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Gestão e Ciência
do Meio Ambiente
A expressão desenvolvimento sustentável, cunhada 
pelo Relatório Brundtland, caiu no gosto da mídia, mas sua 
implantação na prática ainda é lenta. As empresas alegam que 
precisam de tempo para se adaptar às novas exigências e 
algumas até pensaram que a questão ambiental seria uma moda 
passageira. Mas a Eco-92 mostrou que a sustentabilidade veio 
para ficar.
Encorajado pelo secretário-geral da Eco-92, o canadense 
Maurice Strong, o empresário suíço Stephan Schmidheiny 
fundou o Conselho Empresarial Mundial para o 
Desenvolvimento Sustentável (World Business Council on 
Sustainable Development — WBCSD), já prevendo que o 
mundo dos negócios não ficaria imune ao debate ambiental. O 
Conselho se transformou em um fórum de debates e hoje mais 
de 30 países e 20 setores industriais participam das reuniões.
• WBCSD: Fórum de debate sobre o potencial econômico das 
práticas sustentáveis.
• CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o 
desenvolvimento Sustentável): é um dos braços da WBCSD
As contribuições do WBCSD tem pautado nos 
seguintes objetivos:
• promover a reflexão conjunta sobre como os 
negócios devem contribuir para a sustentabilidade;
• criar normas para orientar o crescimento 
sustentável das atividades econômicas;
• contribuir para que empresas nos países 
emergentes abracem práticas sustentáveis, 
rejeitando os moldes tradicionais de 
desenvolvimento predatório;
• divulgar as conquistas do setor econômico no 
âmbito da sustentabilidade.
O cumprimento desses objetivos não depende 
exclusivamente da ação empresarial. O governo e a 
sociedade civil também são peças indispensáveis para o 
êxito do desenvolvimento sustentável.
As regras que ditam a atuação responsável das 
organizações são produzidas no diálogo entre os três:
O cuidado com o meio ambiente não é um entrave para o 
progresso, mas uma vantagem competitiva capaz de 
incrementar os negócios.
O sucesso empresarial também depende da qualidade do 
diálogo com a sociedade e o governo. A parceria com ONGs 
é bem vista.
Desafios socioambientais e o papel da 
empresa
Na Rio+10, na África do Sul, as discussões 
abrangeram, além de meio ambiente, educação, negócios e 
erradicação da pobreza. 
Preocupados com os índices socioeconômicos do 
Terceiro Mundo, os economistas apoiaram a 
“sobrevivência sustentável”.
*** Conceito que prevê a erradicação da pobreza e a 
ampliação do consumo em bases ecologicamente 
responsáveis.
As empresas deveriam facilitar o acesso dos mais 
pobres aos seus produtos e serviços, barateando seus 
preços nas comunidades mais carentes.
Já era hora de converter os bilhões de pobres no mundo em 
consumidores, aumentando seu poder aquisitivo. Para tanto, 
era preciso combater sete inimigos principais:
1. A fome e a miséria: o desenvolvimento sustentável só se 
tornará realidade quando não houver pessoas vivendo abaixo 
da linha da pobreza;
2. Falta de acesso à educação primária;
3. Desigualdade entre os gêneros: as desigualdades de 
gênero ainda estão presentes, condenando mulheres a 
condições de vida e consumo inferiores àquelas usufruídas 
pela maioria dos homens.
4. Mortalidade infantil;
5. Mortalidade perinatal;
6. Doenças contagiosas;
7. Falta de acesso à água potável.
Os inimigos do desenvolvimento só serão combatidos 
através de uma aliança global entre governos X empresas 
X comunidades.
Por que seria interessante dar poder de 
compra aos pobres justamente agora, 
quando os recursos naturais já beiram o 
esgotamento?
Se a situação já é crítica, o que 
acontecerá ao meio ambiente se todos 
puderem consumir?
O problema não é a quantidade, mas sim a qualidade do 
consumo!
O planeta entraria em colapso, por exemplo se a população 
chinesa imitasse os hábitos norte-americanos. A solução não 
é negar aos chineses o direito de consumo, mas ensinar a 
eles (e aos norte-americanos) a consumir com eficiência.
ECOEFICIÊNCIA?
A ecoeficiência não pressupõe redução no consumo, 
mas sim o uso eficiente dos recursos naturais.
A nova prática implica explorar o ecossistema de forma 
responsável, diminuindo os impactos econômicos e 
ambientais da produção.
Estratégias da Ecoeficiência
Tais iniciativas, além de eliminar gastos com 
pagamentos de indenizações e multas, melhoram o 
relacionamento da empresa com a mídia e os órgãos de 
monitoramento ambiental.
A condução consciente de suas atividades beneficia 
não apenas a comunidade e as espécies — que dependem 
da biodiversidade —, mas também a saúde dos negócios, 
garantindo sua viabilidade a longo prazo.
