Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Algarismos Signi� ativos, In ertezas e Grá� os Prof. Ms. Rudson Ribeiro Alves Prof. Ms. Tiago Pul e Bertelli Laboratório de Físi a Experimental Universidade Vila Velha 26 de fevereiro de 2016 Sumário 1 Introdução 2 1.1 Valor Real e Valor Medido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 2 Algarismo Signi� ativos 4 2.1 Operações Matemáti as om Algarismos Signi� ativos . . . . . . . 6 2.1.1 Soma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 2.1.2 Produto e Funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 2.2 Exer í ios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 3 In erteza 11 3.0.1 Determinando o Valor da In erteza . . . . . . . . . . . . . 11 3.1 Operações om In ertezas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 3.1.1 Soma e Subtração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 3.1.2 Produto e Divisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 3.1.3 Potên ia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 3.1.4 Produtos Compostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 3.1.5 Funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 3.2 Média Simples e Desvio Médio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 3.2.1 Deixando a Média para mais Tarde... . . . . . . . . . . . . 21 3.3 Exer í ios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 4 Representação Grá� a 25 4.1 Exer í ios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 5 Respostas 30 5.1 Algarismo Signi� ativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 5.2 In ertezas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 5.3 Representação Grá� a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 1 Capítulo 1 Introdução 1.1 Valor Real e Valor Medido Um dos objetivos do Laboratório de Físi a Experimental I é introduzir o aluno em té ni as de medidas me âni as e nas operações matemáti as ne essárias para al ançar os resultados desejados. Ao medir o omprimento de uma mesa, o valor obtido é hamado de valor me- dido. Este valor medido estará sempre sujeita a uma in erteza a qual depende do instrumento de medida empregado, das ondições de operação deste instrumento e da habilidade do operador entre outros fatores menos intuitivos. Na medida do omprimento do orpo da Figura 2.1, por exemplo, é em- pregado uma régua entimetrada, resultando uma medida de 33, 7 cm. Se for empregado uma régua milimetrada, a medida pode ser feita om mais um al- garismos, resultando em algo omo 33, 73 cm. Se um instrumento ainda mais pre iso for empregado nesta medida, o valor medido pode ser ainda mais pre iso, omo 33, 728 cm. Se ontinuarmos a empregar instrumentos ada vez mais pre isos, teremos medidas mais pre isas? A resposta a esta pergunta é Não! Haverá um momento em que o instru- mento de medida estará medindo as imperfeições das bordas do orpo (rugosi- dades), e por isto, não faz mais sentido utilizar equipamentos mais pre isos para esta medida. Isto signi� a que não existe um valor real para a medida deste omprimento. O valor real de uma medida geralmente não existe, a menos que se esteja medindo um grandeza padrão, omo por exemplo: Velo idade da luz: 299.792.458m/s; Ponto Trípli e da água (a 1 atm): 373, 125K; Massa do C12 = 12u; Número de átomos de Hidrogênio na molé ula de água; 2 CAPÍTULO 1. INTRODUÇ�O 3 Estas grandezas são padrões de medidas e portando possuem um valor real para a sua medida. Medidas que faremos em laboratório em geral não re aem sobre estas lasses de medidas. Nos apítulos seguintes serão apresentados as metodologias matemáti as ade- quadas para trabalhar om medidas, tratando os algarismos de forma onserva- tiva, prezando a qualidades dos resultados al ançados. Este texto não tem a intenção de ser um tratado de metodologias matemáti as para apli ações gerais. O fo o dos métodos apresentados aqui está na simpli i- dade matemáti a e agilidade em sua exe ução, quando possível, fo ando rápida determinação dos resultados experimentais om �ns didáti os, sem primar na qualidade absoluta de suas operações e metodologias. Isto signi� a que estas metodologias, em geral, podem não ser adequadas para o uso em experimentos pro�ssionais ou para �ns de pesquisa, sendo nestas o asiões a onselhável que se pro ure textos mais pro�ssionais de metrologia. Capítulo 2 Algarismo Signi� ativos Na Figura 2.1 é apresentado um exemplo de uma medida de omprimento, reali- zada om uma régua entimetrada. 30 1 2 3 4 5 33,7 cm Um algarismo de avaliação Dois algarismos de leitura na escala Figura 2.1: Exemplo de medida de uma régua entimetrada. O valor medido na régua foi de 33, 7 cm, sendo os dois primeiros algarismos uma leitura direta na es ala da régua (33 cm) e o último uma avaliação (7mm). Uma medida sempre terá um úni o algarismo de avaliação, o algarismos mais à direita. Este algarismo de avaliação depende muito das ondições de operação do instrumento de medida e da perí ia do operador. Em ondições ótimas, este algarismos é menor que o menor intervalo da es- ala empregada, no exemplo a ima menor que 1 cm, mas pode a onte er de este algarismo de avaliação ser superior, ou mesmo bem superior, ao menor intervalo da es ala. Isto pode o orrer em situações onde: • a es ala se movem em relação ao orpo a ser medido; • exista vibração no orpo e/ou es ala de medida; • erro de paralaxe1; • outros. 