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01 PPT teoria da pena 2017 B1

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DIREITO PENAL 
TEORIA DA PENA
Roberto Barbato Jr
DIREITO PENAL 
TEORIA DA PENA
ROBERTO BARBATO JR
TIPOS DE PENAS
TIPOS DE 
PENAS
ART. 32 
CÓDIGO 
PENAL 
PRIVATIVAS DE 
LIBERDADE
1. Reclusão – regime fechado, semiaberto e
aberto
2. Detenção – regime semiaberto e aberto
3. Prisão simples – contravenção penal
RESTRITIVAS DE 
DIREITO 
Art. 43
1. Prestação pecuniária
2. Perda de bens e valores
3. Prestação de serviços à comunidade
4. Interdição temporária de direitos
5. Limitação de fim de semana
MULTA – art. 49 e seguintes 
REGIMES
FECHADO
Estabelecimento de segurança 
máxima
Cumprimento em penitenciária
Trabalho diurno (externo e interno)
Isolamento noturno
SEMIABERTO
Cumprimento em colônia agrícola,
industrial ou similar
Apenado pode ficar em compartimento
coletivo
Pode haver trabalho extramuros
ABERTO
Fundado na autodisciplina e senso de
responsabilidade
Fora do estabelecimento durante o dia
(trabalhar e estudar)
Repouso noturno – casa do albergado
Dias de folga – caso do albergado
PROGRESSÃO DE REGIME: CRITÉRIOS
Critério objetivo  tempo de cumprimento de pena
Critério subjetivo  bom comportamento
• Crimes não hediondos – 1/6 de cumprimento da pena
• Crimes hediondos – 2/5 de cumprimento da pena
• Crimes hediondos (reincidente) – 3/5 de cumprimento da
pena
OBS: Crimes hediondos estão elencados no art. 1º da Lei
8.072/90.
REGIME INICIAL – FIXAÇÃO 
REGIME INICIALMENTE FECHADO – 11.464/2007
Regime fechado  acima de 8 anos de reclusão
Regime semiaberto  entre 4 e 8 anos 
Regime aberto  Abaixo de 4 anos – substituição da pena (art. 44)
OBS: A opção pelo regime inicial da execução cabe ao juiz da sentença.
OBS 2: falta de estabelecimentos adequados ao cumprimento da pena em regime
aberto - a prisão em domicílio (jurisprudência)
OBS 3: Crimes Hediondos: regime incialmente fechado
- alteração de “integralmente” para “inicialmente”
- Art. 2º, § 1º Lei 8.072/90 – redação dada pela Lei 11.464/2007
SÚMULA 718 STF: A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime 
não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o 
permitido segundo a pena aplicada.
SÚMULA 719 STF: A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a 
pena aplicada permitir exige motivação idônea.
PROGRESSÃO DE REGIME
Art. 33, § 2º CP e ART. 112 LEP
ART. 113 e seguintes – Progressão para regime aberto - monitoramento
eletrônico – 146 b
1. O condenado deve progredir de regimes mais rigorosos para regimes
mais brandos.
2. É vedada a progressão por saltos, ou seja, iniciado o cumprimento da
pena em regime fechado, o sentenciado deve passar pelo regime
semiaberto antes de ser colocado no regime aberto.
3. Jurisprudência – falta de vagas para o regime semiaberto - condenado
deverá aguardar no regime fechado. Todavia, STJ admite aguardar vagas
no regime aberto ou prisão albergue ou domiciliar. (O apenado não pode
sofrer com a ineficiência do Estado)
4. Progressão de regime – crimes contra a administração pública –
reparação do dano ao erário
REGRESSÃO DE REGIME
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma
regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos,
quando o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave (arts. 50 e 51 LEP);
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da
pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses
referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar,
podendo, a multa cumulativamente imposta.
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido
previamente o condenado.
OBS: havendo falta grave, o apenado perderá o tempo cumprido para contagem de
futura progressão.
