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Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública Art. 265. Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz, força ou calor, ou qualquer outro de utilidade pública: Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. Parágrafo único. Aumentar-se-á a pena de um terço até a metade, se o dano ocorrer em virtude de subtração de um material essencial ao funcionamento dos serviços. Sujeito ativo Qualquer pessoa. Sujeito passivo A sociedade. Bem jurídico É a incolumidade publica, especificamente o serviço de água, luz, força, calor ou outros serviços públicos. Objetivos do tipo É a segurança ou o funcionamento de serviços de água, luz força ou calor, ou outro de utilidade pública. O poder público fornece à sociedade serviço de água, luz, força ou calor, e outros, possuindo um controle rigoroso, para assim ser evitado danos (“segurança”) e cortes indesejáveis no abastecimento (“funcionamento”). Desse modo qualquer tentativa de colocar em risco a segurança ou o funcionamento se enquadra neste tipo. Subjetivo do tipo Inexistente. Subjetivo do crime É o dolo de perigo. Modalidade comissiva e omissiva Atentar pressupõe uma ação comissiva. Entretanto, o crime poderá ser praticado na modalidade omissiva impropria quando o agente, garantidor, dolosamente, podendo e devendo agir para evitar o delito, nada fizer, assim, ele será responsabilizado nos termos do art. 13, § 2º, do Código Penal. Classificação Comum; formal; de forma livre; comissivo; instantâneo; de perigo comum abstrato; unissubjetivo; plurissubsistente. Tentativa Não é admitida, pôr o tipo penal tratar-se de atentado, ou seja, a lei já configura crime consumado o começo da execução. Embora, existe posições contrarias. Consumação Acontece com a pratica de algum ato que atente contra a segurança ou funcionamento de qualquer serviço de utilidade pública. Forma majorada Conforma o parágrafo único, ocorrendo a subtração do material essencial ao funcionamento dos serviços, a pena será aumentada de um terço até a metade. Ação penal É pública incondicionada. Interrupção ou perturbação de serviços telegráfico, telefônico, informático, telemático ou de informação de utilidade pública Art. 266. Interromper ou pertubar serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe o restabelecimento: pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. § 1º Incorre na mesma pena quem interromper serviços temático ou de informação de utilidade pública, ou impede ou dificulta-lhe o restabelecimento. § 2º Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido por ocasião de calamidade pública. Sujeito ativo Qualquer pessoa. Sujeito passivo A sociedade. Bem jurídico É a incolumidade pública, o funcionamento regular dos serviços telegráficos, radiotelegráficos e telefônicos. Objeto material É o serviço de telegrafia, radiotelegrafia e telefonia. Objetivo do tipo O objeto das condutas é o serviço telegráfico, radiotelegráficos ou telefônico. É um tipo misto alternativo, quando as condutas “interromper” ou “perturbar”, podendo o agente fazer uma ou as duas, resultando em um crime único. Também é cumulativo, porque a segunda maneira de agir é diversa – “impedir ou dificultar o restabelecimento” –, embora, caso o agente pratique as duas (interrompe e impede o reestabelecimento), a última delas ser considerada “fato posterior não punível”, pois o mero desdobramento da primeira. As mesmas penas incide quem interromper, ou impedir ou dificulta-lhe o restabelecimento de serviços telemático ou de informação de utilidade pública. Subjetivo do tipo Inexistente. Subjetivo do crime É o dolo de perigo. Modalidade comissiva e omissiva Interromper, perturbar, impedir e dificultar pressupõe uma ação comissiva. Entretanto, o crime poderá ser praticado na modalidade omissiva impropria quando o agente, garantidor, dolosamente, podendo e devendo agir para evitar o delito, nada fizer, assim, ele será responsabilizado nos termos do art. 13, § 2º, do Código Penal. Classificação Comum; formal; de forma livre; comissivo; instantâneo; de perigo comum abstrato; unissubjetivo; plurissubsistente. Tentativa É admitido. Consumação Ocorre quando o autor interrompe ou perturbe, impede ou dificulta o restabelecimento de qualquer um dos serviços descritos no tipo. Forma majorada Conforme o parágrafo único a pena é dobra quando o crime é cometido em época de calamidade pública. Ação penal É pública incondicionada. Epidemia Art. 267. Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos: Pena – reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos. § 1º Se o fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro. § 2º No caso de culpa, a pena é de detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, ou, se resulta morte, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. Sujeito ativo Qualquer pessoa. Sujeito passivo A sociedade. Bem jurídico Proteger a incolumidade pública, especialmente a saúde de todos os afetados pela pratica do crime. Objetivos do tipo É necessário que os germes patogênicos espalhados pelo agente resultem em um número significante de pessoas infeccionadas pela doença, não sendo consideradas epidemia as doenças infecciosas que atinjam uma quantidade baixa de pessoas, ou que atinjam animais ou plantas. Subjetivos do tipo Inexistente. Subjetivo do crime É o dolo de perigo. Modalidade comissiva e omissiva Causar pressupõe uma ação