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MANEJO REPRODUTIVO DE SUINOS

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MANEJO REPRODUTIVO 
 
 Em suinocultura, sob o ponto de vista zootécnico, a reprodução tem por objetivo 
conseguir indivíduos com maior grau de eficiência morfológica e fisiológica para fins de 
exploração, que no caso dos suínos é a produção de carne. 
 Para que os suínos possam exercer suas funções reprodutivas, deverão receber 
condições adequadas para tal, dando origem a novos seres com características semelhantes 
aos seus descendentes. 
 Todo animal doméstico se multiplicam através da reprodução sexual. Os machos 
produzem os espermatozóides e através da copulação ejaculam no aparelho genital da fêmea 
que produz freqüentemente de 15 a 20 óvulos a cada ciclo reprodutivo, onde ocorrerá a 
fecundação, sendo portanto uma fecundação interna, e os embriões se aderem ao útero onde 
desenvolvem-se, transformando-se em fetos, resultando no seu final inúmeros leitões por 
parto, pelo menos duas vezes ao ano. 
 A criação de suínos para reprodutores não difere da engorda. Nesta apostila iremos 
estudar o manejo a partir da puberdade. 
 
PUBERDADE 
 
 É a idade na qual os suínos apresentam o estado fisiológico em que os machos 
começam a emitir espermatozóides viáveis, e as fêmeas, óvulos férteis. 
 A puberdade nas fêmeas suínos ocorre entre o quarto e sétimo mês. O seu início 
coincide com a ação de hormônios produzidos nos óvulos quando atingem um crescimento por 
volta de 90 Kg. O número de óvulos liberados em cada estro aumenta gradativamente durante 
os primeiro ciclos. Devido a este fato, as primíparas fecundadas no primeiro ciclo parem em 
média menos leitões que fêmeas fecundadas em ciclos posteriores. 
Existem fatores que podem atrasar a entrada a puberdade : 
- a consangüinidade atrasa por várias semanas o aparecimento do cio; 
- as restrições alimentares intensas tanto de energia quanto de proteínas; 
- excesso de gordura; 
- carência de vitamina B12; 
- o isolamento, assim como lotações elevadas; 
Existem também fatores que estimulam e ou adiantam a entrada a puberdade : 
- fêmeas provindas de cruzamento manifestam cio mais precocemente; 
- a presença do macho estimula através do odor e visão, mesmo castrado; 
- fêmeas mantidas em grupos de 10 a 20 no máximo; 
- períodos curtos de jejum ( 24 a 48 horas ) 
- estresse momentâneo, como mudança de local, viagens etc; 
- rações ricas em proteínas e energia ( flushing ); 
- o uso de drogas pode produzir cio precocemente e sincronizado, mas podem provocar 
mortalidade embrionária e baixa taxa de fertilização, como também o retardamento do cio 
após a parição. 
Existem raças mais precoces que outras, a raça Landrace é considerada a melhor 
seguida da Hampshire e Yorkshire e, por último a Duroc. 
A maturidade sexual nos machos é um processo gradual que depende da concentração 
de hormônios produzidos pelos testículos, principalmente testosterona. A concentração de 
testosterona alcança o seu máximo aos 5 a 7 meses de idade. Existem certos fatores que 
influenciam na idade a maturidade sexual : 
- machos cruzados atingem a maturidade sexual mais cedo que machos puros; 
- restrição alimentar durante a fase de crescimento pode atrasar a idade a puberdade 
diminuindo a taxa de desenvolvimento; 
- a super alimentação pode conduzir a obesidade que prejudicará o seu comportamento na 
cobertura; 
- o desequilíbrio de aminoácidos e de sais minerais também podem afetar a idade a 
puberdade; 
- as temperaturas elevadas ou febre por poucos dias podem atrasar a puberdade em até dois 
meses; 
O suíno a partir da fase de puberdade pode ser utilizado na produção, mas devido ao 
seu desenvolvimento insuficiente não deve ser utilizado, pois haverá um prejuízo no seu 
crescimento não atingindo a conformação ideal quando adulto. 
Um suíno em fase de reprodução tem uma exigência muito alta de proteínas, que irá 
prejudicar o seu organismo de se desenvolver que irá causar redução de portes, debilidades 
ósseas e também redução no número de leitões nascidos por parto. 
Para a primeira cobertura a fêmea deve ter idade mínima de 7 a 8 meses ou pesando 
115 a 125 Kg e a cobertura deverá ser feita no segundo ou terceiro cio. 
Quanto aos machos a idade para se iniciar a cobertura é de 8 meses, apresentando um 
visual vigoroso e masculino. O número de coberturas por semana em um macho jovem de até 
12 meses, deve ser de 2 a 3 saltos. Quando for realizada mais de um salto por dia deve existir 
um intervalo de 6 a 8 horas. Um macho adulto pode realizar de 3 a 5 saltos por semana, com 
descansos proporcionais. Portanto como uma fêmea deve ser coberta duas vezes e com 
intervalo para os machos entre os saltos de 3 dias, um macho poderá cobrir duas fêmeas por 
semana.. É difícil determinar um número normal de cobrições pois há variação na libido, na 
capacidade individual e na agressividade. O número ideal de matrizes por macho é de 10 a 20 
fêmeas. 
A vida sexual das fêmeas é de 5 a 7 anos, e a do macho de 5 a 8 anos. Mas o critério 
para descarte é de que se o reprodutor ainda mantém desempenho superior aos jovens, não 
deve ser descartado. 
 