4 CAPÍTULO 2. ALGARISMO SIGNIFICATIVOS 5 98 1 2 3 30 Figura 2.2: Medida do omprimento de uma segunda peça om a régua entime- trada. A medida de uma segunda peça é ilustrada na Figura 2.2. Neste aso o valor do omprimento medido é de 30, 0 cm. Embora o omprimento da peça oin ida om a leitura de 30cm, a régua empregada permite mais um algarismo de avaliação, e portanto está avaliação deve ser feita, ainda que esta seja zero. Portanto, toda medida em laboratório sempre será omposta de algarismo provenientes de uma leitura direta na es ala e um úni o algarismos de avalia- ção. Zeros olo ados à direita, signi� am leitura na es ala, enquanto que zeros à esquerda, a ausên ia de leitura. Desta forma pode-se a�rmar que, em se tratando de medidas, as omparações abaixo: 1 cm 6= 1, 0 cm 6= 1, 00 cm 6= 1, 000 cm · · · são diferentes. No aso do 1, este possui apenas um algarismo signi� ativo, que portanto é também o algarismo de avaliação. Isto signi� a que o valor desta medida pode ser algo entre 0 e 2, na melhor das hipóteses. Já os demais possuem dois, três e quatro algarismos signi� ativos respe tivamente, tendo o seu algarismo de avaliação em um dé imo, um entésimo e um milésimo de entímetros respe tivamente. Na Tabela 2.1 é feito uma omparação quantitativa entre medidas, onside- rando uma variação de apenas ±1 no seu algarismos de avaliação. Isto mostra laramente as diferenças entre medidas om diferentes números de algarismos signi� ativos. Valor Menor Maior Número de Medido Valor Valor Algarismos 1 0 2 1 1,0 0,9 1,1 2 1,00 0,99 1,01 3 1,000 0,999 1,001 4 Tabela 2.1: Comparação entre medidas de uma unidade om diferentes pre isões. A ontagem de algarismos signi� ativos deve sempre ini iar da esquerda para 1 Erro de paralaxe o orre quando a es ala está longe do orpo a ser medido, riando variações nas de�nições das bordas do orpo, em função do posi ionamento do observador. CAPÍTULO 2. ALGARISMO SIGNIFICATIVOS 6 à direita, pelo primeiro algarismo diferente de zero, até o último algarismo, zero ou não. Portanto, tanto a medida de 33, 7 cm omo a de 30, 0 cm possuem 3algarismos signi� ativos. 2.1 Operações Matemáti as om Algarismos Sig- ni� ativos Em várias situações será ne essário realizar operações matemáti as om as me- didas realizadas em laboratório omo: soma, multipli ação, divisão, potên ias e outras funções. Para isto é ne essário adotar ritérios matemáti os para estas operações, de forma a preservar a integridade de sua medida e respeitar as suas limitações. Nas seções seguintes são apresentados uma des rição dos métodos matemá- ti os para serem empregados no desenvolvimento matemáti o dos experimentos, ao longo do semestre. Estes mesmo métodos são apli ados na maioria dos livros textos de Físi a e Matemáti a, om pequenas variações. 2.1.1 Soma No aso da soma de duas medidas o pro edimento é bem simples: • Realize a soma dos algarismos normalmente; • Determine a ordem de grandeza dos algarismos de avaliação empregados em sua soma; • Tome a maior ordem de grandeza entre estes (o algarismos de avaliação mais à esquerda); • Trunque o resultado om base neste algarismo de avaliação de maior ordem. Veja o exemplo a seguir. Exemplo: Suponha que tenhamos de realizar a soma das seguintes de medidas: 12, 45 cm; 2, 0345 cm; 1200 cm; 0, 00034 cm. Para pro eder om a soma, alinhe pela vírgula os números a serem medidos e faça a soma normalmente. CAPÍTULO 2. ALGARISMO SIGNIFICATIVOS 7 12,45 2,0345 1200, + 0,00034 1214,48484 A propagação dos erros do algarismo de avaliação é indi ado por uma linha abaixo do número. O algarismo de avaliação de maior ordem de grandeza é o zero mais à esquerda do 1200. Isto signi� a que os algarismo à direita deste algarismo devem ser dispensados. Desta forma, no resultado 1214, 48484 não faz sentido pegar alga- rismos inferiores a unidade e assim o resultado da soma deverá ser trun ado na unidade omo segue, 1214, |48484 = 1214 O resultado passa a ter quatro algarismos signi� ativos, onde o algarismo de avaliação passa a ser o último mais a direita, neste aso o 4. Obs: O trun amento de uma operação somente deve ser feita quando estiver al ançado o resultado �nal em um trabalho. Trun ar resultados intermediários em operações matemáti as, promove a propagação de erros desne essariamente, o que pode mas arar o resultado obtido. Portando, se o objetivo de um experimento é en ontrar a velo idade de lançamento de um projétil, o trun amento deverá o orrer apenas no momento de apresentar a velo idade soli itada, jamais em operações anteriores. 