Buscar

150347041315 NOVO CPC 02

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

www.cers.com.br 
 
 NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
 O novo Código de Processo Civil 
Mauricio Cunha 
1 
 
RESPOSTAS DO RÉU 
 
Introdução 
A integração do réu à relação jurídica processual, por 
meio da citação, permite que o mesmo tenha ciência 
da existência da demanda movida contra ele. Ao 
mesmo tempo, realiza-se a intimação ao réu para 
que, querendo, apresente sua resposta no prazo 
legal. Dessa forma, a conjugação de citação e 
intimação traduz, de forma bastante clara, o 
fenômeno do “contraditório” no processo civil: 
informação da existência da demanda judicial e 
abertura de possibilidade de reação. 
Tradicionalmente, a resposta do réu constitui um 
ônus processual, considerando-se que o réu 
somente se manifestará se essa for sua vontade, 
que determinará também a forma de reação. A 
inércia do réu, algo absolutamente admissível no 
processo civil, gerará em regra sua revelia, 
fenômeno ligado à inexistência jurídica de 
contestação, com as limitações previstas no art. 320, 
CPC. 
Nota-se, no art. 297, CPC, uma tentativa do 
legislador em esquematizar as espécies de 
respostas positivas do demandado (há outras 
espécies de respostas possíveis). 
Segundo o referido dispositivo, existem 3 espécies 
de resposta do réu: contestação, exceção e 
reconvenção. 
Há, porém, outras formas que precisam ser 
destacadas, como a nomeação à autoria, 
chamamento ao processo, denunciação da lide, 
reconhecimento jurídico do pedido, ação declaratória 
incidental, impugnação ao valor da causa e 
impugnação à concessão dos beneficiários da 
assistência judiciária, desde que manejadas pelo réu 
e no prazo de defesa (lembrar que alguns desses 
institutos processuais podem ser manejados pelo 
autor ou em outro momento processual). 
 
Contestação 
É a resposta defensiva do réu, representando a 
forma processual pela qual se insurge contra a 
pretensão do autor. A doutrina costuma dividir as 
matérias de defesa passíveis de alegação em sede 
de contestação em 2 (dois) grandes grupos, cada 
qual com suas subdivisões: 
 
a) Defesas processuais: dilatórias, peremptórias e 
dilatórias potencialmente peremptórias; 
b) Defesas de mérito: defesas de mérito diretas e 
indiretas. 
 
Defesas processuais 
Doutrinariamente é também denominada de 
“defesas indiretas”, por não terem como objeto a 
essência do litígio, encontrando-se previstas no art. 
301, CPC. 
Na praxe forense são tratadas como “defesas 
preliminares” em razão do local ideal dentro da 
contestação para serem alegadas (antes da defesa 
de mérito). Dizem respeito à regularidade formal do 
processo (instrumento), e não ao mérito. 
Tradicionalmente, são divididas em dilatórias (o 
acolhimento não põe fim ao processo, aumentando 
somente o tempo de duração do procedimento) e 
peremptórias (fazem com que o processo seja 
extinto sem a resolução de mérito). O prof. Daniel 
Assumpção, além dessas, reconhece as defesas 
dilatórias potencialmente peremptórias (aquelas 
que, caso acolhidas, permitem ao autor o 
saneamento do vício ou irregularidade e a 
continuidade do feito; no caso de omissão do autor, 
a defesa toma natureza peremptória, gerando a 
extinção do feito sem a apreciação do mérito). 
Dilatórias: inexistência ou nulidade da citação (art. 
301, I, CPC); incompetência absoluta do juízo (art. 
301, II, CPC); conexão/continência (art. 301, VII, 
CPC). 
Peremptórias: inépcia da inicial (art. 301, III, CPC); 
perempção (art. 301, IV, CPC); litispendência (art. 
301, V, CPC); coisa julgada (art. 301, VI, CPC); 
convenção de arbitragem (art. 301, IX, CPC); 
carência de ação (art. 301, X, CPC). 
Dilatórias potencialmente peremptórias: 
incapacidade de parte, defeito de representação ou 
falta de autorização (art. 301, VIII, CPC); falta de 
caução ou de outra prestação, que a lei exige como 
preliminar (art. 301, XI, CPC). 
Defesas de mérito 
Enquanto as defesas processuais têm por objeto a 
regularidade do processo, as defesas de mérito 
dizem respeito ao direito material alegado pelo autor. 
Na defesa de mérito, o objetivo do réu é convencer 
o juiz de que o direito material alegado pelo autor não 
existe. É o conteúdo da pretensão do autor o objeto 
de impugnação por meio da defesa de mérito. 
Direta: o réu enfrenta frontalmente os fatos e os 
fundamentos jurídicos narrados pelo autor na 
petição inicial, buscando demonstrar que os fatos 
não ocorreram conforme narrado ou ainda que as 
consequências jurídicas pretendidas pelo autor não 
são as mais adequadas ao caso concreto. 
Desenvolve-se dentro dos fatos e da fundamentação 
 
