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REFORMA TRABALHISTA A reforma trabalhista passou a vigorar em 11 de novembro de 2017, e tem como ênfase o “Negociado sobre o Legislado”, ou seja, há uma emancipação do empregado junto ao empregador, onde ambos poderão acordar e ajustar pontos diretamente ligados as relações e condições de trabalho, contanto que não contrariem a legislação vigente. REGISTRO DE EMPREGADOS Caso o empregador não registrar seu empregado por quaisquer motivos, ficará sujeito a multa de R$ 3.000,00. Nas situações onde não sejam informados os dados necessários do registro do funcionário, que venha prejudicá-lo, implicará em multa de R$ 600,00. MODALIDADES: CONTRATAÇÃO DE AUTÔNOMO/TERCEIRIZAÇÃO A terceirização esta liberada para qualquer tipo de serviço, inclusive para a atividade-fim da empresa, ou seja, sua principal atuação no mercado. Art. 4°-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços a que se refere o art. 4°-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de qualquer uma das atividades da contratante, forem executadas nas dependências da tomadora, as mesmas condições: I - relativas a: a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em refeitórios; b) direito de utilizar os serviços de transporte; c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante ou local por ela designado; d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir. II - sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no trabalho e de instalações adequadas à prestação do serviço. § 1° Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim entenderem, que os empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante, além de outros direitos não previstos neste artigo. PRAZO PARA CONTRATAÇÃO DE MÃO DE OBRA TERCEIRIZADA: Art. 5°-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4°-A desta Lei, a pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços à contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos titulares ou sócios forem aposentados. Art. 5°-D O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado. RESUMO: Impacto para o empregador: obrigatoriedade de extensão aos terceirizados dos mesmos benefícios dos empregados contratados por prazo indeterminado, tais como vale-transporte, vale-refeição disponibilização do refeitório e atendimento médico imediato. Impacto para o empregado: não pode ser recontratado, na mesma empresa, no prazo de 18 meses contados do desligamento do contrato de terceirização. Outro propósito é fazer com que os empregados não sejam admitidos e posteriormente dispensados para serem contratados na forma de pessoa jurídica, com o cerceamento de direitos trabalhistas (por exemplo, depósitos de FGTS, recolhimento de INSS e obediência ao piso da categoria profissional). TRABALHO EM TEMPO PARCIAL É considerado trabalho em tempo parcial, o qual não exceda o valor de 30 horas semanais ou de até 26 horas (com 6 horas suplementares semanais). Art. 130-A. Na modalidade do regime de tempo parcial, após cada período de doze meses de efeitos do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: I - dezoito dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte e duas horas, até vinte e cinco horas; II - dezesseis dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte horas, até vinte e duas horas; III - quatorze dias, para a duração do trabalho semanal superior a quinze horas, até vinte horas; IV - doze dias, para a duração do trabalho semanal superior a dez horas, até quinze horas; V - dez dias, para a duração do trabalho semanal superior a cinco horas, até dez horas; VI - oito dias, para a duração do trabalho semanal igual ou inferior a cinco horas. Parágrafo único. O empregado contratado sob o regime de tempo parcial que tiver mais de sete faltas injustificadas ao longo do período aquisitivo terá o seu período de férias reduzido à metade. TRABALHO HOME-OFFICE Esta modalidade de contratação é em português “trabalho em casa”, porém apesar da sua nomenclatura não significa que o empregado seja obrigado a trabalhar de sua casa, a legislação visa trabalhos sendo realizados distante da empresa, esta modalidade também é conhecida por teletrabalho. TRABALHO INTERMITENTE O trabalhado intermitente é considerado o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, devendo ser celebrado por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, registrado em CTPS, com local e data para pagamento da remuneração e afins, ressaltando que o valor remuneratório da hora ou diário não pode ser inferior ao de salário mínimo, ou mesmo menor ao que é pago aos demais empregados da empresa que exerçam a mesma função. A convocação deve ser feita de método eficaz com antecedência de três dias, após a convocação o empregado terá um