2.1.2 Produto e Funções Na aso do produto, divisão e funções em geral, o pro edimento é ainda mais simples: • onte o número de algarismos signi� ativos dos números envolvidos na ope- ração matemáti a; • pegue o menor número de algarismos signi� ativos omo base e faça o trun- amento do resultado �nal om este número de algarismos. Vamos a um exemplo: Exemplo: En ontre a densidade de massa de uma esfera de diâmetro 15, 383mm e 16 g de massa. CAPÍTULO 2. ALGARISMO SIGNIFICATIVOS 8 Dados: Diâmetro = 15, 383mm (5 algarismos signi� ativos) Massa = 16 g (2 algarismos signi� ativos)⇒ menor número de alga- rismos signi� ativos. A densidade de massa de um orpo é dada pela equação ρ = Massa V olume = M Vesf (2.1) e o volume da esfera pela equação Vesf = 4 3 pir3 (2.2) onde o raio da esfera é igual a metade do seu diâmetro. Para se obter um resultado mais pre iso na operação matemáti a e menos trabalho numéri o, é impres indível a otimização destes pro esso matemáti os. Sempre que possível, onstrua uma úni a expressão matemáti a para al ular o resultado desejado, onde esta expressão deve onter apenas as grandezas medidas no experimento, além de onstantes. Neste aso, es reva a densidade de massa em função da Massa e do Diâmetro medidos, substituindo as equações omo pro ede abaixo: Substitua a equação (2.2) e a de�nição do raio na equação (2.1). ρ = M Vesf = M 4 3 pir3 ρ = 3M 4pi(D/2)3 ρ = 6M piD3 (2.3) Desta forma temos uma equação que envolve apenas as grandezas medidas: Massa e Diâmetro. Este pro edimento é fundamental para evitar operações matemáti as desne essárias bem omo anotações de algarismo om 10 a 12 dígitos nos pontos intermediários da operação. ATENÇ�O: Jamais utilize valores pessimistas do pi om 3, 14 ou 3, 1415. Utilize sempre o valor da al uladora, que geralmente possui de 10 a 12 algarismos signi� ativos, su� ientes para a grande maioria das situações. Observe que a onstante 6 e a potên ia 3 são valores reais (exatos) pois surgem das de�nições: CAPÍTULO 2. ALGARISMO SIGNIFICATIVOS 9 raio que é exatamente metade do diâmetro; volume da esfera que é exatamente os quatro terços de pi, raio ao ubo. Desta forma, o �½l ulo da densidade de massa se resume a uma úni a operação: ρ = 6M piD3 = 616 pi15, 3833 = 0, 0083945658 g/mm3 ou ρ = 8, 3945658 g/cm3 já que 1mm3 = 10−3cm3. Dos dados apresentados no problema, vemos que o diâmetro (15, 383mm) possui 5 algarismos signi� ativos, enquanto que a massa (16 g) pos- sui apenas 2 algarismos signi� ativos. O valor de pi das al uladoras modernas possuem entre 10 a 12 algarismos signi� ativos e as demais onstantes, omo o 3/4 e a potên ia de 3, são valores exatos, portanto possuem in�nitos algarismos signi� ativos. Desta forma, o menor número de algarismos signi� ativos, nos valores envolvidos nesta ope- ração matemáti a, é dois e portando a resposta deve ter apenas dois algarismos signi� ativos: ρ = 8, 3|945658 g/cm3 = 8, 4 g/cm3 2.2 Exer í ios 1. Dado as medidas A = 3, 43; B = 0, 046; C = 66, 23, D = 2, 0045, E = 12, 4 e F = 27 abaixo, determine os valores das operações a seguir. (a) A+D (b) A+ B + C +D ( ) A+ B + C +D + E + F CAPÍTULO 2. ALGARISMO SIGNIFICATIVOS 10 (d) A+ 2B − 4C +D (e) 2B2 + 4D (f) A ·B (g) F/D (h) B2/C (i) E2 · A3 ·B/(4F 3 ·D3) (j) 1, 3E + 4C2/F 3 (k) 2, 5F ·B + 4D3 (l) 2E3 ·B/(C √ F ·D3) (m) 3D · sin(2C) (n) C · ln(B/D) (o) C · tan(3C/A2) (p) 3D · A · sin(C · F/B) (q) 4C/F 1/4 · tan(2piA/(B3 · E)) 2. Um ilindro de 40, 28mm de altura e 20, 025mm de diâmetro, possui uma massa de 90, 50 g. Determine a densidade de massa do ilindro. Capítulo 3 In erteza Ao medir o omprimento da peça ilustrada na Figura 2.1, om uma es ala en- timetrada, foi obtido o valor 33, 7 cm, onde, omo dito anteriormente, 33 cm or- responde a leitura direta da es ala, enquanto que 0, 7 cm é a avaliação, que está sujeita a um erro de medida. Embora não seja possível saber o valor exato do algarismo de avaliação, se pode a�rmar que sua indeterminação é inferior a resolução da es ala, 1 cm. O quanto inferior a 1 cm, � a a en argo do operador da medida. Uma boa base para a in erteza é usar omo ponto de partida a metade da menor divisão da es ala. Isto signi� a que o valor medido da peça esta num intervalo inferior a ±0, 5 cm entrado em torno do algarismo de avaliação ou seja, o valor mais provável deste omprimento está dentro do intervalo: 33, 2 cm e 34, 2 cm. É dito que esta medida está sujeita a uma in erteza de ao menos metade da menor divisão da esta a, ±0, 5 cm, para ima e para baixo. Portando a medida do omprimento da peça na Figura 2.1 pode ser es rita omo: L = (33, 7± 0, 5) cm Portanto, a in erteza (±0, 5 cm no exemplo a ima) mede a impossibilidade de determinação do valor real de uma medida. ATENÇ�O: A in erteza de uma medida não pode possuir mais do que um algarismo signi� ativo, a menos quanto apare er em ál ulos intermediários. Neste aso o trun amento deverá ser efetuado ao �nal dos ál ulos. 3.0.1 Determinando o Valor daIn