CICLO ESTRAL 
 
 O Ciclo estral das fêmeas é a manifestação externa da regulação neuroendócrina do 
processo reprodutor. O processo funciona de acordo com o ritmo de desenvolvimento do ovário 
e comportamento dos animais. 
 As fêmeas apresentam cio em ciclos que variam de 19 a 23 dias e, de um modo geral 
pode ser dividido em quatro períodos, com a seguinte duração: 
 
Período Pré-cio ou Pró-estro 
 Nesta fase notam os sintomas mais aparentes como falta de apetite, grunhidos, vulva 
demasiada e avermelhada, inquietude, tendência a montar sobre as outras fêmeas sem se 
deixar montar e pouca descarga vaginal de cor mais ou menos turva no final do período. A 
duração é de 1 a 3 dias. 
- Período de Cio Verdadeiro ou Estro 
É a fase de maturação e rompimento dos folículos. A imobilização é o principal sinal, 
com abertura das pernas, como também um posicionamento típico de orelhas caídas ou em 
movimentos característicos, arqueamento das costas, micção contínua, inquietude e vulva 
pouco demasiada e rósea. A liberação dos óvulos ocorrerá dentro de 24 a 36 horas. 
Quando a fêmea está neste estágio, aceitando o macho devemos fazer a primeira 
cobertura, e a Segunda 12 a 24 horas depois. 
Este período dura em torno de dois dias ou até 50 horas. 
- Período Pós-Cio ou Metaestro 
A fêmea não permanece mais imóvel e não aceita mais o macho. Os demais sinais vão 
desaparecendo gradativamente. Nesta fase, no ponto do folículo onde se deu a ovulação, forma-
se o corpo lúteo, que se mantém em caso de fertilização, caso contrário começa a regredir. Em 
caso de fertilização o corpo lúteo passa a liberar progesterona, que tem as seguintes 
propriedades: 
- Estimula as secreções das glândulas uterinas e prepara o endométrio para a implantação e 
nutrição do ovo; 
- Ativa a maturação do embrião; 
- Estimula o desenvolvimento e completa a maturação da glândula mamária; 
- Diminui o tônus das fibras musculares uterinas e reduz sua sensibilidade à ocitocina. 
 
- Período entre Cios ou Diestro 
Período em que o organismo se prepara para a nova ovulação. Devido à ausência de 
excitação sexual, a fêmea se mantém tranqüila, com os órgãos externos e os cornos uterinos 
relaxados; é período de descanso sexual, durante mais ou menos 15 dias. 
 
 Tipos de Cios 
 O cio pode se manifestar de várias maneiras : 
- Cio Normal : aparece nas fêmeas a cada três semanas com duração média de dois dias; 
- Cio Silencioso : O cio não é esteriorizado, apesar de existir ovulação. Muito pouco comum; 
- Cio Pós-Parto : Devido ao estrógeno circulante proveniente da placenta, pode ocorrer um 
cio sem ovulação, portanto infértil, aproximadamente 60 horas apóso parto; 
- Cio Pós- desmame : Aparece na primeira semana após, podendo estimular após o desmame 
colocando a fêmea próxima ao cachaço. Alguns fatores podem influenciar no retardamento 
do cio : nutrição deficiente, altas temperaturas e estresse de confinamento. 
Sincronização de Cio 
 Para um melhor planejamento podemos sincronizar os cios visando a concentração de 
nascimento e abate para melhor utilização das instalações. A sincronização pode ser feita de 
forma natural agrupando as fêmeas desmamadas bruscamente, transferência de fêmeas 
vazias, colocação das fêmeas próximas ao cachaço etc. Ou de forma artificial com 
administração de produtos hormonais, principalmente prostaglandina 2 alfa em dose de 0,5 a 
5 mg por porca. 
 
