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Periodontite grau C (periodontite agressiva)

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PERIODONTITE GRAU C – 
PERIODONTITE AGRESSIVA 
➢ Doença inflamatória multifatorial associada com 
biofilme disbiótico e caracterizada pela destruição 
progressiva do aparato de inserção dental: 
o Perda de inserção detectada em 2 ou mais 
sítios interproximais não adjacentes + perda 
de inserção de 3mm ou mais na V/P em pelo 
menos 2 dentes → deve-se excluir recessão 
gengival de origem traumática, carie dental, 
distal de molar por mau posicionamento, lesão 
endoperio e fratura radicular vertical. 
HISTÓRICO: 
➢ Historicamente, os termos utilizados para 
descrever as periodontites em indivíduos jovens 
evoluíram de acordo com o conhecimento da 
etiologia das DP; 
➢ 1920: atrofia difusa do osso alveolar; 
➢ 1940: periodontose → degeneração das fibras 
do ligamento, proliferação do epitélio juncional e 
desenvolvimento de bolsas infraósseas 
profundas; 
➢ 1970: resposta do hospedeiro → diferentes 
tipos de progressão ao longo dos anos (grupo que 
não desenvolve a doença; grupo que desenvolve 
a doença de maneira moderada; grupo que 
desenvolve a doença de maneira rápida); 
➢ Biofilme bacteriano como fator causal e 
etiológico primário, incluindo também as 
periodontites em jovens. 
➢ Características dessa doença: 
1) Características clinicas: jovens de 
severidade alta e de rápida progressão; 
2) Progressão: existe diferença entre 
rápida x moderada? 
3) Biofilme bacteriano: bactérias 
específicas; 
4) Hospedeiro: perfil imunológico, perfil 
inflamatório e perfil genético? 
➢ 1989: Periodontites de estabelecimento 
precoce → Resultados dos estudos: 
o Idade de início (final da adolescência e início 
da vida adulta), taxa de progressão da doença 
rápida, distribuição dos sítios afetados, não 
estava relacionado a condições medicas 
sistêmicas e fatores do hospedeiro resposta à 
terapia; 
o Com a tecnologia foram observando que 
eram doenças diferentes entre si; 
o Mais perguntas: fator genético? Biofilme 
bacteriano → microrganismo específicos? 
Hospedeiro? 
➢ 1999: Periodontite agressiva (localizada e 
generalizada): 
o Fatores primários: pacientes 
sistematicamente saudáveis, rápida perda de 
inserção e destruição do osso alveolar, 
agregação familiar; 
o Fatores secundários: quantidade de biofilme 
inconsistentes com a severidade da 
destruição, elevadas proporções de AA e PG, 
anormalidades fagocitárias e anormalidades 
no gene IL6; 
o Periodontite agressiva diferentes da 
periodontite crônica (progressão moderada). 
➢ Periodontite grau C (localizada → menos de 
30% dos dentes; incisivo-molar e generalizada → 
mais de 30% dos dentes): 
o Necessário comprovação: 
1) Microbiota especifica: AA e PG também 
são encontrados em pacientes 
saudáveis e crônica; 
2) Resposta imunológica: a relação entre 
citocinas, início e progressão da doença 
não está determinado; 
3) Fator genético e agregação familiar: 
necessário mais estudos. 
o Já comprovado: 
1) Localização: localizada, generalizada, 
molar-incisivo; 
2) Tipo de progressão: rápida; 
3) Idade: proporção de perda pela idade. 
PERIODONTITE GRAU C 
COMO DIAGNOSTICAR? 
➢ Critérios primários: 
o Evidência de progressão direta: 
1) Radiografia periapical antes e depois (> 
ou = 2mm ao longo de 5 anos); 
2) Comparar radiografias periapicais 
antigas. 
o Evidência de progressão indireta: 
1) % de osso perdido por idade (>1,0); 
2) Cálculo utilizando radiografia atual: 
dividir a perda óssea pela idade do 
paciente; 
3) Quantidade de biofilme: não condiz com 
a quantidade de destruição; 
4) Padrão clinico especifico. 