erteza Um bom valor para a in erteza de uma medida, pode ser tomado omo sendo a metade da menor divisão da es ala empregada do instrumento de medida. Assim sendo, em uma régua milimetrada, onde a menor divisão é 1mm, teria omo in erteza 0, 5mm, enquanto que numa régua entimetrada, om a menor divisão sendo 1 cm, a in erteza poderia ser estimada omo 0, 5 cm. 11 CAPÍTULO 3. INCERTEZA 12 Mas isto não é de forma nenhuma uma regra geral. Há o asiões em que se pode es olher valores menores para a in erteza e outras, em que e teremos de es olher valores muito maiores para a in erteza. Em outras palavras, a in erteza de uma medida depende muito das ondições em que a medida é realizada, om o posi ionamento da es ala de leitura, vibrações na es ala ou objeto de medida, apa idade visual do operador, da perí ia do operador do instrumento de medida, e outras. 3.1 Operações om In ertezas Para efetuar operações om medidas e in ertezas, é ne essário riar uma álgebra espe ial que tome os devidos uidados om manipulação numéri a das in ertezas destas medidas, de forma a propagar estas in ertezas ao longo das operações matemáti as om oerên ia. Para ilustra as operações om in ertezas, vou tomar omo exemplo o ál ulo da área super� ial de uma hapa metáli a de dimensões aproximadas iguais a: 180 cm×74 cm. Para isto dispomos de uma régua entimetrada de 100 cm (menor divisão 1cm). Posi ionando o zero da régua e exe utando a medida da largura da pla a, obtemos 73, 4 cm om uma in erteza de 0, 5 cm, ou seja L = (73, 4 ± 0, 5) cm. Apenas para lembrar, 73 cm de leitura na es ala da régua entimetrada e 0, 4 cm de avaliação, ou seja, além da menor divisão da es ala. A medida do omprimento da pla a deve ser efetuada em duas etapas, visto que a régua possui apenas 100 cm. No primeira medida é obtido C1 = (100, 0 ± 0, 5) cm, já na segunda medida é obtido C2 = (87, 3± 0, 5) cm. O omprimento total é portanto a soma dos dois omprimentos C = C1 +C2. Neste ponto, teremos de de�nir uma regra para a soma e subtração de medidas om in ertezas. 3.1.1 Soma e Subtração De�nição 1 Seja A = (a±∆a) e B = (b±∆b) duas medidas om as in ertezas ∆a e ∆b respe tivamente. A soma das duas medidas A e B é de�nida omo A+ B = (a+ b)± (∆a+∆b) (3.1) De�nição 2 Seja A = (a±∆a) e B = (b±∆b) duas medidas om as in ertezas ∆a e ∆b respe tivamente. A subtração das duas medidas A e B é de�nida omo A−B = (a− b)± (∆a+∆b) (3.2) CAPÍTULO 3. INCERTEZA 13 Tanto na soma quanto na subtração, as in ertezas são adi ionadas, o que representa um aumento na in erteza para a determinação do valor destas medidas após tais operações. Exemplo: Cal ulando agora o omprimento total da pla a C = C1 + C2 = (100, 0± 0, 5) + (87, 3± 0, 5) = (187, 3± 1, 0) Observe que a in erteza do omprimento da mesa, C, está om dois algarismos signi� ativos (±1, 0). Neste momento não se deve trun ar os valores ainda, pois não é objetivo do problemas determinar o omprimento da hapa metáli a e sim sua área. Portanto deixe o resultado do omprimento omo está. Voltando ao problema, a área pro urada é o produto do omprimento C pela largura L A = CL As de�nições abaixo mostram os pro edimentos matemáti os para multipli ar e dividir medidas om in ertezas. 3.1.2 Produto e Divisão De�nição 3 Seja A = (a ± ∆a) e B = (b ± ∆b) duas medidas om as suas respe tivas in ertezas. O Produto entre A e B é de�nido omo A ·B = a · b { 1± [ ∆a a + ∆b b ]} (3.3) De�nição 4 Seja A = (a ± ∆a) e B = (b ± ∆b) duas medidas om as suas respe tivas in ertezas. A Divisão entre A e B é de�nido omo A B = a b { 1± [ ∆a a + ∆b b ]} (3.4) Demonstração: Tomando o produto termo a termo entre as medidas A e B, temos A ·B = (a±∆a) · (b±∆b) = a · b± (a∆b+ b∆a+∆a∆b) CAPÍTULO 3. INCERTEZA 14 O último termo na in erteza, ∆a∆b, é muito pequeno se omparado aos outros dois, e portanto é desprezado. Assim A ·B = a · b± (b∆a+ a∆b) = a · b± a · b ( ∆a a + ∆b b ) Colo ando o produto a · b em evidên ia temos A ·B = a · b { 1± [ ∆a a + ∆b b ]} A razão ∆a/a é hamada de in erteza relativa da medida A, uma vez que ela traz uma omparação entre a in erteza ∆a e a medida a. Antes de voltar ao ál ulo da área da pla a, observe as in ertezas relativas do omprimento e da largura da pla a em questão: ∆c c = 1, 0 187, 3 = 0, 0053390 = 0, 53% enquanto que na largura, ∆l l = 0, 5 73, 4 = 0, 00681199 = 0, 68% ou seja, mesmo que a in erteza da largura (0, 5 cm) seja menor que a in erteza do omprimento (1, 0 cm), este último é a medida mais pre isa, visto que sua in erteza relativa é de apenas 0, 53% do valor medido enquanto que na largura é de 0, 68%. Exemplo: Voltando ao ál ulo da área total, A = C · L = 187, 3 · 73, 4 { 1± [ 1, 0 187, 3 + 0, 5 73, 4 ]} = (13747, 82± 167, 05) cm2 A = (1, 374782± 0, 016705)m2 Como a área é o resultado �nal pedido pelo problema, o seu valor deverá ser trun ado, deixando a in erteza om apenas um algarismo signi� ativo, omo diz a regra. Ini ie o trun amento pela in erteza, 0, 016705: CAPÍTULO 3. INCERTEZA 15 