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Fenômenos de Transporte – Laboratório Prof. Me. Rodrigo de Souza Ruzzi 19 V. EXP. DE REYNOLDS – ESCOAMENTO LAMINAR E TURBULENTO 5.1. Introdução Uma das consequências da existência da viscosidade num fluido é a variação da velocidade de escoamento das camadas de fluidos. Assim, as velocidades em dois pontos distintos, da mesma seção transversal de um tubo por onde o fluido escoa, serão diferentes. Um perfil dessas velocidades pode ser observado colocando-se corante em um líquido em escoamento. O fluido em contato com a parede da tubulação está em repouso, sua velocidade aumenta com a aproximação ao eixo, onde atinge o valor máximo. A diminuição da velocidade, à medida que se afasta do eixo central, é produzida pela força de atrito tangencial entre duas camadas adjacentes do fluido que, por sua vez, é função do coeficiente de viscosidade. 5.1.1. Experimento de Reynolds Em 1883, Osborne Reynolds considerando um fluido em movimento, realizou um experimento que o consagrou como um pioneiro na moderna mecânica dos fluidos. Ele injetou dentro de um tubo transparente contendo água em movimento, uma fina corrente de um corante com peso específico igual ao da água e observou que a certa velocidade a corrente seguia. A experiência, conforme ilustra a afigura ao lado, consistia basicamente em fazer-se escoar um fluido líquido através de um tubo juntamente a escoamento colorido, com vazão constante, controlada por uma válvula na extremidade do tubo e quando esta se encontrasse ligeiramente aberta, a tinta escoaria pelo tubo sem ser perturbada, formando assim, um filete, demarcando a natureza ordenada do escoamento. Diante dos fatos, Reynolds demonstrou a existência de dois tipos de escoamentos, de acordo com o comportamento dos fluxos. Ao primeiro onde os elementos do fluido seguem-se ao longo de linhas de movimento, onde aumentada gradativamente a velocidade ao longo do experimento, notava-se que a linha desenhada pelo corante começava a sofrer oscilações até Fenômenos de Transporte – Laboratório Prof. Me. Rodrigo de Souza Ruzzi 20 o corante se difundir por completo no fluxo de água, classificou como fluxo laminar. À medida que a velocidade ia aumentando, o ponto em que o corante se difundia por completo ficava cada vez mais próximo de onde fora injetado. A esse fluxo irregular ele designou o nome de fluxo turbulento. Ao trecho da tubulação em que observava a transição entre os dois fluxos, e o denominou e fluxo intermediário. O comportamento na região de transição é uma função das propriedades do fluido, da geometria do sistema, da cinemática do sistema e da história do sistema, assim sendo, compatível com o modelo das membranas de tensão. 5.1.2. Número de Reynolds Reynolds verificou que o fato de o movimento ser laminar ou turbulento depende do valor adimensional dado por: Re= (ρ.v.D)/μ = (v.D)/υ (5.1) Essa expressão se chama número de Reynolds e mostra que o tipo de escoamento depende do conjunto de grandezas v (velocidade média do fluido – m/s), D (diâmetro do tubo – m) e n (viscosidade cinemática – 𝑚"/s), e não somente de cada uma delas. Reynolds verificou que, no caso de tubos, seriam observados os seguintes valores: Re ≤ 2 000 → Escoamento laminar 2 000 ˂ Re ˂ 2.400 → Escoamento de transição Re ≥ 2.400 → Escoamento turbulento 5.1.3. Cálculo da velocidade média a partir da vazão Define-se vazão em volume ”Q” como o volume de fluido que atravessa uma certa seção do escoamento por unidade de tempo: Q = V/t (5.2) Onde V é o volume em 𝑚#e t é o tempo em s. Assim, a vazão pode ser determinada de maneira simples com a utilização de um recipiente e um cronometro. A vazão volumétrica apresenta ainda uma relação com a velocidade média do fluido, sendo Fenômenos de Transporte – Laboratório Prof. Me. Rodrigo de Souza Ruzzi 21 esta definida por: Q = v.A (5.3) Onde A é a área da seção transversal do tudo ((π.D2)/4). 5.1.4. Propriedades da água Para realização deste experimento são necessários alguns conhecimentos das propriedades da água (fluido utilizado), sendo assim segue abaixo, na tabela 5.1, algumas destas propriedades. Tabela 5.1 – Propriedades da água 4.2. Objetivos O objetivo da prática é visualizar o tipo de escoamento (laminar e turbulento) e realizar o calculo do número de Reynolds para cada condição utilizada. 4.3. Metodologia e Procedimento Para cada condição testada, fazer uma análise visual do tipo de escoamento e preencher o quadro a seguir para efetuar o calculo da vazão volumétrica. Fenômenos de Transporte – Laboratório Prof. Me. Rodrigo de Souza Ruzzi 22 Condição Medição V (m3) t (s) Q (m3/s) 1 1 2 3 2 1 2 3 3 1 2 3 4 1 2 3 5 1 2 3 6 1 2 3 7 1 2 3 8 1 2 3 Com os dados obtidos, sabendo o diâmetro do tubo (3/4” = 19,05 mm), calcule a velocidade média do fluido (água) e utilizando das propriedades da água, calcule para cada condição o número de Reynolds e o tipo de escoamento. Confronte estes dados com a análise visual realizada durante o experimento. 4.4. Relatório Ao termino do experimento deverá ser elaborado um relatório, no qual deve constar uma breve introdução dos conceitos utilizados, deve-se ainda ressaltar a importância de se conhecer o tipo de escoamento, uma descrição da metodologia utilizada bem como os resultados obtidos, a discussão dos mesmos, na qual deve constar uma comparação do número de Reynolds calculado com a análise visual realizada durante os experimentos, e por fim a conclusão sobre os resultados obtidos e a opinião sobre o experimento. O relatório poderá ser realizado em grupo (a quantidade de alunos por grupos será definida no dia do experimento de acordo com o número de alunos na aula).
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