 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
 NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
 O novo Código de Processo Civil 
Mauricio Cunha 
2 
jurídica que compõem a causa de pedir exposta pelo 
autor em sua petição inicial. 
Indireta: o réu, sem negar as afirmações lançadas 
pelo autor na inicial, alega um fato novo, que tenha 
natureza impeditiva, modificativa ou extintiva do 
direito do autor. Amplia-se o objeto de cognição do 
juiz, que passará a analisar fatos que não compõem 
originariamente a causa de pedir narrada pelo autor, 
não sendo incorreto afirmar que, a partir do momento 
de arguição desta espécie de defesa, o juiz passará 
a uma análise fática mais ampla daquela que 
originariamente estaria obrigado em razão da 
pretensão do autor. São fatos “impeditivos” aqueles 
que, anteriores ou simultâneos ao fato constitutivo do 
direito impedem que esse último gere seus regulares 
efeitos (contrato celebrado por incapaz ou com vício 
de consentimento). Os fatos “extintivos” são aqueles 
que colocam fim a um direito, sendo 
necessariamente posteriores ao surgimento da 
relação jurídica de direito material (prescrição, 
pagamento, remissão da dívida etc.). Já os fatos 
“modificativos” são, necessariamente, posteriores ao 
surgimento da relação de direito material, atuando 
sobre a relação jurídica de direito material, gerando 
sobre ela uma modificação subjetiva ou objetiva 
(cessão de crédito sem ressalva, com a modificação 
do credor, no primeiro caso, e novação objetiva e 
parcelamento da dívida no segundo caso). 
 
Princípio da impugnação específica dos fatos 
Segundo o art. 302, CPC, serão presumidos 
verdadeiros os fatos que não sejam impugnados 
especificamente pelo réu em sua contestação. 
A impugnação específica é um ônus do réu de 
rebater pontualmente todos os fatos narrados pelo 
autor com os quais não concorda, tornando-os 
controvertidos e, em consequência, fazendo com 
que componham o objeto da prova. 
O momento de tal impugnação, em regra, é a 
contestação, operando-se a “preclusão 
consumativa” se apresentada essa espécie de 
defesa o réu deixar de impugnar algum dos fatos 
alegados pelo autor. 
Não se aplica ao advogado dativo, curador especial 
e ao MP (art. 302, § único, CPC), que podem 
elaborar contestação por “negativa geral”. 
E mesmo que o réu não possa se valer da “negativa 
geral”, os 3 incisos do art. 302, CPC, preveem 
exceções ao princípio da impugnação específica dos 
fatos, impedindo que um fato alegado pelo autor que 
não tenha sido impugnado especificamente seja 
presumido verdadeiro: a) fatos a cujo respeito não se 
admite a confissão (direitos indisponíveis); b) petição 
inicial desacompanhada de instrumento público que 
a lei considere da substância do ato (certidão de 
casamento, certidão de óbito); c) fatos que estejam 
em contradição com a defesa, considerada em seu 
conjunto. 
 
Princípio da eventualidade 
Consagrado no art. 303, CPC, no sentido de exigir 
do réu a exposição de todas as matérias de defesa 
de forma cumulada e alternativa na contestação. É 
também conhecido como “princípio da concentração 
da defesa”, fundamentado na ideia de “preclusão 
consumativa”, exigindo-se que de uma vez só, na 
contestação, o réu apresente todas as matérias que 
tem em sua defesa, sob pena de não poderalegá-
las posteriormente. A cumulação é eventual porque 
o réu alegará as matérias de defesa indicando que a 
posterior seja enfrentada na eventualidade de a 
matéria defensiva anterior ser rejeitada pelo juiz. 
A exigência de cumulação de todas as matérias de 
defesa na contestação faz com que o réu se veja 
obrigado a cumular defesas logicamente 
incompatíveis, como, por exemplo, alegar que não 
houve o dano, mas que, na eventualidade de o juiz 
entender que houve o dano, não foi no valor 
apontado pelo autor. 
As exceções constam de 3 hipóteses previstas nos 
incisos do art. 303, CPC: a) matérias defensivas 
relativas a direito superveniente; b) matérias que o 
juiz pode conhecer de ofício (de ordem pública); c) 
matérias que, por expressa previsão legal, podem 
ser alegadas a qualquer tempo (decadência 
convencional). 
 
