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CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA TRABALHO DE CLÍNICA INTEGRADA I Lislane Marchon, Nayara Resende, Juliana Saraiva, Bruna Petti e Ana Vitória O biofilme subgengival abriga uma variedade de espécies bacterianas A composição do biofilme pode variar entre indivíduos e sítios QUANTO A EXTENSÃO: Localizada: 30% dos sítios afetados Generalizada: > 30% dos sítios afetados QUANTO A GRAVIDADE: Leve: 1 a 2 mm Moderada: 3 a 4 mm Avançada: > ou = 5 mm Estudos epidemiológicos (longitudinais e transversais); Interpretação de estudos transversais levou a crença; Estudos mais recentes demostraram não ser o caso: Kinane e Attström,2005 (artigo de revisão),avaliaram dados epidemiológicos e experimentais de gengivite e periodontite; Estudos longitudinais de 2 anos com adolescentes chineses entre 15 e 24 anos de um distrito rural; Schätzle 2004, estudos longitudinais (população da Noruega) Sem inflamação – perda de 1,8mm / Inflamação leve – perda de 2,25mm Inflamação grave – perda de 3,23mm Estudos “Gengivite experimental no homem” (Löe,1965); Progressão da periodontite crônica: Lento e continuo Pode ocorrer períodos de exacerbação Fatores de risco para a periodontite crônica: Podem ser parte da cadeia causal da doença e/ou predispor o hospedeiro ao desenvolvimento da doença São estes: Idade Placa bacteriana Tabagismo Além do risco de desenvolver a doença ser acentuado pelo tabagismo a resposta a terapia periodontal é prejudicada Estresse Genética Doenças sistémicas Uma redução do número ou função dos leucócitos polimorfonucleares Muitas drogas como a fenitonína, nifedipina, e a ciclosporina Mudanças nos níveis hormonais circundantes Terapia com drogas imunossupressoras Mudanças hormonais após a menopausa Doenças que resultam em supressão da resposta inflamatória e imunológica. (ex: infecção pelo HIV) Deficiências nutricionais Doenças histiocíticas Diabetes Bases científicas para o tratamento da periodontite crônica A periodontite é iniciada e mantida por microrganismos que vivem em comunidade presentes em placa supra e subgengival Terapia periodontal inicial: Remoção da placa supra e subgengival Motivação do paciente Periodontite Agressiva Fatores que comprovam a existência de uma variedade de tipos de periodontite. Diferentes causas Diferentes formas de suscetibilidade (genética ou ambiental) Prognósticos diferentes Necessidade de tratamento específico para cada tipo de periodontite Características gerais da periodontite agressiva De rápida progressão Rara Severidade grave Alta probabilidade genética Pode acometer indivíduos de qualquer idade porém acomete mais indivíduos em idade precoce. (Abaixo de 35 anos) Característica principais História médica não significativa Rápida perda de inserção e destruição óssea Histórico de casos presentes na família Características secundarias Forte presença de AA Anormalidades fagocitárias Macrófagos hiper reativos e aumento na produção de PGE2 e IL-1B pelo hospedeiro Perda óssea e de inserção podem ser auto interrompidas Quantidade de biofilme dental não compativel com a severidade da doença Classificação Periodontite Agressiva Localizada Periodontite Agressiva Generalizada Periodontite Agressiva Localizada Características: Acontecimento circumpuberal Acomete primeiros molares/incisivos com perda de inserção interproximal e não envolve + do que 2 dentes além dos primeiros molares/incisivos Forte resposta do anticorpo sérico em função do agente causal Falta de inflamação clínica apesar da presença de bolsas periodontais profundas e perda óssea avançada Pouca quantidade de placa, porém níveis elevados da presença do AA Progressão rápida Migração distolabial dos incisivos superiores provocando diastemas Aumento da mobilidade de incisivos e primeiros molares superiores e inferiores Sensibilidade da superfície radicular exposta Dor profunda durante a mastigação Abscessos periodontais podem ser observados Aumento dos linfonodos regionais Achados radiográficos Prevalência e distribuição 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Homens negros Mulheres negras Mulheres brancas Homens brancos Série1 Periodontite Agressiva Generalizada Características Acomete indivíduos abaixo de 30 anos, mas pode acometer indivíduos mais velhos Perda de inserção interproximal generalizada e afetando pelo menos 3 dentes permanentes além dos primeiros molares/incisivos Destruição de inserção e de osso alveolar Fraca resposta do anticorpo sérico em função do agente causal Pouca quantidade de placa bacteriana associada a grande quantidade de destruição periodontal Níveis elevados de: PORPHYROMONAS GINGIVALIS, AA e TANNERELLA FORSYTHIA na placa existente Alguns pacientes podem apresentar manifestações sistêmicas A destruição parece acontecer em fases/períodos Esse paciente deve