DETECÇÃO DE CIO 
 
 É importante estabelecer um procedimento padrão para a atividade de diagnóstico de 
cio, obedecendo uma rotina diária. O contato físico direto pela introdução do macho na baia 
das fêmeas, pelo menos durante 10 minutos a cada dia, garante a melhor estimulação para 
detectar o estro e é útil para checar porcas que não exibem o reflexo de tolerância. Para fêmeas 
alojadas em gaiolas, a utilização de um cachaço em combinação com o teste da pressão lombar 
é o método mais acurado de identificação de fêmeas em estro. Idealmente o diagnóstico de cio 
deve ser realizado duas vezes ao dia com intervalo ótimo de 12 horas. 
- Levar a fêmea na presença do macho (baia), ou colocá-la frente a frente com o cachaço (em 
gaiolas); 
- Utilizar um cachaço com idade acima de 10 meses. Também é aconselhável a prática do 
rodízio de cachaços para a detecção do cio; 
- Iniciar a tarefa de detecção de cio cerca de uma hora após a alimentação. Se ao invés de 
baias, a granja alojar as fêmeas em gaiolas individuais, um intenso contato "cabeça com 
cabeça" passando o macho pelo corredor obterá bons resultados. 
- Realizar o teste de pressão lombar imediatamente após mostrar o cachaço para a porca. 
- Gentilmente massagear o flanco e pressionar (com as mãos ou cavalgando) as costas da 
fêmea. A fêmea em cio pára rigidamente, treme as orelhas e mostra interesse pelo macho; 
- Evitar movimentos rudes ou bruscos. O teste é menos efetivo se a fêmea tiver medo do 
tratador; 
- Procurar alongar a exposição do cachaço quando estiver checando cio em leitoas, uma vez 
que as mesmas tendem a ser mais nervosas e inquietas. Caso o cio estiver sendo checado 
em uma baia, não utilizar um cachaço muito agressivo; 
- Após detectar o cio, deve-se respeitar um período mínimo para realizar a monta natural ou 
inseminar. O reflexo de imobilidade normalmente é apresentado em períodos de 8-12 
minutos, seguido por períodos refratários de uma hora ou mais, devido à fadiga provocada 
pelas contrações musculares. 
 
COBERTURA OU MONTA 
 
Machos jovens: 
 Cachaços jovens devem ser treinados e devemos ter cuidados especiais: 
- Não permitir contato direto ou indireto do macho com as leitoas antes de completar 5 
meses de idade; 
- Fornecer aos machos de 2 a 2,5 kg de ração de crescimento por dia, dependendo do seu 
estado corporal, até iniciarem a vida reprodutiva. 
- Passar por um período de adaptação de no mínimo 4 semanas, antes de realizar a primeira 
cobrição; 
- Iniciar o treinamento do macho em coberturas aos 7 meses, levando-o várias vezes à baia 
de cobrição, antes de fazer a primeira cobertura; 
- Utilizar uma fêmea que esteja com perfeito reflexo de imobilidade para fazer a primeira 
cobertura, observando uma igualdade no tamanho do macho e da fêmea; 
 