Exceções 
Encontram-se previstas no art. 297, CPC, sendo 3 
as espécies: incompetência relativa, impedimento e 
suspeição. A primeira se refere ao juízo e as 2 
últimas se referem à pessoa do juiz. 
O tratamento em conjunto encontra-se previsto nos 
arts. 304/306, CPC, ao passo que o tratamento 
individualizado nos arts. 307/311, CPC 
(incompetência relativa) e 312/314, CPC 
(impedimento e suspeição). 
 
Teoria geral 
O art. 304, CPC, disciplina que “qualquer das partes” 
poderá arguir as exceções rituais, em regra 
claramente limitada às alegações de impedimento e 
suspeição do juiz, mesmo porque o autor não é 
legitimado para alegar incompetência relativa em 
razão da “preclusão lógica” operada no momento de 
 
 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
 NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
 O novo Código de Processo Civil 
Mauricio Cunha 
3 
interposição da petição inicial em juízo relativamente 
incompetente. 
Já o art. 305, CPC, expõe que o direito a 
excepcionar pode ser exercido a “qualquer tempo”, 
lição somente aplicável às hipóteses de 
impedimento e suspeição. A alegação de 
incompetência relativa é preclusiva, devendo ser 
realizada pelo réu no prazo de resposta. 
O mesmo dispositivo esclarece que a exceção ritual 
pode ser alegada a “qualquer momento” e em 
“qualquer grau de jurisdição”, o que se aplica 
somente para as hipóteses de impedimento e 
suspeição. A exceção de incompetência relativaé 
inadmissível fora do primeiro grau de jurisdição. 
Quanto ao prazo, embora mencionado ser de 15 
dias, deve ser entendido que: 
- exceção de incompetência relativa: o prazo será o 
de resposta do réu, que pode ser ou não de 15 dias, 
dependendo do caso concreto (lembrar dosarts. 188 
e 191, CPC); 
- exceção de impedimento: não tem prazo para 
interposição, até mesmo porque esse vício 
proporciona o ingresso na ação rescisória (art. 485, 
II, CPC); 
- exceção de suspeição: segundo o entendimento do 
STJ, o prazo é o da sua resposta (REsp 545189/RO, 
Min. Arnaldo Esteves Lima, j. 11.4.2006). 
Quanto ao termo inicial de contagem do prazo para 
o ingresso da exceção deve ser considerada a data 
em que a parte tomou conhecimento do fato que 
gerou a causa da exceção, o que somente poderá 
ser verificado depois da data do fato. 
Na exceção de incompetência, o termo inicial poderá 
ser: a) a data de juntada do mandado de citação aos 
autos; b) a data de juntada da carta AR aos autos; c) 
o vencimento do prazo do edital. 
O art. 306, CPC, por sua vez, prevê que o 
“recebimento” da exceção suspende o processo, 
mas na realidade a suspensão tem início com a 
“mera interposição” da exceção. 
Quanto à menção de suspensão até o julgamento 
definitivo da exceção ritual, é preciso que se entenda 
que, uma vez decidida a exceção, mesmo que 
interposto o recurso cabível, a decisão gera efeitos 
imediatos, não havendo nenhum sentido em manter 
a suspensão até o julgamento definitivo. 
 
