Buscar

PROVAS NO PROCESSO DO TRABALHO PARTE 1 (1)

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

1
EMENTA DA AULA: AS PROVAS NO PROCESSO DO TRABALHO
1. Referências legais - Arts. 818 a 830, 848 a 850 da CLT, 369 a 484 do NCPC e Lei n. 5.584/1970. 
Recordando alguns Princípios: Princípio do Inquisitório; Imparcialidade do Juiz; Juiz Natural; Motivação das Decisões; Busca da verdade real; estabilidade da lide;
2. Definição de prova –É o elemento material ou materializado que serve para formar o convencimento do juiz quanto a um fato processual controvertido, relevante e determinado, cuja confirmação é necessária para o julgamento do conflito submetido à jurisdição. Excepcionalmente o direito pode ser objeto de prova. 
3. Objeto da prova 
3.1. Os fatos - Controvertidos, relevantes e determinados. Controvertidos são os fatos em torno dos quais não há consenso processual ou legal. Em torno deles se estabelece incerteza quanto à sua ocorrência. Relevantes são os fatos processuais em torno dos quais o juiz precisa formar a sua convicção quanto à ocorrência deles para o julgamento da causa. Por fim, os fatos determinados são aqueles individualizados, especificados, distintos, diferenciados, precisos, delineados num tempo e num espaço. 
3. Objeto da Prova
3.2. O direito - Excepcionalmente o municipal, o estadual, estrangeiro e o consuetudinário – art. 376 do NCPC. No Processo do Trabalho dois direitos que reclamam prova são os que constam em contrato coletivo (Acordo ou Convenção Coletiva) ou regulamento de empresa. 
4. Os Fatos que independem de provas:
Art. 374.  Não dependem de prova os fatos:
I - notórios;
II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
III - admitidos no processo como incontroversos: Exemplo - Revelia, Documentos não impugnados no prazo para falar dos documentos.
IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade. Pode ser absoluta ou relativa. Ocorre quando o réu não se manifesta especificadamente sobre os fatos alegados pelo autor
5. O ônus da prova - É o encargo que a lei impõe à parte para a prova de fatos que alegou no processo. O art. 818 da CLT (A prova das alegações incumbe à parte que as fizer) versa sobre o ônus da prova, disposição legal que é aclarada pela regra do art. 373 do NCPC. 
5.1. Autor - Incumbe o ônus da prova dos fatos constitutivos de seus direitos. Assim, por exemplo, se o trabalhador alega que trabalhou e o pretenso empregador negar o trabalho, cabe ao autor provar o trabalho. 
 
