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1 DISCIPLINA: DIREITO EMPRESARIAL I - TEORIA GERAL Ementa: UNIDADE I 1. Direito comercial: teoria geral. 2. Evolução histórica. 3. Teoria dos atos de comércio. 4. Teoria da empresa. 5. Fontes. 6. Atividade empresarial. 7. Da empresa. 8. Do empresário. 9. Estabelecimento empresarial. 10. Nome empresarial. 11. Registro da empresa. Ementa: UNIDADE II 12. Propriedade industrial. 13. Prepostos, gerentes e auxiliares da atividade empresarial. Escrituração empresarial. 14. Regime Jurídico da livre iniciativa. 15. Registro de empresa. 16. Livros comerciais. 17. Propriedade empresarial. 18. Microempresa e Empresa de Pequeno Porte. 19. O empresário e os direitos do Consumidor. 20. Relação entra atividade empresarial e questões ambientais. Consultoria empresarial e seus aspectos práticos. BIBLIOGRAFIA BÁSICA: COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial: direito de empresa. São Paulo: Saraiva. REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. São Paulo: Saraiva, v.1. SILVA, Bruno Mattos e. Direito de Empresa: Teoria da Empresa e Direito Societário. São Paulo: Atlas. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: DEGEN, Ronald Jean; MELLO, Álvaro Augusto Araújo. O empreendedor: fundamentos da iniciativa empresarial. São Paulo: Makron Books DINIZ, Maria Helena. Lições de direito empresarial. São Paulo: Saraiva. GONÇALVES NETO, Alfredo de Assis. Manual de direito comercial: apontamentos. Curitiba: Juruá. MARTINS, Fran. Curso de direito comercial: empresa comercial, empresários individuais, microempresas, sociedades empresárias, fundo de comércio. Rio de Janeiro: Forense. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas. São Paulo: Atlas. 2 Direito Comercial e Empresarial – UNIDADE I DIREITO COMERCIAL Noção Clássica: “Direito privado especial do comércio” (MORGADO) Noção Moderna: “O Direito Comercial atual não se restringe a regular a profissão de comerciante e os atos de comércio, a atividade comercial pura. Ele se amplia para tratar de toda atividade empresarial, abrangendo também a indústria, os transportes, os seguros, os bancos, as bolsas de valores”. Direito Comercial "O direito comercial constitui aquela parte do direito privado que tem, principalmente, por objeto regular a circulação dos bens entre aqueles que os produzem e aqueles que os consomem.“ (C. VIVANTE, Elementi di Diritto Commerciale, Milano, Ulrico Hoepli, 1936, p. 1). Definição: “O Direito Comercial pode ser definido como o ramo do Direito privado que regula as relações provenientes da atividade particular de produção e circulação de bens e serviços, exercida com habitualidade e com intuito de lucro, bem como as relações que lhes sejam conexas e derivadas”. Comércio - Histórico A palavra comércio vem do latim cumercium (cum + merx) que deu origem à palavra mercari, que significa "comprar para vender", ou seja, o ato da mercancia. Conceito Econômico – é a atividade humana, de caráter especulativo, que consiste em pôr em circulação a riqueza produzida, tornando disponíveis bens e serviços. Conceito Jurídico – é o complexo de operações efetuadas entre produtor e consumidor, exercidas de forma habitual, visando lucro, com o propósito de realizar, promover ou facilitar a circulação de produtos da natureza e da indústria, na forma da lei. 3 Elementos essenciais – caracterizam o comércio conforme sua conceituação jurídica clássica: Mediação; Finalidade de lucro; e Profissionalidade. A finalidade de lucro vem perdendo sua importância, classicamente considerada essencial, entendendo-se que pode não estar presente em determinados atos de natureza comercial (Aval e atuação de ONGs, Fundações Assistenciais, etc.) O sentido atual da expressão comércio envolve três elementos essenciais: o ato de comprar (ou produzir ou prestar serviço) para vender; a habitualidade na prática do ato de mercancia e que este ato habitual tenha o intuito de lucro. No início, o comércio não tinha sentido econômico, não visava lucro. Trocava-se produto por produto. Assim, interessam diretamente ao Direito Comercial o comércio interno e exterior, as importações e exportações, o comércio de coisas corpóreas e incorpóreas, de serviços, de riscos, a circulação de produtos, por via aérea, rodoviária, ferroviária, de cabotagem, marítima, o comércio fixo e o ambulante, as atividades de produção e transformação de bens, em geral. Ficam de fora as atividades do setor extrativo (mineração, agricultura, pecuária), desde que não exploradas por pessoas jurídicas, e as atividades intelectuais, exercidas por profissionais liberais. FONTES Formais (primárias ou principais) São os meios pelos quais as normas jurídicas se manifestam exteriormente: Constituição da República Federativa do Brasil; Leis Comerciais – CC, Lei 10.406/2002, arts. 966 a 1195; Lei 6404/76 – S A; Lei 11.101/2005 – Falência e Recuperação Judicial e Extra-judicial; Lei 9179/96 – Propriedade Industrial; Lei 5474/68 – Lei das Duplicatas; Código Comercial – Lei 556/1850, que trata do Comércio Maritímo e que não foi revogada pelo CC.; Tratados e Convenções Internacionais (Lei Uniforme de Genebra). 