Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
05/04/2015 1 Profa. Thaís Melo de Paula Seixas GASTROENTEROLOGIA: DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E ESTÔMAGO CLÍNICA MÉDICA E TERAPÊUTICA DE PEQUENOS ANIMAIS I DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E ESTÔMAGO CAVIDADE ORAL Estomatite Neoplasias Complexo Granuloma Eosinofílico Felino Doenças das glândulas salivares ESÔFAGO Esofagite Megaesôfago DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL, ESÔFAGO E ESTÔMAGO ESTÔMAGO Gastrite aguda Gastrite crônica Hipertrofia pilórica antral CAVIDADE ORAL Inflamação da mucosa oral. Cão: LES, Complexo Pênfigo, Vasculite idiopática, Cinomose, Síndrome urêmica. Gato: FIV, FELV, PIF, Herpesvírus, Calicivírus. Candidíase. Estomatite imunomediada: cães da raça maltês. ESTOMATITE Pênfigo Vulgar Penfigóide Bolhoso Calicivírus LES CAVIDADE ORAL NEOPLASIAS Benignas: Papilomas: lesões verrucosas de origem viral, localizadas ou generalizadas, que acometem animais jovens ou debilitados. Epúlide: massa pedunculada, não ulcerada, de superfície regular, podendo ser invasiva ou não. 05/04/2015 2 Papilomatose Papilomatose CAVIDADE ORAL NEOPLASIAS Malignas: Melanoma: pigmentados ou não, geralmente resultam em metástases locais e pulmonares. Carcinoma de Células Escamosas (CCE): geralmente ulcerados, na gengiva e resultam em metástases locais (pulmonar são raras). Fibrossarcoma: consistência firme, superfície regular (pode ocorrer ulceração), metástases são raras. Melanoma oral Metástase pulmonar por Melanoma Fibrossarcoma 05/04/2015 3 CCE CAVIDADE ORAL COMPLEXO GRANULOMA EOSINOFÍLICO Etiologia desconhecida (reação de hipersensibilidade?). Granuloma linear e úlcera eosinofílica. Nódulos elevados, de consistência firme e ulcerados. Hemograma (eosinofilia), exame histopatológico (granulomas com eosinófilos). Tratamento: Triancinolona intra-lesional (3g/semana). Acetato de metilprednisolona (20g a cada 2 semanas). Granuloma Eosinofílico CAVIDADE ORAL DOENÇAS DAS GLÂNDULAS SALIVARES Sialoadenite, Neoplasias e Mucocele (rânula). Principais sinais clínicos: Disfagia, sialorreia e/ou pitialismo e dificuldade para abrir a boca. Mucocele Sublingual ESÔFAGO ESOFAGITE Distúrbio inflamatório agudo ou crônico. Quebra dos mecanismos de defesa: 1 – Epitélio escamoso estratificado com junções intercelulares estreitas. 2 – Presença de muco e íons bicarbonato. Etiologia: Deglutição de substâncias irritantes, corpo estranho, refluxo gástrico, sondagem traqueal de maneira errônea e alguns fármacos. 05/04/2015 4 ESOFAGITE ESÔFAGO SINAIS CLÍNICOS Regurgitação. Salivação (sialorreia). Odinofagia. Extensão da cabeça e pescoço durante deglutição. Hiporexia. Sinais clínicos sistêmicos (pneumonia por aspiração). ESOFAGITE ESÔFAGO DIAGNÓSTICO Radiografia torácica simples (ndn, pneumonia por aspiração). Radiografia contrastada: Irregularidade de mucosa, estenose segmentar, dilatação, hipomotilidade. Endoscopia. Hemograma: leucocitose com desvio à esquerda (pneumonia aspirativa). Esofagite - endoscopia ESOFAGITE ESÔFAGO TRATAMENTO Esofagite leve: suspender alimentação por 2 a 3 dias. Esofagite grave: sonda por gastrotomia ou alimentação parenteral. Sucralfato 0,5 a 1 g VO TID Inibidores da secreção gástrica: Famotidina 0,5 mg/Kg BID Omeprazol 0,7 mg/Kg IV SID Antibioticoterapia em casos de pneumonia aspirativa. Dilatação esofágica – distúrbio neuromuscular. Causa comum de regurgitação em cães. Rara em gatos. Megaesôfago Idiopático Congênito. Megaesôfago Idiopático Adquirido. Megaesôfago Secundário. ESÔFAGO MEGAESÔFAGO MEGAESÔFAGO IDIOPÁTICO CONGÊNITO (PRIMÁRIO) Cães jovens (menos 10 semanas de idade). Caráter hereditário: Fox Terrier, Schinauzer, Labrador, Pastor Alemão.... Pode ocorrer recuperação espontânea com o crescimento do animal. Fisiopatogenia ainda desconhecida: retardo na maturação da inervação esofágica (?) ESÔFAGO MEGAESÔFAGO 05/04/2015 5 MEGAESÔFAGO IDIOPÁTICO ADQUIRIDO (PRIMÁRIO) Animais adultos Defeito nos receptores aferentes: deglutição e material no esôfago não iniciam as contrações peristálticas. MEGAESÔFAGO SECUNDÁRIO Condições que alterem o reflexo nervoso da deglutição ou funcionamento da musculatura esofágica. ESÔFAGO MEGAESÔFAGO AFECÇÕES ASSOCIADAS AO MEGAESÔFAGO SECUNDÁRIO 1. MIASTENIA GRAVIS: congênita ou adquirida. Congênita: AC contra receptores de Ach – não há contração muscular! Doença autoimune. Adquirida: diminuição dos receptores de Ach. Fraqueza muscular. Melhora do quadro com repouso. ESÔFAGO MEGAESÔFAGO AFECÇÕES ASSOCIADAS AO MEGAESÔFAGO SECUNDÁRIO 2- LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO Doença autoimune. AC contra grande variedade de tecidos. Pode afetar junções neuromusculares. 3 – POLIMIOSITE Processo inflamatório generalizado da musculatura. Paralisia flácida. ESÔFAGO MEGAESÔFAGO AFECÇÕES ASSOCIADAS AO MEGAESÔFAGO SECUNDÁRIO 4 – BOTULISMO Ingestão da toxina do Clostridium botulinum. Impede liberação de Ach nas junções neuromusculares. Paralisia flácida. 5 – POLIRRADICULONEURITE Processo inflamatório raízes nervosas medula espinhal. Paralisia flácida. MEGAESÔFAGO ESÔFAGO AFECÇÕES ASSOCIADAS AO MEGAESÔFAGO SECUNDÁRIO 6 – ANOMALIA DO ANEL VASCULAR Compressão do esôfago pelo ligamento arterioso. 7 – GRANULOMAS Parasita Spirocerca lupi. 8 – LESÃO VAGAL BILATERAL Fibras aferentes do nervo vago controlam a deglutição. ESÔFAGO MEGAESÔFAGO PRESENÇA DO ARCO AÓRTICO DIREITO 05/04/2015 6 PRESENÇA DO ARCO AÓRTICO DIREITO AFECÇÕES ASSOCIADAS AO MEGAESÔFAGO SECUNDÁRIO 9 – TRAUMATISMOS 10 – INSTABILIDADE CERVICAL 11 – INTOXICAÇÃO POR CHUMBO 12 – HIPOTIREOIDISMO MEGAESÔFAGO ESÔFAGO SINAIS CLÍNICOS * Regurgitação. * Perda de peso (animal magro). * Salivação (sialorreia). * Halitose. * Pneumonia por aspiração: Febre. Secreção nasal. Tosse. Crepitações pulmonares (auscultação). MEGAESÔFAGO ESÔFAGO DIAGNÓSTICO # História clínica (regurgitação logo após ou algumas horas após a alimentação). # Exame físico (sinais clínicos característicos). # Exames laboratoriais (geralmente normais) Pneumonia por aspiração: leucocitose com desvio à esquerda. MEGAESÔFAGO ESÔFAGO DIAGNÓSTICO # Radiografias simples: Esôfago distendido. Deslocamento ventral da traqueia. Pneumonia por Aspiração. # Radiografias contrastadas: Meio de contraste Sulfato de bário líquido ou com a ração (3 a 5 ml/Kg VO). MEGAESÔFAGO ESÔFAGO Observar deslocamento ventral da traqueia 05/04/2015 7 Observar deslocamento ventral da traqueia e pneumonia Radiografias contrastadas – Megaesôfago generalizado Megaesôfago generalizado congênito ESÔFAGO MEGAESÔFAGO TRATAMENTO # Tratar a doença de base (Megaesôfago Secundário). Piridostigmina 1 a 3 mg/Kg VO BID # Metroclopramida e Cisaprida não funcionam. # Alimentação elevada. ESTÔMAGO Principal sinal clínico de doença gástrica: VÔMITO. “Doenças gástricas cursam com vômito, mas nem todo vômito deve-se a uma doença gástrica”. ESTÔMAGO GASTRITE AGUDA Inflamação e lesão da mucosa gástrica devido à resposta auma agressão à mucosa: Incapacidade de defesa da mucosa gástrica. Causas: Dieta, agentes infecciosos, toxinas. Diagnóstico: Anamnese e exame físico. 