 Cobertura ou monta é a união sexual realizada pelo macho sobre a fêmea, é um 
processo demorado que dura em média 7 a 8 minutos, podendo chegar até 20 minutos. A 
maior parte do sêmen é depositada no útero pois durante o estro a cérvix fica totalmente 
aberta. Realizar a cobertura na baia de cobrição, com piso não escorregadio. Recomenda-se o 
uso de maravalha sobre o piso. 
 Antes da cobertura, fazer a limpeza e o esgotamento do prepúcio (após secar com papel 
limpo), bem como, observar se não existe nenhuma alteração no cachaço (orquite, sinal de 
infecção, etc.); 
 A melhor forma de cobertura é com a presença homem, sendo fundamental quando o 
cachaço tem dificuldade de cobrição. Se a fêmea for agressiva devemos retirá-la da baia. O 
homem auxilia o varrão direcionando seu membro para o interior do aparelho genital 
feminino. Se o macho montar incorretamente, gentilmente colocá-lo na posição correta. Assim 
também permite um melhor controle da paternidade. 
 Observando-se a detecção de cio com o auxílio do cachaço, duas vezes ao dia, a prática 
de monta natural com duas cobrições é recomendada dentro das seguintes condições: 
- Porcas com intervalo desmame-cio com 5 ou mais dias e leitoas: 
 Realizar a primeira cobrição no momento em que a porca ou leitoa inicia a aceitação do 
cachaço. A segunda cobrição deverá ser no máximo 24 horas após. 
- Porcas com intervalo desmame-cio até 4 dias: 
 Realizar a primeira cobrição 12 horas após ter demonstrado imobilidade ao cachaço. A 
segunda cobrição deverá ser feita 24 horas após a primeira. 
 Recomendações de manejo: 
- Conduzir com calma os machos e as fêmeas para a baia de cobrição, usando tábua de 
manejo e nenhum tipo de mau trato; 
- Fazer as cobrições sempre após o arraçoamento dos animais e nas horas mais frescas do 
dia, início e fim da jornada de trabalho; 
- Fornecer diariamente aos machos, após iniciarem a vida reprodutiva, ração de gestação de 
acordo com seu peso; 
- A coberturas devem ser realizadas nas horas mais amenas do dia, de manhã ou final da 
tarde, para que haja um desgaste menor do cachaço; 
- Toda cobertura deve ser feita completa, isto é, até o cachaço descer da fêmea; 
- Realizar no máximo 2 montas por semana (1 fêmea coberta) entre 7 e 9 meses de idade, no 
máximo 4 montas por semana (2 fêmeas cobertas ) entre 10 e 12 meses de idade e até 6 
montas por semana com idade acima de 1 ano; 
 
 
Taxa de Concepção 
 Taxa de concepção é a porcentagem de coberturas naturais que resultam em prenhez. 
Uma taxa de 70% é aceitável para a primeira cobertura. Vários fatores influem para que não 
seja 100% como: anomalias no sistema reprodutor, folículos císticos , infecções nos órgãos 
genitais ou no sêmen ( Brucelose, Leptospirose ), infertilidade do macho, cobertura realizada 
em momento inoportuno etc. 
 Temperaturas altas influem negativamente na taxa de concepção, já temperaturas 
baixas não causam problemas com a concepção. 
 As coberturas repetidas, duas no mesmo cio, com intervalo de 12 a 24 horas, vêm 
associadas com uma taxa maior de concepção e com nascimento de 1 a 2 leitões a mais por 
leitegada. 
Taxa de Concepção = número de coberturas x 100 
 Prenhez 
Fertilidade : Número de partos x 100 
 Número de matrizes x 2,3 
 A taxa de fertilidade ideal de um rebanho é de 80%, isto é, que 80% de todas as 
matrizes tiveram 2,3 partos por ano. 
 O diagnóstico de prenhez pode ser feito por testes hormonais, testes hematológicos, 
pelos sinais de desenvolvimento abdominal, pela palpação retal. Os testes hormonais ou 
hematológicos não são muito utilizado devido ao seu custo e necessidade de pessoas 
especializadas, apesar de ter uma alta precisão e permitir um diagnóstico antecipado. Granjas 
comerciais utilizam com sucesso a palpação retal, sentindo a artéria uterina nos dois lados do 
corpo, que a existência de um frêmito indicava gestação quando realizado do vigésimo quinto 
ao vigésimo oitavo dia de gestação. 
 O sistema mais utilizado e mais barato é marcar o dia da cobertura e deixar a fêmea no 
piquete de pré- gestação até três semanas para verificar se ela retorna ao cio, para confirmarou não a fertilização. Confirmado a fêmea deve ser transportada para o piquete de gestação. 
 A gestação tem duração em média de 114 dias, podendo ter uma variação. Um dos 
fatores que influem no tempo de gestação é a raça, por exemplo : 
 
RAÇA Número de 
Observações 
Duração do 
Período 
Duroc 425 112,7 
Hampshire 170 113,6 
Landrace 689 114 
Yorkshire 82 114,3 
Fonte: Bertolin, Alceu – Suinocultura 
 
