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APOSTILA DTO EMPRESARIAL I Unidade I

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DISCIPLINA: DIREITO EMPRESARIAL I - TEORIA GERAL 
 
Ementa: UNIDADE I 
1. Direito comercial: teoria geral. 
2. Evolução histórica. 
3. Teoria dos atos de comércio. 
4. Teoria da empresa. 
5. Fontes. 
6. Atividade empresarial. 
7. Da empresa. 
8. Do empresário. 
9. Estabelecimento empresarial. 
10. Nome empresarial. 
11. Registro da empresa. 
 
Ementa: UNIDADE II 
12. Propriedade industrial. 
13. Prepostos, gerentes e auxiliares da atividade empresarial. Escrituração 
empresarial. 
14. Regime Jurídico da livre iniciativa. 
15. Registro de empresa. 
16. Livros comerciais. 
17. Propriedade empresarial. 
18. Microempresa e Empresa de Pequeno Porte. 
19. O empresário e os direitos do Consumidor. 
20. Relação entra atividade empresarial e questões ambientais. Consultoria 
empresarial e seus aspectos práticos. 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA: 
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial: direito de empresa. São Paulo: Saraiva. 
REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. São Paulo: Saraiva, v.1. 
SILVA, Bruno Mattos e. Direito de Empresa: Teoria da Empresa e Direito Societário. São Paulo: 
Atlas. 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: 
DEGEN, Ronald Jean; MELLO, Álvaro Augusto Araújo. O empreendedor: fundamentos da 
iniciativa empresarial. São Paulo: Makron Books 
DINIZ, Maria Helena. Lições de direito empresarial. São Paulo: Saraiva. 
GONÇALVES NETO, Alfredo de Assis. Manual de direito comercial: apontamentos. Curitiba: 
Juruá. 
MARTINS, Fran. Curso de direito comercial: empresa comercial, empresários individuais, 
microempresas, sociedades empresárias, fundo de comércio. Rio de Janeiro: Forense. 
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e 
práticas. São Paulo: Atlas. 
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Direito Comercial e Empresarial – UNIDADE I 
 
DIREITO COMERCIAL 
 
Noção Clássica: 
 “Direito privado especial do comércio” (MORGADO) 
 
Noção Moderna: 
 “O Direito Comercial atual não se restringe a regular a profissão de 
comerciante e os atos de comércio, a atividade comercial pura. Ele se amplia 
para tratar de toda atividade empresarial, abrangendo também a indústria, os 
transportes, os seguros, os bancos, as bolsas de valores”. 
 
Direito Comercial 
 "O direito comercial constitui aquela parte do direito privado que tem, 
principalmente, por objeto regular a circulação dos bens entre aqueles que os 
produzem e aqueles que os consomem.“ (C. VIVANTE, Elementi di Diritto 
Commerciale, Milano, Ulrico Hoepli, 1936, p. 1). 
 
Definição: 
 
 “O Direito Comercial pode ser definido como o ramo do Direito privado 
que regula as relações provenientes da atividade particular de produção e 
circulação de bens e serviços, exercida com habitualidade e com intuito de 
lucro, bem como as relações que lhes sejam conexas e derivadas”. 
 
Comércio - Histórico 
 
A palavra comércio vem do latim cumercium (cum + merx) que deu origem à 
palavra mercari, que significa "comprar para vender", ou seja, o ato da 
mercancia. 
 
 Conceito Econômico – é a atividade humana, de caráter especulativo, que 
consiste em pôr em circulação a riqueza produzida, tornando disponíveis 
bens e serviços. 
 
 Conceito Jurídico – é o complexo de operações efetuadas entre produtor e 
consumidor, exercidas de forma habitual, visando lucro, com o propósito 
de realizar, promover ou facilitar a circulação de produtos da natureza e da 
indústria, na forma da lei. 
 
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Elementos essenciais – caracterizam o comércio conforme sua conceituação 
jurídica clássica: 
 Mediação; 
 Finalidade de lucro; e 
 Profissionalidade. 
 
A finalidade de lucro vem perdendo sua importância, classicamente 
considerada essencial, entendendo-se que pode não estar presente em 
determinados atos de natureza comercial (Aval e atuação de ONGs, 
Fundações Assistenciais, etc.) 
 