OBS2: conferir artigo 349-A (crime – introdução de celulares em presídios)
DIREITOS DO PRESO
Art. 38 do CP:
“O preso conserva todos os direitos não atingidos pela
perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o
respeito à sua integridade física e moral”.
Arts. 40 a 43 da LEP
Direito ao voto:  conferir art. 15, III, Cf/1988
“O apenado com sentença transitada em julgado terá seus
direitos políticos cessados, enquanto durarem os efeitos
da sentença”.
TRABALHO DO PRESO 
Art. 39 do Código Penal
“O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe
garantidos os benefícios da Previdência Social”.
SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL 
Art. 41 do Código Penal
“O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser
recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico
ou, à falta, a outro estabelecimento adequado”.
Obs: Se não for possível a transferência para estabelecimento
adequado, deve continuar o cumprimento de pena e, uma vez,
terminada, deve ser posto em liberdade ainda que não haja
higidez mental.
DETRAÇÃO
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na
medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil
ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de
internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no
artigo anterior.
Exemplo:
Tempo de prisão provisória  2 anos
Sentença condenatória  7 anos
Tempo a ser cumprido de pena  5 anos
REMIÇÃO – ARTS. 126 A 130 da LEP
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou
semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do
tempo de execução da pena.
§ 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de:
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar -
atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante,
ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no
mínimo, em 3 (três) dias;
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.
• 3 dias de trabalhos  menos 1 dia de pena
• 12 horas de estudo  menos 1 dia de pena
PENAS RESTRITIVAS DE 
DIREITO 
Prestação pecuniária – Art. 45, § 1º CP
Perda de bens e valores – Art. 45, § 3º CP
Prestação de serviços à comunidade – Art. 46 CP e 149 LEP
Interdição temporária de direitos – Art. 47 CP e Art. 154 LEP
Limitação de fim de semana – Art. 48 CP e Art. 151 LEP
PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA 
Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-
á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48.
§ 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à
vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com
destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um)
salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários
mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual
condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários.
- Não se confunde com a multa (Multa é destinada ao FPN)
- Condenado deixou de pagar a prestação pecuniária? – Juiz poderá revogá-la
e executar a pena privativa de liberdade imposta originariamente.
- Beneficiário pode aceitar prestação de outra natureza: pagamento de cestas
básicas a entidades assistenciais.
- Art. 17 Maria da Penha (Lei 11.340/2006) – veda a prestação pecuniária.
PERDAS DE BENS E VALORES
Art. 45 - § 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-
se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário
Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do
prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em
consequência da prática do crime.
- Títulos e ações do condenado para Fundo Penitenciário Nacional
Tem como teto o que for maior:
a) montante do prejuízo causado
b) provento obtidoem consequência do crime
- Juiz da sentença estabelece a perda de bens e valores
- Se não o fizer, cabe ao juiz da execução
- Não confundir com o art. 92, II, CP (efeito secundário da condenação)
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE 
Prestação de serviços à comunidade;
(Art. 46, § 1º e 2º CP)
(ART. 149 LEP)
- Tarefas gratuitas a estabelecimentos assistenciais, hospitais, escolas
- Não é remunerada
- aplica-se a penas maiores de 6 meses (art. 46 caput)
- razão de 1 dia de trabalho para 1 dia de condenação (art. 46, § 3º)
- Não pode prejudicar a jornada de trabalho do condenado
- Aptidão do condenado (art. 46, § 3º)
Conversão em privativa de liberdade - Art. 181, § 1º (LEP)
- Apenado não compareceu, não foi encontrado no endereço ou não atendeu
ao edital
- Entidade fornece relatório mensal com falta e frequência
- Juiz da execução pode promover alterações na forma de prestação
INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são:
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem
como de mandato eletivo; (Específica)
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que
dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder
público; (Específica)
II - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.
(Específica)
IV – proibição de frequentar determinados lugares. (Genérica)
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame
públicos. (Específica)
OBS: Proibição de direitos pelo prazo correspondente ao da pena substituída
LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de
permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em
casa de albergado ou outro estabelecimento adequado.
