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Língua Portuguesa / Aula 3 – Concordância
Concordância = adequação da língua
A Concordância é o modo em que se organiza uma frase conforme os demais termos. A concordância é muito complexa, já que no português uma única palavra pode modificar a frase inteira. Iremos estudar a concordância separadamente, em nominal e verbal sendo que a nominal também concorda com a verbal (verbo-nominal).
SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO
Para evitar equívocos de concordância verbal, existe uma regra geral que deve ser sempre considerada:
O verbo concorda com o núcleo do sujeito a que se refere em número – singular ou plural – e em pessoa – 1ª, 2ª ou 3ª.
Palavra principal que compõe o sujeito da oração – aquela que rege a concordância. Geralmente, esse vocábulo é um substantivo, mas também pode ser um pronome.
Agora, as frases possuem CONCORDÂNCIA. 
Mais adiante, vamos estudar um pouco de teoria para que possamos compreender melhor esse tema. Mas, antes, teste seus conhecimentos através da atividade a seguir.
Um pouco de teoria...
A língua portuguesa é bastante flexível no que diz respeito à posição dos elementos na frase. Veja os exemplos:
As duas alunas inteligente já começaram a estudar para a prova de amanhã. 
Já começaram a estudar para a prova de amanhã as duas alunas inteligentes.
Para a prova de amanhã, já começaram a estudar as duas alunas inteligentes. 
No exemplo A, a frase está na ordem direta, ou seja, na ordem padrão da língua. 
SUJEITO: “As duas alunas inteligentes”
VERBO: “Começaram a estudar”
COMPLEMENTO: “Para a prova de amanhã”
Vejamos porque isso é importante para a concordância:
Ordem direta e inversa
Vamos voltar ao exemplo que apresentamos no início da aula:
Parece que não existe mais pessoas interessadas neste assunto.
Esse tipo de erro, geralmente, devido à inversão dos elementos na frase, como vemos em:
Não veio à aula de matemática do turno da manhã ontem os nossos melhores alunos.
Da para evitar equívocos?
Sim, colocando a frase na ordem direta. Isso é importante para verificar a concordância do VERBO com o SUJEITO.
No caso dos exemplos em questão, o correto seria:
Parece que mais pessoas interessadas neste assunto não existem.
Não vieram à aula de matemática do turno da manhã ontem os nossos melhores alunos.
Não quer dizer que a ordem inversa não deva ser usada, mas, se você a escolher, poderá correr o risco de se enganar quanto à concordância.
Ao menos na hora da revisão, procure utilizar a ordem direta.
Adequação linguística 
Como vimos na primeira aula, a maneira como falamos ou escrevemos revela muito do que somos e do que conhecemos. Em outras palavras:
O uso que fazemos da língua marca-nos socialmente.
Analise os seguintes exemplos:
As menina está pronta.
As meninas estão prontas.
Para entender melhor a questão da adequação e da variação linguística, e a importância da concordância no dia a dia, analise a canção Saudosa Maloca, de Demônios da Garoa. Observe que, na letra da música, a regra geral da gramática é violada e prevalece a linguagem coloquial.
Saudosa Maloca
Adoniran Barbosa
Interpretada por “Demônios da Garoa”
Se o senhor não está lembrado
Dá licença lhe contar
Que aqui onde agora está,
Esse “ardifício” alto
Era uma casa velha,
Um palacete abandonado
Foi aqui seu moço, que eu Mato Grosso e o Joca
Construímos nossa maloca
Mas um dia, nem quero me lembrar,
Veio os homens com as ferramentas,
O dono mandou, derrubar
“Peguemo” tudo a nossas coisas
E “fumos” pro meio da rua,
Apreciar a demolição
Que tristeza, que eu sentia
Cada “tauba” que caía, doía no coração
Mato Grosso quis gritar,
Mas em cima eu falei
Os homens “tá” com a razão
Nós “arranja” outro lugar
Só “se conformemos”, foi quando Joca falou:
‘Deus dá o frio conforme o cobertor’
E hoje nós “pega” palha nas “grama” do jardim, e pra esquecer nós “cantemos” assim:
Saudosa maloca
Maloca querida
Din din dón que nós passemos dias feliz de nossa vida
Fonte: adaptado de <https://www.letras.mus.br/demonios-da-garoa/45444/>. Acesso em: 20 jun. 2017.
Dúvidas frequentes de concordância verbal
Para evitar equívocos de concordância verbal, existe uma regra geral que deve ser sempre considerada:
O verbo concorda com o núcleo do sujeito a que se refere em número – singular ou plural – e em pessoa – 1ª, 2ª ou 3ª.
Palavra principal que compõe o sujeito da oração – aquela que rege a concordância. Geralmente, esse vocábulo é um substantivo, mas também pode ser um pronome.
Veremos agora nove casos comuns apresentados por Sautchuk (2011) de erros cometidos nesse sentido.
1) Sujeito colocado depois do verbo
Quando o sujeito aparece posposto ao verbo – isto é, depois dele –, costuma-se cometer o erro mencionado no início da aula.