Exceção de incompetência relativa 
O réu poderá ingressar com a exceção de 
incompetência relativa “antes” das outras formas de 
respostas ou “concomitantemente” com estas, sendo 
de extrema raridade a mera apresentação de 
exceção de incompetência desacompanhada de 
outras espécies de resposta, em especial a 
contestação. 
Atenção: a apresentação de qualquer espécie de 
resposta tornará inadmissível o ingresso “posterior” 
da exceção de incompetência relativa, ainda que o 
prazo previsto em lei para a resposta do réu não 
tenha transcorrido integralmente. 
Será apresentada em peça autônoma, por meio de 
exceção (art. 112, CPC), e autuada em autos em 
apenso, ao menos na Justiça Comum (nos Juizados 
Especiais Cíveis, o art. 30 da Lei 9.099/95, não a 
prevê, daí porque deverá ser feita na própria 
contestação). 
Segundo o § único, do art. 305, CPC, o réu, citado 
em demanda que tramita em foro diverso do foro do 
seu domicílio, em vez de se deslocar até a sede do 
juízo para interpor a exceção de incompetência, 
poderá (é faculdade) fazê-lo no foro de seu próprio 
domicílio, sendo que o juízo que receber a exceção 
será responsável pela sua imediata remessa ao juízo 
no qual tramita o processo. Seguindo 
posicionamento do prof. Daniel Assumpção, 
distribuída a petição de exceção, caberá ao próprio 
cartório distribuidor a remessa da peça ao juízo em 
que tramita a demanda. 
Relativamente ao conteúdo da exceção, a petição 
deverá ser fundamentada (narrativa dos fatos e 
fundamentos jurídicos do pedido) e instruída, 
indicando o juízo para o qual declina (lembrar dos 
requisitos do art. 282, CPC). Lembrar que o 
fundamento jurídico será a aplicação da regra legal 
de competência ou a alegação de cláusula de 
eleição de foro válida. 
Há 3 hipóteses de indeferimento liminar da exceção: 
a) manifesta improcedência (flagrantemente 
contrária à lei – art. 310, CPC); 
b) manifesta inadmissibilidade (p.e. exceção 
apresentada pelo autor ou intempestiva); 
c) ausência de indicação do juízo competente. 
Não sendo caso de indeferimento, o excepto será 
intimado para manifestar-se no prazo de 10 dias e, 
sendo necessária, será produzida prova, inclusive 
com a possibilidade de designação de audiência de 
instrução. 
Sendo a exceção acolhida, os autos deverão ser 
enviados ao juízo competente (art. 311, CPC). 
O procedimento que decide a exceção de 
incompetência tem natureza de decisão 
interlocutória, sendo recorrível por agravo de 
instrumento. A interposição de apelação consiste em 
erro grosseiro, não sendo o caso de aplicação do 
princípio da fungibilidade recursal. O recurso não 
 
 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
 NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
 O novo Código de Processo Civil 
Mauricio Cunha 
4 
tem efeito suspensivo, mas poderá tê-lo, nos termos 
do art. 527, III, CPC. 
 
Exceção de suspeição e impedimento 
As hipóteses de impedimento do juiz estão previstas 
no art. 134, CPC, enquanto que as de suspeição 
estão previstas no art. 135, CPC. São causas de 
parcialidade do juiz, cabendo a este, de ofício, se 
declarar parcial para o julgamento da demanda, 
remetendo o processo ao seu substituto legal por 
meio de decisão interlocutória irrecorrível. 
Procedimentalmente falando, deve ser: 
a) formulada por meio de peça autônoma, inclusive 
nos Juizados Especiais (art. 30, Lei 9.099/95); 
b) a peça deve ser fundamentada com a 
especificação da parcialidade do juiz; 
c) indicação do rol de testemunhas; 
d) instruída com documentos; 
e) endereçada para o juiz que se aponta como 
parcial. 
Diante do oferecimento da exceção, o juiz pode optar 
por: 
a) concordar com os fundamentos da exceção, 
declarar-se parcial e determinar o envio do processo 
ao seu substituto legal, por decisão interlocutória 
irrecorrível; 
b) discordar da exceção, oferecendo sua resposta 
em peça escrita. 
A doutrina majoritária entende ser vedado ao juiz 
excepto o indeferimento da petição da exceção, 
pois é incompetente para prolatar tal decisão (REsp 
704600/RJ, Min. Ari Pargendler, j. 2.5.2006). 
Apresentada a respostapelo juiz, os autos do 
incidente processual serão remetidos ao tribunal 
competente, sendo possíveis duas espécies de 
julgamento: a) rejeição da exceção, com 
condenação do excipiente ao pagamento das custas 
processuais do incidente; b) acolhimento da 
exceção, com condenação do juiz ao pagamento das 
custas processuais, em acórdão recorrível pelo juiz 
excepto por recurso especial e/ou recurso 
extraordinário. 
 
