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MATERIAL PROCESSO DO TRABALHO

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AGRAVO DE INSTRUMENTO
O Agravo de Instrumento está previsto no artigo 897 da CLT. A Lei no 12.275, de 29 de junho de 2010, alterou a redação do inciso Ido § 5º do art. 897 da CLT e acrescentou o § 7º ao artigo 899, também da CLT.
Referidos dispositivos tratam do recurso de Agravo de Instrumento e do depósito recursal, respectivamente.
Ainda, em 30/08/10, o TST editou a Resolução no. 1418, que regulamenta o Agravo de Instrumento interposto de despacho que negar seguimento a recurso de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
Agravo de instrumento no processo do trabalho é o recurso cabível contra as decisões que denegarem a interposição de recursos (art. 897, alínea b da CLT).
De acordo com o novo dispositivo, o agravo deverá ser instruído, obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação, das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, da petição inicial, da contestação, da decisão originária, do depósito recursal referente ao recurso que se pretende destrancar, da comprovação do recolhimento das custas e do depósito recursal a que se refere o § 7º do art. 899 da CLT.
E, estabelece o § 7º do art. 899 da CLT: “No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar."
Criou a nova lei a necessidade de depósito recursal para processamento do agravo de instrumento, correspondente a 50% do depósito do recurso denegado.
Referido depósito possui natureza jurídica de garantia do juízo.
Em se tratando de agravo de instrumento não se aplica o disposto na Súmula 245 do TST, que estabelece: “O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso. A interposição antecipada deste não prejudica a dilação legal.” Isto porque o § 7º do art. 899 da CLT dispõe que o depósito será efetuado “no ato da interposição”, razão pela qual não se pode falar em comprovação depois da interposição do recurso.
No que tange ao agravo de instrumento interposto em decorrência de denegação de seguimento a Recurso Extraordinário para o STF, não há que se falar em depósito recursal, pois para tal recurso aplica-se o disposto no CPC(arts. 544 e 545) e não a CLT.
Cumpre destacar que, a despeito do disposto no inciso Ido § 5º do art. 897 da CLT, a orientação jurisprudencial 217 da SDI-I do TST dispensa a comprovação, no agravo de instrumento, do recolhimento das custas e do depósito recursal quando não faz parte da controvérsia sua validade.
Assim estabelece a OJ no. 217 da SDI-I do TST: “Agravo de Instrumento. Traslado. Lei n. 9.756/1998. Guias de Custas e de depósito recursal. Para a formação do Agravo de Instrumento, não é necessária a juntada de comprovantes de recolhimento de custas e de depósito recursal relativamente ao Recurso Ordinário, desde que não seja objeto de controvérsia no Recurso de Revista a validade daqueles recolhimentos.”
Sobre o recolhimento do depósito recursal e das custas, o TST já pacificou entendimento no sentido de que diferença, ainda que ínfima, é causa de deserção, conforme orientação jurisprudencial no. 140 da SDI-I do TST: ”DEPÓSITO RECURSAL E CUSTAS – DIFERENÇA ÍNFIMA – DESERÇÃO – OCORRÊNCIA. Ocorre deserção do recurso pelo recolhimento insuficiente das custas e do depósito recursal, ainda que a diferença em relação ao quantum devido seja ínfima, referente a centavos.”
As pessoas jurídicas de direito público e o Ministério Público não são obrigados a efetuar depósito recursal. (art. 1º, IV do Dec-lei no. 779/69 e item X da IN 3/93). As empresas públicas e as sociedades de economia mista deverão efetuar o recolhimento, salvo a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, a teor do artigo 12 do Dec. 509/69.
Ainda sobre depósito recursal, o Tribunal Superior do Trabalho editou as seguintes súmulas:
Súmula 161 TST – Se não há pagamento em pecúnia, descabe o depósito de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 899 da CLT.