4 Secundárias Na ausência de norma específica de direito empresarial deve-se recorrer a essas fontes (leis extravagantes). Compõem-se de: Leis civis – fonte direta no caso de obrigações, considerando a unificação do CC 2002; Usos e costumes – podem ser: Secundum legem: previstos em lei; Praeter legem – na omissão da lei; e Contra legem: contra lei (cheque pós-datado). No que tange a costumes locais, exemplo: art. 111 do CC., tem-se: Analogia; Costumes; Princípio Gerais do Direito; e a Jurisprudên Direito Comercial - Conceito Por esse alargamento na matéria regulada pelo Direito Comercial é que se utiliza hoje a terminologia Direito Empresarial, conforme a teoria da empresa. O Direito Comercial pode ser conceituado em nossos tempos como o conjunto de regras que disciplinam a atividade dos empresários, das sociedades empresariais e os atos de comércio, mesmo quando praticados por não- empresários. Direito Comercial - Abrangência O Direito Comercial / Empresarial é dinâmico e volumoso porque deve acompanhar as inovações surgidas nas atividades humanas, que tornam possíveis a concretização de projetos inimagináveis, como comprar uma passagem para visitar o espaço. Com o advento de novas tecnologias, principalmente a informática, aumenta o número de negócios realizados via rede mundial de computadores. Por isso, o Direito ainda encontrará muita matéria-prima com a crescente informatização e nas atividades que ela gera e viabiliza. Direito Comercial - Características Dinamismo e agilidade, para acompanhar o movimento das relações econômicas, já que seus atos são praticados com rapidez e em massa; Internacionalismo e inovação, sofre influências dos mercados e se realiza entre povos, adota institutos e convenções estrangeiras e para uniformizar seus padrões de realização, e acompanhando os progressos tecnológicos, que estimulam sua continuada renovação; 5 Onerosidade, pois o objeto do Direito Comercial é a atividade que sempre busca lucro; Massificação, pois seus atos se realizam em larga e ampla escala, em nível de mercado; Instrumentalidade, pois o Direito Comercial se presta a dar forma jurídica à realização de negócios e relações comerciais, que se concretiza sem excesso de formalismos. Evolução Teoria dos Atos do Comércio e Teoria da Empresa Novo Código Civil: Adoção da Teoria da Empresa Atos de Comércio: É todo o ato praticado habitualmente com o objetivo de lucro, para mediação, circulaçãoe intermediação de bens e serviços. É ato jurídico. É composto de 2 elementos: Causa e motivo. Características de Atos de Comércio: são atos de intermediação mercantil; visam lucros para os agentes que os realizam; são praticados habitualmente; são realizados em função da profissão Classificação: A existência dos atos de comércio é anterior à dos comerciantes pois para ser comerciante é indispensável a prática profissional dos atos de comércio e estes existem sem que os que o praticam possam ser considerados comerciantes. Os atos de comércio são divididos em: Atos de Comércio por Natureza : Decorrem da ação de um comerciante. São praticados pelo comerciante no exercício de sua profissão. São atos de intermediação praticados com habitualidade e com finalidade de lucro. Enquadram-se nesta classificação: 6 a) a Compra e venda de bem móvel ou semovente para sua revenda, por atacado/varejo, industrializado ou não ou para alugar o seu uso; b) Operações de câmbio, banco e corretagem c) as empresas de fábricas, de comissões, de depósitos, de expedição, de consignação e transporte de mercadorias,; d) os seguros, fretamentos e riscos; e) quaisquer contratos relativos ao comércio marítimo comércio, armação e expedição de navios. Atos de Comércio Absolutos : são reputados comerciais por disposição legal; são atos comerciais mesmo quando praticados por um não-comerciante, portanto, submetem-se às regras do Direito Comercial. São atos de comércio objetivos, por força da lei: a) operações sobre títulos da dívida pública; b) atos referentes às