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1- Diagramas Chambers e Johnson (2002) afirmam que o Diagrama de Processo é utilizado para documentar o processo que está sendo utilizado ou estudado, registrando as sequências das tarefas e relações de tempo entre diferentes partes de um trabalho e movimentação de pessoal, informações ou materiais de trabalho. Para isto, utilizam-se três técnicas principais que focalizam a sequência de tarefas: I. Diagrama de Processo Global _ ponto inicial para a confecção de um Diagrama de Fluxo de Processo. Nele utilizam-se apenas os símbolos de operação e inspeção ilustrados na figura 6, agregando diversas tarefas menores em uma operação global; II. Diagrama de Fluxo de Processo _ registra a sequência do processo e descreve todos os eventos que ocorrem neste processo. Esta descrição localiza-se ao lado direito do símbolo que representa cada atividade. Nela, estão inseridas as informações do que é feito em cada atividade, o tempo de execução prevista ou realizada, o número de colaboradores envolvidos ou quaisquer informações que sejam relevantes ao processo. III. Diagrama de Processo de Duas Mãos ou Gráfico de Operações _ visa a sequência de processo de um sub-micro layout (um posto de trabalho) que se utiliza de trabalho manual, utilizando os mesmos princípios dos diagramas de processos globais e fluxos de processo. Utilizam-se os mesmos símbolos ilustrados na figura 6, porém o símbolo de atraso indica que a mão do operador está esperando para realizar sua próxima tarefa, e o símbolo de estocagem é utilizado quando a mão do operador está segurando uma peça ou documento. Slack, Chambers e Johnson (2002) relatam que estes diagramas são mostrados de forma pré-formatada. É feita uma descrição por meio de registros das atividades de cada mão do operador durante uma atividade, traçando-se sobre os símbolos referentes à atividade que está desenvolvendo. Uma das vantagens desta pré-formatação é a indicação das relações das atividades realizadas com cada mão do operador. A partir dos dados, é possível a construção do gráfico ABC para a análise da composição dos produtos. Este gráfico ABC, que Muther (1986) chama de Diagrama P- Q, é de fundamental importância, pois é a base para a decisão sobre o tipo de arranjo que será adotado: posicional, linear ou uma combinação deles. A figura 30 apresenta um exemplo de diagrama P-Q. Para Muther (1986), os problemas de arranjo físico estão relacionados aos dois elementos básicos: produtos (P) e quantidades (Q), ou seja, quanto de cada item deve ser produzido. Isto se deve ao fato de que as instalações físicas de uma indústria são organizadas com a finalidade de permitir a produção de alguns tipos determinados de produtos em certa quantidade e, da melhor forma possível, ou seja, o de menor custo, o de maior qualidade, etc. Exemplo de utilização da Curva ABC, Diagram P-Q ou, ainda, Análise de Pareto – Montando a análise Partindo do estudo dos inventários para usarmos como exemplo, o primeiro passo dentro da análise é identificar os critérios que serão utilizados. Vamos pegar, por exemplo, dois critérios geralmente usados, o giro de um item e sua lucratividade. As empresas devem priorizar ter um giro melhor dos produtos que possuem maior margem de lucratividade, utilizando de seus esforços para melhorar os canais de compra destas mercadorias e sua logística interna na empresa. Agora, para os itens de menor giro e menor margem, a empresa pode diminuir seus esforços de compra e logística, podendo até mesmo eliminar os produtos de pior classificação. Para montar a análise é necessário montar uma tabela com a participação de cada item na receita total da empresa, assim cria os critérios de avaliação. Por exemplo, quais itens representam 80% da receita, os 15% e os últimos 5%. Geralmente, o resultado é semelhante ao mostrado no gráfico abaixo. Na maioria dos casos, uma parte menor da causa corresponde a uma parte maior dos efeitos. Curva ABC Neste caso, normalmente, os primeiros 20% dos itens da lista serão responsáveis por aproximadamente 80% da margem de lucro da empresa. Para uma empresa com uma lista de ações de 100 itens diferentes, isto significa que devemos prestar mais atenção para os 20 itens que vão ser responsáveis