dia útil para manifestação, caso não responda significará sua recusa, este ato não caracteriza insubordinação. Caso após manifestação positiva por parte do empregado, alguma das partes não possa cumprir com o firmado, sem justo motivo, caberá indenização de 50% da remuneração que seria devida. Não é considerada modalidade intermitente “a disposição da empresa”. Por fim, o empregado usufrui dos mesmos direitos, porém as verbas relacionadas à remuneração, férias, décimo terceiro, DSR e outros adicionais legais (proporcionais), devem ser pagos imediatamente após o término do trabalho para qual foi convocado, com prazo limite de pagamento de um mês. A cada doze meses o trabalhador poderá usufruir o direito de férias, não podendo ser convocado tampouco prestar serviços para o mesmo empregador neste período, tais férias entram nos critérios comuns, podendo ser parceladas em três vezes, uma não podendo ser inferior a 14 dias e as outras duas inferiores há cinco dias cada. Em relação a jornada, o empregado pode ser contratado por horas, dia ou período, porém por no máximo 8 horas diárias e 44 horas semanais. JORNADAS BANCO DE HORAS O banco de horas é uma modalidade adotada para que as horas extraordinárias, por exemplo, não haverá a necessidade de o empregador remunerar estas horas como extras, o empregado poderá gozar destas horas como período de descanso, folgas, e afins. Para a adoção do banco de horas não necessitará da anuência ou homologação junto ao sindicato, podendo ser negociado diretamente entre empregado e empregador de forma tácita ou escrita. As modificações trazidas pela reforma neste quesito não sofreram grandes alterações, a duração de jornada pode ser acrescida de duas horas diariamente (no máximo), o pagamento por estas horas excedentes devem ser no mínimo 50% sobre o valor da hora normal e 100% folgas e feriados. A compensação referente ao Banco de Horas tem prazo limite de 180 dias, caso venha ser prorrogado por liberalidade da empresa que ultrapasse os 180 previstos em lei este acordo de prorrogação deverá ser homologado junto ao sindicato da categoria. HORAS IN TINERE Não haverámais remuneração de horas extras nos itinerários casa/trabalho e vice-versa, ainda que o local de trabalho seja de acesso difícil ou não servido por transporte público, bem como neste caso os funcionários que permanecerem na empresa por quaisquer motivos de natureza pessoal não será considerada hora extra. ACIDENTE DE TRABALHO/AUXÍLIO DOENÇA Não houve alteração na legislação quanto à estabilidade em decorrência de acidente de trabalho, fica especificado que a abertura da CAT deve ser realizada no dia do acidente ou um dia após. FÉRIAS O artigo 142 da CLT determina que a remuneração das férias seja a da época de sua concessão, não podendo ser adiantado valores e concedido o período de gozo posteriormente. A reforma trabalhista, a datar de 11.11.2017, altera a redação da CLT quanto às férias, nos seguintes termos: TEXTO ANTERIOR REFORMA TRABALHISTA Art. 134: § 1° Somente em casos excepcionais serão as férias concedidas em 2 (dois), períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 (dez), dias corridos. § 2° Aos menores de 18 (dezoito), anos e aos maiores de 50 (cinquenta), anos de idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez.. Art. 134: § 1° Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um. § 2° (Revogado). § 3° É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado. RESUMO: O gozo do período de férias poderá ser parcelado em até três períodos, mas nenhum deles pode ter menos do que cinco dias, e um deve ter pelo menos 14 dias. Esta medida favorece a empresa em seu planejamento institucional de trabalho e poderia satisfazer a vontade de alguns empregados que não apreciam o descanso de 30 dias corridos. LICENÇA MATERNIDADE Nas situações onde as empregadas gestantes estiverem expostas a ambientes insalubres no grau máximo, a mesma deverá ser afastada no período integral da gestação de imediato (salário maternidade); já as que estiverem expostas ao grau médio, devem solicitar a seu médico um atestado autorizando a permanência da mesma durante a gestação no ambiente insalubre ou alocada em outro setor que não ofereça risco. Bem como, no período de lactação (amamentação) a mesma deve solicitar seu afastamento junto ao seu médico, em qualquer grau de insalubridade. Contudo a ”empregada gestante será afastada, enquanto durar a gestação, de quaisquer atividades, operações ou locais insalubres e exercerá suas atividades em local salubre, excluído, nesse caso, o pagamento de adicional de insalubridade”. RESCISÃO JUSTA CAUSA Novo motivo acrescido na legislação de dispensa com justa causa é a perda da habilitação para exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado. HOMOLOGAÇÃO