1. Da esquerda para a direita, faça o trun ando após o primeiro algarismo diferente de zero, neste aso o 1, 0, 01|6705; 2. Se o dígito seguinte for {5, 6, 7, 8, 9}, arredondar para ima o pri- meiro algarismo da in erteza, enquanto que {0, 1, 2, 3, 4} mante- nha o valor. Neste aso � a: 0, 01|6705=0, 02; 3. Após isto, jogar fora todos os algarismos da in erteza além do primeiro, � amos a in erteza om apenas om um algarismo sig- ni� ativo, 0, 02. Na mesma ordem de grandeza em que foi trun ado a in erteza, trun ar o valor da área. Neste aso a in erteza foi trun ada no entésimo, faça o mesmo no valor da área al ulada, trun ando após o primeiro sete, om a mesma regra no arredondamento: 1, 37|4782 = 1, 37. Veja todo o pro esso representado abaixo, passo a passo: A = (1, 374782± 0, 01|6705)m2 = (1, 374782± 0, 02)m2 = (1, 37|4782± 0, 02)m2 A = (1, 37± 0, 02)m2 3.1.3 Potên ia A regra para o ál ulo om in ertezas de potên ias, pode ser fa ilmente obtida através da regra do produto, omo segue na demonstração abaixo: Demonstração: Come e om o quadrado de uma medida A, que segundo a regra de produto pode ser es rita omo A2 = A · A = a · a { 1± [ ∆a a + ∆a a ]} = a2 { 1± 2∆a a } Da mesma forma A3 pode ser desenvolvido omo um produto de A2 por A: A3 = A2 · A = a2 · a { 1± [ 2 ∆a a + ∆a a ]} = a2 · a { 1± 3∆a a } CAPÍTULO 3. INCERTEZA 16 Estendendo o pro esso para An, é fá il demonstrar que A4 = A4 · A . . . An = An−1 · A = an−1 · a { 1± [ (n− 1)∆a a + ∆a a ]} = an { 1± n∆a a } Embora a demonstração tenha sido feita para n inteiro, a regra será extrapo- lada para qualquer outro n ∈ ℜ. De�nição 5 Seja A = (a ± ∆a) uma medida, onde n ∈ ℜ. A potên ia An é de�nido omo An = an { 1± |n∆a a | } (3.5) O mais importante desta expressão é a n erteza relativa de An, |n∆a a | (3.6) que será empregada na seção seguinte, na resolução de produtos mais omplexos. 3.1.4 Produtos Compostos Operações que envolvem apenas produtos e potên ias, podem e devem ser re- solvidas em apenas duas operações, evitando assim anotações de resultados de operações intermediárias, geralmente desne essárias. A ideia empregada aqui é o uso intensivo das in ertezas relativas, es revendo o produto omo: produto± produto · (soma das incertezasrelativas) (3.7) Para isto é ne essário onhe er as in ertezas relativas das grandezas envolvi- das. Considere o exemplo abaixo: Exemplo: Sendo A = (a ±∆a), B = (b ±∆b), C = (c ±∆c), D = (d ±∆d) e E = (e±∆e) medidas om as suas respe tivas in ertezas, determine a expressão para o ál ulo do produto: CAPÍTULO 3. INCERTEZA 17 A2 √ B3C 3 √ DE Solução: Ini ialmente expanda a função para uma base mais simples, eviden iando as potên ias envolvidas no problema: A2 √ B3C 3 √ DE = A2B3/2C1/2 D1/3E A operação ompleta deve ser feita em duas operações: o produto, propriamente dito, e o produto pela soma das in ertezas relativas de ada grandeza envolvida. A tabela a seguir apresenta as in ertezas relativas das grandezas envolvidas: Termo In erteza Relativa A2 2 ∆a a B3/2 3 2 ∆b b C1/2 1 2 ∆c c D1/3 1 3 ∆d d E ∆e e Atenção: não al ule estas in ertezas separadamente, a tabela a ima é apenas para eviden iar as operações a serem realizadas. A operação ompleta é apresentada a seguir: A2 √ B3C 3 √ DE = a2b3/2c1/2 d1/3e { 1± [ 2 ∆a a + 3 2 ∆b b + 1 c ∆c c + 1 3 ∆d d + ∆e e ]} ou se preferir: A2 √ B3C 3 √ DE = a2b3/2c1/2 d1/3e ±a 2b3/2c1/2 d1/3e [ 2 ∆a a + 3 2 ∆b b + 1 c ∆c c + 1 3 ∆d d + ∆e e ] Embora sejam duas operações matemáti as longas, ainda assim são apenas duas operações: CAPÍTULO 3. INCERTEZA 18 o produto: PD = a2b3/2c1/2 d1/3e a in erteza: PD × [ 2 ∆a a + 3 2 ∆b b + 1 c ∆c c + 1 3 ∆d d + ∆e e ] Pode pare er um pou o omplexo a primeira vista, no entanto este pro edi- mento simpli� a enormemente as operações matemáti as realizadas, prin ipal- mente por eliminar a inserção repetitiva de números na al uladora, evitando erros na ópia, e a ópia desne essárias de valores intermediários om números de 10 a 12 algarismos, uma vez que não se pode arredondar os valores até se atingir o resultado �nal. 3.1.5 Funções Para funções omo sin(x), cos(x), log(x), e outras, a regra de produtos e soma apresentados a ima são insu� ientes para uma avaliação adequada da in erteza. 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 x0 x0 + ∆xx0 - ∆x ∆f F(x) x f ∆f Figura 3.1: Visualização dos parâmetros de in erteza para uma função. Quando avaliamos uma função no intervalo de�nido de uma medida ([x+∆x]− [x −∆x]), podemos obter variações que podem aumentar ou mesmo diminuir o CAPÍTULO 3. INCERTEZA 19 valor da in erteza, depende apenas da forma omo a função varia no intervalo do seu argumento. Um bom método para avaliação de uma função apli ada a uma medida om in ertezas, é analisar valor da função nos extremos de seu argumento (in erteza). Para entender melhor este pro edimento vamos utilizar o grá� o da �gura 3.1.5, omo se segue: De�nição 6 Seja X = (x ± ∆x) uma medida. O Valor da função F (X) é de�nido omo: F (X) = f ±∆f (3.8) onde f é obtido pela média da função nos extremos do argumento: f = f(x+∆x) + f(x−∆x) 2 (3.9) e a in erteza, é tomada omo sendo a metade do intervalo da variação da função: ∆f = |f(x+∆x)− f(x−∆x)| 2 (3.10) Veja o exemplo a seguir. Exemplo: En ontre o seno do ângulo θ = (23, 5± 0, 5)0. F (θ) = sin(θ) F (θ) = f ±∆f onde f = sin(23, 5 + 0, 5) + sin(23, 5− 0, 5) 2 = 0, 398733885 e ∆f = | sin(23, 5 + 0, 5)− sin(23, 5− 0, 5)| 2 = 0, 008002757294 portanto a avaliação da função pedida é sin(23, 5± 0, 5) = 0, 398733885± 0, 008002757294 CAPÍTULO 3. INCERTEZA 20 Trun ando o resultado, sin(23, 5± 0, 5) = 0, 398733885± 0, 008|002757294 = 0, 398|733885± 0, 008|002757294 = 0, 399± 0, 008 3.2 Média Simples e Desvio Médio Em algumas situações a determinação das fontes de erro de uma medida ou mesmo a avaliação de sua in erteza pode ser pou o ine� iente dado o grau de omplexidade das fontes de erros e impre isões presentes no experimento. Nestas o asiões é onveniente trabalhar om um onjunto de medidas e fazer uso de té - ni as estatísti as para avaliar a medida e a in erteza envolvida nos pro edimentos experimentais. Tratamento estatísti os envolvem análises mais omplexas que as apresentadas aqui, no entanto este texto não pretende se aprofundar nestas questões e portanto será empregada uma té ni a simples de média e desvio médio para o tratamento deste tipo de problema. Desta forma, para um onjunto de n medidas de um omprimento, o seu valor médio será de�nido om a média aritméti a dos omprimentos medidos, x¯ = 1 n n∑ i=1 xi (3.11) onde xi é o i-ésimo omprimento medido, e a soma se estende sobre todas a n medidas. A in erteza será avaliada om o desvio médio omo segue: ∆¯x = 1 n n∑ i=1 |x¯− xi| (3.12) E portanto, a medida será simplesmente (x¯± ∆¯x). Outros métodos estatísti- os, omo desvio padrão σ ou (σ−1), também são a eitáveis, no entanto o desvio médio ostuma dar um valor maior para a in erteza, o que lhe deixa mais folga no resultado en ontrado. Exemplo: Dado um onjunto de medidas de um omprimento: {12, 4 cm; 12, 0 cm; 12, 6 cm; 12, 9 cm; 12, 5 cm; 11, 8 cm} En ontre a média e o desvio médio deste omprimento. CAPÍTULO 3. INCERTEZA 21 x¯ = 1 6 {12, 4 + 12, 0 + 12, 6 + 12, 9 + 12, 5 + 11, 8} = 12, 366667 e a in erteza, ∆¯x = 1 6 {|12, 36667− 12, 4|+ |12, 36667− 12, 0|+ |12, 36667− 12, 6| +|12, 36667− 12, 9|+ |12, 36667− 12, 5|+ |12, 36667− 11, 8|} ∆¯x = 0, 311111 Trun ando o resultado �nal, X = (12, 3|66667± 0, 3|11111) = (12, 4± 0, 3) cm 3.2.1 Deixando a Média para mais Tarde... Há algumas o asiões em que é onveniente deixar a média e o desvio média para ser feita ao �nal e não diretamente sobre as medidas. Considere o exemplo a seguir: Exemplo: Um Pêndulo Simples om um �o de (600± 1)mm de omprimento é olo ado para exe utar 30 os ilações, om os tempos para este mo- vimento sendo medidos por um ron�metro manual e seus valores anotados na Tabela 3.1. Determine a a eleração da gravidade para este experimento. # t (s) 1 45,540 2 46,600 3 45,492 4 45,954 5 46,934 6 46,555 Tabela 3.1: Medida dos tempos para 30 os ilações do pêndulo. Resolução: CAPÍTULO 3. INCERTEZA 22 Segundo a literatura, a frequên ia angular de os ilação de um Pêndulo Simples é dado pela equação: ω = √ g L onde a frequên ia angular se rela iona om a frequên ia pela expressão ω = 2pif e esta om o período om f = 1/T . Desta forma a expressão para o período da os ilação será: T = 2pi √ L g onde T = t n Juntando as equações a ima e rees revendo a expressão para a a ele- ração da gravidade: g = 4pi2n2L t2 O tempo médio e o desvio médio é al ulado pelas equações (3.11) e (3.12), t¯ = (46, 179± 0, 517)s A média e o desvio médio dos tempos apresentados na Tabela 3.1, é t¯ = (46, 179± 0, 517)s. Observe que a in erteza relativa deste tempo médio (∆t¯/t¯ = 0,0111) é quase sete vezes maior que a in erteza relativa da medida do ompri- mento do �o (∆L/L = 0, 0017), a outra medida envolvida no experimento. Em situações omo estas se pode ignorar as in ertezas das demais medidas em detrimento das impre isões na medida do tempo, uma vez que as fontes de erro envolvidas nestas medidas geram um desvio signi� ativamente superior às demais in ertezas avaliadas no experimento. Neste aso o pro edimento mais adequado é al ular um g (a eleração da gravidade) paraada medida de tempo e ao �nal, fazer a média e o desvio médio destes valores. Continuando... Cal ulando um g para ada tempo medido na Tabela 3.1, CAPÍTULO 3. INCERTEZA 23 # t (s) g (m/s2) 1 45,540 10,279 2 46,600 9,817 3 45,492 10,301 4 45,954 10,095 5 46,934 9,678 6 46,555 9,836 Tabela 3.2: Medida dos tempos para 30 os ilações no pêndulo. Para terminar, basta fazer a média e o desvio médio dos g's, ter eira oluna da Tabela 3.2. g = 10, 00108± 0, 22409 = (10, 0± 0, 2)m/s2 Este pro edimento é muito rápido de ser realizado om o uso de planilha de ál ulo omo Calligra Sheets, MS Ex el, LibreO� e Cal , entre outras. Uma outra vantagem signi� ativa para o uso deste pro edimento é o fato de não ter que fazer ál ulos om in ertezas neste aso, o que pode ser bastante tedioso em algumas situações. 