 
 
MANEJO DE GESTAÇÃO 
 
 No período de gestação a fêmea deverá ser mantida em um lugar tranqüilo, livre de 
fatores estressantes, ser bem nutrida, mantendo seu estado físico ideal e estar bem de saúde. 
 Foi verificado que fêmeas que fazem exercícios tem menor taxa de leitões débeis que 
fêmeas que tem exercícios limitados. 
 A alimentação após a cobertura deverá ser diminuída para 2 a 3 Kg/dia para evitar que 
a fêmea tenha um aumento de temperatura após a alimentação causado pelo excesso de 
energia na dieta que prejudicará na fixação dos embriões no útero, diminuindo o número de 
leitões/parto. As atuais recomendações dividem em fases e condição corporal: 
- após a cobrição até cinco dias de gestação fornecer às fêmeas de 1,8 à 2,0 Kg de ração por 
dia; 
- entre o dia 6 e o dia 56 alimentar as porcas em função do seu estado ao desmame( Anexo 
folder); 
- entre os dias 56 e 85 de gestação, fazer ajuste na quantidade de ração (2 a 2,5 
kg/dia/porca) de forma que a porca esteja em uma boa condição corporal; 
- dos 86 dias de gestação até transferência para a maternidade deve ser fornecido até 3 Kg 
diários de ração; 
- a ração deve ser fornecida em duas refeições, pela manhã e à tarde. A oferta de água deve 
ser à vontade, de boa qualidade e com temperatura inferior à 20°C (consumo diário de 18 à 
20 litros). 
 As fêmeas prenhez devem ficar separadas das fêmeas vazias para evitar que sejam 
montadas, empurradas ou brigarem provocando mortalidade embrionária. 
 Para confirmar prenhez devemos do dia 18 à 24 passar o cachaço em frente às porcas 
pela manhã e pela tarde, após os horários de arraçoamento para verificar retornos de cio. Ou 
fazer diagnóstico de gestação entre 30 - 50 dias com a utilização de ultra-som ou fazer 
diagnóstico de gestação visual após 90 dias. 
 A partir do segundo terço da gestação, a partir dos 80 dias, quando os leitões estão na 
fase de maior crescimento, a fêmea tem uma necessidade nutricional maior. Devido a isso a 
alimentação deverá ser mais rica em proteínas, sais minerais, principalmente cálcio e fósforo, 
para evitar que emagreçam, Para um melhor acompanhamento o criador deve observar o peso 
do animal e ser escore corporal, adaptando a alimentação conforme as necessidades. Hoje que 
se utilizam gaiolas individuais para gestação se torna mais fácil o controle alimentar, pois o 
arraçoamento é individual. Já em baias ou piquetes coletivos devemos Ter bretes individuais 
ou manter animais que não tenha dominância muito grande para que haja uma alimentação 
mais uniforme. A quantidade de ração não deve variar muito além de 2 a 2,5 Kg/dia podendo 
sim variar a qualidade nutricional da ração. 
 Além da alimentação devemos nos preocupar com o manejo sanitário desvermifugando 
logo após o desmame, vacinando conforme o calendário da região, combatendo ectoparasitas, 
fornecendo água de qualidade a vontade, ambiente limpo e seco e levá-las para a maternidade 
3 a 7 dias antes do parto para que receba os cuidados necessários. 
 Dois dias antes e dois dias depois do parto a alimentação da porca deve conter mais 
fibra para evitar o constipação para isso podemos colocar metade da ração com farelo de trigo 
ou dar volumoso, capim fresco por exemplo, e também ministrar um laxante – 10gr de sal 
amargo ou sulfato de magnésio - , mas no dia do parto deve-se suspender as ração, fornecendo 
apenas água. 
 