ter o histórico médico atualizado para descartar a possibilidade de envolvimento sistêmico • Esse tipo de periodonto pode se apresentar de duas formas: 1) 2) Prevalência e distribuição Epidemiologia Dentição decídua Dentição permanente Triagem Procedimento de escolha Objetivo Teste diagnóstico Aplicação em dentição mista ou em dentes que não irromperam totalmente Radiografias interproximais na triagem Medição da distância entre crista alveolar e junção cemento-esmalte Valores referênciais 7 a 9 anos Molares decíduos 0,8 a 1,4 mm 7 a 9 anos Molares permanentes 0 a 0,5 mm Sondagem Uso da sondagem na triagem Uso clínico da sondagem Protocolo Caso detectado por exame de triagem Executar exame periodontal abrangente Fazer diagnóstico diferencial entre P.C a P.A Não se adequando nos critérios de P.A diagnosticar como P.C Baseado no diagnóstico traçar plano de tratamento Etiologia bacteriana Difícil aceitação Presença de camada de depósito bacteriano na superfície radicular Microrganismos dominantes na Periodontite Agressiva Localizada : Actinobacillus actinomycetemcomitans Capnocytophaga sp. Eikenella corrodens Prevotella sp. Campylobacter rectus Gram-positivos na sua maioria Estreptococos Actinomicetos Peptostreptococos Microrganismo-chave Estudo de associação, ligando o organismo a doença Demonstração de fatores de virulência Achados de respostas imunes direcionados a essa bactéria Estudos clínicos mostrando uma correlação entre resultados do tratamento e os níveis da A.a após a terapia Importância do estudo etiológico da doença Etiologia da doença Prevenção Diagnóstico Terapia Divergências Prevalência alta generalizada de A.a em certas populações A.a detectado em placas subgengivais de sítios com e sem doença Pacientes com LAP que aparentemente não mostraram a presença de A.a nem a elevação de níveis de anticorpos no organismo Apesar de diagnósticos da AgP ser mais comum nos indivíduos positivos para A.a qualquer indivíduo A.a positivo com periodontite foi três vezes mais suscetível a sofrer da periodontite crônica do que da agressiva. Características do A.a Diferente suscetibilidade humana a virulência do patógeno Variação em potencial de virulência e patogenicidade Diferentes genótipos do A.a 5 sorotipos do A.a Estados Unidos b Outras partes do mundo a c d e Variação de virulência e patogenicidade do A.a A.a Gram-positiva com membrana externa de LPS LPS é liberado com morte ou multiplicação bacteriana LPS liberado ativa células hospedeiras, macrófagos entre outros Essas secretam mediadores da inf lamação e outras substâncias Este processo ativam a produção de anticorpos O A.a responde a esse processo com a presença de propriedades imunussupressivas e inibição da quimiotaxia de neutrófilos Principais fatores que determinam a virulência do A.a Leucotoxinas • Destrói Leucócitos polimorfonucleares e macrófagos humanos Fatores imunossupressores • Inibir a produção de IgG e IgM Fatores de inibição quimiotática • Pode inibir a quimiotaxia de neutrófilos Outros microrganismos associados a Periodontite Agressiva Porphiromonas gingivalis • Anaeróbios fastidiosos estritos • Produz varias enzimas potentes toxicas • Relacionados a lesões que não respondem ao tratamento Bacteroides Forsythus • Anaeróbios fastidiosos estritos Dano bacteriano ao periodonto Destruição do periodonto marginal Ação direta dos microrganismos/seus produtos Devido a resposta inflamatória do hospedeiro Resposta do hospedeiro aos patógenos bacterianos Respostas locais: - Infiltrado inflamatório Plasmócitos Anticorpos específicos Prostaglandinas E2 Intenso recrutamento de Leucócitos Polimorfonucleares Importância dessas células na defesa local Papel potencial na destruição de tecido mediada pelo hospedeiro Células predominantementes produtoras de IgG Altamente elevada em indivíduos com AgP Aspectos genéticos de suscetibilidade do hospedeiro Prevalência de AgP entre certas famílias Modo provável de herança Discussão a respeito da heterogeneidade genética relacionadas a causas da LAP e PgA Linha de evidência adicional para um componente genético da Periodontite Agressiva Impacto do controle genético nas repostas de anticorpos contra as bactérias específicas Aspectos ambientais de suscetibilidade do hospedeiro Fumo Níveis médios de perda de inserção maiores Mais dentes afetados Baixa nos níveis séricos do IgG2 e anticorpos contra A.a Conceitos atuais Exposição ambiente ao patógeno Herança Fumo Indivíduos com menor resistência a agressão bacteriana Periodontite Agressiva como doença Multifatorial Diagnóstico Clínico Histórico médico + Histórico dental + Exame clínico periodontal Diagnóstico da periodontite Existe periodontite? A perda de inserção está acompanhada por formação de bolsa ou é, na maior parte, resultado de recessão? Existe perda de suporte periodontal? Existe uma outra causa plausível