Reconvenção 
É o exercício do direito de ação do réu dentro do 
mesmo processo em que primitivamente o autor 
originário tenha exercido o seu direito de ação. 
Em regra, o réu só se opõe às alegações do autor, 
ou seja, somente se defende; entretanto, em alguns 
casos, o réu poderá formular uma pretensão em face 
do autor (contra-ataque), exercendo o direito de 
ação, passando a figurar como se fosse um 
verdadeiroautor. 
A reconvenção é uma mera faculdade, devendo ser 
apresentada em peça apartada, provocando, 
obrigatoriamente, a ampliação objetiva ulterior do 
processo, ou seja, o mérito é alargado, passando a 
ser a soma da pretensão deduzida pelo autor com a 
pretensão deduzida pelo réu. 
As condições e pressupostos de uma reconvenção 
são as mesmas de qualquer ação (legitimidade das 
partes, interesse de agir, possibilidade jurídica do 
pedido, capacidade de ser parte, capacidade de 
estar em juízo e capacidade postulatória). 
Entretanto, por se tratar de uma medida de caráter 
incidental, além dessas condições e pressupostos 
comuns a qualquer ação, deve preencher alguns 
pressupostos e condições específicas: 
 
a) tempestividade: deve ser apresentada no prazo 
preclusivo de resposta, devendo o réu, se pretender 
cumulá-la com outras formas de resposta, fazê-lo 
concomitantemente. Por ser uma faculdade 
processual, o prazo para a reconvenção é 
meramente preclusivo, significando que o réu não 
mais poderá reconvir após o seu transcurso, mas a 
via autônoma continuará a existir par o exercício de 
seu direito de ação; 
b) existência de demanda originária: o réu, para 
oferecer a reconvenção, deverá fazê-la como 
mecanismo de resposta. Embora a lei exija um 
processo em curso e seu caráter incidental, deverá 
existir uma autonomia entre a ação principal e a 
reconvenção. Se, por qualquer razão, a ação 
originária for extinta sem resolução do mérito, a 
extinção não afetará a reconvenção, que 
prosseguirá normalmente (art. 317, CPC); 
c) forma: o CPC determina que a reconvenção seja 
apresentada em peça apartada da contestação, em 
petição inicial autônoma (arts. 282/283, CPC), que 
será autuada nos próprios autos principais. Em razão 
do princípio da “instrumentalidade das formas”, 
admite-se que a reconvenção seja elaborada na 
mesma peça em que se contesta a demanda, desde 
que seja possível a identificação exata da defesa e 
do contra-ataque do réu; 
d) identidade procedimental: a lei exige que haja 
uma compatibilidade procedimental entre a ação 
principal e a reconvenção. Ainda que o procedimento 
seja diferente, se entre os pedidos puder haver uma 
adaptação, a reconvenção é admitida. A ação 
originária e a ação reconvencional seguirão juntas, 
sendo, inclusive, decididas por uma mesma 
sentença (art. 318, CPC); 
e) competência: o juízo da ação originária é 
absolutamente competente para a ação 
 
 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
 NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
 O novo Código de Processo Civil 
Mauricio Cunha 
5 
reconvencional (art. 108, CPC), de modo que, sendo 
a competência absoluta dessa ação diferente da 
ação originária, será proibido o ingresso de ação 
reconvencional, devendo a parte ingressar com a 
ação autônoma perante o juízo absolutamente 
competente. 
 
Requisitos 
a) conexão: a reconvenção deverá, 
obrigatoriamente, ter conexão com osfundamentos 
de defesa ou com os fundamentos da demanda 
proposta pelo autor; 
b) inexistência de impedimento ou suspeição: pode 
haver casos em que o julgador não é suspeito e não 
tem impedimento para julgar a demanda, entretanto, 
na reconvenção, apresenta-se impedido ou suspeito 
para julgar. No caso de haver o impedimento 
oususpeição, desloca-se o processo, tanto o 
principal quanto a reconvenção; 
c) legitimidade das partes: somente o réu da ação 
originária poderá ser autor da ação reconvencional, 
enquanto nesta somente poderá ser réu o sujeito que 
figurar como autor da ação originária. 
 
