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AULA 27 APELAÇÃO e AI

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PROCESSO CIVIL – Prof. Alexandre Magno 
APELAÇÃO 
 
1) Conceito 
- art. 1009. 
- apelação, em regra, é o recurso cabível contra sentença terminativa (quando põe fim ao processo, mas não 
julga o mérito) ou sentença de mérito (exceção art. 356, § 5º, CPC), visando a obter a reforma total ou parcial 
da decisão impugnada, ou mesmo sua invalidação. Assim, se o juiz pôs fim ao processo em primeiro grau, 
cabe apelação, não se indagando acerca da apreciação ou não do mérito. 
- 203, § 1º, CPC - conceito legal de sentença. 
- Representa a adoção do princípio do duplo grau de jurisdição. 
 
2) Objeto 
- A apelação é cabível de toda e qualquer sentença, seja proferida em processo de conhecimento ou de 
execução (925, CPC), ou em qualquer tipo de rito, comum e especial, tanto em jurisdição voluntária 
quanto contenciosa. 
 
3) Legitimidade – art. 996 CPC. 
- Ambas as partes têm legitimidade para apelar, tendo interesse para fazê-lo exclusivamente a parte 
sucumbente, ou seja, a parte que foi prejudicada pela decisão. 
- Também tem legitimidade e interesse para apelar o terceiro prejudicado. Assim, proferida sentença no 
processo em que ele poderia ter promovido intervenção na qualidade de terceiro interessado e, tendo 
esta decisão judicial produzido efeitos prejudiciais em sua esfera de interesse passa a ser terceiro 
prejudicado. Ex: locador, sublocador e sublocatário. 
- Pode apelar também o Ministério Público, quer na condição de parte, quer na condição de fiscal da 
ordem jurídica, como terceiro, desde que seja sucumbente. Súmulas 991 e 2262, STJ. 
 
4) apelação e decisões incidentais excluída do agravo de instrumento 
- o CPC/2015 aboliu o agravo retido. 
- na nova sistemática afasta a necessidade de interposição imediata de recurso, para impedir a preclusão, 
desde que a matéria incidental não conste do rol taxativo do art. 1016, CPC. 
- nesse caso em preliminar de apelação ou contrarrazões, art. 1009, § 1º. 
 
5) Interposição 
- O prazo para a interposição da Apelação é de 15 dias (§ 5º, 1003, CPC), a contar da publicação da decisão 
de que se quer recorrer (1003, caput). 
- O recurso será dirigido ao órgão prolator da decisão (juízo a quo), art. 1010, caput. Mas conterá duas 
manifestações: uma dirigida ao juízo a quo, chamada de petição de interposição, em que a parte anuncia 
que vai interpor o recurso; outra, dirigida ao tribunal, constituída pelas razões recursais, em que o 
recorrente expõe os motivos do seu inconformismo, demonstra porque a decisão deve ser alterada e 
formula o pedido de reforma/nulidade da sentença, fixando os limites dentro dos quais pode decidir o 
tribunal. 
- No passado essas duas manifestações ocorriam em momentos distintos, agora devem ser apresentadas 
em momento único, na interposição do recurso e deve conter os requisitos do art. 1.010, CPC. 
 - a qualificação das partes somente será necessário quando o recurso for interposto por terceiro 
prejudicado, pois nos demais casos, a qualificação já constará dos autos; 
- os fundamentos de fato e de direito são as razões do inconformismo do recorrente, que correspondem à 
causa de pedir da ação. O recorrente deve apontar os pontos da sentença em que reside seu 
inconformismo e indicar os fundamentos que amparam o pedido de reforma da decisão, sempre conexos 
com a causa de pedir; 
 