Cabe aos governos estimular o desenvolvimento 
sustentável, não deixando impunes as empresas que 
negligenciam o cuidado com o planeta.
Como???
Os impostos são uma boa forma de exercer pressão 
nesse sentido, exigindo-se contribuições mais pesadas das 
organizações que não se comprometem com a causa 
ambiental.
Ecoeficiência:
Liquigás, empresa do Sistema Petrobrás, deu um bom 
exemplo em 2009. Ganhadora do prêmio Responsabilidade 
Ambiental, ela se destacou graças ao Projeto Efluente Zero, 
que eliminou o descarte dos efluentes industriais no meio 
ambiente.
Em vez de despejá-los nos rios e lagos, as unidades 
da Liquigás construíram um sistema de tratamento dos 
efluentes, reutilizando-os no processo produtivo.
Meio ambiente e desenvolvimento não são inimigos!
Negócios, mercados e o meio ambiente
A conscientização ambiental alterou definitivamente o 
mundo dos negócios. Graças à globalização, o comércio 
internacional tornou-se mais competitivo, inundando as lojas 
com inúmeras opções para o consumidor.
O cliente está cada vez mais exigente. Referências 
como o preço e a marca deixaram de ser os únicos critérios 
de compra.
O consumidor contemporâneo quer saber mais sobre 
o fabricante; ele procura descobrir se a empresa combate o 
trabalho infantil, adota práticas de reciclagem ou promove o 
reflorestamento. Por isso, os selos estão se tornando cada 
vez mais populares (selo verde = rótulo ecológico).
Novo nicho de mercado:
Compradores dispostos a pagar mais caro por produtos 
ecologicamente corretos. 
Pesquisa realizada pela CNI, 68% dos brasileiros já 
aceitam gastar mais para não agredir a natureza.
Para garantir a fidelidade do novo grupo de consumidores, 
as empresas terão de equilibrar seus objetivos econômicos 
com as necessidades do planeta, entendendo que a 
sustentabilidade não é mero capricho, mas um novo
*** diferencial competitivo
Exemplos:
A 3M, deixou de despejar, desde 1975, 270mil 
toneladas de poluentes na atmosfera e 30 mil 
toneladas de efluentes nos rios e, está conseguindo 
economizar mais de US$810 milhões combatendo a 
poluição nos 60 países onde atua.
A Scania Caminhões, contabiliza economia de R$1 
milhão com programa de gestão ambiental, que 
reduziu 8,6% no consumo de energia, 13,4 no de água 
e 10% no volume de resíduos produzidos apenas no 
ano de 1999.
O papel do gestor empresarial através do 
tempo:
Em que consiste o modelo de produção fordista?
Desde 1776, a obra A riqueza das nações, de 
Adam Smith, já previa o modelo de gestão que 
ditaria as regras nas indústrias. Segundo o 
economista escocês, a cadeia de produção deveria 
ser bastante fragmentada, transformando cada 
funcionário em um especialista na sua função.
O modelo de produção rápido introduzido 
por Henry Ford viabilizou reduções expressivas no 
custo dos automóveis. Dispostos em fila ao longo da 
linha de montagem, os operários repetiam ações 
padronizadas exaustivamente, acompanhando o 
ritmo acelerado imposto pela esteira.
Charles Chaplin, na década de 1930 estreou 
“Tempos Modernos”, filme em que tecia críticas 
ácidas ao molde de produção fordista, tendo um 
colapso nervoso por causa dosmovimentos 
repetitivos na linha de produção.
De lá pra cá, novas tecnologias tornaram o processo 
produtivo ainda mais eficiente e, com o aumento da 
oferta, os produtos adquiriram preços mais 
acessíveis.
Esta visão de gestão fomentou o crescimento 
econômico.
Assustada com o salto da produtividade, a 
sociedade mostrou aos poucos os primeiros sinais de 
preocupação ambiental.
A mudança do perfil do consumidor, nos 
tempos atuais, criou uma competitividade diferente; 
marca, preço e qualidade não bastam para garantir o 
sucesso de um empreendimento. O cliente do século 
XXI quer saber mais sobre a empresa e investiga o 
impacto socioambiental das suas atividades.
 A globalização acirrou mais ainda a disputa.
A preservação ambiental, antes empecilho do 
desenvolvimento, agora faz parte das estratégias das 
empresas para o seu êxito e o novo gestor teve que se 
adaptar às demandas, abraçando o respeito à natureza.
O maior desafio hoje é conciliar: 
produtividade, competitividade e sustentabilidade.
A consciência ambiental é uma vantagem competitiva
A gestão ambiental traz ganhos financeiros às empresas
Crescimento 
econômico:
Crescimento 
econômico:
Crescimento contínuo do produto nacional em termos 
globais ao longo do tempo.
Crescimento contínuo do produto nacional em termos 
globais ao longo do tempo.
Desenvolvimento 
econômico
Desenvolvimento 
econômico
É a forma como o crescimento da produção nacional é 
distribuída social e setorialmente.