comissiva. Entretanto, o crime poderá ser praticado na modalidade omissiva impropria quando o agente, dolosa ou culposamente, podendo, não impedir que o terceiro cause a epidemia, assim, ele será responsabilizado nos termos do art. 13, § 2º, do Código Penal. Modalidade culposa Na primeira parte do § 2º está disposto que se a epidemia decorre da imprudência, negligencia ou imperícia na ocasião em que agente dissemina os germes patogênicos. Já na segunda parte se tem um crime qualificado pelo resultado, em que há culpa no fato precedente (causação da epidemia) e culpa no evento consequente (morte). Classificação Comum; material; de forma vinculada; comissivo; instantâneo; de perigo comum concreto; unissubjetivo; unisubsistente. Tentativa É admitida. Consumação Ocorre quando um número grande de pessoas é infectado pelos germes patogênicos. Forma majorada Se do fato resulta morte, como é previsto no § 1º, a pena é aplicada em dobro. Neste caso, a epidemia resultando em morte é crime hediondo. Por outro lado, trata-se de crime preterdoloso, pois há dolo no fato que antecede (proliferação da epidemia) e culpa no resultado (morte). Prisão temporária Conforme o art. 1º, III, i, da Lei n. 7.960/89, é possível a decretação da prisão temporária do agente causador da epidemia resultante em morte, desde que preencha os demais requisitos previstos na norma em questão. Ação penal É pública incondicionada. Infração de medida sanitária preventiva Art. 268. Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa: Pena – detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, e multa. Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se o agente é funcionário da saúde pública ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro. Sujeito ativo Qualquer pessoa. Sujeito passivo A sociedade. Bem jurídico É proteger a incolumidade pública, especialmente a determinação do Poder Público destinadas a impedir introdução ou propagação de doenças contagiosas. Objetivos do tipo É infringir determinação do Poder Público, destinada a impedir introdução ou propagação de doenças contagiosas. Essa é uma norma penal em branco, pois ela depende de outra que venha a completá-la. Subjetivo do tipo Inexistente. Subjetivo do crime É o dolo de perigo. Modalidade comissiva e omissiva Infringir pode ser entendida tanto no sentido de fazer algo que é contrária à determinação do Poder Público como também deixa de fazer algo que é tido como obrigação, sendo assim sua natureza é hibrida (comissiva e omissiva) tudo depende do complementoexigido pela norma penal em branco. Também pode acontecer na forma omissiva imprópria, quando o garantidor, dolosamente, podendo, não impedir que o agente infrinja a determinação do Poder Público. Classificação Comum; formal; de forma livre; comissivo; instantâneo; de perigo comum abstrato; unissubjetivo; plurissubsistente. Tentativa É admitida. Consumação Acontece com a infração da determinação do Poder Público. Não há necessidade da propagação da doença contagiosa para ser configurado o crime, pois é crime de perigos abstrato ou presumido. Forma majorada Conforme o parágrafo único, a pena sofre o aumento de um terço se o agente for funcionário público da saúde, médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro, pois eles tem a obrigação de evitar a introdução ou propagação de doenças contagiosas. Ação penal É público incondicionada. Omissão de notificação de doença Art. 269. Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Sujeito ativo Somente médico. Sujeito passivo A sociedade. Bem jurídico Proteger a incolumidade pública, especialmente o cuidado que deve recair sobre a saúde pública. Objetivos do tipo É o fato do médico não comunicar à autoridade competente a doença, cuja a notificação é compulsória. Como esse tipo é uma norma penal em branco, a autoridade competente, quais doenças deveram ser notificadas compulsoriamente, em geral trata-se de doenças contagiosas ou infecciosas, será indicada nas leis ou regulamentos para ser compreendida, tornando indispensável conhecer o rol das doenças que o Estado deseja tomar conhecimento. Subjetivo do tipo Inexistente. Subjetivo do crime É o dolo do perigo. Modalidade omissiva O crime encontra-se no rol daqueles que são considerados como omissivo próprio, o comportamento é descrito no tipo penal, a omissão que diz respeito à denúncia obrigatória, pelo médico, de doença, onde a notificação é compulsória. Classificação Próprio; formal (mera conduta); de forma vinculada; omissivo; instantâneo; de perigo comum abstrato; unissubjetivo; unissubsistente. Tentativa Não é admitido. Consumação Acontece quando vence o prazo do médico notificar a autoridade competente sobre a doença. Forma majorada Conforme o art. 285, "Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267". Ação penal É pública incondicionada. Referencias: NUCCI, Guilherme de Souza – Manual de direito penal : parte geral : parte especial / Guilherme de Souza Nucci. – 9. ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2013. JESUS, Damásio E. de – Direito Penal, 3º volume : parte especial : dos crimes contra a propriedade imaterial a dos crimes contra a paz pública / Damásio E. de Jesus. – 20. ed. – São Paulo : Saraiva, 2011. GRECO, Rogério – Curso de Direito Penal: parte especial, volume IV / Rogério Greco. – 10. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2014.
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