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microbiota do corpo humano resumo

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INSTITUTO FLORENCE DE ENSINO SUPERIOR
CURSO DE FARMÁCIA
BRUNO PEREIRA DA SILVA
RENAN RODRIGUES
WALKYRIA DA COSTA ALVES
MICROBIOTA NORMAL DO CORPO HUMANO
SÃO LUÍS
2017
BRUNO PEREIRA DA SILVA
RENAN RODRIGUES
WALKYRIA DA COSTA ALVES
MICROBIOTA NORMAL DO CORPO HUMANO
Resumo apresentado à disciplina Microbiologia Básica para obtenção de parte da 2º nota.
SÃO LUÍS
2017
INTRODUÇÃO
Segundo Lozypone et al. (2012), “O microbiota humano, de uma forma simplificada, é o conjunto de microrganismos que habita no organismo humano. Existe uma relação de simbiose entre o organismo humano e os microrganismos que aí residem, tirando ambos benefícios desta associação”. (apud GONÇALVES, 2014).
Segundo Fiocchi e Pereira de Souza (2012, apud GONÇALVES, 2014), “O organismo humano adulto sustenta, de forma saudável, uma comunidade de microrganismos incluindo bactérias, archaea, eucarya, vírus e seus elementos genéticos que constituem o microbiota humana”.
O corpo humano é habitado por vários microrganismos diferentes, em sua maioria bactérias que, em condições normais e em um individuo saudável são inofensivas. No homem, cada sitio anatômico possui microbiota características, essa microbiota distribui-se principalmente pelas partes do corpo expostas, isto é, pele e mucosas. Órgãos e sistemas internos são estéreis.
A composição da microbiota varia em função de fatores como: idade, estímulos hormonais, hábitos alimentares e condições ambientais. A colonização das superfícies expostas começam imediatamente após o nascimento.
ASPECTOS DA MICROBIOTA NOS PRINCIPAIS SÍTIOS ANATÔMICOS
Pele
Existem aproximadamente 30 tipos diferentes de bactérias em cerca de 104 a 106 cm2 de pele. Estão mais concentradas nas áreas úmidas e quentes, mas localizam-se superficialmente nos folículos pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas. Predominam os gêneros Staphylococcus, Corynebacterium e Propioniobacterium (acne). Menos frequentemente encontram-se Streptococcus.
O Staphylococcus epidermidis (cocos Gram-positivos) é o mais encontrado na grande maioria das pessoas (90%). S. aureus (cocos Gram-positivos) tem elevada frequência na vulva e S. saprophyticus (cocos Gram-positivos) é uma espécie que mais causa infecção urinária das vias urinárias feminina.
A espécie Corynebacterium minutissima (bacilo Gram-positivo) origina uma doença chamada eritrasma. A Propionibacterium acnes (bacilo Gram-positivo) é encontrada em associação com a atividade secretora das glândulas sebáceas. Percebe-se que na pele comumente são encontradas bactérias Gram-positivas. A microbiota do ouvido externo é semelhante à da pele. O ouvido médio e interno é estéril.
Lavagem com água e sabão é a medida profilática, pois remove a maioria dos microrganismos transitórios prejudiciais à saúde. Há um reservatório para o restabelecimento da flora após a lavagem.
Cavidade oral e vias aéreas superiores
A microbota da cavidade oral é bastante numerosa, composta predominantemente por bactérias anaeróbias e também por bactérias facultativas Gram-positivas. Estima-se que a saliva contem 108 bacteria/mL e as placas dentais 1011. Os principais gêneros são: Staphylococcus, Streptococcus, Neisseria, Bacteroides, Actinomyces, Treponema, Mycoplasma e outros.
A microbiota da faringe é semelhante à da cavidade oral. Já nas fossas nasais predominam Staphylococcus e Corynebacterium. O nariz é colonizado mais significativamente pelo patógeno S. aureus que se comporta como oportunista a partir do momento que o individuo usa antibióticos B- lactâmicos.
Mucosa vaginal
Microbiota influenciada pela idade, pH e hormônios sexuais. Devido a grande produção de glicogênio, que ocasiona variação de pH, há predomínio do gênero Lactobacillus (bacilos Gram-positivos). A microbiota vaginal é constituída por diferentes gêneros, de acordo com a idade e variação do pH, como Corynebacterium (bacilos Gram-negativos), Staphylococcus (Cocos Gram-positivos) e Escherichia (bacilos Gram-negativos).
Uretra
Microbiota variada de bactérias, representadas por S. epidermidis, Corynebacterium sp., Streptococcus faecalis e, as vezes, Escherichia coli.
