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REFUGIADOS
DESAFIOS PARA O SÉCULO XXI
Profª Luciana Magalhães 
REFUGIADOS
Refugiados são pessoas comuns (homens, mulheres e crianças de todas as idades) que foram forçadas a abandonar seus lares devido a conflitos armados, violência generalizada, perseguições religiosas ou por motivo de nacionalidade, raça, grupo social e opinião pública. Eles buscam refúgio em outros países para reconstruir suas vidas com dignidade, justiça e paz.
CONVENÇÃO DE GENEBRA – ESTATUTO DOS
REFUGIADOS (ONU-1951)
DzArtigo 1º- Definição do termo Dzrefugiadodz	- Refugiado é aquele que temendo ser perseguido por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social, ou opiniões políticas, se encontra fora do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da proteção desse país, ou que, se não tem nacionalidade e se encontra fora do país no qual tinha sua residência habitual em consequência de tais acontecimentos, não pode ou, devido a esse temor, não quer voltar a ele.
Artigo 33º - Proibição de expulsão ou rechaço 2. Nenhum dos Estados contratantes expulsará ou rechaçará, de maneira alguma, um refugiado para as fronteiras dos territórios em que sua vida ou sua liberdade seja ameaçada em virtude da sua raça, da sua religião, da sua nacionalidade, do grupo social a que pertence ou das suas opiniões políticasdz.
IMIGRANTES	≠	REFUGIADOS
Diferentemente dos refugiados, os imigrantes são todas as pessoas que deixam seus países de origem com o objetivo de se estabelecer em outro, de forma temporal ou permanente, especialmente por motivações socioeconômicas.
ACNUR: ALTO COMISSARIADO DAS
NAÇÕES UNIDAS PARA REFUGIADOS
O ACNUR foi criado em 1950 para proteger e prestar assistência às vítimas de perseguição e violação generalizada dos direitos humanos. Desde então, ajudou mais de 50 milhões de pessoas a encontrar um novo lar e reconstruir suas vidas. Atualmente, cerca de 43 milhões de pessoas estão sob seu mandato, entre solicitantes de asilo, refugiados, apátridas, deslocados internos e repatriados.
PROTEÇÃO INTERNACIONAL
A maioria das pessoas pode confiar nos seus governos para garantir e proteger os seus direitos humanos básicos e a sua segurança física. Mas, no caso dos refugiados, o país de origem demonstrou ser incapaz de garantir tais direitos. Ao ACNUR é atribuído o mandato de assegurar que qualquer pessoa, em caso de necessidade, possa exercer o direito de buscar e obter refúgio em outro país e, caso deseje, regressar ao seu país de origem.
DIREITOS DOS REFUGIADOS
Os refugiados devem usufruir, pelo menos, dos mesmos direitos e da mesma assistência básica que qualquer outro estrangeiro residindo legalmente no país, incluindo direitos fundamentais que são inerentes a todos os indivíduos. Portanto, os refugiados gozam dos direitos civis básicos, incluindo a liberdade de pensamento, a liberdade de deslocamento e a não sujeição à tortura e a tratamentos degradantes.
De igual modo, os direitos econômicos e sociais que se aplicam aos refugiados são os mesmos que se aplicam a outros indivíduos. Todos os refugiados devem ter acesso à assistência médica. Todos os refugiados adultos devem ter direito a trabalhar. Nenhuma criança refugiada deve ser privada de escolaridade.
Em certas circunstâncias, como no caso de fluxos massivos de refugiados, os países de acolhida podem se ver obrigados a restringir certos direitos, como a liberdade de circulação, a liberdade de trabalhar ou educação adequada para todas as crianças.
Estas demandas devem ser então atendidas, sempre que possível, pela comunidade internacional. Quando não há mais recursos disponíves dos países de acolhida, o ACNUR proporciona assistência aos refugiados (e outras pessoas sob seu mandato) que não possam satisfazer suas necessidades básicas. A assistência pode ser dada sob a forma de donativos financeiros, alimentação, materiais diversos (tais como utensílios de cozinha, ferramentas, sanitários e abrigos) ou de programas de criação de escolas ou centros de saúde para quem viva em campos ou outras comunidades.
O ACNUR desenvolve todos os esforços para assegurar que os refugiados possam se tornar auto-suficientes o mais rápido
possível, o que pode requerer atividades convencionais geradoras de rendas ou projetos de formação profissional.
Os refugiados também têm determinadas obrigações, entre elas a de respeitar as leis do seu país de acolhida.
PÓS GUERRA
O período imediato que se seguiu após a segunda guerra mundial originou os maiores deslocamentos da história moderna. Desde então, o número de refugiados em todo o mundo não parou de crescer.
Alguns exemplos:
Década de 1960: milhões de refugiados das guerras da descolonização afroasiática pediram asilo nos países europeus.