1
 O MINISTERIO PUBLICO TEM LEGITIMIDADE PARA RECORRER NO PROCESSO EM QUE OFICIOU 
COMO FISCAL DA LEI, AINDA QUE NÃO HAJA RECURSO DA PARTE. 
2
 O Ministério Público tem legitimidade para recorrer na ação de acidente do trabalho, ainda que o segurado esteja 
assistido por advogado. 
- o pedido de nova decisão delimita o objeto do recurso, apenas a matéria impugnada é transferida ao 
conhecimento e apreciação do tribunal (tantum devolutum quantum apelatum). É vedado ao recorrente 
interpor apelação genérica. 
- As falta das razões do pedido de nova decisão impede o conhecimento da apelação, REsp 1065412/RS. 
- documentos, em regra, somente se forem destinados a provar fatos novos, arts. 435 e 1014, CPC. 
- Sobre o que se recorre: art. 1.013, CPC 
- Na apelação, denunciam-se erros ou vícios de juízo, chamados de error in judicando e error in 
procedendo, ou vícios do procedimento. 
- Os erros de juízo são aqueles ligados ao juízo de mérito, ex: a má valoração da prova. Os erros do 
procedimento são os que dizem respeito ao procedimento, ex: julgamento antecipado da lide quando não 
seria o caso (cerceamento de defesa). 
- Acolhida a arguição na apelação sobre os vícios de juízo, gera-se a substituição da sentença por um 
acórdão. Ex: o tribunal valora corretamente a prova e profere acórdão em substituição à sentença. 
- Acolhida a arguição de erro no procedimento, a sentença é anulada pelo tribunal, e não simplesmente 
substituída, sendo remetidos os autos à instância inferior para que o juiz profira outra decisão. Ex: 
julgamento antecipado – tribunal anula a decisão e o juízo a quo dá continuidade ao processo, realizando 
a fase instrutória, e após proferindo nova decisão. 
- Nos casos do §§ 3º e 4º, 1013, o tribunal julgará desde logo a lide – teoria da causa madura. 
- Juízo de retratação, casos especiais: 
 Tal possibilidade, na apelação, encontra-se regulada pelos arts. 331, 332, § 3º e § 7º, 485, do CPC. 
 Não reformada a decisão, devem os autos ser remetidos ao tribunal para que seja julgada a 
apelação. 
- O recurso de apelação deverá ser interposto no órgão a quo, sendo intimada a parte contraria para 
contrarrazoar, § 1º, 1010. 
- O juízo de piso não realizará o juízo de admissibilidade (§ 3º, 1010), que caberá exclusivamente ao 
tribunal, 1011, CPC. Cumpre a ela tão somente, processar o recurso. 
- nulidades sanáveis, art. 938, § 1º, CPC – economia processual. 
- deserção: não cumprir o preparo no prazo devido, art. 1007, CPC – cumpre ao relator observar. 
- se a interposição da apelação ocorrer antes do julgamento dos embargos de declaração deve ser 
observado o disposto no art. 1024, §§ 4º e 5º, CPC. 
 
6) Efeitos 
- Efeito devolutivo: o recurso de apelação devolve ao tribunal a apreciação de toda a matéria 
efetivamente impugnada, possibilitando o reexame de matéria de fato e de direito. Deve-se considerar 
esse efeito mesmo que o órgão a que se devolve o reexame da matéria não seja hierarquicamente 
superior, 1013, CPC. Extensão e profundidade: 
 Extensão é limitada pelo pedido do recorrente: “matéria impugnada”; 
 Profundidade abrange os antecedentes lógico-jurídicos da decisão impugnada, 1013, §§ 1º e 2º, 
CPC 
- alegação de questão de fato nova na apelação, art. 1014, CPC. Caberá ao recorrente provar não so o fato 
como o motivo de força maior que o impediu de argui-lo no momento processual adequado 
- a reformatio in pejus não é admitida – omisso o Código. 
- Como regra geral, a apelação tem também efeito suspensivo, art. 1012, CPC. 
- Em regra, a apelação é recebida em ambos os efeitos (devolutivo e suspensivo), sendo excepcionalmente 
recebida no efeito meramente devolutivo, não podendo o magistrado dar ao recurso efeito que ele não 
tenha, § 1º, art. 1012. 
- Pode-se atribuir efeito suspensivo excepcional ao recurso de apelação que, por força de lei, tenha 
apenas efeito devolutivo, §§ 3º e 4º, 1012, CPC, desde que o apelante requeira ao tribunal 
demonstrando, com relevante fundamentação, que, não sendo atribuído tal efeito, poderá sofrer lesão 
grave e de difícil reparação. 
- Recebido o recurso no efeito meramente devolutivo, poderá o vencedor promover, caso queira, o 
cumprimento provisório da sentença, § 2º, 1012. 
 