Observações 
Apresentada a reconvenção, o autor-reconvindo 
será intimado para defender-se, ou seja, o autor-
reconvindo não será citado pessoalmente para 
defender-se da reconvenção, mas sim será intimado 
na pessoa de seu advogado para responder no 
prazo de 15 dias (art. 316, CPC). 
a) litisconsórcio: é admitido o litisconsórcio nos casos 
em que, no pólo passivo da reconvenção, deva 
existir um litisconsórcio necessário (ex.: autor vem a 
juízo cobrando dívida do réu e este quer reconvir 
pleiteando uma anulação contratual; se no contrato 
figurar como parte da relação uma terceira pessoa, 
forma-se um litisconsórcio necessário); 
b) intervenção de terceiros: a nomeação à autoria 
não é admitida. Em princípio, não deveria ser 
admitido o chamamento ao processo, visto que este 
se funda em litisconsórcio facultativo, entretanto 
existem decisões do STJ que admitem essa 
intervenção. A regra é a de que, se o terceiro puder 
ser autor da demanda principal, a intervenção de 
terceiros na reconvenção deve ser admitida; 
c) reconvenção da reconvenção: em tese é possível 
uma reconvenção da reconvenção. Parte da doutrina 
entende que seu cabimento está condicionado às 
hipóteses de reconvenção com fundamento na 
conexão com os fundamentos de defesa (Dinamarco 
e Marinoni); 
d) ação rescisória: admite-se a reconvenção em 
ação rescisória, desde que a reconvenção também 
tenha natureza de rescisória, ou seja, o pedido na 
demanda reconvencional deverá ser também de 
natureza rescisória; 
e) julgamento separado das duas demandas: a ação 
principal e a reconvenção podem ser julgadas 
separadamente, desde que por extinção anômala do 
incidente, ou seja, se por qualquer razão o juiz tiver 
que extinguir a principal ou a reconvenção, com 
fundamento em uma situação anômala, haverá o 
julgamento separado (ex.: se o autor renunciar à 
demanda principal, o Juiz extinguirá a principal, 
entretanto a reconvenção continuará). O recurso 
cabível contra a extinção de qualquer uma das 
demandas é o agravo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTO CORRESPONDENTE NO NOVO CPC 
CAPÍTULO V 
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE 
MEDIAÇÃO 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos 
essenciais e não for o caso de improcedência liminar 
do pedido, o juiz designará audiência de conciliação 
ou de mediação com antecedência mínima de 30 
(trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo 
menos 20 (vinte) dias de antecedência. 
§ 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará 
necessariamente na audiência de conciliação ou de 
mediação, observando o disposto neste Código, 
bem como as disposições da lei de organização 
judiciária. 
 
 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
 NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
 O novo Código de Processo Civil 
Mauricio Cunha 
6 
§ 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à 
conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 
(dois) meses da data de realização da primeira 
sessão, desde que necessárias à composição das 
partes. 
§ 3º A intimação do autor para a audiência será feita 
na pessoa de seu advogado. 
§ 4º A audiência não será realizada: 
I – se ambas as partes manifestarem, 
expressamente, desinteresse na composição 
consensual; 
II – quando não se admitir a autocomposição. 
§ 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu 
desinteresse na autocomposição, e o réu deverá 
fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias 
de antecedência, contadosda data da audiência. 
§ 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na 
realização da audiência deve ser manifestado por 
todos os litisconsortes. 
§ 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode 
realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei. 
§ 8º O não comparecimento injustificado do autor ou 
do réu à audiência de conciliação é considerado ato 
atentatório à dignidade da justiça e será sancionado 
com multa de até dois por cento da vantagem 
econômica pretendida ou do valor da causa, 
revertida em favor da União ou do Estado. 
§ 9º As partes devem estar acompanhadas por seus 
advogados ou defensores públicos. 
§ 10. A parte poderá constituir representante, por 
meio de procuração específica, com poderes para 
negociar e transigir. 
§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo 
e homologada por sentença. 
§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de 
mediação será organizada de modo a respeitar o 
intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início 
de uma e o início da seguinte. 
CAPÍTULO VI 
DA CONTESTAÇÃO 
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por 
petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo 
inicial será a data: 
I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou 
da última sessão de conciliação, quando qualquer 
parte não comparecer ou, comparecendo, não 
houver autocomposição; 
II – do protocolo do pedido de cancelamento da 
audiência de conciliação ou de mediação 
apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do 
art. 334, § 4º, inciso I; 
III – prevista no art. 231, de acordo com o modo 
como foi feita a citação, nos demais casos. 
§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a 
hipótese do art. 334, § 6º, o termo inicial previsto no 
inciso II será, para cada um dos réus, a data de 
apresentação de seu respectivo pedido de 
cancelamento da audiência. 
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, 
inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o autor 
desistir da ação em relação a réu ainda não citado, 
o prazo para resposta correrá da data de intimação 
da decisão que homologar a desistência. 
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, 
toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato 
e de direito com que impugna o pedido do autor e 
especificando as provas que pretende produzir. 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, 
alegar: 
I – inexistência ou nulidade da citação; 
II – incompetência absoluta e relativa; 
III – incorreção do valor da causa; 
IV – inépcia da petição inicial; 
V – perempção; 
VI – litispendência; 
VII – coisa julgada; 
VIII – conexão; 
IX – incapacidade da parte, defeito de representação 
ou falta de autorização; 
X – convenção de arbitragem; 
XI – ausência de legitimidade ou de interesse 
processual; 
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei 
exige como preliminar; 
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade 
de justiça. 
§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada 
quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. 
§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as 
mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo 
pedido. 
§ 3º Há litispendência quando se repete ação que 
está em curso. 
§ 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já 
foi decidida por decisão transitada em julgado. 
§ 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a 
incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício 
das matérias enumeradas neste artigo. 
§ 6º A ausência de alegação da existência de 
convenção de arbitragem, na forma prevista neste 
Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e 
renúncia ao juízo arbitral. 
Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte 
ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo 
invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) 
 