sociedades anônimas; c) operações sobre letras de câmbio, notas promissórias, bilhetes de mercadorias, cheques, títulos emitidos armazéns gerais; d) empresas de construção civil; d) Fornecedores de mão-de-obra temporária e e) O arrendamento mercantil, em qualquer modalidade Atos de Comércio por Conexão : São aqueles praticados por comerciantes com o intuito de facilitar a profissão comercial e desta forma deixam de ser civis e passam a ser regidos pela lei comercial; são atos mistos que configuram, de um lado, um ato civil e, do outro, um ato comercial. Ex.: Aquisição de balcões, vitrines, etc. O Direito atrai para seu âmbito de regulamentação com base no princípio de que o acessório segue o principal. Ex: a compra e venda a varejo onde o vendedor é comerciante e o comprador é não-comerciante. A prática de atos de comércio é suscetível de constituir profissão, embora nem todos os atos produzam esse resultado. Somente os atos subjetivamente considerados, conferem àquele que os pratica, a condição de comerciante. 7 A pessoa que pratica atos de comércio objetivos não será necessariamente considerada um comerciante, porque, no caso, é o ato em si que tem a natureza comercial. Teoria dos Sinais Distintivos Direito de Exclusividade Finalidade Comum: identificar/distinguir a empresa, o estabelecimento, os produtos e os serviços e a respectiva propaganda. Fundamento : Repressão à concorrência desleal Art. 5º, XXIX, CF/1988 Lei nº 9.279/96: Normas que reprimem a concorrência desleal Conceitos / Distinções Básicas Nome de Empresa : Nome sob o qual o comerciante ou industrial, pessoa física ou jurídica exerce o seu comércio ou indústria Título de Estabelecimento: Sinal (nominativo) distintivo da loja ou do escritório do comerciante ou industrial Insígnia: Sinal (figurativo) distintivo da loja ou do escritório do comerciante ou industrial Outros Sinais Distintivos Marca Sinal que individualiza produtos ou serviços, distinguindo-os dos demais do mesmo gênero e origem diversa Nome de domínio Mero endereço eletrônico ou sinal distintivo autônomo (?) Espécies de Nomes de Empresa Firmas Princípio de Veracidade: nome civil do empresário individual ou dos sócios 8 Denominações Expressão de fantasia ou palavra de uso comum ou vulgar no vernáculo ou em idioma estrangeiro. Conteúdo do Nome de Empresa Nome de Empresa Subjetivo: “sinal de identidade” Sinal identificador da pessoa natural ou jurídica, sujeito de direitos e obrigações Direito decorrente da personalidade Formação: Normas de Direito Comercial – Princípio da Veracidade Direito – Dever Obrigações do empresário utilizar o nome verdadeiro nos negócios jurídicos de que participem o cidadão e o comerciante/ direito de identificação atribuído a cada pessoa Proteção independente de relação concorrencial Nome de Empresa Objetivo: “sinal de trabalho” Reporta ao exercício da atividade econômica Conteúdo protegido: trabalho como instrumento dotado de valor econômico Bem incorpóreo que integra o fundo de comércioDireito de Exclusividade do empresário quanto aos sinais que o identificam, juntamente com sua empresa Proteção das normas concorrenciais e do direito da propriedade industrial DIREITO EMPRESARIAL “Conjunto de princípios e normas concernentes à estrutura e atividades das empresas.” Celso Marcelo de Oliveira. 9 Normatização atual O Código Civil é a normatização básica do Direito Privado, ou seja, das relações entre os particulares. Regula os contratos, as obrigações, os bens, as sucessões e as empresas, dentre outros. Vigência As novas constituições de associações, sociedades, empresas e fundações e as modificações dos atos constitutivos das mesmas regem-se desde 11/01/2003. As constituídas na forma das leis anteriores, tiveram o prazo de um ano para se adaptarem às disposições do novo Código (10/01/2004). Nova Regra A nova regra vigente inclui maior facilidade para a eficácia da: Função Social do Contrato Despersonalização da Pessoa Jurídica Função Social do Contrato “Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.” 