A nova redação do Art. 477 da CLT desobriga a homologação em sindicato para funcionários que tenham acima de 12 meses de registro, salvo por opção do empregado ou empregador. A anotação da rescisão de contrato na Carteira de Trabalho é documento hábil para requerer movimentação da conta do FGTS e Seguro Desemprego. PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS O prazo legal para quaisquer modalidades de rescisão passa a ser 10 (dez) dias corridos a contar do término do contrato. O pagamento pode ser efetuado primeiramente de acordo entre ambas as partes, através de dinheiro, depósito bancário ou cheque, em casos de empregados analfabetos somente em dinheiro ou depósito bancário. ACORDO DE RESCISÃO A Reforma traz em seu Art. 484-A, a modalidade de “ACORDO DE RESCISÃO”, algo que era muito praticado pelos empregadores, agora está regulamentado, porém com disposições legais particularizadas: - No caso de Aviso Prévio Indenizado, será devido o valor de multa do FGTS em 40%, porém a movimentação para saque referente aos depósitos será de 80%, bem como não autoriza o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego. DIREITOS SINDICAIS TEXTO ANTERIOR REFORMA TRABALHISTA Art. 579. A contribuição sindical é devida por todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591. Art. 579. O desconto da contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e expressa dos que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591 desta Consolidação. Art. 582. Os empregadores são obrigados a descontar, da folha de pagamento de seus empregados relativa ao mês de março de cada ano, a contribuição sindical por estes devida aos respectivos sindicatos. Art. 582. Os empregadores são obrigados a descontar da folha de pagamento de seus empregados relativa ao mês de março de cada ano a contribuição sindical dos empregados que autorizarem prévia e expressamente o seu recolhimento aos respectivos sindicatos. Art. 587. O recolhimento da contribuição sindical dos empregadores efetuar-se-á no mês de janeiro de cada ano, ou, para os que venham a estabelecer-se após aquele mês, na ocasião em que requeiram às repartições o registro ou a licença para o exercício da respectiva atividade. Art. 587. Os empregadores que optarem pelo recolhimento da contribuição sindical deverão fazê-lo no mês de janeiro de cada ano, ou, para os que venham a se estabelecer após o referido mês, na ocasião em que requererem às repartições o registro ou a licença para o exercício da respectiva atividade. Art. 602. Os empregados que não estiverem trabalhando no mês destinado ao desconto do imposto sindical serão descontados no primeiro mês subseqüente ao do reinício do trabalho. Art. 602. Os empregados que não estiverem trabalhando no mês destinado ao desconto da contribuição sindical e que venham a autorizar prévia e expressamente o recolhimento serão descontados no primeiro mês subsequente ao do reinício do trabalho. RESUMO Os textos dispostos pela reforma acima citados, eximem a obrigatoriedade da retenção um dia trabalhado do funcionário e repassar ao sindicato a título de contribuição sindical, haverá o recolhimento com autorização prévia e expressa do funcionário, bem como esta regra aplica-se em casos de afastamento na competência da contribuição, o recolhimento deve ser feito no mês do retorno, porém sob autorização. AÇÃO TRABALHISTA Criou-se regras que poderão dificultar o caminho de quem pretende entrar com alguma ação trabalhista na Justiça e o tornou mais custoso. quem ingressar com uma ação reclamando de direitos utilizando-se de ma fé, invenção, etc.. será responsabilizado pelo pagamento dos honorários dos peritos, das partes, das custas processuais, caso perca o processo da ação movida por ele. Obs; o EMPREGADO QUE QUISER se utilizar do benefício da Justiça gratuita passará a ser concedido apenas aos que comprovarem insuficiência de recursos. Antes era necessário apenas assinar uma declaração. Segundo a proposta aprovada nesta quarta-feira, será considerada de má-fé a pessoa que alterar a verdade dos fatos, usar o processo para conseguir objetivo ilegal, gerar resistência injustificada ao andamento do processo, proceder de modo temerário, entre outros. O juiz poderá tambémaplicar uma multa de até 10% do valor da causa, além de obrigar a pessoa de má-fé a indenizar a parte contrária. O trabalhador também terá que pagar os custos processuais se faltar em um julgamento, salvo se comprovar, no prazo de oito dias, que o não comparecimento ocorreu por um motivo legalmente justificável. Só após quitar esse valor ou se justificar, o trabalhador poderá entrar com uma nova demanda. Atualmente, ele pode faltar em até três audiências judiciais.
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