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Políticas de Saúde no Brasil Prof. Luciana Luna Breve histórico • Sofreram modificações ao longo dos anos • Mudanças para adequar-se aos panoramas político, social, econômico • 1808 Normas Sanitárias para proteger a realeza • A saúde ganhou espaço a partir de então com a CF/1988 que criou o SUS rompendo com o antigo modelo de saúde que era dominado pelo sistema previdenciário. • A saúde passou a ser direito de todos e dever do Estado. • Os princípios e diretrizes estabelecidos foram: descentralização, integralidade, participação da comunidade, regionalização e hierarquização. Constituição Cidadã Em 1988, foi aprovada a “Constituição Cidadã”, que estabelece a saúde como “Direito de todos e dever do Estado” e apresenta, na sua Seção II, como pontos básicos: “as necessidades individuais e coletivas são consideradas de interesse público e o atendimento um dever do Estado; A assistência médico sanitária integral passa a ter caráter universal e destina-se a assegurar a todos o acesso aos serviços; estes serviços devem ser hierarquizados segundo parâmetros técnicos e a sua gestão deve ser descentralizada.” Estabelece, ainda, que o custeio do Sistema deverá ser essencialmente de recursos “governamentais” da União, estados e municípios, e as ações governamentais submetidas a órgãos colegiados oficiais, os Conselhos de Saúde, com representação paritária entre usuários e prestadores de serviços (BRASIL, 1988). 1990 Criação do Sistema Único de Saúde (SUS) - Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que “dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes” Lei orgânica do SUS detalha os objetivos e atribuições; os princípios e diretrizes; a organização, direção e gestão, a competência e atribuições de cada nível (federal, estadual e municipal); a participação complementar do sistema privado; recursos humanos; financiamento e gestão financeira e planejamento e orçamento A Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros. Institui os Conselhos de Saúde e confere legitimidade aos organismos de representação de governos estaduais (CONASS - Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde) e municipais (CONASEMS - Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde). (BRASIL, 1990). 1991 Criada a Comissão de Intergestores Tripartite (CIT) com representação do Ministério da Saúde, das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e da primeira NORMA OPERACIONAL BÁSICA do SUS, além da Comissão de Intergestores Bipartite (CIB), para o acompanhamento da implantação e operacionalização da implantação do recém criado SUS. As duas comissões, ainda atuantes, tiveram um papel importante para o fortalecimento da idéia de gestão colegiada do SUS, compartilhada entre os vários níveis de governo NOB’s 1991, 1993 e 1996 • As NOB’s definem as competências de cada esfera de governo e as condições necessárias para que Estados e Municípios possam assumir as responsabilidades dentro do Sistema. • São instrumentos utilizados para a definição de estratégias a partir da avaliação periódica de implantação e desempenho do SUS • Embora o instrumento que formaliza a norma seja uma portaria do Ministério da Saúde, o seu conteúdo é definido de forma pactuada entre o Ministério da Saúde e representantes dos Conselhos Objetivos das Normas Operacionais • Induzir e estimular mudanças • Aprofundar e reorientar a implementação do SUS • Definir novos objetivos estratégicos, prioridades, diretrizes e movimentos táticos operacionais; • Regular as relações entre seus gestores; •Normalizar o SUS Principais pontos da NOB/SUS 01/91 •Criação da AIH – Autorização de Internação Hospitalar •Criação do SIH – Sistema de Informação Hospitalar •Criação do FEM – Fator de Estímulo a Municipalização • Consideram como municipalizados dentro do SUS, os municípios que apresentarem como requisitos básicos: • Criação dos Conselhos Municipais de Saúde • Criação do Fundo Municipal de Saúde • Plano Municipal de Saúde aprovado pelos respectivos Conselhos • Programação e detalhamento do Plano de Saúde • Contrapartida de recursos para a saúde do seu orçamento • Constituição de Comissão de Elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários, com o prazo de dois anos para a sua implantação • Instituiu a Unidade de Cobertura Ambulatorial – destinada a reajustar os valores a serem repassados aos Estados, Distrito Federal e Municípios • Modificou o sistema de pagamento aos prestadores de serviços, com a implementação do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SAI/SUS) Principais pontos da NOB/SUS 01/93 • Formalizou os princípios aprovados na 9ª Conferência Nacional de Saúde que teve como tema central “ a municipalização é o caminho” • Cria transferência regular automática (fundo a fundo) • Habilitam municípios como gestores • Define o papel dos Estados de forma frágil, mas esses, ainda assim, passam a assumir o papel de gestor do sistema estadual de saúde • São constituídas as Comissões Intergestores Bipartite (de âmbito estadual) e Tripartite (nacional) como importantes espaços de negociação, pactuação, articulação, integração entre gestores. O processo de articulação entre os gestores do SUS, nos diferentes níveis do Sistema, ocorre, preferencialmente, em dois colegiados de negociação: a) Comissão Intergestores Bipartite e Conselho Nacional de Secretários de Saúde b) Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde e Secretaria Estadual de Saúde c) Comissão Intergestores Tripartite e Conselho Nacional de Secretários de Saúde d) Comissão Intergestores Bipartite e Comissão Intergestores Tripartite e) Conselho Nacional de Secretários de Saúde e Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde. Principais Pontos da NOB/SUS 01/96 •O êxito das mudanças promovidas com a NOB/SUS 01/93 levou à construção de uma nova NOB que representasse um salto de qualidade na oferta dos serviços e ações desenvolvidas pelo SUS em todo o País • A NOB/SUS 01/96 