Súmula 86 TST – Não ocorre deserção de recurso da massa falida por falta de pagamento de custas ou de depósito do valor da condenação. Esse privilégio, todavia, não se aplica à empresa em liquidação extrajudicial.
Súmula 99 TST – Havendo recurso ordinário em sede de rescisória, o depósito recursal só é exigível quando for julgado procedente o pedido e imposta condenação em pecúnia, devendo este ser efetuado no prazo recursal, no limite e nos termos da legislação vigente, sob pena de deserção.
É necessária também a certidão da publicação da decisão, sendo imprestável cópia da etiqueta adesiva que conste “no prazo”. Neste sentido é a orientação jurisprudencial no. 284 da SDI-I do TST: “Agravo de instrumento. Traslado. Ausência de certidão de publicação. Etiqueta adesiva imprestável para aferição da tempestividade. A etiqueta adesiva na qual consta a expressão “no prazo” não se presta à aferição de tempestividade do recurso, pois sua finalidade é tão somente servir de controle processual interno no TRT e sequer contém a assinatura do funcionário responsável pela sua elaboração.”
Ainda, nos termos da orientação jurisprudencial transitória no. 17 da SDI-I do TST, “para comprovar a tempestividade do Recurso de Revista, basta a juntada da certidão de publicação do acórdão dos Embargos Declaratórios opostos perante o Regional, se conhecidos.”
Quanto à necessidade da juntada da certidão a SDI-I do TST editou a orientação jurisprudencial transitória no. 18, que dispõe: “A certidão da publicação do acórdão regional é peça essencial para a regularidade do traslado do agravo de instrumento, porque imprescindível para aferir a tempestividade do recurso de revista e para viabilizar, quando provido, seu imediato julgamento, salvo se nos autos houver elementos que atestem a tempestividade da revista.”
Em se tratando de agravo de instrumento interposto pelo Ministério Público, basta a juntada da intimação pessoal, conforme orientação jurisprudencial transitória no. 20 da SDI-I do TST: “Para a aferição da tempestividade do AI interposto pelo Ministério Público, desnecessário o traslado da certidão de publicação do despacho agravado, bastando a juntada da cópia da intimação pessoal na qual conste a respectiva data de recebimento.”
Também é necessário que o carimbo do protocolo seja legível, conforme determina a orientação jurisprudencial no. 285 da SDI-I do TST: “Agravo de instrumento. Traslado. Carimbo do protocolo do recurso ilegível. Inservível. O carimbo do protocolo da petição recursal constitui elemento indispensável para aferição da tempestividade do apelo, razão pela qual deverá estar legível, pois um dado ilegível é o mesmo que a inexistência do dado.”
Em caso de mandato tácito, a juntada da ata de audiência é suficiente para comprovar a regular representação processual, conforme orientação jurisprudencial no. 286 da SDI-I do TST: “I - A juntada da ata de audiência, em que consignada a presença do advogado, desde que não estivesse atuando com mandato expresso, torna dispensável a procuração deste, porque demonstrada a existência de mandato tácito. II - Configurada a existência de mandato tácito fica suprida a irregularidade detectada no mandato expresso.”
Ainda, nos termos da orientação jurisprudencial no. 283 da SDI-I do TST, “é válido o traslado de peças essenciais efetuado pelo agravado, pois a sua regular formação incumbe às partes e não somente ao agravante.”
Além das peças obrigatórias, as partes poderão juntar outras cópias, facultativamente. (inciso II, § 5º art. 896CLT).
As peças deverão ser autenticadas ou declaradas autênticas pelo próprio advogado, sob sua responsabilização pessoal (IN 16 do TST).
Sobre a autenticação dos documentos a SDI-I do TST editou a Orientação Jurisprudencial no. 287, que assim dispõe: “Autenticação. Documentos distintos. Despacho denegatório do recurso de revista e certidão de publicação. Distintos os documentos contidos no verso e anverso, é necessária a autenticação de ambos os lados da cópia”, bem como a orientação jurisprudencial transitóriano. 23 da SDI-I que estabelece: “Inexistindo impugnação da parte contrária, bem como o disposto no art. 795 da CLT, é válida a autenticação aposta em uma face da folha que contenha documento que continua no verso, por constituir documento único.”