5) Ex.: aparecimento de perda óssea em 
molar e incisivo em pacientes jovens. 
o Critérios modificadores → fatores de 
risco: 
1) Fumo (> ou = 10 cigarros por dia) e 
diabetes (Hba1 c> ou = 7% em pacientes 
diabéticos). 
➢ Ex.: suporte ósseo → 22mm e perda de 
estrutura → 22mm. 100% de osso perdido → 
escore: 
o 100 (por porcentagem de osso perdido) /30 
(idade) = 3,3 (GRAU C) 
ESTÁGIOS → SEVERIDADE E 
COMPLEXIDADE DA DOENÇA: 
➢ Estagio 1: 
o 1 a 2mm de perda interdental no sitio mais 
afetado; 
o Perda óssea radiográfica: localizada no terço 
coronal (15%); 
o Perda dental: sem perda; 
o Profundidade de sondagem: < ou = 4mm e 
normalmente perda óssea horizontal. 
➢ Estagio 2: 
o 3 a 4mm de perda interdental no sitio mais 
afetado; 
o Perda óssea radiografia: terço coronal (15 a 
33%); 
o Perda dental: sem perda; 
o PS: < ou = 5mm e normalmente perda óssea 
horizontal. 
➢ Estágio 3: 
o > ou = 5mm de perda interdental no sitio mais 
afetado; 
o Perda óssea radiografia: extensão para o 
meio ou terço apical da raiz; 
o Perda dental: < ou = 4 dentes; 
o PS: >ou = 6mm; 
o Perda óssea vertical: > ou = 3mm; 
o Lesão de furca classe I ou II; 
o Defeito moderado de crista óssea. 
➢ Estágio 4: 
o > ou = a 5mm de perda interdental no sitio 
mais afetado; 
o Perda óssea radiografia: extensão para o 
meio ou terço apical da raiz; 
o Perda dental: > ou = 5 dentes; 
o Mesmo aspectos de estágio 3, 
acrescentando: 
1) Disfunção mastigatória; 
2) Trauma dental; 
3) Mobilidade > ou =2; 
4) Defeito severo de crista óssea. 
OBS.: Classificação de localização para todos os 
estágios: localizada, generalizada ou padrão 
incisivo-molar. 
➢ Embora a classificação tenha mudado, existe 
sim evidência cientifica de que a periodontite grau 
C, pode ser uma doença diferente não apenas no 
tipo de progressão; 
➢ Além disso há evidência que a periodontite grau 
C localizada pode ser diferente da grau C 
generalizada e não uma progressão dela como 
antes se pensava. 
PLANO DE TRATAMENTO PERIODONTAL: 
➢ Remoção da causa da doença: 
o Eliminação de fatores etiológicos locais e 
sistêmicos; 
o Fechamento biológico das bolsas 
periodontais; 
o Redução da mobilidade dentária; 
o Retorno dos aspectos de saúde gengival; 
o Cessar a perda de inserção conjuntiva; 
o Cessar a perda óssea; 
o Regeneração tecidual; 
o Oclusão estável não traumatizante. 
➢ Fases: 
1) Emergências; 
2) Fase I - terapia inicial + terapia básica → 
raspagem sub e supragengival, 
orientação de higiene bucal; 
3) Fase II – terapia cirúrgica; 
4) Fase III – terapia reconstrutiva 
(reabilitação); 
5) Fase IV – terapia de 
suporte/manutenção. 
➢ Cuidadosamente realizado; 
➢ Abordagem de tratamento e manutenção mais 
intensa; 
➢ Impedir a destruição periodontal futura; 
➢ Promover o maior ganho possível de inserção 
periodontal; 
➢ Conservar o maior número de dentes pelo maior 
período de tempo possível. 
 
➢ Diferentes abordagens de tratamento têm sido 
utilizadas para tratar pacientes com periodontite 
grau C, incluindo tratamento não cirúrgicos, 
cirúrgicos e antimicrobianos; 
TRATAMENTO BÁSICO DA 
PERIODONTITE: 
➢ Raspagem e alisamento radicular → saúde 
periodontal; 
➢ O sucesso do tratamento da periodontite de 
progressão rápida depende do diagnóstico 
precoce; 
➢ Ajuda na prevenção da progressão da doença. 
➢ O debridamento mecânico do biofilme e a 
eliminação de fatores irritantes locais são as bases 
das terapias iniciais periodontais: raspagem e 
alisamento radicular, reforço das práticas de 
higiene bucal do paciente e acompanhamento 
regular para eliminar novos depósitos; 
➢ A eficiência deste tratamento é refletida pelo 
desaparecimento dos sintomas clínicos, redução 
ou eliminação de agentes patogênicos. 
A TERAPIA DE RASPAGEM E 
ALISAMENTO RADICULAR “BOCA 
COMPLETA”, FULL MOUTH 
DESINFECTION: 
➢ Apresenta benefício de ser menos demorado e 
demonstra uma melhor relação custo-benefício (1 
sessão) → baseado no conceito de translocação 
bacteriana; 
TERAPIA FOTODINÂMICA/LASER: 
➢ A terapia fotodinâmica antimicrobiana (TFDa) 
possui capacidade de penetração nos tecidos, 
atingindo os periodontopatógenos: 
o Redução do tempo de tratamento; 
o Não utilização de anestesia; 
o Eliminação bacteriana em um curto espaço 
de tempo; 
o Improvável desenvolvimento de resistênciabacteriana; 
o Ausência de danos aos tecidos do 
hospedeiro. 
ANTIBIÓTICOS: 
➢ A escolha do antibiótico na pratica clínica, pode 
se basear na análise microbiológica das amostras 
obtidas a partir dos locais afetados; 
➢ Frequentemente, desse modo, a escolha do 
antibiótico é de forma empírica e com base nos 
sinais clínicos obtidos; 
➢ Antibioticoterapia sistêmica para o tratamento 
periodontal é baseada em: metronidazol, 
tetraciclinas (tetraciclina, doxiciclina, minociclina), 
clindamicina, B-lactâmicos (amoxicilina com ou 
sem ácido clavulânico). 
➢ Antibióticos locais: 
o A minociclina (gel e microcápsulas) e 
doxiciclina (gel) são os agentes que mais 
fornecem benefícios adicionais para o 
tratamento da DP; 
o Doxiciclina e minociclina são tetraciclinas 
ativas contra importantes patógenos 
periodontais, tal como Aa e também têm 
propriedades anticolagenase que podem 
reduzir a destruição tecidual e reabsorção 
óssea; 
o Estes agentes antimicrobianos locais 
apresentam um grande poder de diluição pelo 
fluido gengival, afetando o seu desempenho 
dentro da bolsa periodontal, o que justifica seu 
baixo efeito no tratamento da periodontite de 
rápida progressão. 
➢ Antibióticos sistêmicos: 
o Aprimoram os resultados obtidos com as 
terapias mecânicas convencionais; 
o Esta associação promove uma redução na 
PS e NIC maior, quando comparada a terapia 
mecânica convencional isolada; 
o A amoxicilina → penetração satisfatória no 
fluido gengival; denota de amplo espectro, 
atuando na parede celular bacteriana e atinge 
principalmente as bactérias gram-positivas. 
Pode ser associado ao ácido clavulânico para 
ser efetivo contra bactérias beta-lactâmicas ou 
ao metronidazol para aumentar o espectro de 
ação da droga; 
o Metronidazol é a droga de escolha para o 
tratamento de infecções por bactérias 
anaeróbicas tais como: Pophyromonas 
gengivalis e Prevotella intermedia; 
o Mas, quando associado a outros antibióticos, 
torna-se eficaz também contra o A. 
actinomycetemcomitans; 
o Azitromicina: bacteriostático → não sendo 
capaz de reduzir a carga bacteriana do 
biofilme subgengival, interrompendo apenas o 
seu crescimento. Apresenta boa penetração 
nos tecidos periodontais; 
o Clindamicina: eficaz contra bactérias gram-
positivas, cocos e bacilos anaeróbicos gram-
negativos, mas tem baixo impacto em relação 
a Aa. 
o Efeitos colaterais e aumento do risco de 
resistência bacteriana; 
o Parte de uma terapia não-cirúrgica e iniciado 
no dia que terminar o completo debridamento 
subgengival. 
o Plano de tratamento para periodontite de 
progressão rápida: administração de 
amoxicilina 500mg + metronidazol 400mg 
durante 7-14 dias, sendo utilizado após o 
tratamento mecânico com raspagem e 
alisamento radicular (full-mouth) 
associados com a administração sistêmica 
desses dois antibióticos. 
TRATAMENTO PERIODONTAL 
CIRÚRGICO: 
➢ Cirurgias a retalho, sejam estas realizadas 
isoladamente ou em combinação com 
procedimentos de ressecção ou regeneração; 
➢ Retalho de espessura total com intuito de obter 
uma visibilidade nas áreas radiculares e defeitos 
interproximais, de modo que uma instrumentação 
completa possa ser realizada, combinada ou não 
com procedimentos regeneradores; 
➢ A terapia cirúrgica promoveu benefícios clínicos 
semelhantes, em comparação com a terapia não 
cirúrgica, para indivíduos GAgP; 
➢ O tratamento cirúrgico pode ser um aliado para 
tratamento de bolsas residuais após a terapia não-
cirúrgica; 
➢ Tratamento cirúrgico permite a melhor 
visualização e manejo de áreas com difícil acesso 
→ Permite a utilização de técnicas regenerativas. 
➢ A regeneração periodontal reconstitui a 
arquitetura e a função de tecidos perdidos por 
ocorrência da doença → novo cemento, novo 
ligamento periodontal e novo osso alveolar → 
várias técnicas foram desenvolvidas de forma a 
promover a regeneração: 
o Cirurgia de acesso a raspagem (retalho de 
wildman modificado); 
o Biomodificador da superfície radicular 
(proteínas de matriz de esmalte – PME); 
o Regeneração óssea guiada (ROG); 
o Regeneração tecidual guiada (RTG); 
➢ O uso combinado de materiais e técnicas acima 
citadas pode ser realizado com o intuito de 
promover um melhor prognóstico. 
➢ A matriz de esmalte é constituída por um 
conjunto de proteínas, das quais se destacam as 
amelogeninas: 
o Estão presentes nas fases iniciais da 
formação do órgão dentário, principalmente 
na formação do cemento radicular → 
Endogain. 
➢ Os enxertos ósseos podem ser apontados como 
uma modalidade terapêutica que visa a 
regeneração periodontal, baseando-se nos 
princípios de osteogênese, osteoindução e/ou 
osteocondução: 
o Indicado para defeitos intraósseos profundos, 
estreitos e com maior número de paredes 
remanescentes; 
o Bio-oss é um material de enxerto xenógeno, 
que tem sido muito utilizado por possuir como 
característica reduções significativas na 
profundidade de sondagem clínica e aumento 
nos níveis de inserção em defeitos 
periodontais, em comparação a somente 
realizar a cirurgias a retalho e debridamento 
radicular. 
➢ Considerações finais: 
o Diagnóstico atual é baseado na progressão e 
severidade da doença do paciente; 
o Uso adjunto de antimicrobianos locais não 
parece ser melhor do que o uso de antibióticos 
sistêmicos, a terapia fotodinâmica potencializa 
os efeitos da raspagem e alisamento radicular, 
mas apresenta resultados inferiores quando 
comparada com o uso sistêmico de 
amoxicilina e metronidazol; 
o A aplicação do sistema de estadiamento e 
graduação leva a uma compreensão da 
necessidade de intervenção precoce do 
tratamento periodontal e diminuição da perda 
de dentes; 
o A consulta de manutenção do paciente de 
periodontite agressiva deve ser entre 3 a 6 
meses e incluir o reforço de higiene oral, 
debridamento de bolsas residuais e profilaxia.

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