10 Com isso, contratos poderão ser cancelados pelo judiciário, sob alegação de que não respeitam a função social que lhes é imposta por este princípio. Visa a proteção à sociedade, por meio de critérios que favoreçam uma repartição mais equilibrada das riquezas. A onerosidade excessiva, a lesão desproporcional, não esperada, não desejada devem ser eliminadas pela função social do contrato. O contrato na execução deve guardar equivalência com a formação. Exs.: - Contrato de financiamento rural com juros iguais ou superiores aos que o mercado cobra; - Contrato com correção câmbial (súbita max-desvalorização da moeda corrente) - Cláusulas abusivas - Direito do Consumidor. Abuso da personalidade jurídica, ocorre quando: 1 - descumprimento de seu objeto social ou 2 - pela confusão patrimonial dos bens dos sócios e da sociedade. Nestes casos o judiciário pode ser demandado pela parte prejudicada ou pelo Ministério Público para que os efeitos de determinadas obrigações recaiam sobre os bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. É a desconsideração da personalidade jurídica, já instituída pelo Código de Defesa do Consumidor. DIREITO DE EMPRESA Abrange toda e qualquer forma de atividade econômica organizada e que vise à produção e/ou à circulação de bens e/ou serviços. São classificadas doutrinariamente pelo seu objeto social: civil(intelectual) comercial Sociedade Simples (civil)A empresa cujo objeto social diz respeito a atividades intelectuais, antes enquadrada na condição de sociedade civil. Sociedade Empresária (comercial)A empresa que explore atividade comercial, industrial ou prestação de serviços não intelectuais. 11 Art. 44 - São pessoas jurídicas de direito privado: I- asassociações; II- as sociedades; III- as fundações. EMPRESA É o exercício individual ou coletivo da atividade econômica organizada de produção, circulação de bens e de serviços. A Empresa pode ser: Individual: emprega seu dinheiro e organiza a empresa individualmente; Não existe a figura do sócio, havendo apenas o exercente. Não está livre das obrigações empresariais. Elementos da Empresa: 1) Empresário; 2) Estabelecimento; 3) Atividade Econômica. Obrigações Empresariais: Registro: na Junta Comercial e no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas; Escrituração: é a redução à termo de todas as operações contábeis. Balanço Anual: para demonstrar os resultados da empresa. Características: Habitualidade; Pessoalidade: se o empregado fizer as atividades empresariais, deverá ser em nome do empregador; Monopólio das Informações que o empresário detém. Atividade Não confundir a empresa = atividade com: Empresário Estabelecimento Sociedade Deve ser usada como sinônimo de empreendimento. Econômica Busca gerar lucros para quem a explora. 12 Organizada Na empresa encontram-se articulados, pelo empresário, os 4 fatores de produção: Capital; Mão-de-obra; Insumos; Tecnologia. Atividade Econômica Organizada Profissionalismo: exercício habitual da atividade empresarial na produção ou circulação de bens ou serviços. Risco: É a possibilidade do empreendimento não gerar vantagens. Lucro: Finalidade da atividade. É uma atividade com administração pessoal. O empresário exerce em nome próprio a administração da empresa. O nome empresarial será o próprio nome pessoal (própria firma). A responsabilidade pelo exercício da atividade está ligada ao administrador. O patrimônio que responde pelas obrigações é o do empresário. Sociedade: união de esforços de seus integrantes. “É a organização proveniente do acordo de duas ou mais pessoas, que pactuam a reunião de capitais e trabalho para um fim lucrativo.” Fran Martins Produção de Bens ou Serviços Produção de bens: fabricação de produtos ou mercadorias. Ex: donos de montadoras de veículos, confecção de roupas, etc. Produção de serviços: é a prestação de serviços. Ex: bancos, seguradoras, hospital, escolas, etc. Circulação de Bens ou Serviços Bens: São as atividades do Comércio – buscar o bem no produtor e trazê-lo ao consumidor. Ex: donos de mercado. Serviços: É intermediar a prestação de serviços. Ex: agência de turismo REGISTRO das Empresas 13 Junta Comercial do Estado [NIRE]; Receita Federal [CNPJ]; Receita Estadual [ICMS]; Receita Municipal [Alvará]; Receita Previdenciária [INSS]; Sistema PIS/FGTS [CEF]; Associação Sindical. Atividades Econômicas Civis Não são considerados empresários. Não possuem as mesmas regras que a empresa. Prestação de serviços diretamente, sem organização. Ex: sacoleira. Profissional Intelectual. Ex: músicos, advogados, etc. Empresário Rural, desde que não haja requerimento de inscrição no registro de empresas. Art. 971, CC. Cooperativas: por expressa disposição legal. ESTABELECIMENTO São os bens corpóreos e incorpóreos que integram o patrimônio da Empresa. Estabelecimento é o instrumento de exercício da empresa.Legalmente temos: É complexo de bens organizados, para o exercício da empresa, por empresário ou sociedade empresária (art. 1.142, do Código Civl Brasileiro) Os bens corpóreos são os materiais que integram o estabelecimento comercial, tais como bens