O agravo será julgado pelo Tribunal que seria competente para conhecer do recurso denegado. (§ 4º do art. 897 da CLT).
O agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso principal, instruindo aquele com as peças que considerar necessárias ao julgamento de ambos os recursos. (§ 6º art. 897 da CLT).
Provido o agravo, a Turma deliberará sobre o julgamento do recurso principal, observando-se, se o caso, daí em diante, o procedimento relativo a esse recurso. (§ 7º art. 897 da CLT).
AGRAVO REGIMENTAL
Como o próprio nome já estabelece, o Agravo Regimental é uma espécie de recurso previsto nos Regimentos Internos dos Tribunais.
Em se tratando de Direito do Trabalho, o Agravo Regimental estará previsto no Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho (RITST), bem como, nos Regimentos internos dos Tribunais Regionais do Trabalho.
No caso do Tribunal Superior do Trabalho, por exemplo, a figura do Agravo Regimental encontra-se prevista nos artigos 235 e 236 de seu Regimento Interno.
Diferentemente do Agravo de Instrumento que encontra expressa previsão legal, o Agravo Regimental encontra poucas referencias legais, sendo eminentemente fruto de uma criação e regulação pretoriana, ou seja, trata-se de uma espécie recursal criada pelos Tribunais.
1.2 – OBJETO
O Agravo regimental tem por objeto o reexame de determinada decisão que, dependendo do caso, poderá ser realizada pelo mesmo órgão que a proferiu, bem como também, por instância imediatamente superior.
1.3 – PRAZO
Conforme estabelece expressamente o artigo 235 do RITST, o prazo para interposição do agravo Regimental no processo do Trabalho é de 08 (oito) dias, diferentemente dos 05 dias previstos para a esfera cível.
Art. 235. Cabe agravo regimental, no prazo de oito dias, para o Órgão Especial, Seções Especializadas e Turmas, observada a competência dos respectivos órgãos, nas seguintes hipóteses
1.4 – HIPÓTESES DE CABIMENTO
DE ACORDO COM PREVISÃO EXPRESSA NO REGIMENTO INTERNO DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO, O AGRAVO REGIMENTAL É CABÍVEL NAS SEGUINTES HIPÓTESES:
a) do despacho do Presidente do Tribunal que denegar seguimento aos embargos infringentes;
b) do despacho do Presidente do Tribunal que suspender execução de liminares ou de decisão concessiva de mandado de segurança;
c) do despacho do Presidente do Tribunal que conceder ou negar suspensão da execução de liminar, antecipação de tutela ou da sentença em cautelar;
d) do despacho do Presidente do Tribunal concessivo de liminar em mandado de segurança ou em ação cautelar;
e) do despacho do Presidente do Tribunal proferido em pedido de efeito suspensivo;
f) das decisões e despachos proferidos pelo Corregedor – Geral da Justiça do Trabalho;
g) do despacho do Relator que negar prosseguimento a recurso, ressalvada a hipótese do art. 239;
h) do despacho do Relator que indeferir inicial de ação de competência originária do Tribunal; e
i) do despacho ou da decisão do Presidente do Tribunal, de Presidente de Turma, do Corregedor – Geral da Justiça do Trabalho ou Relator que causar prejuízo ao direito da parte, ressalvados aqueles contra os quais haja recursos próprios previstos na legislação ou neste Regimento.
1.5 – JUNTADA DE PEÇAS ESSENCIAIS
Considerando que o Agravo Regimental não exige a formação de autos apartados, não é necessário que a parte promova a juntada das cópias das peças essenciais dos autos para fins de admissibilidade do Agravo Regimental.