PARTO E SUA PREPARAÇÃO 
 
 Antes da fêmea ir para a maternidade deve ser lavada com água e sabão neutro todo o 
seu corpo e principalmente a região abdominal e genital. A maternidade também deve ter 
passado por um vazio sanitário, desinfetada, seca e com cama. 
 Sinais que evidenciam a aproximação do parto: 
- 7 dias antes : início de congestão e aumento de sensibilidade das glândulas mamárias, 
edema de vulva progressivo até o parto 
- 3 dias antes : mudança no comportamento da fêmea caracterizado principalmente por 
inquietação; 
- 72 horas : não se observa secreção láctea; 
- 48 horas : observa-se uma ou outra gota de uma secreção serosa em algumas glândulas 
mamárias; 
- 24 horas antes : a fêmea começa a preparar o ninho, observa-se alternância de períodos de 
inquietação e inatividade, início das dores do parto. Não se observa secreção láctea; 
- 12 horas : observa-se em 70% dos casos diversas gotas de uma secreção leitosa; 
- 6 horas : observa-se em 90% dos casos jatos de uma secreção leitosa. 
 A parição pode dividir-se em quatro fases : 
- Fase de preparação : o trato genital se apresenta fortemente congestionado e aparece com 
isso a tumefação vulvar, as vezes descarga de mucosidade, de preparação do ninho e 
presença de colostro nas glândulas mamárias( esta fase está presente na descrição acima ); 
- Fase de dilatação : caracteriza-se por contrações freqüentes da musculatura de 5 a 15 
minutos do extremo dos cornos ao corpo do útero. A pressão impele o feto ao colo uterino 
que vai se dilatando até chegar a vagina, depois a vulva. Ao contrário das outras espécies, 
as envolturas fetais se rompem no interior das vias genitais; 
- Fase de expulsão : pela ação das contrações do endométrio e pressão abdominal, o feto é 
expulso para o exterior, cuja duração dura em média de 2 a 6 horas. 
- Fase de eliminação da placenta : é eliminada no final do parto, após a expulsão do ultimo 
leitão. É eliminada em partes pois cada leitão possui placenta própria. 
E um parto normal o leitão se apresenta anteriormente, pela cabeça, ou posteriormente, 
pela cauda. É a maioria dos casos chegando a 99,7 % dos partos. 
Em caso de parto anormal, com incidências baixas, podem ocorrer devido : 
- desproporção entre feto e abertura pélvica; 
- dilatação insatisfatória da abertura pélvica e ou vagina e vulva; 
- insuficiência de contrações; 
- má posicionamento dos leitões; 
- torção de útero. 
Se isso acontecer devemos interceder no processo do parto, através do toque vaginal 
que consiste com uma luva esterilizada introduzir na vulva e chegar até a cérvix e sentir se já 
foram eliminados todos os leitões e se tiver algum “atravessado” corrigir sua posição e puxá-lo. 
Se o problema for falta de contrações devemos administrar hormônios, principalmente 
ocitocina ou também estrógeno. 
Podemos considerar o final do parto se já tivermos um intervalo de mais de uma hora 
da expulsão do último leitão e a fêmea começar a eliminar a placenta. Neste momento também 
podemos aplicar ocitocina para que haja mais contrações e ter certeza que não há mais leitões 
e pela segurança da expulsão de toda placenta. A placenta nunca deve ser puxada. 
Todo parto deve ser assistido com acompanhamento atento e com o mínimo de barulho 
para não estressar a fêmea. 
Puerpério 
 É a fase que se passa do parto ao sobreparto, com a duração de mais ou menos 21 dias. 
No decorrer desses dias, há a involução dos órgãos genitais ao estado normal, observado antes 
da prenhez. Neste período não há condições fisiológicas da fêmea manifestar cio. 
 A verificação da temperatura, observação do apetite e do aparelho mamário, são 
práticas recomendadas nos primeiros dias após o parto, a fim de diagnosticar possíveis casos 
de metrite e agalaxia. 
Síndrome Metrite-Mamite-Agalaxia – M.M.A 
 São infecções puerperais causadas por bactérias fazendo com que haja grandes perdas 
de leitões e transtornos reprodutivosbaseado em estresse, mudanças de temperaturas 
refletindo na queda da resistência resultando em infecções. 
- Metrite 
Etiologia e causa 
 Estreptococus e a Escherichia coli são os responsáveis pela metrite. Outros agentes 
também podem afetar e provocar mamite ou endometrite, como brucela, salmonela, leptospira 
e estafilococo. 
 O estresse físico causado pelo parto, infecções ocorridas na fase de estro, retenção de 
membranas fetais, atonia muscular, uso de equipamentos obstétricos favorecem o crescimento 
bacteriano que penetram na cérvix quando ainda em estado de relaxamento. 
 
