Prévia do material em texto
Fundamentos de Enfermagem Apostila Farmacologia Professora: Mila Beatriz Machado Ratky - Enfermeira – COREN-SP: 354073 2017 Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 2 FARMACOLOGIA INTRODUÇÃO O termo farmacologia tem sua origem no termo grego pharmakon, que tem vários significados, entre eles: substância de uso terapêutico, venenos, substância de uso místico ou sobrenatural. Já o termo Droga tem origem holandesa e significa folha seca (ervas), pois até o início do século XX, os medicamentos eram feitos utilizando plantas. Os primeiros medicamentos utilizando substâncias sintéticas foram registrados em 1920 pelas indústrias farmacêuticas. O estudo da farmacologia tem como objetivo proporcionar ao profissional de saúde os conhecimentos necessários para a correta e segura aplicação das medicações. No Brasil, essa atividade é, em sua maioria, realizadas por auxiliares e técnicos de enfermagem, sob a supervisão do enfermeiro. A administração de medicamentos é, sem dúvida, uma das maiores responsabilidades atribuídas ao profissional de enfermagem, por isso é indispensável que este profissional tenha profundo conhecimento e consciência na realização desta atividade. O processo de administração de medicamentos envolve várias etapas, dentre elas destacamos: Compreensão da prescrição médica. Conferência do fármaco. Administração correta do medicamento. Calculo da dosagem. Em qualquer dessas etapas podem ocorrer falhas. Estas falhas podem causar danos irreversíveis ao paciente e até causar-lhe a morte. Pesquisar para próxima aula: Imprudência. Imperícia e Negligência. Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 3 Das responsabilidades Legais: As responsabilidades legais relacionadas com o preparo e administração dos medicamentos são norteadas pelo Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, que entrou em vigor com a Resolução COFEN nº160 de 12 de maio de 1993. Capitulo II Art.7º - Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência legal. Capitulo III – Das Responsabilidades Art.16º - Assegurar ao cliente uma Assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. Art.17º - Avaliar criteriosamente sua competência técnica e legal e somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para a clientela. Art.18º - Manter-se atualizado ampliando seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais, em benefício da clientela, coletividade e do desenvolvimento da profissão. Art. 20º - Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades profissionais, independente de ter sido praticada individualmente ou em equipe. Capitulo IV – Dos Deveres Art.23º - Prestar Assistência de Enfermagem, sem discriminação de qualquer natureza. Art.24º - Prestar uma Assistência de Enfermagem livre de riscos decorrentes de imperícia, negligência e imprudência. Art.26º - Prestar adequadas informações ao cliente e família a respeito da assistência de Enfermagem, possíveis benefícios, riscos e consequências que possam ocorrer. Art.27º - Respeitar e recorrer o direito do cliente de decidir sobre sua pessoa, seu tratamento e seu bem estar. Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 4 Art.33º - Proteger o cliente contra danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência por parte de qualquer membro da equipe de saúde. Capitulo V – Das Proibições Art.47º - Administrar medicamento sem certificar-se da natureza da droga que compõe e da existência de risco para o cliente. Art.49º - Executar a Assistência de Enfermagem sem o consentimento do cliente ou seu representante legal, exceto em iminente risco de vida. Art. 50º - Executar prescrições terapêuticas quando contrárias à segurança do cliente. As Prescrições Medicas: Toda prescrição médica deve conter: Nome do paciente Nome do medicamento – genérico e/ou comercial. Dose/dia Forma Via Data, assinatura do médico e numero do CRM As prescrições verbais só devem ser utilizadas em casos de absoluta urgência. Neste caso o profissional de enfermagem deve fazer a anotação no prontuário do paciente relatando o horário, a dose, o medico responsável pela prescrição e como ela foi realizada. É muito importante que o profissional de enfermagem não tenha dúvidas a respeito da prescrição médica antes de realizá-la. No caso de letra ilegível ou falhas na prescrição o médico deverá ser procurado para refazê-la, sanando assim, as dúvidas existentes. NUNCA ADMINSITRE A MEDICAÇÃO SE TIVER DÚVIDAS SOBRE A PRESCRIÇÃO. Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 5 Cálculo das Dosagens O calculo das dosagens é uma das principais dificuldades na administração dos medicamentos. Para realizar esses cálculos são utilizados dois tipos de sistemas de pesos e medidas: Sistema métrico decimal (l, ml, Kg, g, mg) Sistema doméstico (gotas, colher de chá, colher de café, colher de sopra, copo graduado, etc). Conservação dos Medicamentos Os medicamentos devem ser conservados de acordo com a orientação do fabricante, por exemplo: Conservar em geladeira Conservar entre 10 e 25ºC. Nomenclatura dos Medicamentos Cada medicamento possui no mínimo três nomes: Nome Químico: é o nome dos elementos químicos que compõe a formula farmacêutica do medicamento – ácido 1-fenil-2,3-dimetil-5-pirazolona-4- metilaminometanossulfônico. Nome Genérico: é o nome do ingrediente principal da formula farmacêutica, o principio ativo – Dipirona sódica. Nome Comercial: é o nome que o laboratório escolhe para o medicamento que produz – Algirona, Anador, Analgesil, Analgex, Apiron, Conmel, Difebril, Dipidor®, Dipigina, Dipimed, Dipiran, Dipirona Sódica (genérico), Dipiroterm, Diprin, Doralex, Dorfebril, Doliran, Dorona, Lisador®, Lomdor, Magnopyrol, Maxiliv, Neosaldina®, Nofrebrin, Novagreen, Novalgina®, Pirofebran, Salindor, Termopirona, Termoprim, Toloxin. Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 6 Geralmente os nomes conhecidos pelos profissionais de saúde são o comercial e o genérico Além do nome, a bula deve trazer outras informações como: apresentação, forma de ação, efeitos colaterais, reações adversas, ação farmacológica e posologia. Para o preparo adequado da medicação o profissional deve conhecer sua forma de apresentação e a concentração. Para a Próxima Aula: Traga 3 exemplos de medicações constando o nome genérico e comercial Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 7 CONCEITOS FUNDAMENTAIS Segundo a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Medicamento é: Produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. Exemplos: Profilática: Vacinas – isto é, atuam na prevenção das doenças e sintomas. Curativa: Antibióticos – tem ação terapêutica, isto é, vão atuar na cura das enfermidades e sintomas. Paliativas:antitérmicos, analgésicos – vão aliviar os sintomas Para fins diagnósticos: Contrastes radiológicos. Formula Farmacêutica: É a descrição do produto farmacêutico, princípios ativos que o compõem e as dosagens. Tipos de Ação dos Medicamentos: Ação Local: Um medicamento tem ação local quando age no próprio lugar que foi aplicado, sem passar pela corrente sanguínea. Exemplos: Pomadas ou loções aplicadas na pele. Óvulos vaginais, colírios e alguns contrastes radiológicos aplicados na mucosa. Alguns antiácidos que neutralizam a ação do suco gástrico e depois são eliminados sem serem absorvidos. Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 8 Ação Sistêmica: Um medicamento tem ação sistêmica quando seu princípio ativo tem que primeiro ser absorvido pela corrente sanguínea, para depois chegar ao local de ação. Por exemplo: Injeção de Furosemida: ao ser injetada na veia, entra na corrente sanguínea, chegando ao rim onde exercerá sua função. Forma Farmacêutica: É a forma de apresentação do produto farmacêutico: solução, comprimido, xarope, etc. As formas farmacêuticas foram desenvolvidas para facilitar a administração de medicamentos a pacientes de faixas etárias diferentes ou em condições especiais, e para permitir seu melhor aproveitamento. Para uma criança, por exemplo, é melhor engolir gotas em um pouco de água do que um comprimido. Além disso, a forma farmacêutica se relaciona à via de administração que vai ser utilizada, isto é, a porta de entrada do medicamento no corpo da pessoa, que pode ser, por via oral, retal, intravenosa, tópica, vaginal, nasal, entre outras VIA DE ADMINISTRAÇÃO FORMAS FARMACÊUTICAS Via oral Comprimido, cápsula, pastilhas, drágeas, pós para reconstituição, gotas, xarope, solução oral, suspensão. Via sublingual Comprimidos sublinguais Via parenteral (injetável) Soluções e suspensões injetáveis Via cutânea (pele) Soluções tópicas, pomadas, cremes, loção, gel, adesivos. Via nasal Spray e gotas nasais Via oftálmica (olhos) Colírios e pomadas oftálmicas Via auricular (ouvidos) Gotas auriculares ou otológicas e pomadas auriculares Via pulmonar Aerossol (bombinha) Via vaginal Comprimidos vaginais, cremes, pomadas, óvulos. Via retal Supositórios e enemas See more at: http://www.farmaceuticodigital.com/2012/09/formas-farmaceuticas.html#sthash.TFgQzpJo.dpuf Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 9 Formas Sólidas: PÓ – são formas farmacêuticas constituídas de partículas secas, sólidas; de diversos graus de tenuidade; obtidas pela divisão, geralmente, mecânica de drogas de origem animal, vegetal, mineral ou sintética. Ex: Bicarbonato de Sódio. GRANULADOS - apresentam-se sob a forma de pequenos grãos de dimensões sensivelmente uniforme. Ex: Fluimulcil (acetilcisteína). COMPRIMIDO - É o pó comprimido em formato próprio, geralmente redondo ou ovalado. Pode ter um sulco, isto é, trazer uma marca que auxilia na sua divisão. Ex paracetamol. DRÁGEAS – Contém o medicamento em seu núcleo e é revestido por uma solução de queratina, açúcar e corante. As drágeas tem liberação entérica, isto é, tem sua liberação no intestino, enquanto a maioria dos comprimidos se dissolve no estomago. Ex: Neusaldina (dipirona) Cataflan (diclofenaco) CÁPSULAS – Constituída de um involucro de gelatina e um medicamento em forma sólida, semissólida ou liquida (desde que não dissolva a cápsula) EX. Dimeticona (Luftal max) e Amoxicilina. SUPOSITÓRIO – De formato cônico ou ogival, destina-se a aplicação retal. Pode ser de ação local ou sistêmica. Ex. Supositório de glicerina e Dipirona supositório. ÓVULO – Tem a forma ovoide e é de aplicação vaginal. Ex: Colpistatin (nistatina + metronidazol). Formas Liquidas: SOLUÇÃO – Mistura homogênea de líquidos ou de líquidos e sólidos. Ex: Solução de cloreto de sódio a 0,9%. XAROPE – Solução que contém 2/3 de açúcar. Ex: Ambroxol. ELIXIR – Solução que além do soluto contém 20% de álcool e 20% de açúcar. Ex: Elixir Paregórico. SUSPENSÃO – Mistura não homogênea de uma substância sólida e outra liquida. Ex: Amoxicilina. Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 10 EMULSÃO - Formada por dois líquidos que não se misturam (óleo e água). Ex: emulsão hidratante. LOÇÃO – Solução, emulsão ou suspensão para uso externo. Ex; Caladryl (Calamina). Formas Pastosas: POMADA - forma semissólida de consistência macia e oleosa, de pouca penetração na pele. Ex: (Betnovate) belametasona pomada. CREME – forma semissólida de consistência macia e mais aquosa. Tem maior penetração na pele e pode atingir a corrente sanguínea. Ex: (Betnovate) belametasona creme. PASTA – Forma semissólida de consistência macia, contendo 20% de pó. Atua na superfície da pele, sem penetrá-la. Ex: Pasta d’água (óxido de zinco). GEL – Forma semissólida formada por material gelatinoso. Formas gasosas. São usados principalmente para a administração de substâncias voláteis. Entre elas estão os aerossóis, que são medicamentos sólidos ou líquidos acrescidos de gases para nebulização. Ex: Aerolin (salbutamol). Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 11 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS As vias de administração podem ser divididas em: ENTERAL – Passam pelo sistema digestório. Oral Sublingual Retal PARENTERAL – que utiliza uma ou mais camadas da pele para sua administração. Via Dermica (pele e mucosa) ocular, nasal, vaginal, auricular. Inalação: tópica ou sistêmica. Transdérmica. Intramuscular. Subcutânea. Intradérmica. Endovenosa. Enteral VIA ORAL – VO É a mais utilizada via para administração de medicamentos sólidos e líquidos, porém exige do paciente a capacidade de ingestão e deglutição adequadas. Vantagens: fácil administração, dispensa acompanhamento profissional, baixo custo, método não invasivo. Desvantagens: paladar, demora na ação da droga, dificuldade no fracionamento. Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 12 Contraindicações: pacientes inconscientes, dificuldade de deglutição, vômito, jejum para exames ou cirurgias. SUBLINGUAL – SL Administração do medicamento diretamente sob a língua do paciente, deixando que a absorção seja realizada pela mucosa oral. Vantagens: fácil administração, baixo custo, método não invasivo, mais rápida absorção que a VO. Desvantagens: só pode ser administrado em pacientes conscientes, numero reduzido de medicamentos disponíveis para administração SL VIA RETAL – VR É a via utilizada quando a ingestão não é possível, por exemplo por causa de vômito ou quando o paciente está inconsciente, para preparo cirúrgico e diagnóstico, como também para aliviar o intestino do conteúdo das fezes nos casos de constipação intestinal. Vantagens: Rápida absorção. Desvantagens: absorção pode ser irregular ou incompleta, irritação da mucosa retal, desconforto do paciente. Parenteral VIA TÓPICA OU DERMICA – VD ou VT É a aplicação de medicamentos sobre a pele com objetivo de ação local. É também aplicada sobre unhas e cabelos. Vários medicamentospodem ser administrados por essa via em forma de pomada, creme, loção e gel. Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 13 VIA MUCOSA (Mucosa é um tipo de tecido epitelial de revestimento interno das cavidades do corpo que têm contato com o meio externo). Via Vaginal – Aplicação do medicamento no canal vaginal. A ação do medicamento é local e a forma pode ser em creme, pomada, óvulo, gel, tampão. Via Ocular – Aplicação de colírios ou pomadas no olho. Via Auricular – Aplicação de medicamentos no ouvido. Via Nasal – Aplicação de medicamentos nas narinas VIA INALATÓRIA - Utiliza gases como meio de transporte para a medicação, na sua maioria os medicamentos inalatórios tem sua ação no sistema respiratório. VIA TRANSDERMICA – É utilizada para administrar medicamentos por meio da pele com uso de adesivos. Podem ter ação local ou sistêmica. VIA INTRAMUSCULAR – IM É a administração de medicamentos no músculo. Vantagens: ação mais rápida que a via oral, facilidade de visualização e acesso ao musculo, menor custo que a endovenosa. Desvantagens: infusão de pequenos volumes de medicamento, procedimento invasivo, dor, requer profissional capacitado, maior custo comparado com via oral, aplicações inadequadas podem causar lesões nos músculos e nervos. Local das aplicações: Região do músculo deltoide(Braço) só para vacinas Região Dorso-glutea (Glúteo) Região Antero-lateral da coxa. (Coxa) Região Ventro-glutea. Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 14 Região do músculo deltoide (só para vacinas) Aplicação: sobre o músculo deltoide. Indicação: vacinas Volume suportado: máximo de 3 ml Região Dorso-glutea. (Glúteo) Aplicação: músculo glúteo máximo. Indicação: todos os casos de medicação IM Volume suportado: 4ml em adultos Região Antero-lateral da coxa. (Coxa) Aplicação: musculo vasto lateral da coxa Indicação: todos os casos de medicação IM e em crianças abaixo de 2 anos e a região de escolha. Volume suportado: 4 ml em adultos Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 15 Região Ventro-glutea. Aplicação: musculo glúteo médio Indicação: todos os casos de medicação IM Volume suportado: 4 ml Seringas Agulhas Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 16 VIA SUBCUTÂNEA – SC A via subcutânea ou Hipodêrnica é a aplicação logo abaixo da pele. Usada para substâncias não irritantes e de PH semelhante ao local da aplicação para evitar necrose. Pode ser feita em vários locais do corpo onde haja uma camada de tecido gorduroso. É utilizada geralmente para aplicação de insulina, anticoagulantes, algumas vacinas, adrenalina e hormônios. Vantagens: Absorção lenta e uniforme, efeito constante do medicamento, fácil aplicação, permite auto aplicação. Desvantagens: pode causar lipodistrofia (aumento anormal da camada de gordura), procedimento invasivo, é necessário um profissional treinado ou treino do paciente para a auto aplicação. Volume máximo: 2ml Locais de preferência: Face externa do braço, Região dorsal, Nádegas, face externa da coxa. Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 17 VIA INTRADERMICA - ID Aplicação entre a derme e a epiderme Volume máximo: 0,5ml Usada para vacina contra tuberculose (BCG) e alguns tipos de testes alérgicos. VIA ENDOVENOSA – EV ou INTRAVENOSA - IV Neste tipo de aplicação a medicação é administrada diretamente na corrente sanguínea do paciente. Vantagens: absorção rápida, obtenção de resultados mais seguros, via utilizada pata para infusão de grandes volumes na sua administração, maior precisão em determinar a dose adequada. Desvantagens: dor, irritação local, lesão por falha no procedimento, risco de infecção por ser procedimento invasivo, contraindicado para medicações oleosas e de deposito, requer profissional técnico capacitado, risco de flebites, risco de transfixação da veia, risco de hematoma, custo. As vais de preferência são: Metacarpianas, Basílica, Cefálica e Cefálica acessória, Veia intermédia do antebraço, Veia Intermédia do cotovelo, Veia Braquial. Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 18 Os dispositivos utilizados para punção do acesso venoso periférico são: Cateter agulhado – SCALP Cateter sobre agulha – ABOCATH Cateter Agulhado conhecido como SCALP® Feito em aço inox com comprimento entre 1,25 e 3,0cm. São divididos em números ímpares (17,19,21,23,25 e 27) sendo o menor numero o maior calibre. São utilizados para acessos venosos de CURTISSÍMA DURAÇÃO e administração de doses únicas de medicamentos. Cateter sobre Agulha conhecido como ABOCATH® São cateteres flexíveis sobre uma agulha, depois da punção venosa a agulha é retirada e o cateter permanece na veia do paciente. Os tamanhos são divididos em números pares entre 12, 14, 16, 18, 20, 22, 24, sendo o menor numero o maior calibre. Podem permanecer na veia por 72 horas, após devem ser retirados. Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 19 FUNÇÃO DOS MEDICAMENTOS NO ORGANISMO Medicamentos que atuam no Sistema Circulatório Cardiotônicos: Usados para aumentar a força contrátil do coração, geralmente na ICC. Digoxina (Lanoxin) Dopamina (Revivan) Antiarrítmicos: Indicados para arritmias cardíacas. Amiodarona (Ancoron) Procainamida (Pocamine) Anti-hipertensivos: Atuam diminuindo a pressão arterial. Atenolol (Atenol) Captopril (Capoten) Clonidina (Atensina) Enalapril (Renitec) Metildopa (Aldomet) Vasodilatadores: Aumentam o débito sanguíneo, melhorando a circulação do sangue. Bametano (Vasculat) Cinarizina (Stugeron) Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 20 Antianginosos: Reduzem a crise de angina. Nifedipino (Adalat, Oxcord) Verapamil (Dilacoron) Propatilnitrato (Sustrate) Medicamentos que atuam no Sistema Hematopoético Anticoagulantes: Prolongam o tempo de coagulação do Sangue. Indicados nos casos de IAM, embolia e doença vascular. Podem ter ação direta ou indireta. Ação direta: quebram o trombo. Heparina (Liquemine, Trombofob, Venalot, Hirudóid) Ação indireta: Inibem a síntese de Vitamina K, usados para profilaxia. Varfarina (Marevan, Varfine e Coumadin) Coagulantes ou Hemostáticos Usados para estancar hemorragias Complexo Protrombínico Humano (Prothromplex) Fator IX de coagulação (Bebulin) Antitrombóticos: Previnem a formação de trombos, diminuindo a adesividade das plaquetas. Dalteparin (fragmin) Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 21 Dipiridamil (Persantin) Ticlopidina (Ticlid) Fibrinolíticos ou Trombolíticos: Dissolvem trombos. Estreptoquinase (Kabiquinase) Alteplase (Actilyse) Antifibrinolíticos Auxiliam a controlar hemorragias graves. Ácido tranexâmico (Transamin) Ácido aminocapróico (Ipsilon) Medicamentos que atuam no Sistema Respiratório Antitussígenos Calmantes da tosse improdutiva, sem secreção. Codeína beladonada (Belacoid) – opiáceos. Dextrometorfano (Silencium) – não-opiáceos. Mucolíticos Diminuem a aderência das secreções. Ambroxol (Mucosolvan) Acetilcisteína (Fluimucil) Bromexina (Bisolvon) Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 22 Expectorantes Promovem a tosse para que as secreções sejam eliminadas ou seja, favorecem a tosse produtiva. Guaifenesina (Polaramine Expectorante) Sulfoguaiacol. (Fenergan expectorante) Broncodilatadores Dilatam os brônquios, facilitando a saída de secreções. Salbutamol (Aerolin) Terbutalina (Brycanil) Fenoterol (Berotec) Teofilina (Aminofilina) Medicamentos que atuam no Sistema Digestório Antiácidos Diminuem a acidez do estômago. Bicarbonato de sódio. Hidróxido de alumínio (Galviz) Hidróxido de alumínio e magnésio (Riopan) Antieméticos Impedem o vômito. Bromoprida (Digesan) Dimenidrinato (Dramin) Metoclopramida (Plasil) Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 