para perda de inserção que não seja periodontite?Existe outro processo simulando a doença periodontal por formação de bolsa? Posteriormente a constatação da presença da doença Determinar qual diagnóstico clínico descreve melhor a doença Se basear nos três critérios de classificação atual Mediante a isso levar em conta se: O paciente tem uma condição sistêmica que, por si só, explicaria a presença de periodontite? O paciente tem sinais de periodontite necrosante? Diagnóstico diferencial entre Periodontite Crônica e Periodontite Agressiva Definição de periodontite crônica Diagnostico da Periodontite Agressiva baseada nas características primarias e secundarias da doença Características incluem tanto aspectos clínicos quanto laboratoriais Consenso do simpósio de classificação internacional Diagnóstico Microbiológico Revisão sistemática Relação do teste microbiologico com a melhora do prognóstico da terapia periodontal Principal diferença entre grupos clínicos Importância de informação microbiológicas em diferentes estágios do plano de tratamento Teste microbiano/ bactérias infecciosas Avaliação das defesas do hospedeiro Formas de AgP associadas com distúrbios das defesas do hospedeiro - Alta incidência de distúrbios funcionais fagocitários Defeitos fagocitários associados com AgP relacionados a outras infecções Pacientes com AgP -Níveis significativamente mais altos de prostaglandinas E2 -Capacidade diminuída para atingir altos índices de anticorpos específicos IgG2 para A.a Diagnóstico genético Avaliação familiar de indivíduos afetados pela AgP Construção de uma genealogia Ex: - paciente afro-americana - 22 anos - associada com infecção pelo A.a - Sem níveis detectáveis de P. gingivalis - Inconsistência entre fatores locais e a quantidade de destruição clinicamente detectável - Ausência de defeitos leucocitários demonstráveis -Fatores contributivos não-conhecidos -ausência de irmãos apresentando periodontite clinicamente detectável Genealogia Princípios da intervenção terapêutica Inicialização do tratamento Papel do ortodontista, clínico geral e odontopediatra na detecção de possíveis casos Elemento diferencial do tratamento da AgP Eliminação ou suspensão da flora patogênica Eliminação do A.a associada com terapia bem sucedida Utilização da raspagem, alisamento radicular, curetagem de tecido mole e terapia de acesso com retalho Uso de antibiótico Escolha do antibiótico - Empírica -Orientada por informação sobre a natureza do microrganismo - Metronidazol Amoxicilina associada a terapia mecânica Forma de utilização do antibiótico Maneiras que o antibiótico vem sendo utilizado - Antibiótico + intensiva instrumentação em curto período de tempo -Abordagem estratégica após ter-se completado a terapia inicial Abordagem do tratamento • 500mg 3 vezes dia por 7 diasMetronidazol • 500mg 3 vezes dia por 7 diasAmixicilina 1) Obtenção do controle adequado da placa supragengival (menor que 25% dos sítios dos dentes com placa detectável) 2) Instrumentação subgengival com a com a combinação de instrumentos mecânicos e manuais utilizados intensivamente em um período de 2 em 2 dias 3) Um regime de tratamento antibiótico adjunto consistindo em: Segunda opção: Caso tenha persistência das lesões periodontais uma segunda fase da terapia é planejada 1) Fase inicial de terapia mecânica Raspagem e alisamento radicular sistemático introdução de uma meticulosa higiene oral 2) Após 4-6 semanas, reavaliar o caso clinicamente 1) Ter acesso a lesões mais profundas com procedimentos cirúrgicos apropriados e relativos a administração de agentes antimicrobianos 2) Obter amostras microbianas de bolsas mais profundas de cada quadrante. Inicialização da terapia antimicrobiana sistêmica: imediatamente após a finalização das intervenções cirúrgicas imediatamente após uma outra etapa de instrumentação Considerações finais Testes microbiológicos podem ser repetidos de 1-3 meses após o término da terapia para verificar a eliminação ou supressão acentuada do suposto patógeno Após a resolução da infecção, o paciente deve ser inserido em um programa de manutenção individual que inclua a avaliação contínua da ocorrência e do risco da progressão da doença O ótimo controle da placa pelo paciente é de fundamental importância para uma resposta clínica e microbiológica favorável a terapia A recorrência da doença é uma indicaçãopara a repetição dos testes microbiológicos, para a reavaliação da resposta imune do hospedeiro e reavaliação dos fatores modificadores locais e sistêmico Uma terapia posterior deve levar em conta as resposta imunossistêmicas do paciente Carranza, Periodontia Clínica 10ª edição, Rio de Janeiro, Editora Elsevier. Capítulos: 31 e 33 Lindhe, Periodontia Clinica e Implantodontia oral, 5ª edição, Editora Guanabara. Capítulos: 18 e 19
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