pela lucratividade. Os próximos 40% dos itens, vão, geralmente, representar 15% de lucratividade. Estes podem ter uma atenção geral da empresa mais reduzida, se comparados aos anteriores. Porém, exigem uma boa análise por parte dos planejadores. Os 40% últimos, onde existe pouco giro e pouca margem, são responsáveis por apenas 5% da lucratividade e podem ser gerenciados com um nível mais baixo de atenção. Além desses dois elementos básicos, Muther (1986) inclui mais outros três elementos: · Roteiro (R) do processo – procura a eliminação de operações desnecessárias através de uma combinação de operação ou mudança de sequência ou com o melhoramento dos processos, determinando a melhor sequência de movimentação de material em processo, utilizando um diagrama de fluxo denominado de Carta de Processo. O Diagrama de Atividade pode ser interessante ou até mesmo indispensável, ter- se uma subdivisão do processo ou de uma série de operações expressas em função do tempo. O diagrama de atividade atende esta necessidade, servindo como uma espécie de lupa colocada sobre uma determinada atividade, que nos permite visualiza-la com maior nível de detalhamento. A seguir tem-se um exemplo de diagrama de atividade referente a atividade de limpeza de fundidos através de jato de areia, processo atual e processo melhorado. Outra ferramenta importante é o Diagrama Homem-Máquina (HM). Ele define as relações entre Homens e Máquinas (acoplamento) nas tarefas industriais de forma a permitir a avaliação do desempenho produtivo de um posto de trabalho, pois homem e máquina trabalham de maneira intermitente, ou seja, enquanto um executa uma atividade o outro espera. Na construção do gráfico do acoplamento deve-se cronometrar os tempos das operações em separado e obter o tempo normalizado das mesmas. Com os tempos normalizados das operações calcula-se o tempo padrão da mão de obra e da maquinaria para definir a taxa de utilização de ambos. · Serviço (S) de apoio para suprir as atividades – não são diretamente ligados ao processo produtivo, mas torna-se muito importante num contexto amplo, no tocante ao mantimento de todo processo de manufatura, está incluído neste serviço a manutenção, ferramentaria, atendimentos de primeiro socorros; e · Tempo (T) dimensionado para produzir ou quando é para produzir. Enfim, os elementos P, Q, R, S e T são os dados iniciais que darão suporte as soluções do arranjo físico. Para o projeto do arranjo físico será necessário também determinar a necessidade de equipamentos. A estimativa desta necessidade pode ser calculada em função de três fatores: · Necessidade de produção, ou seja, a demanda esperada para o produto; · Capacidade disponível em função dos turnos de trabalho; · Especificações técnicas do fabricante do equipamento; · O cálculo da necessidade de equipamentos ocorre utilizando-se a fórmula: Onde: m = número de máquinas necessário; t = tempo de operação unitário por peça; N = número de produtos ou operações por período; CD = capacidade disponível por período. Exemplo: Uma fábrica de rodas estampadas deseja instalar um número de prensas que seja suficiente para produzir um milhão de rodas por ano. Cada prensa deve trabalhar em dois turnos de 8 horas por dia, com um trabalho útil de 6,9 horas por turno, e produzir uma roda a cada0,8 minuto. Considerando que existe uma perda de 1% na produção e que o ano tem 300 dias úteis, quantas prensas são necessárias para atender à demanda estipulada? Resolução: O tempo de fabricação de uma roda é de 0,8 minutos, portanto t = 0,8 minutos. O número de operações necessárias por dia será 1.000.000 ÷ 300 = 3.333 rodas por dia, mas como há perda de 1 %, a produção diária necessária é de 3.366, portanto N = 3.366 rodas por dia. A capacidade disponível diária será 2 x 6,9 = 13,8 horas, o que representa 828 minutos. Como não se pode ter um número fracionário de prensas e o resultado foi maior que três, a empresa deve considerar a possibilidade de adquirir quatro prensas. Outra forma de se chegar ao número de prensas é através do seguinte raciocínio: O número de “rodas sem defeito” é: 517,5 x 0,99 = 512,33 rodas por prensa por turno. Em dois turnos serão produzidas: 512.33 x 2 = 1.024,66 rodas por prensa. Em um ano serão produzidas: 1.024,66 