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G R A V I D E Z l – O amor materno. Existe instinto materno? - Séc. XVI – Europa: costume de confiar o recém nascido a uma ama cuidadosamente escolhida, pois acreditava-se que pelo leite transmitia-se traços de caráter. - Séc XVII A moral rigorosa torna difícil para mulher ter um filho ilegítimo. Muitas mulheres passaram a recorrer às práticas de aborto, abandono e infanticídio. - Para Aires, até o Séc. XVIII predominava uma conduta de indiferença materna para se defender do sofrimento provocado pelo alto índice de mortalidade infantil da época. - Para Elizabeth Baclenter os bebês morriam com tanta freqüência em decorrência do desinteresse das mães. O amor materno não é um instinto e sim um sentimento que, como todos os demais, está sujeito a imperfeições, oscilações e modificações, podendo manifestar-se só com um filho ou com todos. A existência do amor materno depende não só da história Da mãe, como também da História da humanidade. - Séc. XVIII Ênfase na importância da presença da mãe na educação. - Aires O conceito de infância e o respeito pela vida da criança, desenvolveram-se somente quando a taxa de mortalidade infantil declinou – o que justificava investimento afetivo. Final do Séc. XVIII - Início da exaltação do amor materno. - Rousseau valoriza o contato físico entre mãe e filho. - a recusa de amamentar e a tentativa de abortar passam a ser consideradas crime. 2 - Maternidade e Paternidade - Fase do desenvolvimento psicológico. - Psicologicamente a pessoa nunca pára de crescer e sempre há possibilidade de reestruturações, modificações e reintegrações da personalidade. Crise Termo que pode referir-se tanto aos períodos de transição inesperados quanto aos Inerentes ao desenvolvimento. Uma crise pode ser desencadeada por mudanças internas (crises normais de desenvolvimento, doenças ou traumas) ou externas (perda ou ameaça de perda de uma fonte de segurança e satisfação; acúmulo de tensões que ameaçam romper o equilíbrio funcional dos mecanismos adaptativos do ego). - A Gravidez Como Crise ou Transição: Gravidez: transição que faz parte do processo normal do desenvolvimento. Envolve a necessidade de reestruturação e reajustamentos: - Nova identidade para homem e mulher - Nova definição de papéis Tanto a nova identidade quanto a nova definição de papéis, podem trazer à tona antigos conflitos de relacionamento: a mulher e o homem podem querer ser melhores do que os próprios pais, ou se sentem incapazes de competir com eles, ou encaram o bebê como irmão mais novo, rivalizando pelo afeto do pai ou da mãe. Fatores socioeconômicos A preocupação com o futuro, aumenta as necessidades da grávida e intensificam sentimentos de frustração, a ambivalência e a regressão que a impedem de encontrar a gratificação na gravidez. Casamento pode ser levado a maiores níveis de integração e aprofundamento ou romper uma estrutura frágil e / ou patológica. Ameaça à mulher * Querer excluir o marido de sua vida * Não superou a dependência infantil em relação à própria mãe * Se sente inferior por ser mulher Ameaça ao homem * Ciúme do filho * Sentimento de ser exigido Sentimento do casal * Evitar a solidão * Satisfazer carícias de afeto * Fazê-los sentir-se úteis Relação saudável Perceber e satisfazer de modo adequado às necessidades do bebê, visto como ser separado e não confundido com a mãe. 4 - Aspectos Psicológicos dos Três Trimestres da Gravidez: Observações: a) Nem todos os aspectos são vivenciados por todos os casais. A intensidade com que são sentidos é bastante variável. A origem dos estados emocionais peculiares da gravidez é ainda muito discutida. O Primeiro Trimestre: A percepção da gravidez pode ocorrer bem antes da confirmação pelo exame clínico ou da data em que deveria ocorrer a menstruação sonhos ou intuições. Pode ocorrer bem depois do 4º ou 5º mês. Início da relação materno-filial. Instalação da vivência básica da gravidez que vai-se manifestar de diversas formas = a ambivalência afetiva. Acontece a comunicação da gravidez (ao parceiro, familiares e amigos) O feto não é concretamente sentido sentimentos de dúvida, sensação de o feto não estar preso ao útero, medo de perder. Hipersonia = sonolência preparar para as tensões fisiológicas, regressão e identificação da . . . mulher com o feto. . Náuseas, e vômitos = rejeição inconsciente da gravidez. = expulsão do mau para ficar bom. = reação alérgica da mãe à substâncias produzidas pelo ovo. Desejos e aversões = insegurança, ambivalência, necessidade de atenção e regressão. Aumento do apetite = aumento de peso = gravidez