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O boicote à questão de gênero e sexualidade nas escolas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ – UNIFEI 
 Instituto de Recursos Naturais 
 Ciências Biológicas Licenciatura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Nícolas Freitas dos Santos – 2016010039 
 
 
 
 
 
 
O boicote à Questão de Gênero e Sexualidade nas 
escolas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Itajubá 
2017 
 
 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ – UNIFEI 
 Instituto de Recursos Naturais 
 Ciências Biológicas Licenciatura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Nícolas Freitas dos Santos – 2016010039 
 
 
 
 
 
 
O boicote à Questão de Gênero e Sexualidade nas 
escolas 
 
 
 
 
 
Trabalho individual com temática livre 
Disciplina Estrutura e Funcionamento do Ensino - Segundo período de 2017 
Professor Rogerio Rodrigues 
 
 
 
 
 
 
 
Itajubá 
2017 
 
Sumário 
 
1 Resumo .........................................................................................................................01 
2 Introdução .................................................................................................................... 02 
3 Discussão ..................................................................................................................... 03 
4 Considerações finais .................................................................................................... 04 
5 Referências Bibliográficas ........................................................................................... 05 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Introdução 
 A inclusão das questões de gênero, identidade de gênero e orientação sexual é 
ainda muito recente na educação brasileira a partir de uma perspectiva de valorização da 
igualdade de gênero e de promoção de uma cultura de respeito e reconhecimento da 
diversidade sexual. Uma perspectiva que coloca sob suspeita as concepções curriculares 
hegemônicas e visa a transformar rotinas escolares, e a problematizar lógicas reprodutoras 
de desigualdades e opressão, por muitas vezes, irreversíveis. 
 
No setor político em geral e no educacional em particular, a inclusão de tais 
temáticas, a partir desse ponto de vista, é algo ainda em fase inicial de construção. Com 
frequência, suas diversas componentes não têm sido abordadas simultaneamente, nem de 
maneira uniforme e tampouco com a mesma ênfase. Apesar de tais assuntos haverem 
enfrentado mais resistências no passado, ainda hoje é variado o grau de sua recepção nos 
movimentos sociais, no mundo acadêmico, entre formuladores/as de políticas públicas e 
no campo escolar. 
 
É histórico o predomínio da tematização dos conflitos de classe como elementos 
centrais na atuação dos movimentos sociais. A partir dos anos 1980, verificou-se a 
emergência de discussões em torno de questões de identidade e diversidade cultural, no 
âmbito da formação de um “novo movimento social”1, ainda fortemente balizado por 
questões de classe. 
Os educadores, por sua vez, devem estar com suas formações devidamente 
atualizadas diante do dinamismo que essas questões promovem, não é aconselhável 
manter posturas apoiadas em princípios e valores pessoais ao lidar com os diferentes 
contextos em que cada aluno se insere. Pois, além de possíveis conflitos de gênero e 
sexualidade, seus ouvintes estarão envolvidos em distintas realidades socioeconômicas e 
culturais, condições essas que precisam de cautela ao serem abordadas no âmbito escolar 
e em seu convívio com os colegas. 
 
 
 
 
1 (DURHAM, 1984 e EVERS, 1984). 
 
1. Resumo 
Diante de uma constituição que determina o respeito e a igualdade de direitos para 
toda a população especificamente no acesso à educação, depara-se com inúmeras 
articulações de grupos majoritários conservadores e/ou revolucionários que objetivam 
retirar do PNE assuntos de importância geral como a questão de gênero e sexualidade. 
Porém, há frentes que defendem a preservação da diversidade no ambiente escolar e 
reforçam a essência de se tratar tais conteúdos já tão cedo a fim de diminuir o preconceito 
que historicamente é marca da sociedade brasileira. 
Concomitantemente se estabelece embates políticos e sociais contra leis, 
principalmente locais que tentam boicotar das questões educacionais, assuntos como os 
citados, alegando princípios morais que não condizem com a laicidade do Estado 
brasileiro e do sistema educacional público. 
 