Quadro Clínico 
 A infecção do útero após o parto causará febre, e uma secreção mais aquosa e 
sanguinolenta com odor desagradável. A fêmea para de se alimentar e tomar água, 
aparentando depressão. 
 
Tratamento e prevenção 
 A utilização de antibióticos no tratamento desta enfermidade é o indicado. 
 Como prevenção, a eliminação das infecções genitais de ambos sexos, a nutrição 
perfeita das fêmeas gestantes, instalações adequadas e higiênicas durante a gestação e o parto, 
a assistência à parição, são medidas importantes a serem observadas. 
- Mamite ou Mastite 
Etiologia e causas 
 Colibactérias e Estreptococus são os principais agentes causadores da inflamação 
mamária das fêmeas suínas. 
 A mamite se instala através da introdução de microorganismos em feridas no aparelho 
mamário ou mesmo pela própria teta. Transtornos digestivos, temperaturas elevadas das 
instalações, umidade excessiva, cama deteriorada e outros problemas que melhoram as 
condições da proliferação de microorganismos aliada a uma baixa resistência causada 
principalmente por uma alimentação inadequada e ou estresse físico colaboram para o 
surgimento da mamite 
 
Quadro Clínico 
 Após um ou mais dias a fêmea apresenta perda de apetite, febre, evita as mamadas dos 
leitões, mamas edemaciadas, febris e doloridas, secreção de leite diminuída e as vezes de leite 
deteriorado. 
 
Tratamento e Prevenção 
 A aplicação de sulfas e antibióticos, como também massagens com produtos 
adequados sobre o aparelho mamário, favorecem perfeitamente a recuperação da matriz. 
 As medidas diárias da temperatura retal, a verificação do aleitamento, assim como da 
alimentação, medidas higiênicas-profiláticas, como desinfecção e vazio sanitário da 
maternidade, camas limpas e corte das presas dos leitões, são fatores importantes na luta 
contra a presença da metrite. 
 
- Agalaxia ou Hipogalaxia 
Etiologia e Causas 
 Os fatores estressantes gerais como a deficiência alimentar, partos distócicos, 
ambientes barulhentos e sujos, metrites, mamites , retenção de placenta etc, poderão ser as 
causas responsáveis pela diminuição ou ausência de leite. 
 
 
 
Quadro Clínico 
 Inatividade, resistência a levantar-se e a permissão a lactação. Glândulas mamárias 
endurecidas e ou inflamadas, freqüência respiratória e temperatura elevadas, fome dos leitões 
por interrupção da lactação ( tetas expelem apenas gotas de leite ), depressão, leitões débeis 
pela falta de leite e até mesmo a morte. 
 
Tratamento e Prevenção 
 A utilização de ocitocinas e outros produtos hormonais comerciais podem provocar a 
secreção de leite. O uso de antibióticos no controle de infecções puerperais são eficientes. 
 O fornecimento de boa alimentação durante a gestação, instalações adequadas e 
confortáveis para as gestantes, fornecimento de piquetes ou pátios para exercícios durante a 
gestação, baias ou celas limpas para o parto, ração laxativa antes e após o parto, eliminação de 
fatores estressantes, são meios de prevenção a agalaxia. 
 
IDADE AO PRIMEIRO PARTO E INTERVALO ENTRE PARTOS 
 
 A idade ao primeiro parto deve ser de 11 a12 meses. 
 O intervalo entre partos é um fator de grande importância econômica e genética dentro 
do rebanho e acentuado reflexo na vida útil da porca. 
 Sendo 114 dias de gestação, 30 dias de lactação e mais aproximadamente 12 para 
retorno ao cio e cobertura, considera-se ideal 156 dias de intervalo entre partos ideal, que nos 
levará a 2,3 partos por ano e portanto se a média de leitões desmamados por porca for de 10 
teremos 23 leitões/porca/ano. 
 A vida útil da porca se define como período da primeira parição até a eliminação da 
mesma do plantel. A média obtida por observações em várias granjas de bons índices 
zootécnicos é de 2,5 a 3,5 anos de vida útil que resultará em 3,5 a 5,8 partos em média por 
porca. 
 Quando existem fêmeas produzindo satisfatoriamente boas leitegadas com idades 
superiores as citadas acima, poderão permanecer no plantel. 
 Por outro lado, sabemos que fêmeas a partir dos 5 anos de idade, produzem leitegadas 
menores ou com pesos deficientes, ou ainda leitões menores.

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