Década de 1990: refugiados da ex-Iugoslávia, expulsos pela violência que marcou a fragmentação do país.
Século XXI: operações militares dos EUA no Afeganistão e Iraque geraram milhares de refugiados. Também a guerra civil no Sudão gerou refugiados para o Chade.
CRISE DE REFUGIADOS NA EUROPA
A Europa enfrenta atualmente uma grave crise de refugiados e migrantes.
Desde o início de 2015, mais de 300 mil pessoas tentaram chegar ao continente por meio de travessias perigosas no Mediterrâneo. O fluxo intenso de pessoas está relacionado à situação de conflitos armados e de perseguição existente em vários países, principalmente na Ásia e na África.
Segundo cálculo da ONU divulgado em julho, cerca de 62% dos que tentam chegar à Europa são considerados refugiados, ou seja, têm chance de receber asilo por fugir de perseguição, conflito ou guerra. Os demais são classificados como migrantes, o que significa que viajam em busca de melhores condições e não correm risco de vida em seu país de origem.
PRINCIPAIS CONFLITOS QUE GERAM
REFUGIADOS PARA A EUROPA
Síria:
A Síria mergulhou em uma violenta guerra civil em março de 2011, no contexto do levante popular conhecido como Primavera Árabe, após setores da população pegarem armas para tentar derrubar o ditador Bashar al-Assad.
O CONFLITO
O levante contra o regime de Bashar al-Assad teve início em 15 de março de 2011, durante a insurreição da Primavera Árabe, período em que as populações de países árabes, como Tunísia, Líbia e Egito se revoltaram contra os governos de seus países. O levante começou pacífico nos primeiros quatro meses, mas, a partir de agosto, manifestantes fortemente reprimidos passaram a recorrer à luta armada.
O conflito iniciado em 2011 provocou mais de 100 mil mortes, destruiu boa parte da infraestrutura do país e gerou uma grave crise humanitária e de refugiados, provocando ainda mais instabilidade no Oriente Médio.
Há quase 50 anos, a Síria é governada pelo mesmo partido,
o Baath.
O país é liderado com mãos de ferro pelo presidente Bashar Al-Assad desde julho de 2000. Antes disso, seu pai, Hafez al-Assad, presidiu o país por 30 anos. Nesse período, ele proibiu a criação de partidos de oposição e a participação de qualquer candidato de oposição em uma eleição.
Os movimentos de Assad são estratégicos. O governo sírio controla as grandes cidades e as estradas mais importantes e tem usado a fome e a miséria como principal arma para punir a população civil, maior vítima dos conflitos.
Os rebeldes - em sua maioria islamitas - e a Frente Al- Nosra - braço oficial da Al-Qaeda na Síria – enfrentam, desde janeiro de 2014, os jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL), a quem acusam de brutalidade e de ter vontade de hegemonia.
Em 2012, A Cruz Vermelha e a ONU classificaram os conflitos como guerra civil, abrindo caminho para a cobrança da aplicação do Direito Humanitário Internacional e para a investigação de crimes de guerra. As missões diplomáticas para resolver o conflito têm fracassado. De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, do início dos conflitos até março de 2014, mais de 140 mil pessoas já morreram. Entre os mortos estão mais de 7 mil crianças e 5 mil mulheres.
Cerca de 4,5 milhões de pessoas foram deslocadas dentro da própria
Síria.
2,4 milhões abandonaram suas casas e se refugiaram em países vizinhos onde são frequentemente alvo de racismo e discriminação.
Relatório divulgado em 10 de março de 2014 pela Unicef estima que 5,5 milhões de crianças tiveram suas vidas devastadas pela guerra.
Cerca de 1 milhão estão presas em áreas sitiadas ou onde a ajuda humanitária não consegue chegar.
1,2 milhão vivem refugiadas, habitando locais insalubres, onde comida, água potável e acesso à educação são limitados.
De acordo com o mesmo relatório, o número de refugiados sírios em países como Líbano, Jordânia, Turquia, Iraque e Egito deve alcançar no fim de 2014 a marca de 4,1 milhões de pessoas.
Outras 9,3 milhões precisarão de ajuda até o fim de 2015.
Foto: Reuters
O DRAMA VIVIDO PELOS REFUGIADOS
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Além da Liga Árabe, ONU, União Europeia e Estados Unidos sempre condenaram a violência e a repressão impostas pelo regime sírio, mas nunca intervieram no conflito.
A União Europeia e os Estados Unidos impuseram sanções econômicas unilaterais contra a Síria, mas nunca agiram de forma mais enérgica.
Países como Irã, China e Rússia são aliados declarados do regime de Bashar Al-Assad e se manifestaram contra qualquer tipo de imposição de sanção internacional ao país.