Palavras chave: constituição – educação – diversidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Discussão 
De acordo com a Constituição Federal Brasileira, promulgada em 1988, artigo 6º, 
a educação é um direito de todas e todos, e as plenas condições para acesso e permanência 
escolar devem ser garantidas pelo Estado. Na prática, infelizmente, essa igualdade não se 
faz presente e como visto nos últimos anos e desde muito tempo, há diversos grupos - 
como a população LGBT - que figuram uma elevada taxa de evasão escolar, fator que 
deve ser estudado e não ignorado; considerando sempre a laicidade do Estado e do sistema 
educacional público. 
Pesquisas qualitativas sinalizam a recorrência com que a exclusão escolar aparece 
nas trajetórias de vidas LGBT e são sempre associadas ao ódio e à violência perpetrados 
contra essa população, dentro do ambiente escolar; além desse grupo, muitas mulheres 
também são discriminadas desde a Educação Básica ocasionando, por vezes, desistências 
em futuras jornadas no Ensino Superior. 
Desta forma, essas investigações identificam as discriminações de gênero como 
causas para processos de exclusão escolar. As pessoas que não se submetem aos padrões 
de feminilidades, masculinidades e orientações sexuais encarados como “normais”, a 
partir da ótica dos padrões sociais dominantes, são reiteradamente expostas, no ambiente 
escolar, a violações de direitos, agressões físicas e verbais e discriminações de todo 
tipo. Suas diferenças convertem-se em reais desigualdades. 
Segundo Luiz Ramires Neto2, quando a escola aborda a questão de gênero numa 
perspectiva pluralista, ela mostra ao aluno que tudo o que existe na nossa sociedade são 
construções culturais, e que elas mudam ao longo do tempo. Tratando essa perspectiva 
histórica com os alunos, de que nem sempre foi assim e nem sempre vai ser assim, faz 
com que eles reflitam e aí, sim, se tem um ganho progressivo de liberdade, de autonomia, 
que são características importantes. Discutir gênero e sexualidade é colocar o aluno e a 
aluna nesse universo que estamos vivendo e ajuda-los a se esquivar do senso comum de 
valores que são mantidos simplesmente porque sempre foi assim. 
Ao contrário de “ideologias” ou “doutrinas”, sustentadas por crenças ou fé, o 
conceito de gênero deve ser baseado em parâmetros científicos de produção de saberes 
sobre o mundo que busca identificar processos históricos e culturais que classificam as 
 
2 Luiz Ramires Neto, conhecido como Lula Ramires, mestre em Educação pela Universidade de São Paulo 
(USP) e coordenador da ONG Corsa (Cidadania, Orgulho, Respeito, Solidariedade, Amor). 
 
pessoas a partir de uma relação sobre o que é entendido como feminino e masculino. 
Como espaço de construção de conhecimento e de desenvolvimento do espírito crítico, 
onde se formam sujeitos, corpos e identidades, a escola torna-se uma referência para o 
reconhecimento, respeito, acolhimento, diálogo e convívio com a diversidade. Um local 
de questionamentodas relações de poder e de análise dos processos sociais de produção 
de diferenças e de sua tradução em desigualdades, opressão e sofrimento. 
A problemática de gênero e diversidade se faz presente nas discussões do senado 
desde muito tempo, porém, a inconstância das leis que apoiam alterações e melhorias para 
o desenvolvimento de políticas educacionais faz com que, assim como no vocabulário 
vulgar, avancemos duas casas para a frente, mas retrocedemos quatro para atrás. 
A Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério 
da Educação (Secad/MEC), conforme o Caderno 4 Secad3, de maio/2007, entende que, 
em uma perspectiva inclusiva, políticas educacionais que correlacionam gênero, 
orientação sexual e sexualidade não devem se restringir à dimensão, de todo modo 
importante, dos direitos à saúde sexual e reprodutiva. É preciso ir além e, ao mesmo 
tempo, partir de outros pressupostos. Dessa forma, ao falar em diversidade sexual, a 
Secad/MEC procura, antes, situar questões relativas a gênero, orientação sexual e 
sexualidade no terreno da ética e dos direitos humanos, vistos a partir de uma perspectiva 
emancipadora. Assim fazendo, evita discursos que, simplesmente, relacionam tais 
questões a doenças ou a ameaças a uma suposta normalidade. Ao mesmo tempo, afasta 
tanto posturas naturalizadas quanto atitudes em que o cultural passa a ser acolhido ou 
recusado de forma simplista e acrítica. 
Contudo, em abril de 2017, o MEC retirou do documento da Base Nacional 
Comum Curricular (BNCC) – órgão que define as competências e os objetivos de 
aprendizagem dos estudantes a cada etapa da vida escolar - trechos que diziam que os 
estudantes teriam de respeitar a orientação sexual dos demais e ainda, oprimiu a palavra 
gênero contida no mesmo. As reações ao feitio do Ministério da Educação foram 
 