imóveis, instalações, máquinas, etc. Os bens incorpóreos são os direitos que compõe o estabelecimento, entre os quais podemos citar o ponto, as patentes, as marcas, sinais publicitários, o know-how,etc. 14 EMPRESÁRIO “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços.” Art. 966 do Código Civil Empresário A lei dá a entender que os sócios também são empresários, mas de acordo com o Código Civil Italiano, inspiração para os dispositivos do Direito de Empresa: “Empresário é quem exerce em nome próprio uma atividade econômica organizada, de caráter organizador e a assunção do risco técnico e econômico correlato”. Exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Em termos práticos, são as antigas firmas individuais, que devem ser registradas na Junta Comercial. Ressalte-se que os bens da pessoa física garantem integralmente as obrigações negociais. Ex. Sapateiro, costureira, pequeno bar, pequena mercearia. Requisitos do Empresário Capacidade: aos 18 anos ou através da Emancipação Livre Administração dos Bens; Ausência de impedimento legal. Ser brasileiro, (se estrangeiro apresentar carteira de visto permanente, emitida pela Polícia Federal, exceto os portugueses no gozo de seus direitos e obrigações, previstos no Estatuto da Igualdade, do qual deverá ser apresentada uma cópia); Não possuir mais de uma inscrição como empresário; não ter cometido crime que impeça o exercício de atividade de empresário; não ser funcionário público da ativa; Ter no mínimo 18 anos e ter colado grau em curso de ensino superior; possuir um estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de emprego, desde que em função deles o menor com 16 anos completos tenha economia própria. O Empresário - Tratamento Diferenciado “Art. 970 - A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes.” 15 “Art. 1.179 - O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. §2º É dispensado das exigências desse artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970” O Autônomo Trabalhador autônomo é a pessoa física que, sem vínculo empregatício com a pessoa que lhe contrata, presta determinado serviço ou executa determinada atividade mediante trabalho pessoal ou, caso se valha de trabalho alheio, sem organização empresária e sem estabelecimento. Os que exercem profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, mesmo com a ajuda de auxiliares ou colaboradores, não são considerados empresários, e sim a figura já conhecida do profissional liberal autônomo. Ex.: Geralmente profissionais cujo exercício da profissão dependa de habilitação profissional legalmente exigida O profissional cuja prestação de serviços intelectuais cumula com atividade empresária passa a ser considerado empresário. Ex: Clínica dentária que comercializa próteses Pequeno empresário Conforme o art. 68 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, também conhecida como Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas ou como novo Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, estabeleceu que: “Art. 68. Considera-se pequeno empresário, para efeito de aplicação do disposto nos arts. 970 e 1.179 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, o empresário individual caracterizado como microempresa na forma desta Lei Complementar que aufira receita bruta anual de até R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais).” 16 Nome Empresarial e seus Princípios O nome empresarial obedecerá aos princípios da veracidade e da novidade. Não são registráveis os nomes empresariais que incluam ou reproduzam, em sua composição, siglas ou denominações de órgãos públicos da administração direta ou indiretae de organismos internacionais e aquelas consagradas em lei e atos regulamentares emanados do Poder Público. A vedação de registro de marca que reproduza ou imite elemento característico ou diferenciador de nome empresarial de terceiros, suscetível de causar confusão ou associação (art. 124, V, da Lei n. 9.279/1996), deve ser interpretada restritivamente e em consonância com o art. 1.166 do Código Civil. Veracidade – O nome empresarial atenderá aos princípios da veracidade; Novidade – O nome empresarial atenderá aos princípios da novidade; Observado o princípio da novidade, não poderão coexistir, na mesma unidade federativa, dois nomes empresariais idênticos ou semelhantes. Moralidade – O nome empresarial não poderá conter palavras ou expressões que sejam atentatórias à moral e aos bons costumes. Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato. (imprescritível).
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