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03/09/2017 1 INFLAMAÇÃO INFLAMAÇÃO • O sistema imune apresenta três linhas de defesa, sendo a primeira e a segunda parte da imunidade inata e a terceira da imunidade adquirida. Dessa forma, existem dois tipos de respostas imunes: a inata e a adquirida. • A resposta imune inata, também conhecida como não específica, é a primeira linha de defesa do organismo contra os antígenos e possui esse nome porque o termo inato significa natural, ou seja, que nasce com a pessoa. • É constituída pela primeira linha de defesa composta pelas barreiras naturais e pela segunda linha de defesa composta pelo processo inflamatório e sistema complemento INFLAMAÇÃO • A resposta inata está programada a responder rapidamente aos processos infecciosos e também influencia na resposta imune adquirida. • Além disso, ela reconhece um número limitado de antígenos e de substâncias dos microrganismos. Que estimulam sua ativação pelos PAMPS (Padrões moleculares associados a patógenos) produzidos por diferentes classes de microrganismos. INFLAMAÇÃO • Se um antígeno conseguir superar as barreiras, entrando por uma lesão, encontrará células no tecido que iniciarão a resposta imune inata. • Essa resposta ocorre aproximadamente após três horas da entrada da bactéria no tecido por meio da ativação dos macrófagos. • Quando não ocorre a barragem desses antígenos, eles se instalam no tecido e, consequentemente, ocorre a infecção. 03/09/2017 2 INFLAMAÇÃO • As principais células que participam dessa ação são os neutrófilos, os macrófagos e as células naturais killer (NK). Os neutrófilos e os macrófagos possuem receptores, para reconhecer inúmeros antígenos e micro-organismos. As células NK também possuem esses receptores, mas reconhecem as células com alterações (tumorais) ou com infecções virais. INFLAMAÇÃO • Os neutrófilos e macrófagos, quando encontram um antígeno ou microrganismo, ligam-se por meio dos receptores, englobando esses agentes por um processo chamado fagocitose, no qual eles são degradados no interior da célula pela ação de enzimas digestivas ali presentes. • As células NK possuem grânulos que auxiliam a destruição das células-alvos e facilitam a entrada de proteínas que vão induzir a apoptose das células-alvo. Assim, eliminam as células com alterações e com infecções. • Outra forma de ativar as células NK é por meio dos macrófagos que liberam citocinas e quimiocinas (Neutrófilo também), que são sinalizadores químicos que vão recrutar mais células para combater essas substâncias estranhas. Caso essas células não consigam eliminar todas as substâncias, iniciam, então, o processo de inflamação. INFLAMAÇÃO • A inflamação aguda é a segunda linha de defesa da resposta imune inata perdura de até três a quatro dias. Após esse período, evolui para a inflamação crônica. • Na inflamação, as citocinas e as quimiocinas são proteínas que se ligam nos neutrófilos e monócitos, formando um meio de comunicação entre eles, além de aumentarem a permeabilidade de capilares sanguíneos no local da reação imune e também estimularem leucócitos que estão circulando no sangue a atravessar a parede dos vasos sanguíneos e atingir o local onde estão as substâncias estranhas. As quimiocinas atraem mais células de defesa para o local da reação. INFLAMAÇÃO 03/09/2017 3 INFLAMAÇÃO • Outras substâncias, além das citocinas, também participam como mediadores químicos inflamatórios, como a histamina, que aumenta a irrigação sanguínea no local da reação, e as prostaglandinas, que aumentam a permeabilidade dos capilares sanguíneos próximos da inflamação. Essas substâncias são liberadas por células do sistema imunológico ou mesmo pelas células que foram lesadas no local da inflamação. INFLAMAÇÃO • A inflamação é gerada por reação tecidual frente a agressões sem necessariamente ter envolvimento de processo infeccioso. Já a infecção ocorre quando o processo de inflamação é causado por um microrganismo, e, nesse caso, quando as citocinas são produzidas em excesso, causam febre, dor de cabeça, mal-estar generalizado, perda de apetite e sonolência, sendo os sinais e sintomas observados na infecção. • Os sinais cardinais da inflação são: calor, rubor, edema, dor e perda da função. INFLAMAÇÃO A QUÍMICA DA INFLAMAÇÃO 03/09/2017 4 A QUÍMICA DA INFLAMAÇÃO A QUÍMICA DA INFLAMAÇÃO A QUÍMICA DA INFLAMAÇÃO A QUÍMICA DA INFLAMAÇÃO • A partir de um estímulo são ativadas as