O sentido atual da expressão comércio envolve três elementos essenciais: o 
ato de comprar (ou produzir ou prestar serviço) para vender; a habitualidade 
na prática do ato de mercancia e que este ato habitual tenha o intuito de lucro. 
No início, o comércio não tinha sentido econômico, não visava lucro. 
Trocava-se produto por produto. 
 
Assim, interessam diretamente ao Direito Comercial o comércio interno e 
exterior, as importações e exportações, o comércio de coisas corpóreas e 
incorpóreas, de serviços, de riscos, a circulação de produtos, por via aérea, 
rodoviária, ferroviária, de cabotagem, marítima, o comércio fixo e o 
ambulante, as atividades de produção e transformação de bens, em geral. 
 
Ficam de fora as atividades do setor extrativo (mineração, agricultura, 
pecuária), desde que não exploradas por pessoas jurídicas, e as atividades 
intelectuais, exercidas por profissionais liberais. 
 
FONTES 
 
Formais (primárias ou principais) 
São os meios pelos quais as normas jurídicas se manifestam exteriormente: 
Constituição da República Federativa do Brasil; Leis Comerciais – CC, Lei 
10.406/2002, arts. 966 a 1195; Lei 6404/76 – S A; Lei 11.101/2005 – Falência 
e Recuperação Judicial e Extra-judicial; Lei 9179/96 – Propriedade Industrial; 
Lei 5474/68 – Lei das Duplicatas; Código Comercial – Lei 556/1850, que trata 
do Comércio Maritímo e que não foi revogada pelo CC.; Tratados e 
Convenções Internacionais (Lei Uniforme de Genebra). 
 
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Secundárias 
Na ausência de norma específica de direito empresarial deve-se recorrer a 
essas fontes (leis extravagantes). Compõem-se de: Leis civis – fonte direta no 
caso de obrigações, considerando a unificação do CC 2002; Usos e costumes – 
podem ser: Secundum legem: previstos em lei; Praeter legem – na omissão da 
lei; e Contra legem: contra lei (cheque pós-datado). 
No que tange a costumes locais, exemplo: art. 111 do CC., tem-se: Analogia; 
Costumes; Princípio Gerais do Direito; e a Jurisprudên 
 
Direito Comercial - Conceito 
 
Por esse alargamento na matéria regulada pelo Direito Comercial é que se 
utiliza hoje a terminologia Direito Empresarial, conforme a teoria da empresa. 
O Direito Comercial pode ser conceituado em nossos tempos como o conjunto 
de regras que disciplinam a atividade dos empresários, das sociedades 
empresariais e os atos de comércio, mesmo quando praticados por não-
empresários. 
 
Direito Comercial - Abrangência 
 
O Direito Comercial / Empresarial é dinâmico e volumoso porque deve 
acompanhar as inovações surgidas nas atividades humanas, que tornam 
possíveis a concretização de projetos inimagináveis, como comprar uma 
passagem para visitar o espaço. 
 
Com o advento de novas tecnologias, principalmente a informática, aumenta o 
número de negócios realizados via rede mundial de computadores. Por isso, o 
Direito ainda encontrará muita matéria-prima com a crescente informatização 
e nas atividades que ela gera e viabiliza. 
 
Direito Comercial - Características 
 
 Dinamismo e agilidade, para acompanhar o movimento das relações 
econômicas, já que seus atos são praticados com rapidez e em massa; 
 
 Internacionalismo e inovação, sofre influências dos mercados e se realiza 
entre povos, adota institutos e convenções estrangeiras e para uniformizar 
seus padrões de realização, e acompanhando os progressos tecnológicos, 
que estimulam sua continuada renovação; 
 
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 Onerosidade, pois o objeto do Direito Comercial é a atividade que sempre 
busca lucro; 
 
 Massificação, pois seus atos se realizam em larga e ampla escala, em nível 
de mercado; 
 
 Instrumentalidade, pois o Direito Comercial se presta a dar forma jurídica à 
realização de negócios e relações comerciais, que se concretiza sem 
excesso de formalismos. 
 