3.3 Exer í ios 1. Dado as medidas A = 3, 43± 0, 05; B = 0, 046± 0, 002; C = 66, 23± 0, 03; D = 2, 0045± 0, 0005; E = 12, 4± 0, 7; e F = 27± 3, determine os valores das operações a seguir. (a) A+D (b) A+ B + C +D ( ) A+ B + C +D + E + F (d) A+ 2B − 4C +D (e) 2B2 + 4D (f) A ·B (g) F/D (h) B2/C (i) E2 · A3 ·B/(4F 3 ·D3) (j) 1, 3E + 4C2/F 3 (k) 2, 5F ·B + 4D3 (l) 2E3 ·B/(C √ F ·D3) CAPÍTULO 3. INCERTEZA 24 (m) 3D · sin(2C) (n) C · ln(B/D) (o) C · tan(3C/A2) (p) 3D · A · sin(C · F/B) (q) 4C/F 1/4 · tan(2piA/(B3 · E)) 2. Das medidas A, B, C, D, E e F , apresentadas na questão anterior, deter- mine qual é a mais pre isa. 3. Nos resultados apresentados a seguir, pro eda om o trun amento ade- quado, se ne essário. (a) 2, 345235± 0, 002432 (b) 98348579, 345± 767, 234 ( ) 0, 01234235± 0, 23145 (d) 1234, 0234± 11, 34536 (e) 0, 0023423451± 0, 00002342 (f) 2342, 12× 10−5 ± 3, 24× 10−5 (g) (3425, 2345± 12, 243)× 10−12 (h) 0, 0097894± 2, 823523× 10−5 (i) 2, 34287× 10−5 ± 5, 645× 10−6 4. En ontre o valor médio e o desvio médio, nas medidas abaixo. (a) 5, 23; 5, 67; 5, 02; 6, 22; 4, 98; 5, 57 (b) 12, 34; 12, 87; 13, 78; 14, 20; 12, 76; 13, 00 5. Um ilindro de (40, 28 ± 0, 01)mm de altura e (20, 025 ± 0, 005)mm de diâmetro, possui uma massa de (90, 50 ± 0, 01) g. Determine a densidade de massa do ilindro. 6. Durante um experimento de lançamento horizontal de projéteis, uma esfera é lançada dez vezes obtendo os al an es (∆x ) apresentados abaixo, em milímetros: 407 412 405 410 403 401 413 412 422 408 Sendo a altura do lançamento igual a (1000±5)mm e g = (9, 8±0, 1)m/s2, (a) determine a velo idade de lançamento através do al an e médio e seu desvio. (b) Cal ule a velo idade média e seu desvio, através do ál ulo da velo idade para ada lançamento (A equação do al an e é ∆x = v0 √ 2h/g, onde v0 é a velo idade de lançamento horizontal.). Capítulo 4 Representação Grá� a Um grá� o é uma ferramenta muito poderosa quando bem empregado. Uma grande quantidade de informações podem ser abstraídas de representação grá� a de um onjunto de dados, sem mesmo saber do que se trata os dados apresentados. Tomando omo exemplo um estudo hipotéti o do movimento de uma partí ula em suspensão representados pelos dados da Tabela 4. Uma observação direta desta tabela não permite veri� ar om pre isão máximos, mínimos, tendên ias, omportamentos polinomiais ou outra qualquer outro. t(s) 1 2 3 4 5 6 7 8 y(cm) 9,8 10,5 11,4 12,6 12,5 13,7 13,8 13,9 t(s) 9 10 11 12 13 14 15 � y(cm) 14,3 13,9 13,8 13,5 13,2 13,4 13,2 � Tabela 4.1: Tabela hipotéti a representando o movimento de um orpo ao longo do eixo-y. Entretanto, uma representação grá� a, permite várias indagações a respeito do experimento em parti ular. Observe a representação grá� o destes dados na Figura 4. Através do grá� o é possível veri� a: a tendên ia de res imento linear entre os instantes 0 e 7 s; um máximo em aproximadamente 9 s e talvez outro em 14 s; alguns pontos que fogem a tendên ia normal, omo por exemplo nos instantes 4 s, 6 s e 9 s. Com um pou o mais de informação sobre o problema, várias outras on lusões podem ser obtidas. Entretanto o objetivo aqui é quanto a riação e formatação do grá� o. Alguns pontos haves devem ser observados na riação de grá� os: 1. Os eixos dos grá� os não podem apresentar mais pre isão do que a existente nos dados experimentais. Observe que o eixo x e y do grá� o da Figura 4 25 CAPÍTULO 4. REPRESENTAÇ�O GRÁFICA 26 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Tempo (s) 9.0 10.0 11.0 12.0 13.0 14.0 15.0 D es lo ca m en te (c m) Movimento de Parti´culas em Suspens~ao Possi´vel subti´tulo ... Figura 4.1: Representação grá� a dos dados da Tabela 4. possui a mesma pre isão dos dados experimentais que o originou, Tabela 4. Valores omo 9,00; 10,00; . . . no eixo de Deslo amento deste grá� o, seriam errado, pois os dados não possuem tal pre isão. 2. A olo ação de rótulos nos eixos x e y de um grá� o é obrigatória. Os rótulos devem apare er abaixo do eixo, para o eixo horizontal, e à direita para o eixo verti al. A unidade da grandeza deve apare er entre [℄ ou (). Estes rótulos devem ser laros e objetivos, expressando bem as grandezas que representam. 3. O título do grá� o (bem omo o sub-título) deve ser olo ado a ima e entralizado, onforme o exemplo da Figura 4. O título deve ser laro e objetivo, permitindo uma boa ompreensão dos dados experimentais apre- sentados no grá� o. Estes também são es ritos om letras maiores que as demais empregadas no grá� o, para desta ar. Tanto o título omo o sub- título não são obrigatórios. Ao invés destes, pode-se utilizar de uma breve des rição na parte inferior do grá� o, onhe idos no inglês omo aption. Um exemplo de des rição poderia ser: �Figura 02. Deslo amento de mi ro partí ulas em suspensão sobre a ação de uma orrente de onvi ção.