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1 AULA 22 COLISÕES Colisões inelásticas em uma dimensão: 𝒎𝟏 ∙ 𝒗𝟏𝒊 +𝒎𝟐 ∙ 𝒗𝟐𝒊 = 𝒎𝟏 ∙ 𝒗𝟏𝒇 +𝒎𝟐 ∙ 𝒗𝟐𝒇 A energia cinética não se conserva, principalmente por causa da energia envolvida na deformação dos corpos que estão colidindo. A princípio, a única relação que podemos aplicar é a conservação do momento linear. AULA 22 – COLISÕES 2 Colisões completamente inelásticas em uma dimensão: Antes: 𝒗𝟏𝒊 𝒗𝟐𝒊𝒎𝟏 𝒎𝟐 𝒗𝒇 𝒎𝟏 𝒎𝟐 Depois: Neste tipo de colisão, as partículas se “grudam” após o choque. Pode-se provar que essa situação representa a perda de energia cinética máxima numa colisão inelástica em uma dimensão. AULA 22 – COLISÕES 3 𝒎𝟏 ∙ 𝒗𝟏𝒊 +𝒎𝟐 ∙ 𝒗𝟐𝒊 = 𝒎𝟏 +𝒎𝟐 ∙ 𝒗𝒇 A conservação do momento linear nesse caso fica: Como o centro de massa coincide com as duas partículas “grudadas”, elas têm que se mover com a velocidade do centro de massa, que se mantém constante imediatamente antes e imediatamente depois da colisão. A energia cinética final é a energia cinética associada ao movimento do CM. 𝒗𝒇 = 𝒎𝟏 ∙ 𝒗𝟏𝒊 +𝒎𝟐 ∙ 𝒗𝟐𝒊 𝒎𝟏 +𝒎𝟐 = 𝒗𝑪𝑴 AULA 22 – COLISÕES 4 Exemplo: Antigamente, a velocidade de projéteis disparados por armas de fogo era medida com um pêndulo balístico, como ilustrado abaixo. Uma bala era disparada contra um bloco de madeira, preso ao teto por cordas. A bala colidia e se alojava no bloco. O conjunto então se elevava de uma altura y até parar momentaneamente. Como se determina a velocidade da bala imediatamente antes da colisão a partir da altura y ? AULA 22 – COLISÕES 5 Como a bala fica alojada no bloco, a colisão é completamente inelástica. 