ESTE INCLUSIVE É O ENTENDIMENTO CONSUBSTANCIADO NA ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL 132 DO EGRÉGIO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO:
Nº 132 AGRAVO REGIMENTAL. PEÇAS ESSENCIAIS NOS AUTOS PRINCIPAIS. Inserida em 27.11.98
Inexistindo lei que exija a tramitação do agravo regimental em autos apartados, tampouco previsão no Regimento Interno do Regional, não pode o agravante ver-se apenado por não haver colacionado cópia de peças dos autos principais, quando o agravo regimental deveria fazer parte dele.
1.6 – DEPÓSITO RECURSAL
Não há necessidade de ser realizado o depósito recursal para fins de admissibilidade do Agravo Regimental, pois inexiste previsão legal neste sentido.
1.7 – JUÍZO DE RETRATAÇÃO
Tal como ocorre com a figura do Agravo de Instrumento, o Agravo Regimental admite o juízo de retratação.
No caso do Tribunal Superior do Trabalho esta faculdade encontra-se prevista no artigo 236 do RITST:
Art. 236. O agravo regimental será concluso ao prolator do despacho, que poderá reconsiderá – lo ou determinar sua inclusão em pauta visando apreciação do Colegiado competente para o julgamento da ação ou do recurso em que exarado o despacho.
1.8 – CONTRA RAZÕES
Em se tratando de Agravo Regimental não haverá apresentação de contra razões.
1.9 – INCLUSÃO EM PAUTA
Não se retratando, o relator deverá determinar que o Agravo Regimental seja incluído em pauta para apreciação do Colegiado.
É o que se depreende da segunda parte do artigo 236 do RITST:
Art. 236. O agravo regimental será concluso ao prolator do despacho, que poderá reconsiderá – lo OU DETERMINAR SUA INCLUSÃO EM PAUTA VISANDO APRECIAÇÃO DO COLEGIADO COMPETENTE PARA O JULGAMENTO DA AÇÃO OU DO RECURSO EM QUE EXARADO O DESPACHO.
1.10 – SUSTENTAÇÃO ORAL
Embora contestado pela doutrina, a regra é que o Agravo Regimental não admite sustentação oral.
1.11 – JULGAMENTO
Na sessão de julgamento do Agravo Regimental, o juiz responsável pelo despacho ou decisão agravada poderá participar do julgamento, eximindo-se, entretanto, de votar. Havendo empate, subsistirá o despacho ou decisão agravada.
1.12 – ACÓRDÃO
O acórdão do agravo regimental será lavrado pelo Relator, ainda que vencido no julgamento. (§4º do artigo 236 do RITST)
1.13 – DA MULTA
Conforme estabelece o disposto no artigo 557 do Código de Processo Civil, quando manifestamente inadmissível ou infundado, poderá o Tribunal condenar a parte Agravante no pagamento em favor do Agravado de multa, no percentual de 1% até 10%, calculadas sobre o valor corrigido da causa, ficando condicionada a interposição de qualquer outro recurso ao depósito do respectivo valor.
1.14.1 – FUNGIBILIDADE RECURSAL
Conforme estabelece a Orientação Jurisprudencial número 69 da SDI-2 do Eg. TST, o recurso interposto contra despacho monocrático que indefere petição inicial de ação rescisória ou de mandado de segurança pode, pelo princípio de fungibilidade recursal, ser recebido como agravo regimental.
VEJA O TEXTO DA O.J.:
Nº 69 FUNGIBILIDADE RECURSAL. INDEFERIMENTO LIMINAR DE AÇÃO RESCISÓRIA OU MANDADO DE SEGURANÇA. RECURSO PARA O TST. RECEBIMENTO COMO AGRAVO REGIMENTAL E DEVOLUÇÃO DOS AUTOS AO TRT. Inserida em 20.09.00
Recurso ordinário interposto contra despacho monocrático indeferitório da petição inicial de ação rescisória ou de mandado de segurança pode, pelo princípio de fungibilidade recursal, ser recebido como agravo regimental. Hipótese de não conhecimento do recurso pelo TST e devolução dos autos ao TRT, para que aprecie o apelo como agravo regimental.
1.14.2 – DECISÃO DE TRT CONTRA LIMINAR OU MANDADO DE SEGURANÇA
Conforme entendimento do Eg. TST, não cabe recurso ordinário para o TST de DECISÃO PROFERIDA PELO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO EM AGRAVO REGIMENTAL INTERPOSTO CONTRA DESPACHO QUE concede ou não liminar em ação cautelar ou em mandado de segurança, uma vez que o processo ainda pende de decisão definitiva do Tribunal “a quo”.
RECURSO DE REVISTA
O Recurso de Revista é um recurso de caráter extraordinário, admitido contra acórdãos proferidos em sede de Recurso Ordinário e Agravo de Petição e tem por objetivo a uniformização da jurisprudência dos Tribunais Regionais do Trabalho, não podendo ser utilizado para discutir matérias de fato, sendo admissível inclusive nas ações submetidas ao Rito Sumaríssimo.
Está previsto no artigo 896 da Consolidação das Leisdo Trabalho (CLT), o qual apresenta um rol taxativo para o seu cabimento, ou seja, somente será admitido nas seguintes hipóteses:
a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou a Súmula de Jurisprudência Uniforme dessa Corte;
b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a;
c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal.
Também é aceito nas ações submetidas ao Rito Sumaríssimo, nos termos do 6º do artigo em comento, mas somente nas hipóteses de contrariedade a súmulas de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho e violação direta a Constituição Federal.
Tal recurso deverá ser apresentado ao Presidente do Tribunal recorrido, que poderá recebê-lo ou denegá-lo, fundamentando, em qualquer caso, a decisão (art. 896, 1 da CLT).
Terá efeito meramente devolutivo e não será admitido contra decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, em execução de sentença, inclusive em processo incidente de embargos de terceiro, salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal (art. 896, 2º da CLT).
Cabe salientar, que segundo a redação dada pela lei nº. 9.756/98 ao art. 896da CLT, a divergência jurisprudencial ou súmula a ser apontada, não pode ser do mesmo tribunal regional (Elementos do Direito; André Luiz Paes de Almeida; Direito e Processo do Trabalho; 2ª edição), e a sua comprovação deverá obedecer aos ditames da Súmula nº. 337 do Tribunal Superior do Trabalho, a saber:
Comprovação de divergência jurisprudencial. Recursos de revista e de embargos. (Revisão da Súmula 38 - Res. 35/1994, DJ 18.11.1994 - Republicada DJ 30.11.1994. Redação alterada - Res 121/2003, DJ 19.11.2003. Nova redação em decorrência da incorporação da Orientação Jurisprudencial nº 317 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ. 20.04.2005) I - Para comprovação da divergência justificadora do recurso, é necessário que o recorrente:
a) Junte certidão ou cópia autenticada do acórdão paradigma ou cite a fonte oficial ou o repositório autorizado em que foi publicado; e
b) Transcreva, nas razões recursais, as ementas e/ou trechos dos acórdãos trazidos à configuração do dissídio, demonstrando o conflito de teses que justifique o conhecimento do recurso, ainda que os acórdãos já se encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso. (ex-Súmula nº 337 - Res 121/2003, DJ 19.11.2003)
II - A concessão de registro de publicação como repositório autorizado de jurisprudência do TST torna válidas todas as suas edições anteriores. (ex-OJ nº 317 - DJ 11.08.2003).
Há, também, a necessidade do prequestinonamento previsto na Súmula nº. 297 do Tribunal Superior do Trabalho:
Súmula nº. 297 do Tribunal Superior do Trabalho.
Prequestionamento. Oportunidade. Configuração (Res. 7/1989, DJ 14.04.1989. Nova redação - Res. 121/2003, DJ 19.11.2003)
1. Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito.
2. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão.
3. Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração.
Além de ter que demonstrar a transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica (art. 896-A da CLT), a qual ainda permanece carente de uma interpretação objetiva, mas que o Ilustre Ministro Ives Gandra Martins Filho tenta elucidar nas seguintes palavras:
... pode-se atribuir ao colegiado a seleção dos casos de transcendência, com base em planilhas elaboradas pelos gabinetes dos vários Ministros, trazendo uma memória das causas, com seus elementos identificadores de matéria, valor da causa e dados distintivos do processo, com a sugestão daqueles que mereciam o crivo último do TST (LTr 65-08/905)..
 EMBARGOS NO TST
Os Embargos por Infringência, conforme estabelecia a alínea "a" do artigo 894 da CLT eram admitidos nas hipóteses de não-unanimidade nos julgamentos de ação rescisória, mandado de segurança ou dissídio coletivo (no TST).
Já a hipótese recursal prevista na alínea "b" do artigo 894, os embargos de divergência, eram admitidos nas hipóteses de divergência dos julgamentos entre as Turmas do próprio TST ou da SDI.
A terceira hipótese, os embargos de nulidade, era prevista em caso de acórdãos proferidos no TST, que violavam dispositivo da Constituição Federal ou Lei Federal. Entretanto, com o advento da Lei nº 11.496, de 25-06-07, a situação dos embargos sofreu uma grande alteração.
Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que houve derrogação da hipótese de cabimento dos embargos em caso de acórdãos proferidos no TST, que violavam dispositivo da Constituição Federal ou Lei Federal. 
Desta forma, ante a ausência de regulamentação legal, a doutrina se posicionou pela extinção da figura dos embargos de nulidade. A redação da hipótese de cabimento dos embargos de infringência também sofreu alteração de seu texto, apresentando, atualmente, a seguinte redação:
I - de decisão não unânime de julgamento que: (Incluído pela Lei nº 11.496, de 2007)
a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; e (Incluído pela Lei nº 11.496, de 2007). Também houve alteração na redação da hipótese de cabimento dos embargos de divergência. 
A redação atual deste dispositivo é a seguinte:
II - das decisões das Turmas que divergirem entre si, ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais, salvo se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Lei nº 11.496, de 2007) Então, para fins didáticos, necessário se torna a transcrição da atual redação do artigo 894 da CLT:
Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias: (Redação dada pela Lei nº 11.496, de 2007)
I - de decisão não unânime de julgamento que: (Incluído pela Lei nº 11.496, de 2007)
a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; e (Incluído pela Lei nº 11.496, de 2007)
b) (VETADO)
II - das decisões das Turmas que divergirem entre si, ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais, salvo se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Lei nº 11.496, de 2007) Como se pode notar, a principal finalidade do recurso de embargos é a unificação da interpretação jurisprudencial das turmas do Tribunal Superior do Trabalho.
Entretanto, os embargos também apresentam a finalidade de unificar as decisões não unânimes, em processos de sua competência originária . Conforme estabelece o próprio artigo 894 da CLT, o recurso de embargos deve ser interposto no prazo de 08 (oito) dias contados da publicação do acórdão. Os embargos, tal como ocorre com a maioria dos recursos trabalhistas, são recebidos apenas no efeito devolutivo. Os embargos estão sujeitos tanto ao pagamento de custas, quantoao recolhimento do deposto recursal. Conforme já ressaltado, observando a recente redação do artigo 894 da CLT, pode-se dizer os embargos são cabíveis nos seguintes casos:
a) em se tratando de decisão não unânime que conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho.
b) em se tratando de decisões das Turmas que divergirem entre si, ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais, salvo se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal. Tal como ocorre para fins de ajuizamento do recurso de revista, os procedimentos necessários a comprovação da divergência justificadora do recurso embargos encontram-se esclarecidos na súmula 337 do Tribunal Superior do Trabalho:
SUM-337 COMPROVAÇÃO DE DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. RE-CURSOS DE REVISTA E DE EMBARGOS (redação do item IV alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012 - DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
I - Para comprovação da divergência justificadora do recurso, é necessário que o recorrente.