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao
condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.
MULTA 
MULTA 
Destinação: Fundo Penitenciário Nacional
Critério: dias-multa
Não é mais cruzeiro
Como encontrar:
- Encontrar o número de dias multa
- Encontrar valor de dias multa
- Multiplicar 
Número de dias multa
Mínimo: 10 dias-multa
Máximo: 360 dias multa
Valor do dia multa (art. 49 § 1º) 
Não pode ser inferior a 1/30 do maior salário mínimo (tempo do fato)
Não pode ser maior que 5 vezes o valor do salário Mínimo
MULTA 
Correção monetária (art. 49 § 2º)
Termo inicial – para correção – data do fato (Capez)
Não existe mais conversão de pena de multa em pena de detenção
Art. 52 – suspensão da multa – superveniência de doença mental
Multa substitutiva (vicariante)– se a Pena Privativa de Liberdade é inferior a
6 meses, pode ser substituída por multa – acusado não é reincidente e as
condições do art. 59 o favoreçam
DOSIMETRIA DA 
PENA 
FASES DA DOSIMETRIA DA PENA
CÁLCULO DA PENA 
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do
art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as
circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as
causas de diminuição e de aumento.
1ª fase  Circunstâncias Judiciais (art. 59)
2ª fase  Circunstâncias atenuantes (arts. 65 e 66) e
agravantes (arts. 61 a 64)
3ª fase  Causas de diminuição e de aumento de pena
1ª FASE
1ª FASE
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à
conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às
circunstâncias e consequências do crime, bem como ao
comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário
e suficiente para reprovação e prevenção do crime:
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra
espécie de pena, se cabível.
1ª FASE
• Critérios: circunstâncias judiciais – art. 59
• 59, I - Juiz está delimitado pelas penas previstas em lei –
não pode inventar
• Ideia básica – pena base deve ser aplicada no mínimo
• Qualquer coisa acima do mínimo legal deve ser
fundamentada
• Gravidade em abstrato não é motivação idônea para juiz
elevar a pena acima do mínimo legal
1ª FASE – PENA BASE
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS 
• Culpabilidade 
• Antecedentes
• Conduta social
• Personalidade do agente
• Motivos
• Circunstâncias 
• Consequências do crime
• Comportamento da vítima
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS
Culpabilidade – grau de reprovabilidade da conduta do agente, em
conformidade com as condições pessoais do agente e com as
características e circunstâncias do fato praticado. A punição vincula-
se mais ao censurabilidade social do fato.
Antecedentes – todos os fatos pregressos da vida do agente. Tudo 
o que fez antes da prática do crime.
Obs 1: Existência de inquéritos ou processos em andamento – posição majoritária
da jurisprudência: não configuram maus antecedentes.
Em sentido contrário: Fernando Capez (IP, processos em andamento e absolvição
por insuficiência de provas configuram maus antecedentes.
Obs 2: Princípio da presunção da inocência.
Obs 3: Súmula 444 STJ: “É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações
penais em curso para agravar a pena-base”
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS
Conduta social – atividades relativas ao trabalho, relacionamento familiar e 
social.
Personalidade do agente – índole do agente. Perfil psicológico e moral.
Este conceito está mais ligado ao campo da psicologia e psiquiatria. Exige-
se investigação dos antecedentes psíquicos e morais do agente.
Brutalidade, violência, ausência de sentimento humanitário, frieza na
execução do crime indicam má personalidade.
Motivos – São precedentes psicológicos propulsores da conduta. A maior
ou menor aceitação ética da motivação influi na dosagem da pena. Praticar
um crime por piedade é menos reprovável do que o fazer por cupidez. Há
diferença sensível entre uma agressão praticada para salvaguardar a honra
de uma filha e aquela derivada de sentimentos de inveja.
Obs: caso o motivo configure qualificadora, agravante ou atenuante genérica, causa 
de aumento ou diminuição de pena, não poderá ser considerado circunstância 
judicial, pois do contrário realizar-se-ia o bis in idem.
