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ESTACIO PSICOLOGIA INSTITUCIONAL AULA 3

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Instituições: Instituídos e Instituintes
O francês Georges Lapassade, com ampla experiência pedagógica e psicossociológica, contribuiu muito para o estudo da psicologia e da pedagogia institucional. Uma de suas tarefas foi desconstruir e reconstruir o conceito de instituição, não se detendo apenas ao estudo da instituição escolar.
De acordo com este autor, o estudo das instituições já esteve atrelado apenas aos sociólogos, para então o conceito de instituição começar a ser utilizado em setores mais próximos da pesquisa sociológica, como em linguagem jurídica e no vocabulário de antropologia. Mais tarde, a noção de instituição foi usada igualmente pelos psicossociólogos.
A prática psicossociológica cuida de instituições, mas sempre através de grupos que falam: nesses grupos, a palavra da sociedade passa por palavra reprimida, tornada ideológica, censurada pelas instituições, como linguagem do desconhecimento; a dimensão política mostra-se e encobre-se nessa alienação da palavra inacabada.
MARX
Podemos resumir a evolução desse conceito de instituição ao afirmar que o sentido dele se modificou profundamente há pouco mais de um século. No tempo de Marx, no século XIX, entendia-se por instituições, essencialmente, os sistemas jurídicos, o direito, a lei. Para o marxismo, as “instituições” e as “ideologias” são as superestruturas de uma sociedade dada, cujas “infraestruturas” são as forças produtivas e as relações de produção.
DURKHEIM
Depois, em uma segunda fase, o conceito assume uma importância central em sociologia com a escola francesa. No começo do século
XX, Durkheim e a sua escola definem a sociologia como uma ciência das instituições. Há cerca de um pouco mais de vinte anos, ingressamos, com o estruturalismo, em uma nova fase que conduz a uma profunda reorganização do conceito, em ligação com as práticas institucionais que se desenvolvem nos domínios da psiquiatria, da pedagogia e da psicossociologia.
1
Em relação às instituições escolares, Lapassade acredita que a pesquisa pedagógica deveria fazer distinção entre as instituições externas à classe e internas.
2
Na pedagogia tradicional, essas instituições, na classe, impõem-se como um sistema que não poderia ser discutido.
3
É o quadro necessário da formação, julgado indispensável
4
Em oposição a essa concepção das “instituições”, o autor propõe chamar de “pedagogia institucional” uma pedagogia em que as instituições são meios cuja estrutura se pode alterar.
5
Na autogestão pedagógica, os alunos instituem ao nível das instituições internas.
As instituições pedagógicas internas são a dimensão estrutural e regulada das trocas pedagógicas (com os seus limites - por exemplo, a hora de entrada e saída da classe é um elemento externo à classe, regulado pelo conjunto do grupo escolar) e o conjunto de técnicas institucionais que se pode utilizar nas classes: o trabalho em equipe, o conselho etc. As instituições pedagógicas externas são as estruturas pedagógicas externas à sala de aula, os inspetores, o diretor da escola, os programas, as instruções e os regulamentos.
Toda a crítica que se pode fazer a esse sistema consiste em que é ineficaz porque toda a psicologia contemporânea da aprendizagem e da formação mostra que o ser humano só aprende nos limites do interesse que tem em aprender. Um comportamento adquirido desaparece se não for reforçado e confirmado. A criança que aprende a lição para recitá-la ou para passar no exame esquecerá o conteúdo da lição, uma vez recitada, e esquecerá tudo o que aprendeu para o exame.
1 - Lapassade, então, esclarece o espírito da pedagogia institucional, que é um movimento que se desenvolve na França com a autogestão educativa como contestação à dominação pedagógica.
2 - Diz o autor que tentar enfrentar a burocracia dominante por meio de uma ação reivindicativa que vise criticar os atos dessa burocracia ou obrigá-la a aceitar uma certa participação dos administrados e uma certa colaboração com eles não significa colocá-la fundamentalmente em questão.
3 - Nada pode ser feito desde que não se destrua a relação hierárquica efetivamente em todo lugar onde possa ser destruída, desde que não o substitua por uma nova relação. Essa substituição, quando pode ser efetuada, tem o valor de um modelo e inspira imediatamente seguidores.
Então, em contraposição ao modelo burocrático, o movimento da pedagogia institucional procura difundir no interior da Escola real um novo modo de funcionamento e de relações humanas não burocráticas. A criança torna-se o centro de decisão, ou melhor,o grupo assume a sua própria direção e caminha para a sua própria autogestão.
O pedagogo, entronizado pela “Instituição externa” conserva naturalmente essa entronização, mas efetivamente deixa de representar o papel que corresponde à sua função. Ele nega a si como poder e como burocrata e se recusa a tomar decisões em lugar do grupo. Mas ele pode começar a entrar verdadeiramente em interação com os outros membros do grupo, o que não podia fazer antes, ele pode começar a dar uma formação.
O movimento da pedagogia institucional começou a tomar força no começo do século XX, com o plano Dalton e o método Vinnetka. Os que apareceram entre as duas guerras andaram de marcha à ré com relação aos anteriores, extremamente audaciosos.
A intervenção do pedagogo se estrutura, portanto, em três níveis: o de monitor de training group que se entrega à atividade de “reflexo” ou de análise, o de técnico de organização e o de sábio ou de pesquisador que possui um saber e procura comunicá-lo. E em cada um desses níveis o pedagogo permite uma “formação” que era impossível no sistema antigo, por exemplo, uma formação em relações sociais, em interrogações, em colaboração...

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