3 Os Cadernos Secad foram concebidos para cumprir a função de documentar as políticas públicas da 
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação. O conteúdo 
é essencialmente informativo e formativo, sendo direcionado àqueles que precisam compreender as bases 
– históricas, conceituais, organizacionais e legais – que fundamentam, explicam e justificam o conjunto de 
programas, projetos e atividades que coletivamente compõem a política posta em andamento pela 
Secad/MEC a partir de 2004. 
 
 
inúmeras e de acordo com Daniel Cara4, a BNCC deve se adequar à Constituição Federal, 
que define que todos têm que ser iguais perante a lei. "É injustificável a retirada (do termo 
orientação sexual e da discussão sobre questões de gênero). A escola tem missão de 
garantir que na sociedade todos respeitem todas as formas de identidade. Não colocar essa 
questão na BNCC significa que não vão refletir sobre um país que é machista, misógino, 
homofóbico. É um recuo grave." Em defensiva, o MEC afirmou que o documento 
"preserva e garante como pressupostos o respeito, a abertura à pluralidade, a valorização 
da diversidade de indivíduos e grupos sociais, identidades, contra preconceito de origem, 
etnia, gênero, convicção religiosa ou de qualquer natureza e a promoção dos direitos 
humanos"; mas não comentou o fato que a retirada do termo orientação sexual e das 
discussões sobre questões de gênero da BNCC era demanda de setores conservadores do 
Congresso Nacional. 
O episódio envolvendo a BNCC apenas retomou o retrocesso iniciado em 2014, 
quando o Plano Nacional de Educação (PNE) foi aprovado pelo Congresso Nacional, 
após várias discussões, sem o trecho que se referia especificamente a gênero. Diante 
desses fatos, fica evidente o conservadorismo e mais grave ainda, o fundamentalismo que 
assola os pilares entre direitos e deveres dos cidadãos brasileiros, que naturalmente 
possuem suas singularidades e de forma errônea são boicotados diante de alguma 
característica tida como normal, moral e correta em nossa sociedade. 
A partir de uma outra e feliz perspectiva vale destacar o embate que ocorreu na 
corte do Supremo Tribunal Federal, cuja Procuradoria Geral da República saiu vitoriosa 
ainda nesse ano. Essa questão se refere à polêmica Lei da cidade de Paranaguá – PR que 
proibia informações sobre gênero e orientação sexual nas escolas mantidas pela prefeitura 
do município paranaense e até mesmo a utilização de tais termos; o ministro Luís Roberto 
Barroso afirmou que a lei de Paranaguá é inconstitucional porque somente a União teria 
competência para legislar sobre diretrizes educacionais e normas gerais de ensino. Mas 
também pelo fato de, ao impedir o acesso a conteúdos sobre uma dimensão fundamental 
da experiência humana e para a vida em sociedade, viola o princípio constitucional da 
proteção integral da criança e do adolescente. Ainda em seu discurso, o ministro foi mais 
além ao citar um caso famoso da Suprema Corte dos Estados Unidos, Brown versus Board 
of Education, no qual foi reconhecida a inconstitucionalidade da imposição de escolas 
 
4 Daniel Cara, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, rede que reúne mais de 
200 organizações civis. 
 
separadas para brancos e negros. Um dos fundamentos foi de que "as escolas são um 
ambiente essencial para a formação da cidadania, para promoção de valores culturais e 
da igualdade, e que a mera separação contribuía para a perpetuação da discriminação 
racial", indagou ele. 
Os acontecimentos abordados aqui deveriam ter um embasamento objetivo, 
somente de acordo com a Lei nº 9.394/96, que assegura o direito à escola a todas as 
pessoas (brasileiras ou estrangeiras residentes no País), sem discriminar negativamente 
singularidades ou características específicas de indivíduos ou grupos humanos. Os 
princípios constitucionais de liberdade e solidariedade precisam ser estendidos para a 
igualdade de gênero. A necessidade de superação das discriminações relativas às 
construções histórico-culturais das diferenças de sexo, presentes nas relações escolares, 
assim como nas questões que permeiam algumas decisões a serem tomadas no âmbito da 
legislação educacional permanece velada e o não detalhamento das definições e 
derivações destes princípios sob a ótica das relações de gênero pode também gerar mais 
discriminação. 
As limitações impostas a esse grupo minoritário só dificultam as dinâmicas no 
meio social para que em conjunto, os indivíduos alcancem certo grau de desenvolvimento 
social, intelectual e mental. Quanto deverá ser o aumento da taxa de indivíduos da 
população LGBT e mulheres violentadas e até mesmo mortas em nosso país para que seja 
compreendido que a raiz do problema obviamente está no início da formação dos 
cidadãos, nas escolas, na negligência ao deixar de abordar temas como a questão de 
gênero e sexualidade simplesmente por pressões populares de grupos que estão presos à 
dogmas que não têm fundamento algum, mas são defendidos já que o diferente assusta, e 
o que é novo, incomoda? 
As melhorias do atual panorama educacional, visto a partir do tema, não depende 
apenas de um projeto de lei que garanta a total liberdade de expressão e os direitos a todos 
os estudantes e futuros profissionais brasileiros. A resolução desse embate que assim 
como outros, é social e histórico cultural precisa da abordagem popular consciente, ou 
seja, as escolas precisam tratar do assunto visando o bem estar social a longo prazo, 
naturalizando a diversidade, promovendo o respeito já que o preconceito depende de 
apenas uma abordagem errada para se instaurar, e se, de alguma forma, desconsideramos 
a pluralidade e adotamos apenas “um padrão” de comportamento como o moral;estaremos condicionados a uma aniquilação do desenvolvimento crítico dos cidadãos. 
 