5.2. Réu - Compete ao réu, por sua vez, a prova dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor. Destarte, por exemplo, se o empregado alega trabalho em horas extras e o empregador alega o pagamento das horas extras cabe a ele a prova dos pagamentos que defende, porque o pagamento é fato extintivo do direito de horas extras. 
5. O ônus da Prova
5.3. A inversão do ônus da prova - O processo do trabalho prevê a inversão do ônus da prova. Inversão do ônus é a atribuição da prova a quem de antemão não teria essa incumbência. Caso clássico é aquele que consta na regra do § 2º do art. 74 da CLT c/c a súmula 338 do c. TST.
6. As presunções no processo do trabalho - As presunções de veracidade de fatos no processo civil constituem técnica processual de abreviação de colheita de prova. O processo do trabalho é processo civil especial e utiliza muitas presunções de veracidade com o mesmo objetivo. Não podemos dizer, por isso, que o processo civil ou do trabalho não se preocupa com a verdade real. O certo é dizer que esses processos utilizam técnica que busca abreviar a rápida solução do litígio a partir da consideração do caráter de disponibilidade dos direitos e interesses conflituosos. No processo do trabalho, podemos citar as seguintes presunções: 
6.As presunções no Processo do Trabalho
6.1. A confissão que decorre da revelia. O art. 844 da CLT dispõe que o réu (reclamado) que não comparece à audiência, ou seja, para a defesa, incide em revelia e confissão quanto aos fatos suscitados pelo reclamante. Resta anotar que a revelia nem sempre faz o reclamado incidir em confissão. O art. 344 e 345 do NCPC tem aplicação no processo do trabalho. Assim, por exemplo, se a pessoa de direito público não comparece para a defesa é revel, mas não incide em confissão por causa da indisponibilidade dos seus direitos.
6.2. A falta à audiência para depoimento pessoal. A parte que falta à audiência de instrução em que seria ouvida em depoimento pessoal, tendo sido intimada para o depoimento, sob pena de confissão, incide na confissão dos fatos articulados por seu adversário, conforme a interpretação da súmula 74 do c. TST, conforme a previsão do § 1º do art. 385 do NCPC.
6.3. Os documentos não impugnados. A parte contra quem foi produzido o documento tem o ônus de impugná-lo, se for o caso. A falta de impugnação de um documento gera a presunção de que retrata a verdade sobre o fato que ele pretende provar – art. 408 do CPC. 
7. Destinatários das provas
7.1. O juiz - O juiz é o principal destinatário da prova, na medida em que sobre ele pesa o dever da prestação jurisdicional que, por sua vez, carece da prova, no mais das vezes, para a decisão sobre o conflito que lhe foi submetido. 
7.2. As partes - A parte também é destinatária das provas. Ela precisa conhecer a prova para atuar junto ao juízo para a confirmação de sua posição jurídica. 
7.3. O órgão de julgamento do recurso. As questões de fato submetidas ao juízo monocrático são levadas ao Tribunal através do Recurso Ordinário ou do Agravo de Petição. Assim, o órgão de julgamento do recurso também é destinatário da prova. 
8. Os momentos da prova
8.1. A propositura da prova. A prova no Processo do Trabalho não precisa ser proposta na fase postulatória com a peça inicial e a contestação, como ocorre no Processo Civil comum. A prova pode ser proposta na audiência, no momento da instrução do feito.  
8.2. O deferimento da prova. A prova será produzida quando deferida pelo juiz, que analisa a sua necessidade e utilidade - arts. 765 e 852-D da CLT. E assim o juiz pode indeferir as provas inúteis ou meramente protelatórias.
8.3. A produção da prova. A prova deve ser produzida após a fase postulatória, depois da defesa do réu, quando fixado os limites da lide. Ocorre, entretanto, que situações excepcionais podem determinar a produção da prova antes desse momento natural. Isso ocorre quando a prova estiver correndo risco de perecimento, quando, então, temos a oportunidade para a produção antecipada da prova - arts. 381 a 383 do NCPC. Relativamente ao lugar, a prova deve ser produzida no juízo que julgará o caso, perante o juiz condutor do processo. A prova pode ser colhida noutro lugar, em caráter excepcional.
8.4. A avaliação da prova. A prova é avaliada no julgamento da causa.
9. A prova emprestada. A prova emprestada é a prova produzida em outro processo e trazida aos autos por iniciativa do juiz ou das partes. Essa prova pode consistir em cópias de documentos, de termos de audiência em que foram ouvidas as partes e testemunhas e cópia de laudo pericial. Ela pode não dispensar, a critério do juiz do processo, a produção de prova específica nos autos. A prova emprestada tem a vantagem de abreviar a tramitação do processo e por ser econômica, na medida em que, no caso da prova pericial, não haverá necessidade do pagamento de honorários periciais a perito designado para o caso em que veio a prova emprestada. No NCPC, art. 372: “O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório”.
 
10. A prova antecipada:A prova antecipada, para perpetuar a memória das coisas, é em virtude do risco do seu perecimento. Pode ocorrer, por exemplo, no caso da ouvida de parte ou testemunha que esteja para viajar ou mesmo enferma com risco de agravamento do estado de saúde. No caso da prova pericial, pode ocorrer quando for o caso de iminência da desativação de um setor de uma fábrica com a necessidade de levantamento de informações sobre ruídos das máquinas
etc. Esta prova é produzida por força do que estatuem os arts. 381 a 383 do NCPC. 
Fim de aula!
Até a próxima aula! Continuaremos o estudo das provas no processo do trabalho, estudando as espécies prova documental, testemunhal e pericial.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando