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Direito Empresarial II– Resumão do Papi Agradecimentos: Natália Simonet e Jéssica Karen mais importantes média importância baixa importância ler por desencargo de consciência Características de Empresário: - PROFISSIONALISMO: Habitualidade; (continuidade da atividade) Pessoalidade; (Se for substituído continuamente deixa de ser empresário). - ATIVIDADE: A empresa é feita para durar – ação humana. - ECONÔMICA: O objetivo é o lucro. - ORGANIZADA Capital; No Código Civil não é possível um sócio que não colabore com capital social. Mão de obra; Aquela pessoa que cumpre o objeto Insumos; material gasto na produção do objeto final se perde na utilização. Tecnologia; que não precisa ser de ponta. Não se perde em uma utilização. - PRODUÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS - CIRCULAÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS 1 – Existe diferença entre empresa e estabelecimento? Resposta: Estabelecimento é tudo aquilo que a atividade empresarial precisa, todos os bens corpóreos e incorpóreos. Ex.: Site. 2 – Existe diferença entre empresário e empresa? Resposta: Empresário é a pessoa que exerce a atividade e a empresa é a atividade econômica em si. 3 – É correto dizer que Joao e Camila abriram uma empresa? Resposta: Não, eles constituíram sociedade, firma. NEGÓCIO JURÍDICO O negócio jurídico só é valido se possuir: Art. 104, CC. I - Agente capaz (personalidade jurídica, capacidade de discernir sobre a vida civil); II - Objeto lícito, possível determinado ou determinável; III - Forma prescrita ou não defesa em lei. *Ilícito: Crime/Contravenções penais; - Ato Ilícito: aquele que gera danos (ilícito civil) - Possibilidade Jurídica, condições de ser factível no mundo jurídico. - Determinável: Exemplo agricultura, sacas de soja. - Forma Prescrita (tem que ser dessa forma para ter validade). ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DOS CONTRATOS Requisitos de Realidade: – Ordem geral: São aplicados para todo e qualquer negócio jurídico, Art. 104, CC. – Ordem Especial: Serão requisitos criados por lei que institui e normatiza um determinado contrato, passando a existir para aquela contratação requisitos especiais (solenes), ou seja, formalidades. CAPACIDADE (Art. 104, inciso I, CC) Art. 166 – É nulo o contrato celebrado por pessoa absolutamente incapaz. Art. 171 – Além dos casos declarados em lei é anulável o negócio jurídico por incapacidade relativa do agente (pode ser convalidado, gerar efeitos ou não). OBJETO (Art. 104, inciso II, CC) Art. 166 – É nulo o negócio jurídico quando: For ilícito, impossível, ou indeterminado. FORMA (Art. 104, inciso III, CC) Art. 107 – A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, se não quando a lei expressamente a exigir. CONSENTIMENTO RECÍPROCO Manifestação de Vontade: EXPRESSA (não é necessariamente escrita) e TÁCITA (Não é necessariamente verbal); *Não confundam Manifestação de Vontade Expressa com Escrita. Não se equivalem. Animus Contrahendi – Intenção de Contratar livre de vícios. Quando verbaliza a intenção também pode ser forma expressa. Posso instrumentalizar algo que seja verbal. Ex.: Gravação; A Manifestação Tácita é quando há a concordância de que existe o contrato pela simples análise das ações. Ex.: União Estável. Art. 171, do CC: Além dos casos expressamente declarados em lei, é anulável o negócio jurídico: I – Por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. O anulável dá para ser convalidado. Venda Simulada – Fraude contra credores (contrato utilizado para prejudicar terceiros). Teoria Geral dos Contratos Mercantis NOÇÕES GERAIS – CONTRATO Contrato é um negócio jurídico celebrado entre duas ou mais pessoas, em virtude do qual são exigíveis obrigações ou prestações. Instrumento é o documento comprobatório do contrato. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE Liberdade para contratar desde que nos limites jurídicos. O indivíduo é autônomo. PRINCÍPIO DO CONSENSUALISMO PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DOS CONTRATOS OU PRINCÍPIOS DA FORÇA OBRIGATÓRIA DOS CONTRATOS Pacta sunt servanda – “os pactos assumidos devem ser respeitados” PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS CONTRATOS Lex Inter Partis – Só poderá ser exigido entre as partes. Tem efeito vinculativo entre as partes. Não sendo oponível a terceiro. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ Art. 422, do CC: “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé” Máximo de lealdade contratual. Não querer tirar proveito do outro no contrato. Agir com transparência no contrato. Funções do Princípio da boa-fé objetiva: 1 – Função Interpretativa dos Contratos: “Art. 113: os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração”. Se abusar da boa-fé ainda que não agrida direitos do outro está cometendo crime é ato ilícito. 2 – Função Restritiva do Exercício Abusivo de Direitos: “Art. 187: Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”. O Princípio da boa-fé pode ser uma obrigação, ou seja, eu tenho o dever de transparência, eu tenho o dever de informar. A boa-fé se torna uma obrigação acessória. 3 – Função criadora de deveres anexos a prestação principal, nas fases pré-negocial, negocial ou pós-negocial. Se construir objeto continuo tendo a relação de boa-fé até após o firmamento do contrato. Boa fé não é um princípio absoluto, ele é presumido. PRINCIPIO DA PRESUNÇÃO DA BOA-FÉ Art. 422 do CC: “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé”. Presunção da boa-fé, uma presunção relativa (pode restabelecer com provas que esta pessoa estava agindo de boa-fé; Má-fé se comprova. Presunção relativa é aquela que pode ser afastada. Boa-fé se presume e a má fé deve ser provocada. PRINCÍPIO DA POSSIBILIDADE DE REVISÃO ou revisibilidade Ou reversibilidade Em alguns casos já previstos pela norma pode o princípio do “pacto sunt servanda” ser afastado. Este princípio permite revisar cláusulas injustas, que se tornam demasiadamente onerosas para uma das partes. São poucas hipóteses que admitem revisão Art. 478 a 480 CC Alterar o contrato é menos gravoso do que extinguir o contrato. É mais benéfico. PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DA ORDEM PÚBLICA Autonomia é relativa. PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DOS CONTRATOS Art. 421 “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. É uma obrigação que envolve aquelas fora da relação contratual. Tem função de não causar lesão a pessoas que não participam da relação contratual. A função social é limitadora da autonomia da vontade. - Quanto aos efeitos a) Contratos Unilaterais; (De efeitos unilaterais, os efeitos obrigacionais são dirigidos à apenas um dos polos contratuais) b) Contratos Bilaterais; (Tem obrigação para as duas partes, cada obrigação que há em uma parte haverá para outra). c) Contratos Gratuitos (ou benéficos); (não há contra prestação pecuniária) d) Contratos Onerosos; (Não há contra prestação pecuniária) - Quanto a formação (Participação das partes para promulgação do contrato) a) Contratos Paritários Participação efetiva. Os dois estão no mesmo patamar. Igualdade na formulação de cláusulas. Igualdade entre os contratantes participam da formulação contratual. b) Contratos de adesão Art. 54: Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. AutoridadeCompetente: Relação de consumo estabelecido com entes públicos. Este o contratante aceita as cláusulas, tem manifestação de vontade mas na totalidade. c) Contratos-tipo (ou contrato de massa) Contrato que mescla o paritário e o de adesão. Condições condicionantes, tem algumas cláusulas que podem ser alteradas. Formulário que são as partes instauradas fixamente. Quanto à forma: a) Contratos Solenes (formais): Tem os requisitos de causa geral (artigo 104, CC) mais requisito de causa especial. (Traz um requisito diferenciado); b) Contratos não Solenes: Traz apenas o requisito de causa geral do Artigo 104 Quanto ao Objeto: a) Contratos Preliminares (pactum de contrahendo): É um contrato acessório, cuja a função é atrelar as partes contratantes a um futuro contrato principal. Ex.: Contrato de promessa de compra e venda. b) Contratos Definitivos: Já está presente em seu objeto as obrigações principais estabelecidas, não se assegura futura contratação mas sim, se estabelece o objetivo de cunho obrigacional principal. Quanto ao Tempo: a) Contratos instantâneos: Se perfaz com um único ato. Ex.: Compra de um livro a vista numa livraria. (Comprou e pagou – Fim do ato). b) Contratos de Ato Sucessivo: É aquele que haverá o desenvolvimento das ações em vários momentos ou em momentos intercalados, ou seja, haverá um distanciamento entre o termo inicial e o termo final das obrigações estabelecidas. Ex.: Contrato de fornecimento de Matéria-prima. Quanto à Pessoa: a) Contratos Pessoais: São contratos cuja a exigência obrigacional atrela a realização dos atos pelo próprio contratante, lhe incumbindo de realizar os atos pessoalmente sem se valer substituir por outrem. Ex.: Contrato de gestão. b) Contrato Impessoal: Não haverá exigência que a própria parte realize as obrigações podendo se valer de substitutos, terceirizados. São contratos que não requer conhecimentos técnicos ou capacidade altamente qualificada para sua realização. Ex.: Contrato de empreitada. CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS MERCANTIS 1 – Dinamismo: Está atrelado a agilidade do mercado. Os Contratos Mercantis servem para regrar as relações estabelecidas entre atividades empresárias e estas nem sempre encontram solução legislativa pois a mutabilidade das relações sociais impulsiona o estabelecimento de novas formas contratuais de modo célere, antes de qualquer intervenção do poder legiferante. 2 – Informalidade: A regra do contrato mercantil é não existir nenhuma formalidade, isto é, não possui exigências legais específicas para sua validação. 3 – Uniformização: É uma tendência mundial a padronização de normas que regulam os contratos mercantis visto que não há barreiras para as pactuações serem estabelecidas principalmente entre atividades empresariais existentes e localizadas em países diversos. Essa tendência possibilita que um contrato firmado não se torne inócuo ante uma legislação restritiva. - Tendência de legislar no mesmo sentido. INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS MERCANTIS: - Nas convenções mais se deve indagar qual foi a intenção comum das partes contratantes, do que o sentido gramatical das palavras. Intenção = Vontade = Elemento Subjetivo que impulsiona contratar = “Animus Contrahendi” “Mens Legis” – O espírito da lei. - Intenção do legislador. - Qual foi o motivo das partes ao contratarem? - Qual a função econômica (causa de contratar) a ser obtida com o acordo? - Qual a racionalidade (jurídica) que deve ser considerada como principal elemento interpretativo? - Deve-se examinar a razão da existência do contrato. - Quando num contrato os termos são suscetíveis de dois sentidos, devem entender-se no sentido que mais convém a natureza do contrato. Se houver uma cláusula que sugere dois efeitos e um deles não tem aplicabilidade e o outro conduz a uma única ação, aplica-se este último. Ex.: Começam fazendo um contrato de promessa e terminam com um contrato de Compra e Venda. Se houver uma cláusula que sugere dois efeitos e os dois tiverem aplicabilidade aplica-se aquele que melhor se aproxima da Natureza do Contrato. - A natureza do Contato está ligada a sua tipificação social, ou seja, os efeitos que dele normalmente decorrem. A natureza do contrato liga-se a sua função econômica. - Aquilo que em um contrato é ambíguo interpreta-se conforme os usos e costumes do país. - A objetivação social dos efeitos típicos torna-os previamente reconhecidos e desejados pelas partes. - Os usos e costumes são tão importantes na interpretação dos contratos que se subentendem presentes nos contratos as cláusulas decorrentes dos usos e costumes, mesmo quando as mesmas não constam no contrato. - Os usos e costumes assumirão função de integração contratual. - Uma cláusula deve interpretar-se pelas outras do mesmo contrato. INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS: Artigos 112 ao 114, 421 ao 423, 476 ao 480. CONTRATOS MERCANTIS E RELAÇÕES DE CONSUMO Conceito (Art. 3º, CDC): Art. 3º: “Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, publica ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços”. FORNECEDOR E O CONCEITO DE EMPRESÁRIO (art. 966 - Código Civil) Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. CONCEITO DE CONSUMIDOR (Artigo 3º da lei 8.078/90) Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final Parágrafo único: Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. FORMAÇÃO DO CONTRATO DE CONSUMO - Principio da Transparência A publicidade uma vez veiculada se torna termo aditivo do contrato. Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores. Produtos importados que adquirimos que em sua embalagem original as informações estão escritas em língua estrangeira devem ter anexado uma etiqueta que traga as informações básicas em língua nacional. - Principio da Transparência e a Obrigação de Informar: Art. 46 – Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de se conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. Ex.: Seguro de celular que não cobre roubo do período das 18h às 6h da manhã (cláusula abusiva). Art. 47 – As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. O contrato feito com palavras demasiadamente técnicas que dificultam a compreensão – também não exalam obrigatoriedade. - Principio da Transparência e Publicidade: Art. 36 – A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal. Qualquer consumidor deve conseguir identificar o caráter publicitário da veiculação. Parágrafo único: O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação a mensagem. Ex.: Activia com “danregulares” – termo científico que deve ser comprovado. Art. 37 – É proibida toda publicidade enganosa e abusiva. Enganosa– Aquela publicidade que ludibria, faz a pessoa consumir mesmo que não tenha interesse. A publicidade abusiva é aquela que viola o direito. O Conar (Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária) não tem poder de sancionar. No máximo consegue retirar a publicidade do ar. Proibição de publicidade comparativa desnecessária que denigra outra marca (se não denegrir pode ser publicidade comparativa) Práticas Comerciais – Aquilo que auxilia no Consumo. EXECUÇÃO DO CONTRATO DE CONSUMO - PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO CONTRATUAL: Não pode se ampliar a desigualdade existente. Pode se manter no mesmo patamar de disparidade. - PRINCÍPIO DA EQUIDADE: É a utilização de valores pré concebidos pelas partes em busca da aplicação do justo, entre os contratantes, fazendo com que este objetivo seja perseguido pelas partes no cumprimento do contrato. Anular uma cláusula contratual não significa anulação de todo o contrato. É possível se anular uma cláusula do contrato que seja abusiva sem prejuízo do restante das obrigações e direitos. COMPRA E VENDA MERCANTIL Mudança da propriedade de um bem de um sujeito a outro. Direito de alienar, doar se desfazer do bem que o proprietário tem. “Compra e venda é o contrato pelo qual uma das partes se obriga a transferir a propriedade de uma coisa à outra, recebendo em contraprestação determinada soma em dinheiro ou valor fiduciário equivalente” - Código Civil/2002: “Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro”. CARACTERÍSTICAS: - Sintagmático: Reciprocidade das obrigações; - Oneroso: Há contraprestação pecuniária; - Consensual: Existe consentimento livre de qualquer vicio – Vontade, o elemento subjetivo. - Translativo de propriedade: O bem sai de um conjunto patrimonial e é transferido para outro. ELEMENTOS CARACTERIZADORES ESSENCIAIS: - Consentimento - Preço: Pago em dinheiro (art. 481 do CC) - Coisa: É qualquer bem (material), objeto patrimonial passível de contratação. OBRIGAÇÕES DO VENDEDOR: - Entregar a coisa: Em perfeito estado de utilidade, tal qual o comprador visualizou na oferta. - Responsabilidade por vícios - Responsabilidade por evicção Obrigações do comprador: - Pagar o preço - Receber a coisa
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