4. Considerações finais 
De uma forma mais evidente ou não, todas as preocupações em torno da 
construção de sujeitos e de relações entre sujeitos dotados de corpos, gêneros e sexos 
sempre estiveram presentes no sistema escolar e nas políticas públicas de educação 
brasileira5. Ainda que de maneiras diferentes e frequentemente enviesadas, tais 
preocupações, tradicionalmente, convergiam (e ainda convergem) no propósito de fazer 
da escola um espaço de normalização, disciplinamento e ajustamento heteronormativo de 
corpos, mentes, identidades e sexualidades. 
É preciso considerar a experiência escolar como fundamental para que tais 
conceitos se articulem, ao longo de processos em que noções de corpo, gênero e 
sexualidade, entre outras, são socialmente construídas e introjetadas. Uma experiência 
que apresenta repercussões na formação identitária de cada indivíduo, incide em todas as 
suas esferas de atuação social e é indispensável para proporcionar instrumentos para o 
reconhecimento do outro e a emancipação de ambos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 ROSEMBERG, 1985 e VIDAL, 2003. 
 
 
5. Referências Bibliográficas 
 
EBC | Entenda a polêmica sobre a discussão de gênero nos planos de educação. 
Disponível em: http://www.ebc.com.br/educacao/2015/07/entenda-por-que-e-
importante-discutir-igualdade-de-genero-nas-escolas. Acesso em 10 de Setembro de 
2017, às 9h25min. 
 
DISCUSSÕES DE GÊNERO E O AMBIENTE ESCOLAR. Disponível em: 
http://pre.univesp.br/genero-e-o-ambiente-escolar#.WejLgDDJ3IU. Acesso em 10 de 
Setembro de 2017, às 9h40min. 
 
Microsoft Word - Pupo_genero_na_escola [1].doc - 20_pupo.pdf. Disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Etica/20_pupo.pdf. Acesso em 12 de Setembro 
de 2017, às 8h43min. 
 
MEC retira 'identidade de gênero' e 'orientação sexual' da BNCC - Educação – iG. 
Disponível em: http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2017-04-07/mec-orientacao-
sexual.html. Acesso em 13 de Setembro de 2017, às 12h20min. 
 
1359704.pdf. Disponível em: http://www.camara.gov.br/sileg/integras/1359704.pdf. 
Acesso em 13 de Setembro de 2017, às 14h30min. 
 
Gênero 22-06-2007.indd - bib_cad4_gen_div_prec.pdf. Disponível em: 
http://pronacampo.mec.gov.br/images/pdf/bib_cad4_gen_div_prec.pdf. Acesso em 14 de 
Setembro de 2017, às 15h50min. 
 
STF suspende lei que proibia ensino sobre gênero nas escolas do Paraná - Jornal O Globo. 
Disponível em: https://oglobo.globo.com/sociedade/stf-suspende-lei-que-proibia-ensino-
sobre-genero-nas-escolas-do-parana-21491015. Acesso em 16 de Setembro de 2017, às 
18h46min. 
 
PNE - Plano Nacional de Educação. Disponível em: http://pne.mec.gov.br/. Acesso em 
22 de Setembro de 2017, às 22h56min. 
 
MEC retira termo “orientação sexual” da versão final da Base Curricular | Agência Brasil 
- Últimas notícias do Brasil e do mundo. Disponível em: 
http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2017-04/mec-retira-termo-orientacao-
sexual-da-versao-final-da-base-curricular. Acesso em 26 de Setembro de 2017, às 
13h18min. 
 
 Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm. Acesso em 4 de Outubro de 2017, 
às 17h47min.

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