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REPARO TECIDUAL ARACAJU - SE 2017 FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU Disciplina: Patologia Geral PROF. ÍTALO JOSÉ ALVES MOREIRA Reparo Tecidual O reparo tecidual consiste na capacidade que o organismo possui de reparar danos decorrentes de agentes tóxicos ou processos inflamatórios. Reparo Tecidual Este processo, que visa restaurar a arquitetura tecidual e a função após uma lesão, engloba a proliferação de diferentes células e interações estreitas entre as células e a matriz extracelular. Reparo Tecidual Pode ser de dois tipos: Regeneração e; Cicatrização. Ambos requerem crescimento celular, diferenciação e interação entre célula e matriz. Reparo Tecidual Regeneração: quando os tecidos são capazes de restituir os componentes lesados e retornar ao seu estado normal. Induz células em repouso a entrar em seu ciclo celular; Equilibra fatores estimulatórios ou inibitórios; Encurta o ciclo celular; Diminui a perda celular. Reparo Tecidual Cicatrização: quando os tecidos lesados não são capazes de se reconstruírem por completo, na qual há deposição de tecido fibroso. Ocorre quando as estruturas de suporte encontram-se gravemente lesadas ou em tecidos que não apresentam capacidade regenerativa. Características da Proliferação Celular Características da Proliferação Celular Células Lábeis (renovam-se sempre): Que se encontram em constante divisão; Ex.: Epitélio: pele, cavidade oral, trato GI, hematopoiese. Características da Proliferação Celular Células Estáveis (quiescentes): Comumente em G0 e baixo nível de replicação; Proliferação rápida; Ex.: Fígado, rim, pâncreas, endotélio, fibroblastos. Características da Proliferação Celular Células Permanentes (não se dividem): Permanentemente removidas do ciclo celular; Lesão irreversível induz uma cicatriz; Ex.: Células nervosas, músculo cardíaco e esquelético. Sinalização Intercelular Autócrina: células tem receptores para seus próprios fatores secretados; Parácrina: células respondem a secreção de células vizinhas; Endócrina: células respondem a fatores (hormônios) produzidos por células distantes. Regeneração Regeneração A regeneração tecidual ocorre em órgãos parenquimatosos que apresentam população de células estáveis, ou seja, células que possuem somente uma atividade replicativa mínima no seu estado normal, como o pâncreas, o fígado, as supra-renais, a tireoide e os tecidos pulmonares. Regeneração Além disso, ocorre também em tecidos que possuem células lábeis, ou seja, que se dividem continuamente, como as células hematopoiéticas e na maior parte dos epitélios de superfície. Regeneração Contudo, em ambos os casos, é necessário que a matriz extracelular esteja preservada, com consequente manutenção do arcabouço de estroma, conferindo suporte para as células que estão se replicando. Cicatrização Cicatrização Nos casos de lesão tecidual grave ou crônica, que causam danos às células parenquimatosas e ao epitélio, bem como à matriz extracelular (arcabouço de estroma), ou caso as células que não se dividem, como neurônicos e células da musculatura cardíaca, sejam lesadas, o reparo tecidual ocorre, predominantemente, pela deposição de tecido conjuntivo; todavia, pode estar associada à regeneração. O reparo inicia-se dentro de 24 horas após a lesão, pela migração de fibroblastos e indução da proliferação dessas células e células endoteliais. Após 3 a 5 dias, um tipo especializado de tecido, o tecido de granulação, característico do processo cicatricial, é encontrado no local da lesão. Histologicamente, é possível observar, nesse tecido, proliferação de fibroblastos e capilares neoformados, na matriz extracelular frouxa. Portanto, o tecido de granulação acumula gradativamente matriz de tecido conjuntivo, resultando, por fim, na formação de uma cicatriz, que, com o passar do tempo, pode ser remodelada. Cicatrização O reparo inicia-se dentro de 24 horas após a lesão, pela migração de fibroblastos e indução da proliferação dessas células e células endoteliais. Após 3 a 5 dias, um tipo especializado de tecido, o tecido de granulação, característico do processo cicatricial, é encontrado no local da lesão. Cicatrização - Tecido de granulação Cicatrização Histologicamente, é possível observar, nesse tecido, proliferação de fibroblastos e capilares neoformados, na matriz extracelular frouxa. Portanto, o tecido de granulação acumula gradativamente matriz de tecido conjuntivo, resultando, por fim, na formação de uma cicatriz, que, com o passar do tempo, pode ser remodelada. Cicatrização - Angiogênese Cicatrização - Angiogênese Cicatrização Cicatrização PRIMEIRA INTENÇÃO OU CICATRIZAÇÃO PRIMÁRIA: Processo através do qual uma ferida limpa é imediatamente reaproximada ou ferida superficial limpa é imediatamente suturada. CICATRIZAÇÃO: PRIMEIRA INTENÇÃO Cicatrização SEGUNDA INTENÇÃO OU CICATRIZAÇÃO SECUNDÁRIA: Uma ferida aberta se fecha pela formação de tecido de granulação com consequente reepitelização e contração da ferida. CICATRIZAÇÃO: SEGUNDA INTENÇÃO Fatores que Interferem na Cicatrização Fatores que Interferem na Cicatrização Hipóxia: encontrada em pacientes anêmicos, em choque, com sepse, nefropatas e diabéticos. Feridas infectadas, com hematoma e suturas sob tensão; Infecção: a contaminação da ferida por bactérias acarreta em infecção clínica e retardo na cicatrização; Fatores que Interferem na Cicatrização Nutrientes: má-nutrição é importante fator de interferência na cicarização, especialmente em idosos; - Hipoproteinemia : retardo na cicatrização, inibição da angiogênese, da proliferação e síntese de fibroblastos, interfere no acúmulo e remodelagem do colágeno. Fatores que Interferem na Cicatrização Diabetes: neuropatia sensorial, vasculopatias, baixa imunidade e distúrbios metabólicos; - a ativação reduzida das células inflamatórias e a quimiotaxia reduzida, resultam em menor eficiência na destruição das bactérias. Fatores que Interferem na Cicatrização Drogas e outros fatores: - Corticosteróides: inibem a migração de macrófagos, a proliferação de fibroblastos e a síntese da matriz proteica; - Irradiação local: reduz população de fibroblastos e reduz potencial proliferativo do endotélio. Reparo Patológico Formação deficiente de cicatrizes; Formação excessiva de cicatrizes; Formação de contraturas. Cicatriz deficiente: úlceras Cicatrização excessiva: quelóide Contraturas ABBAS, Abul K; FAUSTO, Nelson; KUMAR, Vinay; COTRAN, Ramzi S; ASTER, Jon C; ROBBINS, Stanley L.: Robbins e Cotran: Patologia - Bases patológicas das doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 1458 p. MONTENEGRO, Mario R.; BACCHI, Carlos E.; BRITO, Thales. Patologia Processos Gerais. 5. ed. São Paulo: Atheneu, 2010. 331 p. BRASILEIRO, Filho G.: Bogliolo: Patologia. 8. ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2011. 1524 p. italofarma@yahoo.com.br Bibliografia
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