a) Junte certidão ou cópia autenticada do acórdão paradigma ou cite a fonte ofi-cial ou o repositório autorizado em que foi publicado; e b) Transcreva, nas razões recursais, as ementas e/ou trechos dos acórdãos trazi-dos à configuração do dissídio, demonstrando o conflito de teses que justifique o conhecimento do recurso, ainda que os acórdãos já se encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso. (ex-Súmula nº 337 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)
II - A concessão de registro de publicação como repositório autorizado de juris-prudência do TST torna válidas todas as suas edições anteriores. (ex-OJ nº 317 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003). III - A mera indicação da data de publicação, em fonte oficial, de aresto para-digma é inválida para comprovação de divergência jurisprudencial, nos termos do item I, "a", desta súmula, quando a parte pretende demonstrar o conflito de teses mediante a transcrição de trechos que integram a fundamentação do acór-dão divergente, uma vez que só se publicam o dispositivo e a ementa dos acórdãos.
IV - É válida para a comprovação da divergência jurisprudencial justificadora do recurso a indicação de aresto extraído de repositório oficial na internet, des-de que o recorrente:
a) transcreva o trecho divergente;
b) aponte o sítio de onde foi extraído; e
c) decline o número do processo, o órgão prolator do acórdão e a data da res-pectiva publicação no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho. Desta forma, é necessário que a parte para fins de comprovação da divergência justificadora do recurso, junte aos autos certidão ou cópia autenticada do acórdão paradigma ou, cite a fonte oficial ou o repositório autorizado em que foi publicado e ainda, transcreva, nas razões recursais, as ementas e/ou trechos dos acórdãos trazidos à configuração do dissídio, demonstrando o conflito de teses que justifique o conhecimento do recurso, ainda que os acórdãos já se encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso. Inclusive, o recurso de embargos não será conhecido quando a decisão recorrida resolver determinada questão por diversos fundamentos e a jurisprudência transcrita não abranger a todos.
Este é o entendimento consolidado pela súmula 23 do Eg. TST:
Nº 23 RECURSO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Não se conhece de recurso de revista ou de embargos, se a decisão recorrida resolver determinado item do pedido por diversos fundamentos e a jurisprudência transcrita não abranger a todos. É possível justificar a interposição do recurso de embargos em face de divergência jurisprudencial oriunda de Orientação Jurisprudencial da SDI-1 do Tribunal Superior do Trabalho.
Este é o entendimento consolidado pela Orientação Jurisprudencial nº 219 da SDI-1/TST:
219 - RECURSO DE REVISTA OU DE EMBARGOS FUNDAMENTADO EM ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DO TST. Inserida em 02.04.01
É válida, para efeito de conhecimento do recurso de revista ou de embargos, a invocação de Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho, desde que, das razões recursais, conste o seu número ou conteúdo. O recurso de embargos devolve ao Tribunal Superior do Trabalho apenas a apreciação da matéria de direito objeto da controvérsia.
Desta forma, não cabe recurso de embargos para o reexame de fatos e provas
Este é o entendimento consolidado pela súmula 126 do Eg. TST:
Nº 126 RECURSO. CABIMENTO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Incabível o recurso de revista ou de embargos (arts. 896 e 894, "b", da CLT) para reexame de fatos e provas. A petição inicial de embargos deverá ser dirigida ao presidente da Turma que proferiu o julgamento do recurso de revista. Suas razões, entretanto, deverão ser dirigidas a Subseção I da seção Especializada de Dissídios individuais.
Em se tratando de dissídios coletivos, a petição inicial de embargos, bem como suas razões, deverão ser dirigidas ao presidente da Seção Especializada em Dissídios Coletivos. Protocolada a petição de embargos, será aberta vista dos autos à parte contrária, para impugnação do recurso apresentado. 