� Não é usual a utilização de Título no grá� o juntamente om a Des rição, portanto, use um ou outro. CAPÍTULO 4. REPRESENTAÇ�O GRÁFICA 27 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Tempo (s) 9.0 10.0 11.0 12.0 13.0 14.0 15.0 D es lo ca m en te (c m) dados ∆x = 9.4893 + 0.61905 t ∆x = 11.226 + 0.20929 t ∆x = 8.8433 + 1.0501 t - 0.052553 t2 Figura 4.2: Ajustes aos pontos experimentais: Linha ontínua, ajuste linear om os oito primeiros pontos; Linha pontilhada, ajuste linear om todos os pontos; Linha pontilhada ajuste a um polin�mio de segundo grau om todos os pontos. 4. A área útil, o upada pelos pontos experimentais, deve preen her ao menos de 60% a 75% do espaço do grá� o. No exemplo apresentado na Figura 4 o grá� o possui a área total de (16− 0)× (15− 9) = 96 cm · s. Já os pontos experimentais o upam uma área de (15−1)× (14, 3−9, 8) = 63 cm · s. Isto signi� a que há um aproveitamento de aproximadamente 100% × 63/96 = 66% da área do grá� o. 5. Um grá� o deve possuir uma razão entre as dimensões físi as Altura/Comprimento não superior a 1, 4 e inferior a 0, 712. Razões fora destes valores deixam o grá� o muito omprido ou muito longo, di� ultando a leitura dos pontos experimentais, bem omo a veri� ação do omportamento físi o dos dados. 6. Os in rementos utilizados nos eixos horizontais e verti ais devem ser múl- tiplos de 1, 2 e 5. Outros valores tornam difí il a leitura nas es alas de pontos intermediários omo 3, 3; 4, 7; . . . 7. Não se deve mar ar em hipótese alguma os valores dos pontos experimentais nas es alas do grá� o. Este pro edimento arrega o grá� o om informações inúteis que di� ultam a leitura das es alas. Numa representação grá� a o interesse maior é no omportamento dos dados experimentais e não no valor espe i� o de um ponto em parti ular. 8. Umaurva de tendên ia suave pode ser feita através dos pontos, mas jamais ligando-os, a menos que isto possua algum signi� ado real, o que geralmente CAPÍTULO 4. REPRESENTAÇ�O GRÁFICA 28 não o orre em experimentos físi os. 9. Retas médias em geral não passam pelo primeiro e último ponto do ex- perimento. Este pro edimento leva ao total abandono dos demais pontos experimentais, que são igualmente importantes omo o primeiro e o último. 10. Os pontos experimentais deve apare er de forma lara no grá� o, simboliza- dos por ír ulos, triângulos, quadrados ou outro símbolo apropriado. Estes devem se visíveis de modo a não serem mas arados pela linha de tendên ia, omentada no ítem anterior. 4.1 Exer í ios 1. Os dados de uma urva Corrente x Tensão são apresentados na tabela abaixo. Monte o grá� o destes dados numa folha milimetrada e tra e uma urva de tendên ia para os dados experimentais. Corrente (mA) Tensão (V) 0,00 0,0 0,15 2,1 0,30 2,6 0,45 1,2 0,60 0,8 0,75 0,0 0,90 1,8 1,05 5,3 1,20 8,8 2. Faça o grá� o força x deslo amento para os dados experimentais apresen- tados na tabela abaixo e determine a onstante elásti a deste objeto, pela in linação da reta média. Deslo amento ( m) Força (N) 0,5 0,01 1,5 0,05 2,0 0,40 2,5 0,65 3,0 0,90 3,5 1,15 4,0 1,25 4,5 1,50 5,0 2,22 CAPÍTULO 4. REPRESENTAÇ�O GRÁFICA 29 3. Os dados de uma urva Corrente x Tensão são apresentados na tabela abaixo. Monte o grá� o destes dados numa folha milimetrada. Corrente (mA) Tensão (V) 12,0 0,01 6,8 0,12 3,6 0,25 0,2 0,45 0,0 0,58 1,4 0,70 6,8 0,84 10,0 0,97 12,0 1,12 Capítulo 5 Respostas 5.1 Algarismo Signi� ativos 1. (a) 5, 43; (b) 71, 71; ( ) 111; (d) −259, 4; (e) 8, 0222; (f) 0, 16; (g) 13; (h) 3, 2 × 10−5; (i) 4, 5 × 10−4; (j) 17, 0; (k) 35, 3; (l) 0, 18; (m) 4, 436; (n) −2, 5× 102; (o) 20, 1; (p) −2, 1; (q) 84 2. 7, 13 g/cm3 5.2 In ertezas 1. (a) 5, 43 ± 0, 05; (b) (7, 171 ± 0, 008) × 101 ( ) (1, 11 ± 0, 04) × 102; (d) (−2, 594 ± 0, 002) × 102 (e) 8, 022 ± 0, 002; (f) (1, 58 ± 0, 09) × 10−1; (g) (1, 3±0, 1)×101; (h) (3, 2±0, 3)×10−5; (i) (5±2)×10−4; (j) (1, 7±0, 1)×101; (k) (3, 53 ± 0, 05) × 101; (l) (1, 8 ± 0, 5) × 10−1; (m) 4, 436 ± 0, 005; (n) (−2, 50±0, 03)×102, (o) (2, 01±0, 06)×101; (p) (0±2)×101; (q) (8±1)×101 2. D om 0, 03% seguido de C om 0, 045%. 3. (a) 2, 345±0, 002; (b) (9, 83486±0, 00008)×107; ( ) 0, 0±0, 2; (d) (1, 23± 0, 01) × 103; (e) (2, 34 ± 0, 02) × 10−3; (f) (2, 342 ± 0, 003) × 10−2; (g) (343± 1)× 10−11; (h) (9, 79± 0, 03)× 10−3; (i) (2, 3± 0, 6)× 10−5 4. (a) 5, 4± 0, 4; (b) 13, 2± 0, 6 5. ρ = (7, 134± 0, 006)g/cm3 6. (a) v0 = (0, 91± 0, 02)m/s; (b) v0 = (0, 91± 0, 01)m/s 30 CAPÍTULO 5. RESPOSTAS 31 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 Corrente [mA] 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 Te ns ão [V ] V(V) = 0.27475 + 16.371 * I - 43.87 * I2 + 30.428 * I3 5.3 Representação Grá� a 1. Grá� o 2. Grá� o 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 Deslocamento [cm] 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 Fo rç a [N ] F (N) = -0,74464 + 0,54143 * x A (1,5; 0,0675) B (5,0; 1,9625) k = ∆F ∆x = (1,9625-0,0675) (5,0-1,5) = 0,54143 N/cm 3. Grá� o não apresentado.
Compartilhar