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS
Circunstâncias e consequências do crime – aspectos relativos à
extensão do dano produzido. Embora todos os crimes praticados
com violência causem repulsa, alguns trazem consequências
particularmente danosas.
Ex: latrocínio – vítima era homem casado e deixou 9 filhos, dois
deles com trauma psíquico irreversível.
Comportamento da vítima – se a vítima contribuiu para a
ocorrência do crime, essa circunstância é levada em consideração.
Abranda-se a pena do agente.
1ª FASE – AGRAVAÇÃO OU REDUÇÃO
MONTANTE DA AGRAVAÇÃO OU REDUÇÃO DA PENA NA 1ª FASE
Embora não exista nenhum dispositivo determinando que a pena-base deva
ser fixada no mínimo legal quando inexiste circunstância judicial desfavorável, a
realidade é que, nestas situações, os juízes procedem de tal modo. Da mesma
forma, quando existem apenas circunstâncias favoráveis, a pena acaba sendo
a mínima prevista em abstrato, uma vez que o próprio art. 59, II, do Código Penal
proíbe a fixação abaixo do mínimo legal nesta fase.
Por sua vez, quando existe circunstância desfavorável, fica a critério do
juiz estabelecer o montante no qual a pena será exacerbada. A lei não estabelece o
quantum de agravação, mas fixou –se entendimento jurisprudencial no sentido de
que este aumento deve ser, em regra, de um sexto em relação à pena mínima
prevista em abstrato. É claro, contudo, que se trata apenas de um parâmetro, pois,
se a situação concreta justificar, o juiz poderá proceder ao acréscimoem patamar
maior. Assim, é comum que os juízes aumentem a pena em um sexto quando o réu
possui uma única condenação anterior (fora do período de reincidência), mas que
utilizem índices maiores (um terço, metade) quando o acusado ostenta inúmeros
maus antecedentes.
(Gonçalves, Victor. Direito Penal Esquematizado. Parte Geral)
OBS: na 1ª fase, com o aumento ou a redução, a pena não se pode ficar aquém ou
transcender os limites previstos em abstrato para o delito.
2ª FASE
2ª FASE – ATENUANTES E AGRAVANTES
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta)
anos, na data da sentença;
II - o desconhecimento da lei;
III - ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime,
evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o
dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem
de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato
injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante,
anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei.
2ª FASE – ATENUANTES E AGRAVANTES
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem
ou qualificam o crime:
I - a reincidência;
II - ter o agente cometido o crime:
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem
de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que
dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel,
ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei
específica;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou
profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou
de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
2ª FASE – ATENUANTES E AGRAVANTES
Agravantes no caso de concurso de pessoas
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: 
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais 
agentes; 
II - coage ou induz outrem à execução material do crime; 
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-
punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.
Reincidência
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de 
transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado 
por crime anterior. 
Art. 64 - Para efeito de reincidência: 
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção 
da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) 
anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se 
não ocorrer revogação; 
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.
2ª FASE – MONTANTE DO AUMENTO OU DA REDUÇÃO
O montante do aumento ou da redução fica a critério do juiz, não
havendo índice preestabelecido no texto legal. Na prática, entretanto,
firmou-se a interpretação de que o aumento ou diminuição deve se dar no
patamar de um sexto, salvo se as circunstâncias indicarem a necessidade
de índice maior.
(Gonçalves, Victor. Direito Penal Esquematizado. Parte Geral)
OBS: também na 2ª Fase, com o aumento ou a redução, a pena não se
pode ficar aquém ou transcender os limites previstos em abstrato para o
delito.
OBS2: Súmula 231 STJ: “a incidência de circunstância atenuante não pode
conduzir à redução da pena abaixo do mínimo”.
3ª FASE
3ª FASE
APLICAÇÃO DAS CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO DE PENA
Deve-se partir do montante de pena estabelecido na fase anterior e não
nos limites constantes do tipo penal.