Conjuntiva
Pode colonizar por Corynebacterium xerosis, S. epidermidis, entre outras. Quantitativamente é muito reduzida, devido à mecanismos de defesa.
Intestino
O intestino é o local do organismo que engloba maior número e diversidade de microrganismos. O mais colonizado é o intestino grosso. As espécies mais representadas no intestino delgado são de estafilococos, estreptococos e lactobacilos. Raramente são encontradas espécies anaeróbias.
No intestino grosso, as bactérias anaeróbias superam as demais. Predominam as bacteroides, clostrideos e enterobacterias são frequentes também. O bacilo Gram-negativo espiralado denomidado Helicobacter pylori, hoje é considerado membro da microbiota normal do estomago devido alta frequência nos indivíduos.
“A composição microbiana no intestino varia de acordo com a distancia de cada microambiente em relação às paredes do tubo intestinal. A superfície do epitélio intestinal é, com poucas exceções, não colonizada. Já a camada de muco que recobre esse epitélio abriga bactérias características, como as do gênero Clostridium, Lactobacillus e Enterococcus. O espaço interno (lúmen) do trato gastrointestinal, por sua vez, é rico em outros gêneros (Bacteroides, Bifidobacterium), alem de enterobactérias em geral” (ANTUNES, 2014)
O controle da microbiota normal se dá por diversos fatores, como: níveis de acidez ou alcalinidade, distribuição de nutrientes e oxigênio e a presença ou ausência de sítios específicos de ligação. A acidez gástrica funciona como critério de seleção de bactérias, sobrevivendo somente os cocos e bacilos Gram-positivos mais tolerantes à acidez.
No intestino delgado ocorre algumas interações que inibem o crescimento bacteriano in vivo, como por exemplo, os lactobacilos produzem diferentes substâncias que inibem o crescimento de outros membros da microbiota, alem de competirem com outras bactérias por sítios de adesão.
Acredita-se que a microbiota normal tem papel importante na linha de defesa do corpo humano. As bactérias funcionam como competidores por nutrientes, assim, os benefícios impedem os agentes patogênicos de encontrar receptores e se ligar às células.
Patogenicidade
Algumas patologias estão associadas à composição da microbiota. Na pele, por exemplo, Staphylococcus aureus comumente provoca aparecimento de furúnculos, Streptococcus pyogenes causa uma doença contagiosa denominada escarlatina. A espécie Pseudomona aeruginosa faz parte da microbiota normal de fezes, mas está envolvida em vários tipos de infecção hospitalares.
Infecções urinárias acometem uma variedade de pessoas. A espécie da microbiota intestinal mais frequentemente associada com esse tipo de infecção é a Escherichia coli.
O conhecimento da composição da microbiota deve dirigir à busca de intervenções terapêuticas visando melhoria na qualidade de vida.
CONCLUSÃO
Existem bactérias benéficas essenciais para promover a saúde do hospedeiro (simbiose). A microbiota normal do corpo humano é bastante diversificada e seu desenvolvimento se dá logo após o nascimento, estimulando o progresso do sistema imune. Por estar em constante dinamismo, a microbiota pode ser afetada por inúmeros fatores intrínsecos e extrínsecos, levando a perturbações que podem comprometer a homeostasia resultando em patologias.
Bactérias são organismos com alta capacidade em adquirir resistência, logo o uso de antibióticos deve ser racional e ao iniciar a terapia antimicrobiana, conjugar o tratamento com exames complementares. Mas medidas simples podem ser tomadas para tentar manter homeostasia microbiana, como lavar as mãos, alimentação equilibrada, uso racional de medicamentos, uso de EPI pelos profissionais da saúde.
Portanto, o conhecimento sobre microbiota normal do corpo humano permite que sejam ofertadas orientaçõesrelativas à saúde, como forma de melhorar a quantidade de microrganismos benéficos e reduzir os prejudiciais contribuindo para a promoção da saúde. 
REFERÊNCIAS
TRABULSI, L. R.; SAMPAIO, M. C. Microbiota Normal do Corpo Humano. In: TRABULSI, L. R.; ALTERTHUM, F. Microbiologia. São Paulo: Atheneu, 2008. p. 103 – 110.
ANTUNES, L. C. M. A microbiota humana. Rev. de Divulgação Científica da SBPC (online); n.316; vol. 53; pp. 14 – 17, 2014. Disponível em: < http://assinaturadigital.cienciahoje.org.br/revistas/reduzidas/316/files/assets/basic-html/index.html#page14 >. Acesse em 26 de out 2017. 
GONÇALVES, M. A. P. Microbiota – implicações na imunidade e no metabolismo. 2014. 53f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2014. Disponível em: < bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/4516/1/PPG_21951.pdf >. Acesso em 26 de out 2017.

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