normal. = autoproteção da mãe (o feto é sentido como parasita que suga) Oscilações de humor = esforço de adaptação a uma nova realidade da vida. Aumento da sensibilidade dos sentidos = olfato, paladar, audição = maior irritabilidade. O Segundo Trimestre: O mais estável do ponto de vista emocional. Início da percepção dos movimentos fetais a mulher passa a atribuir características ao feto (etapa da formação da relação materno filial. Pesquisa de Ommaniti (1.991) = sugere que existe uma influência das fantasias formadas durante a gravidez na formação subseqüente da relação mãe bebê. Ex: Bebê que chuta a mãe = vai ser arteiro / judia da mãe, etc. No homem (os movimentos fetais) Inveja participar (o feto é incluído na dinâmica familiar) Rivalidade (revivência da rivalidade fraterna experimentada em relação à própria mãe) (o feto é sentido como intruso) * Alteração do desejo e desempenho sexual: Diminuição do desejo (mais comum) vai desde a diminuição até a frigidez. Fatores etiológicos = 1. cisão entre a maternidade e sexualidade = 2. medode machucar o bebê = 3. punição da mulher ao homem por tê-la engravidado, quando essa era indesejada. Aumento do desejo (mais raro) devido a mudança que a mulher grávida passa a ter de si mesma passando a sentir-se mais adulta e mais feminina. OBS: A maneira como a mulher sente as alterações corporais está intimamente relacionada com as alterações da sexualidade. O Terceiro Trimestre: * O nível de ansiedade tende a elevar-se com a proximidade do parto e da mudança de rotina de vida. Medo de morrer no parto Medo de ficar com a vagina alargada Medo de não ter leite o suficiente ou leite fraco (simbolizando sentimentos de inadequação e desvalorização como mãe. Temor de ter um filho mal formado (fantasia de castigo) O Parto: * Tanto o organismo materno como o feto influenciam e modulam o trabalho de parto * Momento crítico Situação de passagem de um estado a outro, cuja característica principal é a irreversibilidade. Incapacidade de saber exatamente como e quando vai se desenrolar o trabalho de parto. Primeiro passo dentro do contínuo “simbiose-separação.” (é tarefa psicológica da gestante , sentir, desde a gravidez, o . filho como indivíduo. Singular, diferenciado dela, de forma . que, no momento do parto, a separação física e emocional se integrem). Do contrário, quando essa diferenciação não é bem elaborada, o parto pode ser sentido como uma separação dolorosa em que a mulher perde uma parte de si mesma, e a relação materna -filial fica perturbada, na medida em que a mãe não consegue perceber as características particulares de seu bebê, porque o considera uma . . . projeção ou extensão de si própria. Situação de pareagem irreversível O Parto: Momento crítico impossibilidade de controlar o processo (salto no escuro) O organismo materno e também o feto modulam o desencadear do parto. Três fases: * Dilatação e apagamento * Expulsão do feto * Expulsão da placenta ______________ Primeiro passo decisivo no processo: separação – individuação - Tarefa psicológica mais importante = sentir o filho como singular, diferenciado dela (diferenciado para que a separação física e emocional se integrem. A qualidade do parto é questão complexa devido à influência concomitante de fatores como: - História pessoal - Contexto sócio-cultural - Nível de informação sobre o processo de parto - Características de personalidade da parturiente (Mais ou menos 3 meses após o parto O Puerpério: Período bastante vulnerável à ocorrência de crises, devido às profundas mudanças Intra e interpessoais desencadeadas pelo parto. Acentuado em particular no primeiro filho Sensibilidade, confusão, até mesmo desespero Ansiedade e depressão reativa são comuns A realidade do feto no útero é diferente da realidade do bebê recém-nascido Depressão pós-parto: Tende a ser mais intensa quando há uma quebra muito grande da espectativa em relação ao bebê, a si própria, como mãe e ao tipo de vida que se estabelece com a presença do filho. Na depressão que se prolonga pelos primeiros meses pós-parto é comum persistir a sensação de decepção consigo mesma, desilusão e fracasso (regressão como forma de solicitar cuidados e atenção). Diferente de P.M.P. (Winnicoti) = preocupação materna primária. O Ambiente: Contribui para a qualidade da reatividade da relação mãe-bebê. A Amamentação: reestabelecimento do vinculo simbiótico entre mãe e bebê ao ser Amamentado, o bebê volta para o corpo da mãe. Reflete aspectos da relação materno-filial. M. Elein = Seio bom mundo bom eu bom Seio mau mundo mau eu mau
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