Na última fase de fixação da pena, o juiz deve considerar as causas
de aumento e de diminuição de pena que se mostrarem presentes
no caso concreto. Estas circunstâncias podem estar previstas na
Parte Geral ou na Parte Especial do Código Penal. Identifica-se uma
causa de aumento quando a lei se utiliza de índice de soma ou de
multiplicação a ser aplicado sobre o montante de pena
estabelecido na fase anterior.
GONÇALVES, Victor.
3ª FASE – EXEMPLOS DE CAUSAS DE AUMENTO
“a) no caso do concurso formal, a lei diz que a pena é aumentada de 1/6 até 1/2 (art. 70);
b) no crime continuado, a pena é exasperada de 1/6 a 2/3 (art. 71);
c) no homicídio e nas lesões corporais dolosas, a pena é aumentada em 1/3, se a vítima é
menor de 14 ou maior de 60 anos (arts. 121, § 4º, e 129, § 7º);
d) no crime de aborto, a pena é aumentada em 1/2, se a gestante sofre lesão grave, e é
aplicada em dobro, se ela morre (art. 127);
e) no constrangimento ilegal, a pena é aplicada em dobro, se para a execução do delito se
reúnem mais de três pessoas ou há emprego de armas (art. 146, § 1º);
f) no furto, a pena é aumentada em 1/3, se o delito é cometido durante o repouso noturno (art.
155, § 1º);
g) nos crimes contra a dignidade sexual (estupro, por exemplo), a pena é aumentada em 1/2,
se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge ou companheiro, tutor,
curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se, por qualquer outro título, tem autoridade
sobre ela (art. 226, II);
h) nos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral, a pena é
exasperada em 1/3, se o réu exerce cargo de direção, assessoramento ou em comissão (art.
327, § 2º)”.
3ª FASE – EXEMPLOS DE CAUSAS DE DIMINUIÇÃO
a) nos crimes tentados, a pena será reduzida de 1/3 a 2/3 (art. 14,
parágrafo único);
b) nos casos de arrependimento posterior, a pena também será reduzida
de 1/3 a 2/3 (art. 16 do CP);
c) no homicídio privilegiado, a pena é diminuída de 1/6 a 2/3 (art. 121, §
1º, do CP);
d) nos crimes de tráfico de drogas, a pena é reduzida de 1/6 a 2/3, se o
réu é primário, de bons antecedentes, não se dedica a atividades criminosas
nem integra organização dessa natureza (art. 33, § 4º, da Lei n.
11.343/2006).
3ª FASE – LIMITES PODEM SER TRANSPOSTOS
Possibilidade de transposição dos limites previstos em abstrato
É importante salientar que, com o reconhecimento de causa de
aumento ou de diminuição de pena, o juiz pode aplicar pena acima
da máxima ou inferior à mínima cominada em abstrato. Ex.: em um
crime de tentativa de furto qualificado, o juiz pode fixar a pena em 2
anos de reclusão (pena mínima em abstrato) e diminuí-la de 2/3,
chegando a um montante final de 8 meses. (GONÇALVES, Victor)
Exemplo:
Art. 121, caput – forma tentada (Art. 14, II)
1ª fase  circunstâncias judiciais são favoráveis
2ª fase  inexistem atenuantes e agravantes genéricas
3ª fase  deve-se diminuir a pena em 2/3 (máxima redução)
2/3 de 6 anos  4 anos
6 anos – 4 anos = 2 anos
Pena a ser aplicada: 2 anos
Observe que 2 anos está aquém do mínimo legal (6 anos)
QUALIFICADORAS:PLURALIDADE 
“Apesar de o reconhecimento concomitante de duas ou mais
qualificadoras em relação ao mesmo crime ser algo absolutamente
corriqueiro, o legislador não estabeleceu regras a respeito da forma como
deve proceder o juiz na fixação da pena em tais casos. A solução, portanto,
teve que ser encontrada pela doutrina e pela jurisprudência.