23 Laxativos, Purgativos e Estimulantes do peristaltismo. Drogas de ação sobre o intestino. Tamarindo + Sene (Tamarine) Mucilóide hidrófilo de psilio (Metamulcil) Óleo de rícino (Laxol) Bisacodil (Dulcolax) Antidiarréicos Diminuem ou eliminam a diarreia. Elixir Paregórico Difenoxilato (Lomotil) Loperamida (Imosec) OBS: Muitos antidiarreicos foram proibidos ou houve restrição à sua venda em razão do perigo de intoxicação. Antifiséticos São antiespuma, alteram a tensão superficial dos gases intestinais. Dimeticona (Luftal) Bloqueadores da secreção gástrica Bloqueiam a formação das secreções gástricas, diminuindo a gastrite e a úlcera. Ranitidina (Zyliun, Logat) Omeprazol (Losec) Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 24 Medicamentos que atuam no Sistema Geniturinário Diuréticos Aumentam o volume urinário. Hidroclorotiazida (Clorana) Furosemida (Lasix) Antissépticos urinários Medicamentos que inibem ou reduzem o crescimento microbiano nas vias urinárias. Fenazopiridina (pyridium) Ácido nalidixico (Wintomylon) Ácido pipemídico (Pipurol) Estimulantes uterinos ou Ocitócitos Provocam a contração uterina, sendo utilizados para induzir o parto, inibir a hemorragia pós-parto e provocar a involução do útero. Oxitocina (Syntocinon) Ergometrina (Ergotrate) Metilergometrina (Methergin) Medicamentos que atuam no Sistema Nervoso Central Analgésicos Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 25 Diminuem ou eliminam a dor (alguns são também antipiréticos ou antitérmicos, provocam a queda de temperatura em pacientes febris). São divididos em dois tipos: Não Narcóticos: atuam nas dores mais superficiais (cefaleias, mialgias, artralgias) Ácido acetilsalicílico (AAS) Paracetamol (Tylenol) Dipirona (Novalgina, Magnopyrol) Narcóticos: atuam nas dores profundas (cólicas renais ou biliares e dores provocadas pelo câncer) Morfina (Dimorf) - opióide Petidina (Dolantina) - opióide Tramadol (Tramal) - opióide Anti-inflamatórios não esteroidais (AINES): Reduzem ou eliminam a inflamação Diclofenaco (Voltaren, Cataflan) Benzidamina (Benflogin) Nimesulide (Nisulide) Sedativos e Hipnóticos São depressores do SNC. Reduzem a agitação e o nervosismo e podem provocar o sono. Fenobarbital (Gardenal) Flurazepan (Dalmadorm) Midazolan (Dormonid) Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 26 Psicotrópicos Substâncias que atuam de forma seletiva sobre o sistema nervoso, interferindo nos processos mentais, estimulando ou alterando o humor, o pensamento e o comportamento. Neurolépticos ou Antipsicóticos São tranquilizantes maiores, que exercem ação sobre a excitação e a agressividade, assim como em atividades delirantes e alucinatórias. Haloperidol (Haldol) Clorpromazina (Amplictil) Ansiolíticos São tranquilizantes menores que atuam na ansiedade e na tensão. Quando usados em pequenas doses não provocam sono, apenas facilitam sua instalação. Diazepam (Diempax) Bromazepam (Lexotam) Lorazepam (Lorax) Antidepressívos Diminuem a depressão Fluoxetina (Prozac, Daforim) Sertralina (Zolof, Assert, Serenata) Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 27 Medicamentos Antialérgicos Anti-histamínico Bloqueiam a ação da Histamina Dexclorfeniramina (Polaramine) Fexofenadina (Alegra) Loratadina (Claritin) Corticóides ou Corticosteróides São hormônios produzidos pelas glândulas supra renais, que também podem ser fabricados pela indústria farmacêutica para serem utilizados como remédios. Seu uso é muito comum para o tratamento das alergias, pois é um ótimo anti-inflamatório. Prednisona (Meticorten) Triancinolona (Oncilon) Dexametasona (Decadron) Medicamentos Antibióticos São medicamentos produzidos por organismos vivos ou de maneira sintética para atuar sobre as infecções bacterianas. Podem ser bacteriostático (impedem a reprodução das bactérias) e Bactericidas (rompem a parede bacteriana para elimina-la) podendo ser também de Pequeno espectro (antibióticos que atingem pequeno número de microrganismos nas doses terapêuticas. Ex.: penicilinas de pequeno espectro, eritromicina, lincomicina, etc) e Largo espectro- (antibióticos que atingem grande número de microrganismos nas doses terapêuticas. Ex.: penicilinas de largo espectro, tetraciclinas, cefalosporinas, etc). Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 28 Cefadroxila (Cefamox) Cefalexina (Keflex) Cefalotina (Keflin) Amoxicilina (Amoxil) Benzilpenicilina benzatina (Benzetacil) Ceftriaxono (Rocefin) Vancomicina (Celovan, Novamicin) Neomicina (Nebacetin) Medicamentos Antifúngicos Utilizados no tratamento das micoses. Cetoconazol (Nizoral) Nistatina (Mocostatin) Medicamentos Antivirais Utilizados no tratamento e profilaxia das viroses. Aciclovir (Zovirax) Ganciclovir (Ganciclovir) Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 29 Insulinas Hormônio que promove o transporte da glicose para os músculos e células para reduzir o nível de glicose no sangue. Geralmente faz uso de insulina o portador de Diabetes mellitus tipo I (dependente de insulina); diabetes mellitus tipo II (não dependente de insulina, mas que não consegue o controle através de dieta, exercícios e redução de peso). A insulina regular (R) estátambém indicada em: cetoacidose diabética; coma diabético. SEGURANÇA NA ADMINISTRAÇÃO DOS MEDICAMENTOS Em todo o mundo, acontecem eventos adversos no processo de