05/04/2015 8 ESTÔMAGO GASTRITE AGUDA TRATAMENTO # Jejum. # Volta gradual à alimentação. # Fluidoterapia. # Anti-eméticos: Metroclopramida 0,2 a 0,5 mg/Kg SC BID ou TID Clorpromazina 0,2 a 0,4 mg/Kg BID ESTÔMAGO GASTRITE CRÔNICA Inflamação da mucosa gástrica coexistindo com sinais clínicos de doença gástrica. Muitas vezes a causa não é descoberta. Vômito deve ser secundário a doenças sistêmicas crônicas. ESTÔMAGO GASTRITE CRÔNICA Doenças gástricas: 1 – Doenças inflamatórias imunomediadas: Gastrite inespecífica crônica (linfocítico-plasmocitária) Gastrite eosinofílica Gastrite granulomatosa 2 – Gastrite por Helicobacter pilori 3 – Gastrite por refluxo (síndrome do vômito bilioso). ESTÔMAGO GASTRITE CRÔNICA SINAIS CLÍNICOS # Vômito crônico e intermitente. # Hematoemese variável. # Anorexia, perda de peso e dor abdominal. # Diarreia nas doenças inflamatórias. GASTRITE CRÔNICA ESTÔMAGO DIAGNÓSTICO # Perfil bioquímico: diagnóstico de doenças sistêmicas. # Radiografia simples e contrastada: pouco valor. Áreas de irregularidade da mucosa. # Endoscopia: Observação das lesões da mucosa. Coleta de material para cultura (Helicobacter pilori) e exame histopatológico (doenças inflamatórias e neoplasias). Endoscopia gástrica 05/04/2015 9 Endoscopia gástrica ESTÔMAGO GASTRITE CRÔNICA TRATAMENTO Doenças inflamatórias: # Dieta hipoalergênica. # Pró-cinéticos: metoclopramida ou cisaprida. # Gastroprotetores: sucralfato, antagonistas H2. # Glicocorticoides: Prednisona 2 a 3 mg/kg SID por 1 a 2 semanas, reduzir em período de 2 a 3 meses TRATAMENTO Doenças inflamatórias: # Metronidazol 10 a 20 mg/kg VO, IV BID # Casos refratários: Azatioprina 1 mg/kg SID por 2 semanas após administrar a cada 48 horas GASTRITE CRÔNICA ESTÔMAGO ESTÔMAGO GASTRITE CRÔNICA TRATAMENTO Helicobacter pilori # Amoxicilina 20 mg/kg TID + salicilato de bismuto 16mg/kg TID por 10 a 14 dias. # Azitromicina 5 a10 mg/kg SID + salicilato de bismuto 16mg/kg TID por 10 a 14 dias. # Pode ser associado Metronidazol 20 a 30 mg/kg BID # O salicilato de bismuto pode ser trocado por sucralfato (0,25 a 0,5g TID) ou omeprazol (0,7 mg/kg SID) ESTÔMAGO EROSÃO E ÚLCERA GASTRODUODENAL Erosão: defeito superficial, não atinge camada muscular Úlcera: defeito que atinge a camada muscular. CAUSAS: • Todas as causas de gastrites são causas de ulceração. • Fármacos (AINES), estresse, doença gástrica primária... EROSÃO E ÚLCERA GASTRODUODENAL ESTÔMAGO 05/04/2015 10 ESTÔMAGO EROSÃO E ÚLCERA GASTRODUODENAL SINAIS CLÍNICOS # Vômito com ou sem hematemese. # Anorexia, dor abdominal, melena, anemia. # Septicemia e choque (perfuração). DIAGNÓSTICO # Histórica clínica. # Radiografias contrastadas (Bário, evitar em casos de perfuração). # Endoscopia . EROSÃO E ÚLCERA GASTRODUODENAL ESTÔMAGO TRATAMENTO # Suporte. # Antagonistas H2. # Omeprazol. # Sucralfato.
Compartilhar