A Rússia, que tem uma base naval militar no país, condenou o uso da violência pelos opositores ao regime, aos quais chamou de Ǯterroristasǯ e votou contra o estabelecimento de uma missão humanitária no país na Conferência de Paz GenebraII, em fevereiro de 2014.
A China chegou a acusar os países ocidentais de instigar uma guerra civil
na Síria.
O Brasil retirou seu embaixador da Síria em janeiro de 2013. Em junho do mesmo ano, foi a vez de o Egito romper relações com o país.
ASSEMBLEIA GERAL DA ONU 2015
"Somos um país continental e todos os refugiados que quiserem vir trabalhar, viver em paz, ajudar a construir o país, criar seus filhos, viver com dignidade, nós estamos de braços abertos", afirmou a presidente. Disse, ainda, que seu pai era um refugiado da 2ª Guerra Mundial e que o Brasil sempre teve uma "relação de abertura". Petar Roussev deixou a Bulgária em 1929 rumo à França. Após passar pela Argentina, ele chegou ao Brasil com o nome Pedro Rousseff.
ATAQUE QUÍMICO
ataque contra as forças de Assad.
Os EUA afirmaram que, com a comprovação do uso das armas químicas, o regime Assad não pode ficar impune pelo que chamou de um "crime contra a humanidade".
PRINCIPAIS CONFLITOS QUE GERAM
REFUGIADOS PARA A EUROPA
Afeganistão:
A diáspora afegã formou-se em quatro principais ondas: durante a invasão soviética (1978-1989), na guerra civil (1992-1996), sob o regime fundamentalista do Taleban (1996-2001) e desde o início da intervenção militar liderada pelos EUA após o 11 de setembro de 2001.
PRINCIPAIS CONFLITOS QUE GERAM
REFUGIADOS PARA A EUROPA
Eritreia:
A Eritreia é governada pelo ditador Isaias Afworki desde sua independência em relação à Etiópia (1993). O país é considerado por muitos como a DzCoreia do Norte Africanadz, dados os seus altos índices de repressão.
PRINCIPAIS CONFLITOS QUE GERAM
REFUGIADOS PARA A EUROPA
Somália:
A Somália enfrenta um violento conflito desde a queda do ditador Siad Barre (1991) e em meio à instabilidade política, a milícia radical islâmica Al-Shabaab (filiada à Al-Qaeda) ganhou força. Inclusive, por anos o grupo proibiu a presença de ajuda humanitária no país. A situação é agravada pelas secas esporádicas que comprometem a segurança alimentar do país.
Campo de refugiados somalis no Quênia
PRINCIPAIS CONFLITOS QUE GERAM
REFUGIADOS PARA A EUROPA
Nigéria:
A Nigéria busca fortalecer seu regime democrático, instaurado em 1999, mas enfrenta opositores que desejam estabelecer um governo islâmico no país. Trata-se do grupo radical Boko Haram, que controla grandes porções do território e recentemente declarou lealdade ao Estado Islâmico.
Desde que o califado de Sokoto - que governou uma região que hoje é espalhada pelo norte da Nigéria, o Níger e o sul de Camarões - caiu sob o controle britânico, em 1903, alguns muçulmanos da região apresentam resistência à educação ocidental. Eles se recusam a enviar os seus filhos para "escolas ocidentais" administradas pelo governo, um problema agravado pela elite dominante local, que não vê a educação como uma prioridade.
O grupo já havia atacado um internato em Yobe em março de 2014. Em abril do mesmo ano, sequestrou 276 estudantes em Chibok, dizendo que iria tratá-las como escravas e casá-las, numa referência a uma antiga crença islâmica de que as mulheres capturadas em conflito fazem parte do "espólio de guerra". As outras continuam desaparecidas, apesar das promessas do governo nigeriano de encontrá-las, dos drones americanos que foram espalhados para buscá-las pelo bosque de Sambisa e da megacampanha do Twitter,
#BringBackOurGirls (na tradução, "tragam de volta nossas meninas"), que sensibilizou milhares de pessoas no mundo inteiro.
Em agosto de 2015, 23 pessoas foram mortas por três mulheres-bomba, uma das quais tinha apenas 10
anos de idade.
O primeiro ataque suicida ocorreu no sábado, em Maiduguri, quando uma menina-bomba matou ao menos 19 pessoas.
Boko Haram luta para criar um governo
islâmico na Nigéria
͞Boko Haram͟ sigŶifica: a educação ocideŶtal é pecaŵiŶosa.
Sequestro de estudantes nigerianas causou
comoção mundial em 2014
Das 276 estudantes sequestradas pelo grupo em abril de 2014, apenas 50 escaparam
Meninas resgatadas do Boko Haram pelo Exército da Nigéria esperam para receber roupas em
campo de refugiados no país.

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