assistência à saúde. Em resposta a esta situação a Organização Mundial da Saúde (OMS), lançou em 2004 o programa Aliança Mundial Para a Segurança do Paciente, com objetivo de incentivarem vários países a adotarem medidas para assegurar a qualidade e segurança da assistência prestada nas unidades de saúde. A administração de medicamentos é um processo multi e interdisciplinar, que exige conhecimento técnico e prática. Para a administração segura, são necessários conhecimentos sobre Farmacologia, Anatomia, Fisiologia, Microbiologia e Bioquímica. A dimensão dos erros relacionados à administração de medicamentos foi apresentada em estudo realizado em 2006 em quatro hospitais brasileiros, tendo sido evidenciado que: Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 30 1,7% dos medicamentos administrados foi diferente dos medicamentos prescritos; 4,8% das doses administradas diferiam das prescritas; 1,5% dos medicamentos foi administrado em vias diferentes das prescritas; 0,3% dos pacientes recebeu medicamentos não autorizados ou não prescritos; 2,2% dos medicamentos foram administrados uma hora antes do previsto; 7,4% mais de uma hora depois do prescrito. Um erro na administração de medicamento pode trazer graves consequências aos pacientes, devendo-se observar: A ação; As interações; e Os efeitos colaterais. Itens de verificação para administração segura de medicamentos A equipe de enfermagem tem seguido tradicionalmente os cinco certos na administração de medicamentos e, mais recentemente, foram introduzidos mais dois certos, configurando-se em “os sete certos na administração de medicamentos”. I. Paciente certo; II. Medicamento certo; III. Via certa; IV. Hora certa; V. Dose certa; Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 31 Foram incluídos: VI. Documentação certa (Registro certo); e VII. Ação certa Um recente artigo identifica os nove certos para administração de medicamentos: paciente certo, medicamento certo, via certa, hora certa, dose certa, registro certo, ação certa, VIII - Forma certa IX - Resposta certa. Os nove certos não garantem que os erros de administração não ocorrerão, mas segui-los pode prevenir significativa parte desses eventos, melhorando a segurança e a qualidade da assistência prestada ao paciente durante o processo de administração de medicamentos. 1 - Paciente certo Assegurar-se de que é realmente o paciente a receber aquela medicação Perguntar ao paciente seu nome completo; Conferir o nome identificado na pulseira; Conferir nome identificado no leito; Conferir nome identificado no prontuário. Importante: caso o paciente apresente baixo nível de consciência, impossibilitando-o de confirmar o nome completo, a equipe assistencial deverá conferir o nome do paciente descrito na prescrição com a pulseira de identificação, devendo, ainda, associar pelo menos mais dois identificadores diferentes (idade, patologia, etc). Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 32 Outra estratégia que auxilia a evitar a administração de medicamentos ao paciente errado, é existir norma interna do estabelecimento de saúde que evite, dentro do possível, que dois pacientes com o mesmo nome fiquem internados simultaneamente no mesmo quarto ou enfermaria. 2 - Medicamento certo Conferir se o nome do medicamento que tem em mãos é o que está prescrito. Saber identificar nomes comerciais e nomes genéricos dos medicamentos Importante: alguns medicamentos são associações. Nesses casos, é necessário conhecer a composição dos medicamentos para identificar se o paciente não é alérgico a algum dos componentes do medicamento. 3 - Via certa Identificar a via de administração prescrita. Verificar se a via de administração prescrita é a via tecnicamente recomendada para administrar determinado medicamento. Avaliar no paciente se a via prescrita é, de fato, a mais adequada. Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 33 Esclarecer as dúvidas de legibilidade da prescrição diretamente com o prescritor. Importante: Informações sobre compatibilidade de medicamentos e produtos para a saúde utilizados na administração de medicamentos, deverão estar disponíveis em manual ou em base de dados para consulta no local do preparo ou pode-se consultar o farmacêutico. 4 - Hora certa Preparar o medicamento de modo a garantir que a sua administração seja feita sempre no horário correto, para garantir adequada resposta terapêutica. Preparar o medicamento no horário oportuno e de acordo com as recomendações do fabricante, assegurando-lhe estabilidade. A antecipação ou o atraso da administração em relação ao horário predefinido somente poderá ser feito com o consentimento do enfermeiro e do prescritor. Obs: Define-se como erro: o atraso ou adiantamento demais de 30 minutos para medicamentos de ação imediata e mais de 1 hora para os de ação prolongada. 5 - Dose certa Conferir atentamente a dose prescrita para o medicamento. Doses escritas com “zero”, “vírgula” e “ponto” devem receber atenção redobrada, conferindo as dúvidas com o prescritor sobre a dose desejada, pois podem redundar em doses 10 ou 100 vezes superiores à desejada. Verificar a unidade de medida utilizada na prescrição, em caso de dúvida ou medidas imprecisas (colher de chá, colher de sopa, ampola), consultar o prescritor e solicitar a prescrição de uma unidade de medida do sistema métrico. Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 34 Conferir a velocidade de gotejamento, a programação e o funcionamento das bombas de infusão contínua em caso de medicamentos de infusão contínua. Realizar dupla checagem dos cálculos para o preparo e programação de bomba para administração de medicamentos potencialmente perigosos ou de alta vigilância. Solicitar complementação do prescritor em caso de orientações vagas, tais como “fazer se necessário”, “conforme ordem médica” ou “a critério médico”, para possibilitar a administração. 6 - Documentação certa da administração Registrar na prescrição o horário da administração do medicamento. Checar o horário da administração do medicamento a cada dose. Registrar todas as ocorrências relacionadas aos medicamentos, tais como: adiamentos, cancelamentos, desabastecimento, recusa do paciente e eventos adversos. 7 - Ação correta Esclarecer, junto ao prescritor, dúvidas sobre a razão da indicação do medicamento, sua posologia ou outra informação antes de administrá-lo ao paciente. Orientar e instruir o paciente sobre qual medicamento está sendo administrado (nome), justificativa da indicação, efeitos esperados e aqueles que necessitam de acompanhamento e monitorização. Garantir ao paciente o direito de conhecer o aspecto (cor e formato) dos medicamentos que está recebendo, a frequência com que será ministrado, bem como suaindicação, sendo esse conhecimento útil na prevenção de erro de medicação. Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 35 8 - Forma certa Checar se o medicamento a ser administrado possui a forma farmacêutica e via administração prescrita. Checar se forma farmacêutica e a via de administração prescritas estão apropriadas à condição clínica do paciente. Sanar as dúvidas relativas à forma farmacêutica e a via de administração prescrita junto ao enfermeiro, farmacêutico ou prescritor. 9 - Resposta certa Observar cuidadosamente o paciente, para identificar, quando possível, se o medicamento teve o efeito desejado. Registrar em prontuário e informar, todos os efeitos diferentes (em intensidade e forma) do esperado para o medicamento. Deve-se manter clara a comunicação com o paciente e/ou cuidador. Considerar a observação e relato do paciente e/ou cuidador sobre os efeitos dos medicamentos administrado, incluindo respostas diferentes do padrão usual. Registrar todos os parâmetros de monitorização adequados (sinais vitais, glicemia capilar.). Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 36 Três leituras certas da medicação Confira sempre o rotulo da medicação. Não confie em medicações que outras pessoas guardaram ou pegaram para você... LEIA SEMPRE VOCE MESMO O RÓTULO. 1ª vez: Antes de retirar o frasco ou ampola do armário ou carrinho de medicamentos. 2ª vez: Antes de retirar ou aspirar o medicamento do frasco. 3ª vez: antes de colocar no armário ou desprezar o frasco ou ampola no recipiente. Horários mais utilizados na Administração de Medicamentos De 6 em 6 horas = 06 – 12 – 18 – 24h De 8 em 8 horas = 06 - 14 – 22h ou 07 – 15 – 23h. De 12 em 12 horas = 08 – 20h. Os diuréticos são recomendados sempre no período da manhã, geralmente as 10h. Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 37 CÁLCULO DE MEDICAMENTOS DEFINIÇÕES: Misturas: São produtos formados por duas ou mais substâncias. Elas podem ser: Homogêneas: compostas de duas ou mais substâncias, perfeitamente misturadas por igual. Não há superfície de separação visível entre os componentes. São chamadas de SOLUÇÃO. Ex: solução de glicose a 5%. Heterogêneas: compostas de duas ou mais substâncias, grosseiramente misturadas. Tem aparência diferente em diversos pontos da mistura. Ex: Benzetacil, amoxacilina (amoxil). Soluto: Soluto: substância a ser dissolvida Solvente: liquido no qual o soluto será dissolvido A quantidade de soluto contida em uma solução pode ser indicada de forma direta ou em porcentagem. Direta: Dipirona - 500mg/ml Clorafenicol suspensão – 250mg/5ml Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 38 Porcentagem: Cloreto de potássio a 19,1% Glicose a 50% Quando utilizamos a porcentagem estamos dizendo que em cada 100ml da solução tem 19,1g de cloreto de potássio. Neste caso para sabermos quanto tem na ampola de 10ml da solução temos que utilizar a regra de três. 100ml...................................19,1g 10ml..........................................x 100.x = 10.19,1 x = 191 100 x = 1,91 Isto quer dizer que na ampola de 10 ml temos 1,91g de cloreto de potássio. Resolva os exercícios: 1) Quantos gramas de bicarbonato de sódio são necessários para preparar 500ml de uma solução de bicarbonato de sódio a 3%? 2) Quantos gramas de ácido bórico são necessários para preparar 250ml de uma solução de água boricada a 2%? 3) Quantas ampolas de 20ml precisamos para conseguir 20g de glicose, se temos ampolas de 25%? 4) Calcule a quantidade de gramas de glicose em 500ml de solução de glicose a 10%. 5) Calcule a quantidade de gramas de NaCl (Cloreto de sódio) para preparar 1.000ml de SF a 0,9%. 6) Calcule a quantidade em gramas de glicose e de cloreto de sódio (NaCl) que tem em 1.000ml de SGF. Sabendo que a porcentagem de glicose neste soro é 5% e a de NaCl é de 0,9%. Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 39 Orientações Gerais para Cálculo de Medicamentos a) Trabalhe com a regra de três tendo o cuidado de colocar sempre: ml abaixo de ml. mg abaixo de mg ou g abaixo de g b) Trabalhe sempre com unidades iguais de medidas: g – g(grama), mg – mg (miligrama), l – l (litro), ml – ml (mililitro). c) Se as unidades de medidas forem diferentes será necessário transforma-las: 1g = 1.000mg 1l = 1.000ml. d) Se o medicamento já estiver diluído, é só montar a regra de três. e) Se o medicamento não estiver diluído utilizar: 5ml para aplicações IM 10ml para aplicações EV. Obs: A penicilina cristalina 5.000.000 de UI tem 2ml de volume de pó. Assim ao diluirmos para 10ml iremos colocar apenas 8ml para que seu volume final seja de 10ml. Penicilina cristalina ou aquosa: restrita ao uso endovenoso. Apresenta meia-vida curta (30 a 40 minutos), é eliminada do organismo rapidamente (cerca de 4 horas). Distribuí-se amplamente pelo organismo, alcançando concentrações terapêuticas em praticamente todos os tecidos. Penicilina G benzatina: é uma penicilina de depósito, pouco hidrossolúvel, e seu uso é exclusivamente intramuscular. Os níveis séricos permanecem por 15 a 30 dias, dependentes da dose utilizada. Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 40 Informação Importante: 1ml = 20 gotas e 1 gota = 3 microgotas Exemplos: 1) A prescrição é de penicilina cristalina 1.000.000UI EV. Temos frasco ampola de 5.000.000. 5.000.000UI..............................10ml (8 de água e 2 de pó) 1.000.000UI..............................x 5.000.000 . x = 1.000.000 . 10 x = 10.000.000 5.000.000 x= 2ml 2) A prescrição médica é de 2mg de dexametasona IM. No setor tenho ampolas de dexametasona de 4mg/ml. Quantos ml devo aplicar no paciente? 4mg........................................1ml 2mg.......................................x 4 . x = 2 . 1 x = 2 4 x = 0,5ml Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 41 Exercícios I 1) A prescrição médica é de 2g de Dipirona IM. A ampola tem 2ml sendo 500mg/ml. Quantos ml devo utilizar? E quantas ampolas serão? 2) A prescrição médica é de Gentamicina 30mg IM. Tenho ampolas de 80mg/2ml. Quantos ml devo utilizar? 3) A PM é de Hidrocortizona 250mg EV diluídos em 100ml de SF 0,9%. Tenho frascos de 500mg da medicação. Quantos ml da medicação devo diluir no soro? 4) A PM é de 900.000UI de Benzetacil IM. Na unidade tenho frascos de 1.200.000UI. Como devo proceder? 5) A PM é de Heparina 7.500UI EV. Tenho frascos de 5ml, sendo 5.000UI/ml. Quantas UI de heparina tenho no frasco todo? Quantos ml vou aplicar no paciente? 6) A PM é de heparina 10.000UI SC. Tenho na unidade ampolas de 5.000UI/0,25ml. Quantas ampolas vou usar nesta aplicação? 7) A PM é de Dipirona 2,5g EV + 100ml de SF a 0,9%. Quantas ampolas de dipirona vou utilizar? Sabendo que a ampola é de 2ml sendo 500mg/ml. 8) A PM é de 1,5g dedipirona VO. Tenho no setor dipirona em gotas sendo 500mg/ml. Quantas gotas de dipirona devo administrar? 9) O médico prescreveu para uma criança 15 gotas de dipirona. Quantas mg foram administrada de dipirona, sabendo-se que a dipirona gotas é 500mg/ml. 10) O médico prescreveu 6mg diários de polaramine liquido, divididos em 3 doses diárias. Quando ml devo dar em cada dose? Qual será o tatal de ml que a criança vai tomar ao dia? sabendo que: 2mg/5ml de polaramine liquido. Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 42 CÁLCULO DA VELOCIDADE DE GOTEJAMENTO DE SORO Para administrarmos uma solução por via endovenosa (EV), precisamos saber por quanto tempo o volume contido no frasco deverá correr. Este tempo é determinado pelo médico. Para controlarmos este tempo devemos estabelecer a velocidade do gotejamento. Algumas formulas matemáticas foram desenvolvidas para facilitar os nossos cálculos. Formulas: Quando na prescrição médica o tempo for dado em horas (ex: 1h, 2h,6h, 12h, 24h), as formulas utilizadas são: Para gotas: g/min= V Th.3 Para microgotas: mcg/min= V Th Quando o tempo na prescrição médica for em minutos (ex: 15min, 30min, 45min) Para gotas: g/min= V.20 Tm Para microgotas: mcg/min= V.60 Tm. Fundamentos de Enfermagem - Apostila – Farmacologia Mila Beatriz Machado Ratky – Enfermeira – COREN-SP - 354073 43 Exercícios II 1) A PM foi 1.000ml de SF a 0,9% em 6 horas. Quantas gotas e microgotas por minuto deverão correr? 2) A PM foi 1.000ml de SGF em 4 horas. Quantas gotas por minuto deverão correr? 3) A PM foi 500ml de SG a 5% em 1 horas. Quantas gotas por minuto deverão correr? 4) A PM foi 250ml de SF a 0,9% em 30minutos. Quantas gotas por minuto deverão correr? 5) A PM foi 500ml de Manitol a 10% em 7 horas. Quantas gotas por minuto deverão correr? 6) A PM foi 1.000ml de SG a 5% em 24 horas. Quantas gotas e quantas microgotas por minuto deverão correr? 7) A PM foi 100ml de SF a 0,9% + 1amp de Dipirona (2ml) + 1 amp. de Dramin DL (10ml), em 6 horas. Quantas microgotas por minuto deverão correr? 8) A PM foi 1.000ml de SF a 0,9% + 4 ampolas de Glicose 50%(10ml) + 1 ampola de Dramin DL (10ml) + 1ampola de Dipirona (2ml), em 4 horas. Quantas gotas por minuto deverão correr? 9) A PM foi 250ml de SF a 0,9% + 2 ampolas de cimetidina (2ml) + 1 ampola de Dipirona (2ml), em 45 minutos. Quantas gotas e microgotaspor minuto deverão correr? 10) A PM foi 100ml de SF a 0,9% + 2 ampolas de tramal (1ml) + 1 ampola de Plasil (2ml), em 20minutos. Quantas gotas por minuto deverão correr?