promoveu um avanço no processo de descentralização, caracterizando as responsabilidades sanitárias do município pela saúde de seus cidadãos e redefinindo competências de Estados e Municípios Objetivos da NOB/ SUS 01/96 • Promover e consolidar o pleno exercício da função de gestor de seus munícipes, redefinindo as responsabilidades dos Estados, Distrito Federal e União; • Caracterizar a responsabilidade sanitária de cada gestor • Reorganizar modelo assistencial, descentralizando aos municípios a responsabilidade pela gestão e execução direta da atenção básica de saúde • Aumentar a participação percentual da transferência regular e automática • Fortalecer a gestão do SUS, por meio das Comissões Intergestores Bipartite; Características observadas na NOB/SUS 01/96 • Criar o PAB (Piso Assistencial Básico), repassado fundo a fundo de forma regular e automática, e com base em valor nacional per capita para a população coberta • Reorganiza a gestão dos procedimentos de média complexidade ambulatorial • Incorpora as ações de Vigilância Sanitária, criando o Incentivo para as ações básicas de Vigilância Sanitária • Incorpora as ações de Epidemiologia e Controle de Doenças • Promove à ampliação de cobertura do PSF e Programa de Agentes Comunitários de Saúde • Aprimora o planejamento e define a elaboração da Programação Pactuada e Integrada • Define as responsabilidades: • Gestão plena da Atenção Básica • Gestão Plena do Sistema Municipal de Saúde • Gestão Avançada do Sistema Estadual e • Gestão plena do Sistema Estadual para os Estados • A NOB 01/96 foi editada em novembro devendo ser imediatamenteregulamentada para viabilizar sua implantação, entretanto em dezembro de 1996 ocorreu a substituição do ministro da saúde gerando reorientação no ministério e uma rediscussão sobre alguns conceitos na versão original da NOB 01/96. • As alterações foram: • O conceito original de PAB foi modificado. Deixou de ser Piso Assistencial Básico e passou a ser chamado de Piso da Atenção Básica, ampliando a abrangência. • Definiu uma parte fixa e uma parte variável do novo PAB • Criada a parte variável do PAB que correspondia a incentivos destinados às seguintes ações e programas • I – PSF II – ACS III – Saúde bucal IV – Compensação de Especificidades Regionais V – Saúde Indígena VI – Saúde no Sistema Penitenciário • A atenção à saúde, compreende três grandes campos, a saber: • o da assistência, as atividades são dirigidas às pessoas, individual ou coletivamente, prestada no âmbito ambulatorial, hospitalar e domiciliar • o das intervenções ambientais, incluindo as condições sanitárias, o controle de vetores e hospedeiros • o das políticas externas ao setor saúde, que interferem nos determinantes sociais O PAB consiste em um montante de recursos financeiros destinados exclusivamente ao custeio de procedimentos e ações de atenção básica à saúde. Em relação ao PAB variável, os incentivos são destinados às seguintes ações, EXCETO: a) Agentes Comunitários de Saúde b) Consultas Médicas em especialidades básicas c) Saúde Bucal d) Programa de Saúde da Família e) Saúde Indígena Condições de Gestão do Município • A habilitação dos municípios às diferentes condições de gestão significa a declaração dos compromissos assumidos por parte do gestor perante os outros gestores e perante a população sob sua responsabilidade. • A partir desta NOB, os municípios podem habilitar-se em duas condições: • Gestão plena da atenção básica • Gestão plena do sistema municipal Gestão Plena da Atenção Básica - Responsabilidades • Programação municipal dos serviços básicos; • Reorganização das unidades, cadastramento nacional dos usuários • Prestação dos serviços cobertos pelo PAB • Contratação, pagamento aos prestadores de serviços • Manutenção do cadastro atualizado das unidades • Execução das ações básicas de vigilância sanitária, epidemiológica, controle de doenças e de ocorrências mórbidas, acidentes, etc • Elaboração do relatório anual de gestão e aprovação pelo Conselho Municipal de Saúde Gestão Plena do Sistema Municipal - Responsabilidades • Programação municipal, contendo a referência ambulatorial e hospitalar especializada • Criação de centrais de controle de procedimentos ambulatoriais e hospitalares relativos à assistência aos seus munícipes e à referência intermunicipal • Oferta de procedimentos ambulatoriais de alto custo e procedimentos hospitalares de alta complexidade • Execução das ações básicas, de média e alta complexidade em vigilância sanitária Condições de Gestão do Estado • A habilitação dos estados às diferentes condições de gestão significa a declaração dos compromissos assumidos por parte do gestor perante os outros gestores e perante a população sob sua responsabilidade • A partir desta NOB, os estados podem habilitar-se em duas condições: • Gestão avançada do sistema estadual • Gestão plena do sistema estadual Responsabilidades comuns às duas condições de gestão • Elaboração da Programação Pactuada e Integrada (PPI) do estado • Elaboração e exceução do Plano Estadual de Prioridades •Gerência de unidades estatais e de laboratórios de referência • Formulação e execução da política de sangue e hemoterapia •Organização de sistemas de referência, procedimentos especializados, de alto custo ou alta complexidade. NOAS-SUS (Norma Operacional de Assistência à Saúde) • No ano 2002 é editada a Norma Operacional de Assistência à Saúde/NOAS-SUS, cuja ênfase maior é no processo de regionalização do SUS, a partir de uma avaliação de que a municipalização da gestão do sistema de saúde, regulamentada e consolidada pelas normas operacionais estava sendo insuficiente para a configuração do sistema de saúde, por não permitir uma definição mais clara dos mecanismos regionais de organização da prestação de serviços. • O Pacto pela Vida tem sua grande força, exatamente em um novo ordenamento dos processos de regionalização do SUS (BRASIL, 2002). Legislação Federal da Saúde
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