Observe:
2) Em frases em que o sujeito é muito extenso ou em que o núcleo do sujeito está distante do verbo, também se cometem alguns erros.
Você já deve ter percebido que, às vezes, o sujeito é tão longo que perdemos o fio da meada não só quanto ao sentido da sentença como também quanto à gramática. Observe:
3) Contaminação do verbo com a palavra mais próxima, sem concordar com o núcleo do sujeito de fato:
4) Muito CUIDADO com a concordância que envolve um pronome: O, OS, A, AS.
Observe como deduzimos a concordância adequada nesse tipo de construção:
5) Núcleos ligados pela conjunção OU
Quando aparecem nas sentenças núcleos ligados pela conjunção “ou”, devemos considerar duas situações – aquelas em que:
6) Uso de expressões específicas
Vamos, agora, aos casos de concordância a partir de usos de expressões específicas. São elas:
7) Pronomes relativos QUE e QUEM
Veja, agora, como ocorre a concordância quando o sujeito é formado pelos seguintes pronomes relativos:
8) Verbos impessoais
Alguns casos de concordância com verbos impessoais são alvo de dúvidas por parte de muitos brasileiros. Aqueles que não podem ser flexionados em outras pessoas, mas sempre permanecem na 3ª pessoa do singular, pois não possuem sujeito. Você conhece esses verbos?
São eles:
- Haver:
Este verbo não varia quanto apresenta os seguintes sentidos:
“Tempo decorrido”
Exemplos
Não nos vemos há muito tempo.
Havia cinco anos que planejávamos essa viagem.
Não os vejo há três meses.
“Existir”
Exemplos
Havia 10 alunos na sala.
- Fazer
Este verbo não varia quando indica tempo.
Exemplos
Faz muitos anos que não nos vemos.
Faz dois anos que viajamos à Espanha.
- Chover, gear etc.
Estes verbos, que indicam fenômenos da natureza, não variam e formam orações sem sujeito.
Exemplos
Chove muito lá fora.
Chovia muito quando chegamos ao aeroporto.
ATENÇÃO!
Quando usados em sentido figurado, os verbos que exprimem fenômenos da natureza DEIXAM de ser impessoais.
Exemplos: Choviam lágrimas de seus olhos. (Sentido metafórico)
9) Partícula SE
Veja, agora, como ocorre a concordância de verbos acompanhados da partícula SE:
Partícula apassivadora SE
Neste caso (SE + VERBO TRANSITIVO DIRETO), o verbo normalmente concorda com o sujeito, porque a partícula SE torna a frase passiva, ou seja, o sujeito é quem sofre a ação do verbo.
Exemplos
Vende-se casa nova. - Casa nova é vendida.
Vendem-se casas novas. - Casas novas são vendidas.
Índice de indeterminação do sujeito
A partícula SE tem a função de indeterminar o sujeito da oração quando aparece acompanhada dos seguintes verbos:
Nessa situação, o verbo fica, obrigatoriamente, na 3ª pessoa do singular. 
10) Verbo SER
Seguindo a relação sintática que se estabelece entre o sujeito e o verbo, o mais comum é que o verbo SER concorde com o sujeito.
Exemplos
Ele era muito feliz.
Eles eram muito felizes.
No entanto, esse verbo adéqua-se à flexão do predicativo quando:
- O substantivo ou pronome designa a pessoa;
Exemplos
Seu maior orgulho eram os alunos.
O grande merecedor foste tu.
O predicativo é pronome demonstrativo “O”;
Nesse caso, o verbo SER ficano singular.
Exemplo
Problemas é o que não lhe falta.
O predicativo é neutro, ou seja, quando se relaciona a horas, distâncias e datas;
Exemplos
É uma hora.
São dez horas.
Hoje é primeiro de maio.
Hoje são 30 de maio.
Daqui à praia, será um quilômetro.
Daqui à praia, serão dois quilômetros.
- O sujeito é um dos pronomes – Que, quem e o que;
Nesse caso, o verbo SER concorda, obrigatoriamente, com o predicativo.
Exemplos
Que são homônimos?
Quem foram os vencedores do campeonato?
- O sujeito é um dos pronomes – Tudo, isso, aquilo, isto, ninguém, nenhum – Ou expressão do tipo O
Nesse caso, o verbo SER concorda, preferencialmente, com o predicativo.
Exemplos
Tudo são flores no início da relação.
Isto são fenômenos da natureza.
- Usamos as expressões, é muito, é pouco, é bastante; 
Nesse caso, o verbo SER ficará no singular se indicar quantidade, distância, medida.
Exemplos
Quatro reais é pouco para irmos ao cinema.
Seis quilos de feijão é mais do que pedi.
Quando usamos um verbo de ligação, completamos o sentido da frase com um predicativo do sujeito, como em:
A menina é/anda/permanece triste.
A palavra “triste” completa o sentido do sujeito “A menina”, e o verbo de ligação funciona como uma ponte de sentido entre o sujeito e sua característica: o predicativo, que, na maioria das vezes, é um adjetivo.
9) Partícula SE
O quadro a seguir apresenta esses termos:

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