𝒎𝑩 ∙ 𝒗𝑩𝟏 +𝒎𝑴 ∙ 𝒗𝑴𝟏 = 𝒎𝑩 +𝒎𝑴 ∙ 𝒗𝟐 𝒎𝑩 ∙ 𝒗𝑩𝟏 𝒎𝑩 +𝒎𝑴 = 𝒗𝟐 Durante a colisão inelástica não há conservação da energia mecânica. Mas como a colisão ocorre num intervalo de tempo muito curto, o sistema começa a subir quando a colisão já ocorreu. E durante a subida, as únicas forças atuando são o peso e as trações nas cordas, que não dissipam energia mecânica. Então depois da colisão a energia mecânica se conserva. Eq. [1] AULA 22 – COLISÕES 6 𝟏 𝟐 ∙ 𝒎𝑩 +𝒎𝑴 ∙ 𝒗𝟐 𝟐 = 𝒎𝑩 +𝒎𝑴 ∙ 𝒈 ∙ 𝒚 𝒗𝟐 = 𝟐 ∙ 𝒈 ∙ 𝒚 Eq. [2] Comparando [1] e [2] 𝒎𝑩 ∙ 𝒗𝑩𝟏 𝒎𝑩 +𝒎𝑴 = 𝟐 ∙ 𝒈 ∙ 𝒚 𝒗𝑩𝟏 = 𝒎𝑩 +𝒎𝑴 𝒎𝑩 ∙ 𝟐 ∙ 𝒈 ∙ 𝒚 AULA 22 – COLISÕES 7 Por exemplo, se: 𝒎𝑩 = 𝟏𝟎 g 𝒎𝑴 = 𝟒, 𝟎 kg 𝒉 = 𝟓, 𝟎 cm 𝒗𝑩𝟏 = 𝒎𝑩 +𝒎𝑴 𝒎𝑩 ∙ 𝟐 ∙ 𝒈 ∙ 𝒚 𝒗𝑩𝟏 = 𝟎, 𝟎𝟏 + 𝟒 𝟎, 𝟎𝟏 ∙ 𝟐 ∙ 𝟗, 𝟖 ∙ 𝟎, 𝟎𝟓 𝒗𝑩𝟏 = 𝟒, 𝟎 x 𝟏𝟎 𝟐 m/s 𝒗𝑩𝟏 = 𝟏, 𝟒 x 𝟏𝟎 𝟑 km/h AULA 22 – COLISÕES 8 Qual a variação da energia cinética do sistema devido à colisão? Podemos calcular levando em conta os instantes imediatamente antes da colisão e imediatamente depois da colisão ∆𝑲 = 𝑲𝒇 −𝑲𝒊 ∆𝑲 = 𝟏 𝟐 ∙ 𝒎𝑩 +𝒎𝑴 ∙ 𝒗𝟐 𝟐 − 𝟏 𝟐 ∙ 𝒎𝑩 ∙ 𝒗𝑩𝟏 𝟐 ∆𝑲 = 𝟏 𝟐 ∙ 𝟒, 𝟎𝟏 ∙ 𝟐 ∙ 𝒈 ∙ 𝒚 𝟐 − 𝟏 𝟐 ∙ 𝟎, 𝟎𝟏 ∙ 𝟏𝟔𝟎𝟎𝟎𝟎 ∆𝑲 = 𝟏 𝟐 ∙ 𝟒, 𝟎𝟏 ∙ 𝟎, 𝟗𝟖 − 𝟖𝟎𝟎 ∆𝑲 = 𝟏, 𝟗𝟔𝟓 − 𝟖𝟎𝟎 ∆𝑲 = −𝟖, 𝟎 x 𝟏𝟎𝟐 J AULA 22 – COLISÕES 9 Colisões em duas dimensões: Esses 3 vetores definem um plano (bi-dimensional), chamado de plano de colisão. 𝒎𝟏 𝒎𝟐 𝒗𝟏𝒊 Antes: 𝒗𝟏𝒇 𝒗𝟐𝒇 𝒎𝟏 𝒎𝟐 Depois: 𝒗𝟐𝒇𝒙 𝒗𝟐𝒇𝒚 q2 q1 𝒗𝟏𝒇𝒙 𝒗𝟏𝒇𝒚 𝒑𝟏𝒊 = 𝒑𝟏𝒇 + 𝒑𝟐𝒇 𝒑𝟏𝒊 𝒑𝟏𝒇 𝒑𝟐𝒇 AULA 22 – COLISÕES 10 𝒎𝟏 ∙ 𝒗𝟏𝒊𝒙 +𝒎𝟐 ∙ 𝒗𝟐𝒊𝒙 = 𝒎𝟏 ∙ 𝒗𝟏𝒇𝒙 +𝒎𝟐 ∙ 𝒗𝟐𝒇𝒙 𝒎𝟏 ∙ 𝒗𝟏𝒊𝒚 +𝒎𝟐 ∙ 𝒗𝟐𝒊𝒚 = 𝒎𝟏 ∙ 𝒗𝟏𝒇𝒚 +𝒎𝟐 ∙ 𝒗𝟐𝒇𝒚 O momento linear é um vetor, temos que aplicar a conservação para cada componente (direção): (Válido para colisões bidimensionais elásticas e inelásticas) Já a energia cinética é um escalar, ela não tem “direção”. Então a conservação fica: 𝟏 𝟐 ∙ 𝒎𝟏 ∙ 𝒗𝟏𝒊 𝟐 + 𝟏 𝟐 ∙ 𝒎𝟐 ∙ 𝒗𝟐𝒊 𝟐 = 𝟏 𝟐 ∙ 𝒎𝟏 ∙ 𝒗𝟏𝒇 𝟐 + 𝟏 𝟐 ∙ 𝒎𝟐 ∙ 𝒗𝟐𝒇 𝟐 (Válido apenas para colisões bidimensionais elásticas) AULA 22 – COLISÕES 11 Exemplo: Um carro de massa 1,5 x 103 kg viajando