outorga de isenção; e dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 43 Alternativa d) Incorreta. De acordo com o artigo 175, parágrafo único, do CTN, a exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente. 12. (CESPE - 2009 - OAB - SP - 137º Exame de Ordem) Se determinado município conceder isenção a todas asindústrias localizadas nos limites de seu território, essa isenção tributária a) constituirá hipótese de suspensão da exigibilidade de quaisquer créditos tributários relativos às indústrias. b) dispensará as indústrias do cumprimento das obrigações acessórias, como a emissão de notas fiscais. c) caracterizar-se-á como dispensa constitucional de tributo. d) não será extensiva às taxas, salvo disposição de lei em sentido contrário. De acordo com o artigo 177 do CTN, e salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: às taxas e às contribuições de melhoria; aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 43 13 - (CESPE - 2008 - SEMAD-ARACAJU - Procurador Municipal) A exclusão do crédito tributário decorrente de uma obrigação principal acarreta a dispensa do cumprimento das obrigações acessórias dela dependentes. ( ) Certo ( ) Errado Conforme o parágrafo único do artigo 175 do CTN, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário não dispensa o sujeito passivo do cumprimento das obrigações tributárias acessórias, que devem ser cumpridas normalmente, afirmando mais uma vez a independência e a autonomia existente entre estas e a obrigação tributária principal. Assim, resta incorreta a assertiva apresentada. 14. (CESPE - 2008 - SEMAD-ARACAJU - Procurador Municipal) Julgue os itens que se seguem, de acordo com as normas do direito tributário. A concessão de isenção de um tributo municipal, em caráter individual, independe de solicitação administrativa do sujeito passivo. ( ) Certo ( ) Errado O artigo 179 do CTN nos diz que a isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para concessão. Desse modo, a concessão de isenção, em caráter individual, DEPENDE de solicitação administrativa do sujeito passivo. Essa necessidade, contudo, não ocorre para o caso de concessão de isenção em caráter geral. Assim, resta incorreta a assertiva apresentada. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 43 15 - (CESPE - 2008 - SEMAD-ARACAJU - Procurador Municipal) A exclusão do crédito tributário decorrente de uma obrigação principal acarreta a dispensa do cumprimento das obrigações acessórias dela dependentes. ( ) Certo ( ) Errado Conforme o parágrafo único do artigo 151, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário não dispensa o sujeito passivo do cumprimento das obrigações tributárias acessórias, que devem ser cumpridas normalmente, afirmando mais uma vez a independência e a autonomia existente entre estas e a obrigação tributária principal. Assim, resta incorreta a assertiva apresentada. 16 - (CESPE - 2008 - SEMAD-ARACAJU - Procurador Municipal) Ocorre a isenção tributária quando, mesmo havendo fato gerador e obrigação tributária, exclui-se a constituição do crédito tributário. ( ) Certo ( ) Errado A isenção se opera no campo do exercício da competência tributária, enquanto que a imunidade, no campo da limitação da competência tributária. A isenção, assim, pode ser definida com uma dispensa legal do pagamento de determinado tributo, não permitindo que haja o lançamento do crédito tributário, não obstante a ocorrência do fato gerador e o nascimento da respectiva obrigação tributária. Assim, resta correta a assertiva apresentada. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 43 17. (CESPE - 2008 - OAB - Exame de Ordem 2007-3) O taxista João recebeu do fisco estadual uma correspondência na qual lhe foi informado que, mesmo tendo ocorrido o fato gerador do IPVA, ele não precisaria pagar o tributo, uma vez que fora aprovada uma lei, pela respectiva assembleia legislativa, que excluía o crédito tributário dos taxistas, relativamente ao IPVA. Nessa situação hipotética, pode-se dizer que a citada lei estabeleceu uma a) remissão. b) transação. c) isenção. d) anistia. De acordo com o artigo 175 do CTN, são modalidades de exclusão do crédito tributário a isenção e a anistia. Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão, uma vez que a dispensa legal do pagamento se refere ao pagamento do tributo, e não de uma penalidade pecuniária, hipótese e quem estaríamos diante de uma anistia. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 11 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 43 Gabaritos 1 E 12 D 2 B 13 E 3 E 14 E 4 E 15 E 5 E 16 C 6 C 17 C 7 E 8 A 9 C 10 C 11 C Aluisio de Andrade Lima Neto aluisioalneto@gmail.com www.facebook.com/aluisioalneto www.facebook.com/prosatributaria
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