 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
 NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
 O novo Código de Processo Civil 
Mauricio Cunha 
7 
dias, a alteração da petição inicial para substituição 
do réu. 
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor 
reembolsará as despesas e pagará os honorários ao 
procurador do réu excluído, que serão fixados entre 
três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo 
este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º. 
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe 
ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica 
discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena 
de arcar com as despesas processuais e de 
indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta 
de indicação. 
§ 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no 
prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição 
inicial para a substituição do réu, observando-se, 
ainda, o parágrafo único do art. 338. 
§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar 
por alterar a petição inicial para incluir, como 
litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu. 
Art. 340. Havendo alegação de incompetência 
relativa ou absoluta, a contestação poderá ser 
protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será 
imediatamente comunicado ao juiz da causa, 
preferencialmente por meio eletrônico. 
§ 1º A contestação será submetida a livre 
distribuição ou, se o réu houver sido citado por meio 
de carta precatória, juntada aos autos dessa carta, 
seguindo-se a sua imediata remessa para o juízo da 
causa. 
§ 2º Reconhecida a competência do foro indicado 
pelo réu, o juízo para o qual for distribuída a 
contestação ou a carta precatória será considerado 
prevento. 
§ 3º Alegada a incompetência nos termos do caput, 
será suspensa a realização da audiência de 
conciliação ou de mediação, se tiver sido designada. 
§ 4º Definida a competência, o juízo competente 
designará nova data para a audiência de conciliação 
ou de mediação. 
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se 
precisamente sobre as alegações de fato constantes 
da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não 
impugnadas, salvo se: 
I – não for admissível, a seu respeito, a confissão; 
II – a petição inicial não estiver acompanhada de 
instrumento que a lei considerar da substância do 
ato; 
III – estiverem em contradição com a defesa, 
considerada em seu conjunto. 
Parágrafo único. O ônus da impugnação 
especificada dos fatos não se aplica ao defensor 
público, ao advogado dativo e ao curador especial. 
Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu 
deduzir novas alegações quando: 
I – relativas a direito ou a fato superveniente; 
II – competir ao juiz conhecer delas de ofício; 
III – por expressa autorização legal, puderem ser 
formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição. 
CAPÍTULO VII 
DA RECONVENÇÃO 
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor 
reconvenção para manifestar pretensão própria, 
conexa com a ação principal ou com o fundamento 
da defesa. 
§ 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, 
na pessoa de seu advogado, para apresentar 
resposta no prazo de 15 (quinze) dias. 
§ 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa 
extintiva que impeça o exame de seu mérito não 
obsta ao prosseguimento do processo quanto à 
reconvenção. 
§ 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor 
e terceiro. 
§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em 
litisconsórcio com terceiro. 
§ 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte 
deverá afirmar ser titular de direito em face do 
substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em 
face do autor, também na qualidade de substituto 
processual. 
§ 6º O réu pode propor reconvenção 
independentemente de oferecer contestação.

Outros materiais