Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Introdução à Teoria Aritmética dos Números Profª. Ms. Lílian Isabel F. Amorim lilian.boc@gmail.com Januária – Abril/2017 Lógica nas Demonstrações Matemáticas "ESBOÇO" DO DESENVOLVIMENTO DA LÓGICA A lógica formal surge com Aristóteles. Como indica o termo grego Organon, nome dado ao conjunto dos escritos lógicos de Aristóteles, a lógica é um instrumento do pensamento para pensarmos corretamente. Segundo Aristóteles, a lógica estuda a razão como instrumento da ciência ou como um meio de adquirir e possuir a verdade. PERÍODO ARISTOTÉLICO (± 390 a.C. a ± 1840 d.C.) PERÍODO BOOLEANO :(± 1840 a ± 1910) Inicia-se com GEORGE BOOLE (1815-1864) e AUGUSTUS DE MORGAN (1806-1871). Publicaram os fundamentos da chamada Álgebra da lógica, respectivamente com MATHEMATICAL ANALYSIS OF LOGIC e FORMAL LOGIC. GOTLOB FREGE (1848-1925) um grande passo no desenvolvimento da lógica com a obra BEGRIFFSSCHRIFT de 1879. As idéias de Frege só foram reconhecidas pelos lógicos mais ou menos a partir de 1905. É devido a Frege o desenvolvimento da lógica que se seguiu. GIUSEPPE PEANO (1858-1932) e sua escola com Burali-Forti, Vacca, Pieri, Pádoa, Vailati, etc. Quase toda simbologia da matemática se deve a essa escola italiana. 4 PERÍODO ATUAL: (1910- ........) DAVID HILBERT (1862-1943) e sua escola alemã com Von Neuman, Bernays, Ackerman e outros. KURT GÖDEL (1906-1978) e ALFRED TARSKI (1902-1983) com suas importantes contribuições. Com BERTRAND RUSSELL (1872-1970) e ALFRED NORTH WHITEHEAD (1861-1947) se inicia o período atual da lógica, com a obra PRINCIPIA MATHEMATICA Agora sim: A Lógica Segundo Aristóteles a Lógica é o que devemos estudar e aprender antes de iniciar uma investigação filosófica ou científica, pois somente ela pode indicar qual o tipo de proposição, de raciocínio, de demonstração, de prova, e de definição que uma determinada ciência deve usar. (Chauí, 1994) A Lógica também estabelece os fundamentos necessários para as demonstrações pois, dada uma certa hipótese, a lógica permite verificar quais são as suas consequências; dada uma certa conclusão, a lógica permite verificar se ela é verdadeira ou falsa (Chauí, 1994). 6 Argumentos O principal objetivo deste estudo será a investigação da validade de ARGUMENTOS: conjunto de enunciados dos quais um é a CONCLUSÃO e os demais PREMISSAS. Os argumentos estão tradicionalmente divididos em DEDUTIVOS e INDUTIVOS. ARGUMENTO DEDUTIVO: é válido quando suas premissas, se verdadeiras, a conclusão é também verdadeira. Premissa : "Todo homem é mortal." Premissa : "João é homem." Conclusão : "João é mortal.“ Argumentos ARGUMENTO INDUTIVO: a verdade das premissas não basta para assegurar a verdade da conclusão. Premissa : "É comum após a chuva ficar nublado." Premissa : "Está chovendo." Conclusão: "Ficará nublado." Proposição Chama-se PROPOSIÇÃO uma sentença declarativa afirmativa (expressão de uma linguagem) da qual tenha sentido afirmar que seja verdadeira ou que seja falsa. · A lua é quadrada. · Matemática é uma ciência. · Nove é diferente de cinco. Não são proposições: · A raiz quadrada de dois é um número racional? · O dobro de um número mais 5 é igual a treze. · 3 . 7 + 4 Negação p ~p v F F v A partir de uma proposição p qualquer é sempre possível construir a negação de p que indicamos ~p. A lua não é quadrada. : ~p A proposição ~p tem sempre valor lógico oposto ao de p Proposição composta - Conectivos A partir de proposições dadas podemos construir novas proposições mediante o emprego de dois símbolos lógicos chamados conectivos: ^ (e) e o conectivo v (ou). A lua é quadrada e a neve é branca : p ^ q (conjunção) A lua é quadrada ou a neve é branca: p v q (disjunção) Valor lógico dos conectivos Conjunção p q p^q V V V V F F F V F F F F Disjunção p q p v q V V V V F V F V V F F F A conjunção p ^ q é verdadeira se p e q são ambas verdadeiras A disjunção p v q é verdadeira se ao menos uma das