células do sistema fagocitário, que iniciam uma cascata de eventos através da secreção de citocinas (IL-1 e TNF). Estas moléculas ativam outras células como fibroblastos e células endoteliais, causando a liberação de um segundo conjunto de citocinas que incluem, além dos próprios IL-1 e TNF, também IL-6 e IL-8 e proteínas inflamatórias. O endotélio vascular desempenha um importante papel na comunicação entre o sítio inflamatório e os leucócitos circulantes. Através da modificação do tônus vascular, mediada por metabólitos do ácido araquidônico (prostaglandinas, tromboxano e leucotrienos), é facilitada a migração de monócitos e neutrófilos até o local da inflamação. 03/09/2017 5 A QUÍMICA DA INFLAMAÇÃO • O óxido nítrico provoca vasodilatação (eritema) e aumento da permeabilidade vascular (edema). • A dor é mediada, além das prostaglandinas, pela bradicinina, que estimula as terminações nervosas do local afetado a conduzirem o estímulo doloroso por nervos até a medula espinhal. A partir desse ponto, o estímulo é levado até diferentes regiões do cérebro, onde é percebido como dor e transformado em respostas a este estímulo inicial. A QUÍMICA DA INFLAMAÇÃO • A histamina é sintetizada a partir do aminoácido L-histidina. • Causa vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular (edema) e contração da musculatura lisa (brônquica e gastrointestinal) através da ativação dos receptores H1. A QUÍMICA DA INFLAMAÇÃO Histamina A QUÍMICA DA INFLAMAÇÃO Histamina 03/09/2017 6 • Causa vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular (edema), produz dor, induz a síntese e liberação de prostaglandinas. A QUÍMICA DA INFLAMAÇÃO Bradicinina e Calidina A QUÍMICA DA INFLAMAÇÃO • Os mediadores químicos específicos variam de acordo com o tipo de processo inflamatório. Eles podem ser aminas, como a histamina e a 5-hidroxitriptamina; lipídios, como as prostaglandinas; pequenos peptídeos, como a bradicinina, e peptídeos maiores, como a interleucina-1. A QUÍMICA DA INFLAMAÇÃO • A inflamação é desencadeada pela liberação dos mediadores químicos originados nos tecidos lesados e nas células migratórias, que provocam distúrbios na membrana celular ocasionando a ativação da fosfolipase A2 e liberação de ácido araquidônico e seus metabólitos, fator ativador de plaquetas e enzimas lisossômicas. • Essas enzimas têm potente atividade citotóxica e destroem células vizinhas, liberando assim novas enzimas. O metabolismo do ácido araquidônico dá origem a inúmeras substâncias biologicamente ativas como: – prostaglandinas (PGs), – tromboxanas (TXs), – leucotrienos (LTs), – lipoxinas (LXs) e – ácido hidroxieicosatetraenóicos (HETEs) e hidroperoxieicosatetraenóicos (HPETEs), A QUÍMICA DA INFLAMAÇÃO 03/09/2017 7 Cascata da inflamação • A membrana celular é composta de uma camada de fosfolipídeos, e , a partir de qualquer tipo de lesão (química,física ou biológica), Fosfolipídios Lesão Fosfolipase A2 Ác. Araquidônico COX2 COX1 PGG2 Prostaglandinas Prostaciclinas Tromboxanos A fosfolipase A2 agirá sobre a membrana, liberando ácido araquidônico... A partir do Ác. Araquidônico, a COX1 e 2, irão sintetizaros mediadores da inflamação PGG. Leucotrienos LIPOX* Obs.A Lipoxigenase sintetiza leucotrienos a partir do Ácido Araquidonico. • A febre é definida como uma elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo (37,8°C). Ela ocorre quando algum corpo estranho invade o organismo. Não é considerada uma doença, mas sim um mecanismo importante de defesa contra agentes infecciosos, já que estimula o sistema imune a produzir mais substâncias que auxiliam na defesa do organismo, porém, vem normalmente acompanhada por dor muscular, irritabilidade, mal-estar, fraqueza e falta de apetite, quando é muito elevada pode até causar convulsões. FEBRE • No hipotálamo está localizado o centro termorregulador, responsável por regular a temperatura corpórea. • Mantém o equilíbrio entre a produção e perda de calor para a manter a temperatura constante. • Quando ocorre uma infecção ou contato com agentes alergênicos, as células fagocitárias são induzidas a produzir substâncias chamadas de pirógenos. Essas substâncias estimulam a produção de prostaglandinas, cuja função é elevar o patamar do centro termorregulador. Dessa forma, o organismo reconhece a temperatura mais elevada como “normal” e trabalha para mantê-la constante. FEBRE • Os antiinflamatórios não esteroidais (AINEs) são os medicamentos mais indicados para o alívio destes sintomas, seu mecanismo de ação possibilita essa multiplicidade de efeitos. • Os antiinflamatórios são classificados em esteroidais, representados pelos glicocorticóides, e em não esteroidais, sintetizados quimicamente. Ambos inibem a síntese de prostaglandinas, mas por diferentes mecanismos de ação. ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS 03/09/2017 8 • Esses medicamentos agem inibindo a atividade das ciclooxigenases. As ciclooxigenases (COX) são enzimas responsáveis por fazer a conversão do ácido araquidônico em prostaglandinas. • Duas isoformas da ciclooxigenase são bem conhecidas, a COX-1 e a COX-2. • A COX-1, diferente da COX-2, está relacionada à produção de prostaglandinas não apenas nos sítios inflamatórios, mas também em alguns mecanismos fisiológicos do organismo. As prostaglandinas estão relacionadas ao processo inflamatório, aos mecanismos de dor, febre, citoproteção gástrica, atividade plaquetária e à função renal, entre outros. ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS • Os AINEs em geral atuam de forma instantânea e reversível sobre a COX-1, mas há exceções como o ácido acetilsalicílico – que promove inativação irreversível. A inibição de COX-2 é dependente do tempo, quanto maior o tempo de ação, maior o efeito. ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS Antiinflamatórios Não Esteroidais • Os antiinflamatórios não esteróides irão agir bloqueando o ‘uso’ do Ácido Araquidônico pelas COX. (AINES não bloqueiam Leucotrienos) Fosfolipídios Fosfolipase A2 Ác. Araquidônico COX2 COX1 PGG2 Prostaglandinas Prostaciclinas Tromboxanos AINE Leucotrienos LIPOX* 03/09/2017 9 Antiinflamatórios Não Esteroidais Cada COX está relacionada com um tipo de efeito inflamatório, e inibindo a sua ação, teremos a inibição de uma série de mecanismos, inclusive aqueles que desempenham funções essenciais. Ác. Araquidônico COX2 COX1 PGG2 Prostaglandinas Prostaciclinas Tromboxanos AINE Antiinflamatórios Esteroidais • Irão inibir todas as vias de sintetização de mediadores inflamatórios. Fosfolipídios Lesão Fosfolipase A2 Ác. Araquidônico COX2 COX1 PGG2 Prostaglandinas Prostaciclinas Tromboxanos Leucotrienos LIPOX* Obs.Suprimem a FosfolipaseA2 através das Anexinas. AIE Suprimem a Fosfolipase A2 AIE Inibem as COX ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS 03/09/2017 10 • Os efeitos adversos para a maioria dos anti-inflamatórios estão relacionados à ação de inibição das COX. • Quando ocorre sua inibição, é interrompida a atividade de proteção gástrica e ação das plaquetas, promovida pelas prostaglandinas. Logo, os efeitos mais comuns são: irritação do trato gastrointestinal e inibição da agregação plaquetária, podendo causar sangramentos. • Estão mais susceptíveis a apresentar complicações pelo uso dos anti-inflamatórios não esteroidais idosos com mais de 65 anos, pacientes com histórico de úlcera gastroduodenal, sangramento ou obstrução intestinal, diabéticos, hipertensos, doentes renais, ou que fazem uso de corticosteróides ou anticoagulantes. EFEITOS ADVERSOS DOS AINES • Alguns dos exemplos são: – Primeira geração: aspirina; diclofenacos; indometacina; piroxicam; paracetamol; ibuprofeno; tenoxican; ácido mefenâmico e dipirona; – Segunda geração: nimesulide e meloxican; – Terceira geração: celecoxib; etoricoxib e prexige. ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS • O que são mediadores químicos? a) Substâncias químicas liberadas na inflamação b) Substâncias químicas liberadas apenas nas infecções. c) Substâncias químicas liberadas na digestão celular. d) Substâncias químicas liberadas na respiração celular. e) Substâncias químicas liberadas apenas nos processos de apoptose celular. 03/09/2017 11 • Qual a função dos mediadores químicos? a) Inibir o processo de inflamação. b) Fagocitar as células sanguíneas inativas. c) Degradar a plaquetas. d) Controlar a apoptose e a necrose tecidual. e) Controlar a inflamação e a resposta imune. • Quais são as classes de anti-inflamatórios? a) Esteroides e não esteroides. b) Coagulantes e não coagulantes. c) Antipirético e analgésico. d) Anti-hemorrágico e analgésico. e) Hormonal e enzimático. • Quais são as principais citocinas da inflamação? a) Fibroblastos e leucócitos. b) Proteínas e enzimas. c) Interleucinas e TNF. d) Basófilos e plaquetas. e) Fagócitos e eritrócitos. FIM
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