Evolução 
Teoria dos Atos do Comércio e Teoria da Empresa 
 
Novo Código Civil: 
 Adoção da Teoria da Empresa 
 
Atos de Comércio: 
É todo o ato praticado habitualmente com o objetivo de lucro, para mediação, 
circulaçãoe intermediação de bens e serviços. É ato jurídico. É composto de 2 
elementos: Causa e motivo. 
 
 
Características de Atos de Comércio: 
 são atos de intermediação mercantil; 
 visam lucros para os agentes que os realizam; 
 são praticados habitualmente; 
 são realizados em função da profissão 
 
Classificação: 
A existência dos atos de comércio é anterior à dos comerciantes pois para ser 
comerciante é indispensável a prática profissional dos atos de comércio e estes 
existem sem que os que o praticam possam ser considerados comerciantes. 
 
Os atos de comércio são divididos em: 
 
Atos de Comércio por Natureza : 
Decorrem da ação de um comerciante. São praticados pelo comerciante no 
exercício de sua profissão. São atos de intermediação praticados com 
habitualidade e com finalidade de lucro. Enquadram-se nesta classificação: 
 
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a) a Compra e venda de bem móvel ou semovente para sua revenda, por 
atacado/varejo, industrializado ou não ou para alugar o seu uso; 
b) Operações de câmbio, banco e corretagem 
c) as empresas de fábricas, de comissões, de depósitos, de expedição, de 
consignação e transporte de mercadorias,; 
d) os seguros, fretamentos e riscos; 
e) quaisquer contratos relativos ao comércio marítimo comércio, armação 
e expedição de navios. 
 
Atos de Comércio Absolutos : 
são reputados comerciais por disposição legal; são atos comerciais mesmo 
quando praticados por um não-comerciante, portanto, submetem-se às regras 
do Direito Comercial. São atos de comércio objetivos, por força da lei: 
 
a) operações sobre títulos da dívida pública; 
b) atos referentes às sociedades anônimas; 
c) operações sobre letras de câmbio, notas promissórias, bilhetes de 
mercadorias, cheques, títulos emitidos armazéns gerais; 
d) empresas de construção civil; 
d) Fornecedores de mão-de-obra temporária e 
e) O arrendamento mercantil, em qualquer modalidade 
 
Atos de Comércio por Conexão : 
São aqueles praticados por comerciantes com o intuito de facilitar a profissão 
comercial e desta forma deixam de ser civis e passam a ser regidos pela lei 
comercial; são atos mistos que configuram, de um lado, um ato civil e, do 
outro, um ato comercial. 
 
Ex.: Aquisição de balcões, vitrines, etc. 
 
O Direito atrai para seu âmbito de regulamentação com base no princípio de 
que o acessório segue o principal. Ex: a compra e venda a varejo onde o 
vendedor é comerciante e o comprador é não-comerciante. 
 
A prática de atos de comércio é suscetível de constituir profissão, embora 
nem todos os atos produzam esse resultado. 
 
Somente os atos subjetivamente considerados, conferem àquele que os pratica, 
a condição de comerciante. 
 
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A pessoa que pratica atos de comércio objetivos não será necessariamente 
considerada um comerciante, porque, no caso, é o ato em si que tem a 
natureza comercial. 
 
Teoria dos Sinais Distintivos 
 
 Direito de Exclusividade 
 Finalidade Comum: identificar/distinguir a empresa, o estabelecimento, os 
produtos e os serviços e a respectiva propaganda. 
 Fundamento : Repressão à concorrência desleal 
 Art. 5º, XXIX, CF/1988 
 Lei nº 9.279/96: Normas que reprimem a concorrência desleal 
 
Conceitos / Distinções Básicas 
 
 Nome de Empresa : 
 Nome sob o qual o comerciante ou industrial, pessoa física ou jurídica 
exerce o seu comércio ou indústria 
 
 Título de Estabelecimento: 
 Sinal (nominativo) distintivo da loja ou do escritório do comerciante ou 
industrial 
 
 Insígnia: 
 Sinal (figurativo) distintivo da loja ou do escritório do comerciante ou 
industrial 
 
Outros Sinais Distintivos 
 
 Marca 
 Sinal que individualiza produtos ou serviços, distinguindo-os dos demais 
do mesmo gênero e origem diversa 
 
 Nome de domínio 
 Mero endereço eletrônico ou sinal distintivo autônomo (?) 
 