É a forma como o crescimento da produção nacional é 
distribuída social e setorialmente.
A Gestão Ambiental implica o reconhecimento de 
que o crescimento econômico ilimitado num 
planeta finito, só pode levar a um desastre. 
Tachizawa, 2010
Desta forma, a Gestão Ambiental pode ser vista 
como uma vantagem competitiva
Talvez por isso, algumas empresas estão tentando se 
livrar do estigma de “vilã” – mas nem sempre com a ética 
desejável.
A expressão greenwashing traduzida para o português 
como “branqueamento ecológico” designa as práticas desleais 
das organizações que divulgam informações falsas sobre o 
impacto ambiental de suas atividades, escondendo seu 
verdadeiro caráter predatório.
Neste sentido, algumas empresas dizem possuir 
certificações que não possuem, ou apresentam em suas 
atividades benefícios ao meio ambiente que são irrelevantes.
O modelo de gestão pós-fordista e a era da 
responsabilidade
Durante muitas décadas, os esforços de marketing das 
empresas direcionavam-se a fortalecer e divulgar a marca dos 
produtos.
Hoje, essa estratégia não é mais suficiente para 
fidelizar o consumidor ou atrair novos investidores.
Eles querem conhecer as práticas da empresa!
(Responsabilidade socioambiental)
Organizações com imagem positiva no âmbito social e 
ambiental tendem a ser mais atraentes. Isso inclui um 
relacionamento ético com os trabalhadores, com o 
oferecimento de planos de carreira e de uma política salarial 
razoável, além, é claro, do respeito ao meio ambiente.
Questões ligadas a salário, segurança do trabalho e 
proteção ao meio ambiente já são levadas em conta por 
muitos clientes e investidores, reforçando a necessidade de 
adaptação das empresas ao novo paradigma.
Diante da pressão dos clientes, das ONGs e da própria 
comunidade internacional, muitos gestores já começam a 
entender a importância de reavaliar suas políticas.
Ex: China – considerada a capital mundial da produção a 
baixo custo.
Parcerias com ONGs
Diante das pressões das ONGs e dos próprios 
consumidores, não resta alternativa às empresas 
contemporâneas senão trocar o crescimento irresponsável 
pela sustentabilidade ecológica, aliada a resultados mais 
duradouros.
Melhorar a qualidade de vida da comunidade local e 
preservar o meio ambiente são apenas alguns dos itens que 
integram a agenda do novo gestor.
A aproximação entre velhos rivais:
Gestores X Ativistas Ambientais
promete encher os bolsos de empresários e ajudar a “salvar o 
planeta”.
*Greenpeace convenceu companhias como a Bunge 
Alimentos a não comprar soja cultivada na Amazônia;
*Com o aval do Greenpeace, a cadeia de lojas Renner lançou 
uma coleção de roupas com um sistema de tingimento 
natural;
*A TAM (com a aprovação do Greenpeace e o Instituto 
Biodinâmico) utiliza açúcar orgânico (sem agrotóxicos e com 
adubo natural) a bordo de suas aeronaves.
Não dá para escapar à nova tendência: 
As antigas adversárias (ONGs) serão as novas 
aliadas do mundo dos negócios.
A influência dos stake(interesse)holders(aquele 
que possui)
Na prática, o grupo dos stakeholders reúne todos os 
interessados nas atividades da empresa, incluindo clientes, 
fornecedores, governo, acionistas, ativistas e seus próprios 
funcionários.
Conceito (stakeholders) desenvolvido na década de 1980 
(filósofo Robert Freeman), que entende como legítima a influência 
de todos que se interessam pela organização. Não é preciso ser 
acionista da empresa para opinar no modo como ela conduz seus 
negócios, basta ser afetado por suas atividades.
O advento da Internet concentrou ainda mais poder nas 
mãos dos stakeholders. Denúncias sobre a postura irresponsável 
de uma empresa podem se espalhar em questão de segundos, 
causando danos profundos à sua imagem.
Por isso, a gestão eficiente deve reconhecer os pleitos dos 
stakeholders, esforçando-se para atender suas reivindicações.
*
* Defensores dos diretos da mulher,
dos portadores de deficiência, etc
Na mira dos ativistas
A atuação dos ativistas nunca teve contornos tão 
preocupantes quanto na atualidade, quando pode, inclusive, 
jogar a opinião do consumidor contra organizações 
irresponsáveis. Hoje em dia, a sociedade está em uma posição 
favorável para cobrar satisfações, exigindo a reavaliação das 
atividades que causam impactos negativos sobre a população e 
o meio ambiente.
Até mesmo os credores pressionam o gestor do 
agronegócio: eles relutam cada vez mais para financiar práticas 
sociais e ambientais irresponsáveis. Não há como negar — 
sustentabilidade é a palavra chave do planejamento estratégico 
da agricultura no novo milênio.
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