x 300 dias = 307.398 rodas por prensa. Conforme vimos, é muito importante definirmos a quantidade de equipamentos para a operação, pois isso é fundamental na decisão do projeto do layout. EXERCÍCIOS 1 - Uma fábrica de parafusos deseja instalar um número de martelos de forja que seja suficiente para conformar a cabeça sextavada de 3,7 milhões de parafusos de alto desempenho por ano. Cada martelo deve trabalhar em três turnos de 8 horas por dia, com um trabalho útil de 6,2 horas por turno, e produzir uma parafuso a cada 0,83 minuto. Considerando que existe uma perda de 2% na produção e que o ano tem 300 dias úteis, quantos martelos são necessários para atender à demanda estipulada? 2- Quantas placas de Circuito Impresso uma fábrica produtora de eletrodomésticos produzirá em um ano, contando com 13 maquinas de solda? Cada máquina trabalha um turno de 8h e 40min por dia, com um trabalho útil de 7h e 35min por turno, e produzir uma placa a cada 2min e 25 seg. A empresa trabalha 20 dias por mês e as perdas na produção equivalem a 0,53%. 3- Uma estrada de 3562 km deverá ser construída num prazo máximo de 600 dias. A construção se dará em dois turnos de 6h e 30min por dia por meio da utilização de usinas de asfalto motorizadas cuja capacidade de produção é de 7 toneladas de asfalto a cada 35 min. Considerando que a estrada terá 36 metros de largura, a espessura do asfalto será de 12 cm, peso específico do asfalto igual a 1750 kg/m³ e perdas totais de 100 kg de asfalto a cada 5 toneladas produzida. Determina a quantidade de usinas de asfalto motorizadas para conclusão da obra no prazo. FLUXO DE MATERIAIS Utiliza-se o diagrama de Produto por Quantidade, Diagrama (P-Q), como base para escolher o método mais adequado para se fazer a análise do fluxo de materiais. O diagrama P-Q fornece regiões, as quais são associados métodos de análise, quais sejam: · Carta de Processos: região A da curva, utilizado para poucos produtos de grande volume de produção. É a descrição do processo de fabricação em um fluxograma que utiliza símbolos apropriados, faz o caminho da matéria prima até a expedição do produto acabado. · Carta de Processos Múltiplos: região B da curva, utilizada para produtos numerosos e processos semelhantes e quando não há montagem. Semelhante ao método anterior, mas descreve várias linhas de produção paralelamente, para isso devem possuir processos de fabricação semelhantes. Os produtos são listados na horizontal e os processos na vertical. · Carta De-Para: região D da curva, utilizado para muitos produtos altamente diversificados e de baixo volume. É necessário listar todas as operações do processo produtivo e colocá-las na mesma sequência no eixo da horizontal e da vertical. A Análise do Fluxo de Produção estuda e verifica o caminho que os itens percorrem dentro das unidades de produção ou entre estas, durante seu processamento. Numa célula simples, com um mix pequeno de produtos, ocorrem poucas ou nenhuma variação ao longo do processo. Já em células compostas, por conter uma grande variedade de produtos, contém também muitos equipamentos. O tratamento da análise do fluxo de produção é feito de forma diferente entre estas duas situações (LEE, 1998). Para o estudo do Fluxo de Produção, é necessário ter em mãos a planta baixa da célula com todos os seus equipamentos em escala, para que as distâncias percorridas pelos produtos durante seu processo sejam apuradas de forma mais concreta (LEE,1998). O Mapofluxograma é uma ferramenta de processo que possibilita este estudo. É constituído pela projeção do diagrama de processo sobre a planta da instalação ou do layout. Para tanto, sobre a planta, desenha-se as linhas de fluxo e os símbolos gráficos de forma a se representar espacialmente cada ação e cada evento que constitui o processo. Considerada uma ferramenta auxiliar utilizada para facilitar o entendimento do processo, não e aconselhável substituir o diagrama de processo pelo mapofluxograma. O uso de softwares de CAD auxilia bastante nesta etapa, tornando mais rápido o levantamento destas informações, que servirá para uma comparação entre as distâncias percorridas no arranjo físico atual, com outras propostas de melhorias de layout.
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