Espécies de Nomes de Empresa 
 
 Firmas 
Princípio de Veracidade: nome civil do empresário individual ou dos 
sócios 
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 Denominações 
 Expressão de fantasia ou palavra de uso comum ou vulgar no vernáculo 
ou em idioma estrangeiro. 
 
Conteúdo do Nome de Empresa 
 
Nome de Empresa Subjetivo: “sinal de identidade” 
 Sinal identificador da pessoa natural ou jurídica, sujeito de direitos e 
obrigações 
 Direito decorrente da personalidade 
 Formação: Normas de Direito Comercial – Princípio da Veracidade 
 Direito – Dever 
 Obrigações do empresário utilizar o nome verdadeiro nos negócios 
jurídicos de que participem o cidadão e o comerciante/ direito de 
identificação atribuído a cada pessoa 
 Proteção independente de relação concorrencial 
 
Nome de Empresa Objetivo: “sinal de trabalho” 
 Reporta ao exercício da atividade econômica 
 Conteúdo protegido: trabalho como instrumento dotado de valor 
econômico 
 Bem incorpóreo que integra o fundo de comércioDireito de Exclusividade 
do empresário quanto aos sinais que o identificam, juntamente com sua 
empresa 
 Proteção das normas concorrenciais e do direito da propriedade industrial 
 
DIREITO EMPRESARIAL 
 
“Conjunto de princípios e normas concernentes à estrutura e atividades das 
empresas.” Celso Marcelo de Oliveira. 
 
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Normatização atual 
 
O Código Civil é a normatização básica do Direito Privado, ou seja, das 
relações entre os particulares. 
Regula os contratos, as obrigações, os bens, as sucessões e as empresas, dentre 
outros. 
 
Vigência 
 
As novas constituições de associações, sociedades, empresas e fundações e 
as modificações dos atos constitutivos das mesmas regem-se desde 
11/01/2003. 
 
As constituídas na forma das leis anteriores, tiveram o prazo de um ano para 
se adaptarem às disposições do novo Código (10/01/2004). 
 
Nova Regra 
 
A nova regra vigente inclui maior facilidade para a eficácia da: 
 Função Social do Contrato 
 Despersonalização da Pessoa Jurídica 
 
Função Social do Contrato 
 
“Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da 
função social do contrato.” 
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 Com isso, contratos poderão ser cancelados pelo judiciário, sob alegação 
de que não respeitam a função social que lhes é imposta por este princípio. 
 Visa a proteção à sociedade, por meio de critérios que favoreçam uma 
repartição mais equilibrada das riquezas. 
 A onerosidade excessiva, a lesão desproporcional, não esperada, não 
desejada devem ser eliminadas pela função social do contrato. 
 O contrato na execução deve guardar equivalência com a formação. 
Exs.: - Contrato de financiamento rural com juros iguais ou superiores aos 
que o mercado cobra; 
 - Contrato com correção câmbial (súbita max-desvalorização da moeda 
corrente) 
 - Cláusulas abusivas - Direito do Consumidor. 
 
Abuso da personalidade jurídica, ocorre quando: 
1 - descumprimento de seu objeto social ou 2 - pela confusão patrimonial dos 
bens dos sócios e da sociedade. 
 
Nestes casos o judiciário pode ser demandado pela parte prejudicada ou pelo 
Ministério Público para que os efeitos de determinadas obrigações recaiam 
sobre os bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. É 
a desconsideração da personalidade jurídica, já instituída pelo Código de 
Defesa do Consumidor. 
 
DIREITO DE EMPRESA 
 
 Abrange toda e qualquer forma de atividade econômica organizada e que 
vise à produção e/ou à circulação de bens e/ou serviços. 
 
 São classificadas doutrinariamente pelo seu objeto social: 
 civil(intelectual) 
 comercial 
Sociedade Simples (civil)A empresa cujo objeto social diz respeito a 
atividades intelectuais, antes enquadrada na condição de sociedade civil. 
Sociedade Empresária (comercial)A empresa que explore atividade comercial, 
industrial ou prestação de serviços não intelectuais. 
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Art. 44 - São pessoas jurídicas de direito privado: I- asassociações; II- as 
sociedades; III- as fundações. 
 