7) Processamento em 2º grau: 
- No tribunal, a apelação será registrada e distribuída, designando-se relator, 1011, que deverá observar o 
que dispõe o art. 932, CPC, em especial o seu paragrafo único. 
- A apelação poderá ser decidida monocraticamente pelo próprio relator, na hipótese do art. 932, III aV 
do CPC (incisos IV e V, sumarização do regime do duplo grau de jurisdição), conforme autoriza o inciso I, do art. 
1011. 
- Não sendo o caso, elaborará o seu voto para julgamento (para câmara ou turma do tribunal), inciso II, 1011, 
devendo ser observado o § 2º, do art. 941, CPC. Pode ser proposto que o recurso seja julgado por um 
colegiado maior previsto no regimento interno, art. 947, CPC. 
- da decisão do relator que admite ou não o recurso, ou que o julga monocraticamente, cabe agravo 
interno, 1021, CPC. 
- deve o tribunal decidir antes os agravos de instrumentos interpostos no mesmo processo, art. 946, CPC. 
- art. 934 – Presidente do tribunal que designa dia para julgamento. 
- pode haver sustentação oral, 937, I, CPC. 
 
 AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
1) Conceito: 
- Agravo de instrumento é o recurso cabível contra as decisões interlocutórias (art. 203, §2º, CPC), contra os 
atos pelos quais o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente e o mérito do processo, 1015. 
- 1015, paragrafo único. 
- na nova sistemática não existe mais a previsão de agravo retido, somente de instrumento. 
 
2) Processamento 
- é cabível nas hipóteses do previstas nos incisos do art. 1015, CPC. 
- Rol taxativo?? Divergência jurisprudencial e doutrinária. Recente decisão do STJ3 (acórdão ainda não 
disponível) colocando em dúvida taxatividade do rol. 
- O Agravo de Instrumento será processado fora dos autos da causa. O recurso será interposto, no prazo 
de 15 dias (§ 5º, 1003), por petição escrita e instruída, ou seja, o instrumento será formado com as razões 
do agravante e com as cópias das peças necessárias à compreensão e julgamento da impugnação, arts. 
1016 e 1017. 
- Cabe ao próprio agravante obter previamente as cópias dos documentos do processo principal que 
deverão instruir o recurso. 
- Pode ser protocolado diretamente no tribunal ou enviado por correio, ou ainda por protocolo integrado 
e pelo sistema eletrônico, § 2º, 1017. 
- Após o encaminhamento do agravo de instrumento ao Tribunal, o agravantes tem o prazo de três dias 
para juntar aos autos do processo cópia da petição de recurso, com a relação dos documentos que a 
instruíram e o comprovante de sua interposição (§ 2º, 1018). Serve como meio de informar o magistrado 
da interposição do recurso e provocar o juízo de retratação, § 1º, 1018. Se o processo for eletrônico não 
há essa necessidade. 
- Recebido o agravo de instrumento no tribunal, deve ser despachado pelo relator, a ele competindo, 
liminarmente, tomar as providencias previstas no art. 1019. 
- O agravo de instrumento normalmente possui apenas o efeito devolutivo (art. 995 e 1019, I). Portanto, o 
efeito suspensivo poderá em certos casos ser concedido pelo relator (em casos de dano grave e de difícil 
reparação), a requerimento do agravante. 
- Além do efeito suspensivo, o relator pode ainda conceder liminarmente uma providência negada em 
primeira instância, ou seja, de adiantar os efeitos da tutela (antecipação de tutela – art. 1019, I), o que se 
chamou de efeito ativo. 
- Da decisão do relator que defere ou denega o efeito suspensivo (ou ativo), cabe agravo interno. 
- Resposta ao agravo: 1019, II, CPC. 
- em regra não tem sustentação oral, a não ser na hipótese do art. 937, VIII, CPC. 
 
 
3
 https://www.conjur.com.br/2017-nov-16/cabe-agravo-instrumento-alegacoes-incompetencia-stj

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