O prazo neste caso, também é de 08 (oito) dias. Decorrido o prazo para a resposta da parte contrária, o processo será distribuído.
Neste caso, preleciona os artigos 103 e 104 do regimento interno do TST que na distribuição dos embargos não concorrerá o Ministro que já tenha atuado no processo como Relator e/ou redigido o acórdão embargado, devendo estes serem distribuídos entre os Ministros não integrantes do Colegiado prolator da decisão embargada.
Art. 103. À distribuição dos embargos infringentes não concorrerá o Ministro que já tenha atuado no processo como Relator e/ou redigido o acórdão embargado.
Art. 104. Os embargos interpostos contra decisão de Turma serão distribuídos entre os Ministros não integrantes do Colegiado prolator da decisão embargada. Não atendidas às exigências legais relativas ao cabimento dos embargos infringentes, poderá o relator, em decisão monocrática, negar seguimento ao recurso.
A decisão proferida pelo relator de um recurso de embargos que denega seu seguimento é atacável via agravo regimental, no prazo de cinco dias.
Esta é a leitura do artigo 234 do Regimento interno do TST:
Art. 234. Não atendidas as exigências legais relativas ao cabimento dos embargos infringentes, o Relator denegará seguimento ao recurso, facultada à parte a interposição de agravo regimental. Posteriormente o processo será enviado a Procuradoria do trabalho para elaboração de parecer. Com o visto do relator, o processo é encaminhado para a designação de revisão que também deverá apor seu visto.
Após o visto do revisor, o processo será encaminhado para a inclusão em pauta. O julgamento do recurso de embargos interpostos contra decisões divergentes das Turmas, ou destas que divirjam de decisão da Seção de Dissídios Individuais, de Orientação Jurisprudencial ou de Súmula será realizado pela Subseção I da seção Especializada de Dissídios individuais do Tribunal Superior do Trabalho.
Esta é a leitura do inciso II do artigo 71 do Regimento interno do TST:
Art. 71. À Seção Especializada em Dissídios Individuais, em composição plena ou dividida em duas Subseções, compete:
II -; à Subseção I:
a) julgar os embargos interpostos contra decisões divergentes das Turmas, ou destas que divirjam de decisão da Seção de Dissídios Individuais, de Orientação Jurisprudencial ou de Súmula; e O julgamento do recurso de embargos interpostos contra decisão não unânime proferida em processo de dissídio coletivo de sua competência originária, salvo se a decisão embargada estiver em consonância com precedente normativo do Tribunal Superior do Trabalho, ou com Súmula de sua jurisprudência predominante será realizadopela Seção Especializada em Dissídios Coletivos.
Esta é a leitura do inciso II do artigo 70 do Regimento interno do TST:
Art. 70. À Seção Especializada em Dissídios Coletivos compete:
II - em última instância, julgar:
c) os embargos infringentes interpostos contra decisão não unânime proferida em processo de dissídio coletivo de sua competência originária, salvo se a decisão embargada estiver em consonância com precedente normativo do Tribunal Superior do Trabalho, ou com Súmula de sua jurisprudência predominante; e Se os embargos são conhecidos, mas a decisão é mantida, deve-se dizer que o recurso de embargos foi conhecido, mas rejeitado. Note-se que esta nomenclatura é diferente da utilizada para os recursos, ordinário e de revista, que neste caso, ao invés rejeitados, utilizará da palavra provido ou desprovido.
Entretanto, em caso de reforma da decisão, deve-se dizer que o recurso de embargos foi acolhido ou recebido. Dependendo do caso, em face da decisão proferida em sede de recurso de embargos caberá o ajuizamento de recurso extraordinário.
Também será possível a interposição de embargos declaratórios se presente algumas da hipóteses previstas no artigo 897-A da CLT. 
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