EMPRESA 
 
É o exercício individual ou coletivo da atividade econômica organizada de 
produção, circulação de bens e de serviços. A Empresa pode ser: 
 
Individual: emprega seu dinheiro e organiza a empresa individualmente; 
 
 Não existe a figura do sócio, havendo apenas o exercente. 
 Não está livre das obrigações empresariais. 
 
Elementos da Empresa: 
1) Empresário; 
2) Estabelecimento; 
3) Atividade Econômica. 
 
Obrigações Empresariais: 
Registro: na Junta Comercial e no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas; 
Escrituração: é a redução à termo de todas as operações contábeis. 
Balanço Anual: para demonstrar os resultados da empresa. 
 
Características: 
 Habitualidade; 
 Pessoalidade: se o empregado fizer as atividades empresariais, deverá ser 
em nome do empregador; 
 Monopólio das Informações que o empresário detém. 
 
Atividade 
Não confundir a empresa = atividade com: 
Empresário 
Estabelecimento 
Sociedade 
 
Deve ser usada como sinônimo de empreendimento. 
 
Econômica 
Busca gerar lucros para quem a explora. 
 
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Organizada 
Na empresa encontram-se articulados, pelo empresário, os 4 fatores de 
produção: Capital; Mão-de-obra; Insumos; Tecnologia. 
 
Atividade Econômica Organizada 
 Profissionalismo: exercício habitual da atividade empresarial na produção 
ou circulação de bens ou serviços. 
 Risco: É a possibilidade do empreendimento não gerar vantagens. 
 Lucro: Finalidade da atividade. 
 
É uma atividade com administração pessoal. 
O empresário exerce em nome próprio a administração da empresa. 
O nome empresarial será o próprio nome pessoal (própria firma). 
A responsabilidade pelo exercício da atividade está ligada ao administrador. 
O patrimônio que responde pelas obrigações é o do empresário. 
 
Sociedade: união de esforços de seus integrantes. 
 
“É a organização proveniente do acordo de duas ou mais pessoas, que 
pactuam a reunião de capitais e trabalho para um fim lucrativo.” Fran Martins 
 
Produção de Bens ou Serviços 
 
Produção de bens: fabricação de produtos ou mercadorias. Ex: donos de 
montadoras de veículos, confecção de roupas, etc. 
Produção de serviços: é a prestação de serviços. Ex: bancos, seguradoras, 
hospital, escolas, etc. 
 
Circulação de Bens ou Serviços 
Bens: São as atividades do Comércio – buscar o bem no produtor e trazê-lo 
ao consumidor. Ex: donos de mercado. 
Serviços: É intermediar a prestação de serviços. Ex: agência de turismo 
 
REGISTRO das Empresas 
 
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 Junta Comercial do Estado [NIRE]; 
 Receita Federal [CNPJ]; 
 Receita Estadual [ICMS]; 
 Receita Municipal [Alvará]; 
 Receita Previdenciária [INSS]; 
 Sistema PIS/FGTS [CEF]; 
 Associação Sindical. 
 
Atividades Econômicas Civis 
 
Não são considerados empresários. 
Não possuem as mesmas regras que a empresa. 
 
 Prestação de serviços diretamente, sem organização. Ex: sacoleira. 
 Profissional Intelectual. Ex: músicos, advogados, etc. 
 Empresário Rural, desde que não haja requerimento de inscrição no 
registro de empresas. Art. 971, CC. 
 Cooperativas: por expressa disposição legal. 
 
ESTABELECIMENTO 
 
São os bens corpóreos e incorpóreos que integram o patrimônio da Empresa. 
 
Estabelecimento é o instrumento de exercício da empresa.Legalmente temos: 
É complexo de bens organizados, para o exercício da empresa, por empresário 
ou sociedade empresária (art. 1.142, do Código Civl Brasileiro) 
 
Os bens corpóreos são os materiais que integram o estabelecimento comercial, 
tais como bens imóveis, instalações, máquinas, etc. 
Os bens incorpóreos são os direitos que compõe o estabelecimento, entre os 
quais podemos citar o ponto, as patentes, as marcas, sinais publicitários, o 
know-how,etc. 
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EMPRESÁRIO 
“Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços.” 
Art. 966 do Código Civil 
 
Empresário 
A lei dá a entender que os sócios também são empresários, mas de acordo com 
o Código Civil Italiano, inspiração para os dispositivos do Direito de Empresa: 
“Empresário é quem exerce em nome próprio uma atividade econômica 
organizada, de caráter organizador e a assunção do risco técnico e 
econômico correlato”. 
 
Exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou 
a circulação de bens ou de serviços. Em termos práticos, são as antigas firmas 
individuais, que devem ser registradas na Junta Comercial. Ressalte-se que os 
bens da pessoa física garantem integralmente as obrigações negociais. 
 
 Ex. Sapateiro, costureira, pequeno bar, pequena mercearia. 
 
Requisitos do Empresário 
 Capacidade: aos 18 anos ou através da Emancipação 
 Livre Administração dos Bens; 
 Ausência de impedimento legal. 
 Ser brasileiro, (se estrangeiro apresentar carteira de visto permanente, 
emitida pela Polícia Federal, exceto os portugueses no gozo de seus 
direitos e obrigações, previstos no Estatuto da Igualdade, do qual deverá 
ser apresentada uma cópia); 
 Não possuir mais de uma inscrição como empresário; não ter cometido 
crime que impeça o exercício de atividade de empresário; não ser 
funcionário público da ativa; 
 Ter no mínimo 18 anos e ter colado grau em curso de ensino superior; 
possuir um estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de 
relação de emprego, desde que em função deles o menor com 16 anos 
completos tenha economia própria. 
 
O Empresário - Tratamento Diferenciado 
 “Art. 970 - A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e 
simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário quanto à inscrição e 
aos efeitos daí decorrentes.” 
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 “Art. 1.179 - O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir 
um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração 
uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, 
e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. 
 §2º É dispensado das exigências desse artigo o pequeno empresário a que se 
refere o art. 970” 
 
O Autônomo 
 
Trabalhador autônomo é a pessoa física que, sem vínculo empregatício com a 
pessoa que lhe contrata, presta determinado serviço ou executa determinada 
atividade mediante trabalho pessoal ou, caso se valha de trabalho alheio, sem 
organização empresária e sem estabelecimento. Os que exercem profissão 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, mesmo com a ajuda de 
auxiliares ou colaboradores, não são considerados empresários, e sim a figura 
já conhecida do profissional liberal autônomo. 
Ex.: Geralmente profissionais cujo exercício da profissão dependa de 
habilitação profissional legalmente exigida 
 
 O profissional cuja prestação de serviços intelectuais cumula com atividade 
empresária passa a ser considerado empresário. 
Ex: Clínica dentária que comercializa próteses 
 
Pequeno empresário 
 
Conforme o art. 68 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, 
também conhecida como Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas ou como 
novo Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, 
estabeleceu que: 
 
“Art. 68. Considera-se pequeno empresário, para efeito de aplicação do disposto nos arts. 
970 e 1.179 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, o empresário individual 
caracterizado como microempresa na forma desta Lei Complementar que aufira receita 
bruta anual de até R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais).” 
 
 
 
 
 
 
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Nome Empresarial e seus Princípios 
O nome empresarial obedecerá aos princípios da veracidade e da novidade. 
Não são registráveis os nomes empresariais que incluam ou reproduzam, em 
sua composição, siglas ou denominações de órgãos públicos da administração 
direta ou indiretae de organismos internacionais e aquelas consagradas em lei 
e atos regulamentares emanados do Poder Público. 
A vedação de registro de marca que reproduza ou imite elemento 
característico ou diferenciador de nome empresarial de terceiros, suscetível de 
causar confusão ou associação (art. 124, V, da Lei n. 9.279/1996), deve ser 
interpretada restritivamente e em consonância com o art. 1.166 do Código 
Civil. 
Veracidade – O nome empresarial atenderá aos princípios da veracidade; 
Novidade – O nome empresarial atenderá aos princípios da novidade; 
Observado o princípio da novidade, não poderão coexistir, na mesma unidade 
federativa, dois nomes empresariais idênticos ou semelhantes. 
 Moralidade – O nome empresarial não poderá conter palavras ou expressões 
que sejam atentatórias à moral e aos bons costumes. 
Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição do nome 
empresarial feita com violação da lei ou do contrato. (imprescritível).

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