Lembre -se de que a pena prevista em abstrato é a mesma, quer
seja reconhecida uma, duas ou mais qualificadoras. Assim, pode -se dizer
que, em um crime de furto, basta uma qualificadora para que a pena seja de
2 a 8 anos de reclusão (furto qualificado), ou que, em um homicídio, basta
uma qualificadora para que o patamar passe a ser de 12 a 30 anos de
reclusão. Dessa forma, as demais qualificadoras reconhecidas no caso
concreto não são necessárias para deslocar a pena do crime simples aos
níveis do delito qualificado. Por isso, a solução é que as outras
qualificadoras sejam
utilizadas para exasperar a pena além do mínimo previsto para a
figura qualificada — afinal não é justo que a pena seja de 12 anos para um
homicídio com uma só qualificadora e também para outro em que sejam
reconhecidas duas ou mais. Em suma, para os casos de pluralidade de
qualificadoras, as soluções são as seguintes:”
QUALIFICADORAS: PLURALIDADE 
a) Caso se trate especificamente de homicídio, o juiz utilizará a
primeira para qualificar o crime e as demais como agravantes
genéricas do art. 61, II, a, b, c e d, do Código Penal. Esta
possibilidade só existe porque o teor destas agravantes é o mesmo
das qualificadoras do homicídio, de modo que o juiz, não utilizando
algumas das circunstâncias como qualificadoras, poderá considerá-
las como agravantes genéricas. Essa coincidência não existe em
nenhum outro crime do Código Penal.
Deve-se lembrar de que os jurados votam todas elas como
qualificadoras e o juiz, no momento de fixar a pena, faz a
adequação acima explicada. Assim, se os jurados reconheceram o
motivo torpe e o emprego de fogo, o juiz considera o motivo como
qualificadora e o emprego de fogo como agravante, fixando a pena,
por exemplo, em 14 anos.
QUALIFICADORAS: PLURALIDADE 
b) Nas demais infrações penais, o juiz utilizará a primeira
circunstância como qualificadora e as demais como circunstâncias
judiciais do art. 59 do Código Penal, uma vez que este dispositivo
diz que o juiz deve levar em conta na fixação da pena qualquer
circunstância do delito. Suponha-se um crime de furto cometido por
duas pessoas e mediante arrombamento. O juiz pode utilizar -se do
concurso de agentes para qualificar o crime (art. 155, § 4º, IV, do
CP), mas não pode valer-se do arrombamento como agravante
genérica porque não existe menção a esta figura nos arts. 61 e 62 do
Código. Por isso, o arrombamento deve ser considerado como
circunstância judicial do art. 59 (circunstância que demonstra maior
gravidade da conduta delituosa).
REINCIDÊNCIA
REINCIDÊNCIA 
Nos termos do art. 63, verifica-se a reincidência quando o
agente comete novo crime, depois de transitar em julgado
a sentença que, no país ou no estrangeiro, tenha -o
condenado por crime anterior.
Para complementar esta regra, encontra-se previsto no art.
7º da Lei das Contravenções Penais que também há
reincidência quando o agente pratica uma contravenção
depois de passar em julgado a sentença que o tenha
condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer outro
crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção.
REINCIDÊNCIA 
PERÍODO DEPURADOR
De acordo com o art. 64, I, do Código Penal, decorridos 5
anos do cumprimento da pena do crime anterior ou de sua extinção
por qualquer outro motivo (prescrição, por exemplo), o sujeito volta a
ser primário. Assim, se o novo delito for cometido após esses 5
anos, o indivíduo será considerado portador de maus antecedentes,
mas não reincidente.
O mesmo art. 64, I, contém outra regra importante ao
ressaltar que, no prazo depurador de 5 anos, computa-se o período
de prova do sursis e do livramento condicional, desde não tenham
sido revogados. Assim, se o réu foi condenado e o juiz concedeu o
sursis, ou se o acusado obteve o livramento condicional após cumprir
parte da pena, os efeitos da reincidência cessam após 5 anos a
contar do início do período de prova, desde que estes benefícios não
sejam posteriormente revogados pelo juízo das execuções. Caso
haja revogação, o prazo será contado, em ambas as hipóteses, do
dia em que o agente terminar de cumprir a pena.

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