proposições p ou q é verdadeira. Condicionais A partir de proposições dadas podemos construir novas proposições mediante o emprego de outros dois símbolos lógicos chamados condicionais: Se ... então ... ( →) ... Se, e somente se, ... (↔) Se a lua é quadrada então a neve é branca. : p → q ( p é o antecedente e q o conseqüente) A lua é quadrada se e somente se a neve é branca. : p ↔ q Valor lógico dos condicionais Condicional: → p q p→q V V V V F F F V V F F V Bicondicional: ↔ p q p↔q V V V V F F F V F F F V O condicional p → q é falso somente quando p é verdadeira e q é falsa. O bicondicional ↔ é verdadeiro somente quando p e q são ambas verdadeiras ou ambas falsas. Hipótese Tese Relação de Implicação Dadas as proposições p e q, dizemos que “p implica q” quando o condicional p → q é verdadeiro. Todo teorema é uma implicação da forma: Hipótese Tese Relação de Equivalência Dadas as proposições p e q, dizemos que “p é equivalente a q” quando o condicional p↔q é verdadeiro. Todo teorema, cujo recíproco também é verdadeiro, é uma equivalência. Negação de proposições Negação de uma conjunção: Negação de uma disjunção: Negação de um condicional simples: Técnicas de Demonstração Se p então q ou p q Técnicas de Demonstração Ex: Se x é ímpar então x2 também é ímpar Se chove então há nuvens. Proposição: Se p então q Recíproca: Se q então p Contrapositividade: Se ~ q então ~p (Negação da recíproca) Técnicas de Demonstração Exemplo: Proposição: Se x é ímpar então x2 é ímpar Recíproca: Se x2 é ímpar então x é ímpar Contrapositividade: Se x2 é par então x é par Técnicas de Demonstração Exemplo: Proposição: Se os abacates estão maduros então eles estão escuros e macios. Recíproca: Se os abacates estão escuros e macios então eles estão maduros. Contrapositiva: Se os abacates não estão escuros ou não estão macios então eles não estão maduros. Técnicas de Demonstração e Técnicas de Demonstração Demonstração direta Parte da hipótese e através de passos matemáticos corretos, demonstra-se a tese. Exemplos: Se o dobro de um número é igual ao próprio número esse número é zero. Se x e y são inteiros pares então x+y é par. Seja n Є Z. Se n é ímpar então n2 é ímpar. Técnicas de Demonstração Demonstração por contrapositividade É verdadeira É verdadeira Técnicas de Demonstração Exemplo: 4) Se n2 é par então n é par. Demonstração por contradição Se p então q Assumir p e ~ q como verdadeira, essa combinação gera um fato matemático impossível (ou contraditório) Logo a tese deve ser verdadeira Técnicas de Demonstração Exemplos: 5) Se o dobro de um número é igual ao próprio número esse número é zero. 6) não é um número racional Cada um com a sua lógica!!! Agora é com vocês... Vamos ao trabalho! Escreva a recíproca e a contrapositividade da proposição abaixo: Todas as pessoas com cabelos ruivos tem olhos verdes ou são altas 2. Decida se cada afirmativa abaixo é verdadeira ou falsa: a) Uma demonstração por absurdo de P → Q começa supondo Q e P. b) Para provar a conjectura “ Se Minas Gerais é o estado então Belo Horizonte é a capital” é suficiente provar que “ Se Belo Horizonte é a capital então Minas Gerais é o estado.” 3 . Prove ou dê contra-exemplo para cada afirmativa abaixo. a) O produto de quaisquer três inteiros consecutivos é par. b) Para todo número n primo, n + 4 também é primo. 4 . Prove que a soma ou a diferença entre um número racional e um número irracional é um número irracional. Bibliografia Chauí, Marilena. Introdução à história da filosofia: dos pré-socráticos a Aristóteles. v. I. São Paulo: Brasiliense, 1994 IEZZI, G. , MURAKAMI, C., Fundamentos de Matemática Elementar, 1 – 8ªed., São Paulo: Atual, 2004 SOARES, F., DORNELAS, G.N., A lógica no cotidiano e a lógica na matemática, disponível em http://www.sbem.com.br DOMINGUES, Higino; IEZZI, Gelson. Álgebra moderna. São Paulo. 1982. AVILA, Geraldo. Análise matemática para licenciatura. São Paulo: Edgard Blucher, 2001.
Compartilhar