para leste a 25 m/s colide na esquina de uma quadra com uma van de massa 2,5 x 103 kg indo para o norte com uma velocidade de 20 m/s. Sabendo que a colisão é completamente inelástica, calcule: a) o módulo e a direção da velocidade final do conjunto b) a fração da energia cinética inicial que foi dissipada por atrito e deformação dos corpos AULA 22 – COLISÕES 12 Colisão bidimensional, perfeitamente inelástica 𝒎𝒄 ∙ 𝒗𝒄𝒊𝒙 +𝒎𝒗 ∙ 𝒗𝒗𝒊𝒙 = 𝒎𝒄 +𝒎𝒗 ∙ 𝒗𝒇𝒙 𝟑, 𝟕𝟓 × 𝟏𝟎𝟒 + 𝟎 = 𝟒 × 𝟏𝟎𝟑 ∙ 𝒗𝒇𝒙 𝟗, 𝟑𝟕𝟓 = 𝒗𝒇 ∙ 𝐜𝐨𝐬𝜽 Conservação da componente horizontal: 𝒎𝒄 ∙ 𝒗𝒄𝒊𝒚 +𝒎𝒗 ∙ 𝒗𝒗𝒊𝒚 = 𝒎𝒄 +𝒎𝒗 ∙ 𝒗𝒇𝒚 𝟎 + 𝟓, 𝟎 × 𝟏𝟎𝟒 = 𝟒 × 𝟏𝟎𝟑 ∙ 𝒗𝒇𝒚 𝟏𝟐, 𝟓 = 𝒗𝒇 ∙ 𝐬𝐞𝐧𝜽 Conservação da componente vertical: AULA 22 – COLISÕES 13 𝟗, 𝟑𝟕𝟓 𝐜𝐨𝐬𝜽 = 𝒗𝒇 𝟏𝟐, 𝟓 = 𝒗𝒇 ∙ 𝐬𝐞𝐧𝜽 𝟏𝟐, 𝟓 𝟗, 𝟑𝟕𝟓 = 𝐭𝐚𝐧𝜽 𝜽 = 𝐭𝐚𝐧−𝟏 𝟏, 𝟑𝟑𝟑𝟑 𝜽 = 𝟓𝟑° 𝟗, 𝟑𝟕𝟓 𝐜𝐨𝐬(𝟓𝟑, 𝟏𝟑°) = 𝒗𝒇 𝒗𝒇 = 𝟏𝟔𝒎/𝒔 direção módulo AULA 22 – COLISÕES 14 A variação da energia cinética do sistema formado pelos dois corpos que colidem será a diferença entre a energia cinética final e a energia cinética inicial do sistema 𝑲𝒊 = 𝟏 𝟐 ∙ 𝒎𝒄 ∙ 𝒗𝒄 𝟐 + 𝟏 𝟐 ∙ 𝒎𝒗 ∙ 𝒗𝒗 𝟐 𝑲𝒊 = 𝟏 𝟐 ∙ 𝟏, 𝟓 × 𝟏𝟎𝟑 ∙ 𝟔𝟐𝟓 + 𝟏 𝟐 ∙ 𝟐, 𝟓 × 𝟏𝟎𝟑 ∙ 𝟒𝟎𝟎 𝑲𝒊 = 𝟒𝟔𝟖, 𝟕𝟓 × 𝟏𝟎 𝟑 + 𝟓𝟎𝟎 × 𝟏𝟎𝟑 𝑲𝒊 = 𝟗, 𝟔𝟗 × 𝟏𝟎 𝟓 J 𝑲𝒇 = 𝟏 𝟐 ∙ 𝒎𝒄 +𝒎𝒗 ∙ 𝒗𝒇 𝟐 𝑲𝒇 = 𝟏 𝟐 ∙ 𝟒, 𝟎 × 𝟏𝟎𝟑 ∙ 𝟐𝟒𝟑, 𝟑𝟔 𝑲𝒇 = 𝟒, 𝟖𝟕 × 𝟏𝟎 𝟓 J AULA 22 – COLISÕES 15 ∆𝑲 = 𝑲𝒇 −𝑲𝒊 ∆𝑲 = −𝟒, 𝟖 × 𝟏𝟎 𝟓 J O sinal negativo indica que houve dissipação da energia cinética do sistema devido ao atrito e deformação dos corpos. Para calcular a fração dissipada, dividimos o valor (em módulo) de DK pela energia cinética total inicial Ki : 𝒇𝒅 = ∆𝑲 𝑲𝒊 𝒇𝒅 = 𝟒, 𝟖𝟐 × 𝟏𝟎𝟓 𝟗, 𝟔𝟗 × 𝟏𝟎𝟓 𝒇𝒅 = 𝟎, 𝟓𝟎 Ou seja, praticamente metade (49,7%) da energia cinética inicial do sistema é dissipada na colisão perfeitamente inelástica. AULA 22 – COLISÕES 16
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