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AULA 22 MEIOS DE PROVA INSPEÇÃO

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PROCESSO CIVIL – Prof. Alexandre Magno 
PROVA – Provas em espécie 
 
I – INSPEÇÃO JUDICIAL 
a) Conceito 
- inspeção ocular, exame judicial ou reconhecimento judicial. 
- ato de percepção pessoal do juiz. 
- pessoa ou coisa. 
- objetivo, 481, CPC, parte final. 
- escassa utilização na praxe. 
- já se entendeu ela como meio medida excepcional
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, somente quando os demais meios de prova não puderem 
propiciar o resultado. 
- a lei determina a inspeção judicial em alguns casos, art. 751, CPC. 
 
b) Postulação e admissão 
- determinada de ofício ou a requerimento da parte. 
- definido na decisão saneadora e de organização, 357, II, CPC. 
- entretanto, pode ser determinado e requerido em qualquer fase do processo, 481, CPC. 
 
c) Inspeção como prova principal e única 
- pode ser utilizada como prova principal e única. 
- a prova emprestada – prova documentada. 
 
d) Fontes 
- pessoas e coisas. 
- também fenômenos (erosão, maré etc.). 
- a fonte da inspeção deve ser perceptível pelo sentido humano. 
- papagaio repetindo algo que aprendeu como uma das partes (Pontes de Miranda). 
 
e) inspeção de pessoa 
- uma parte ou terceiro. 
- a parte tem o dever de colaborar, 379, II, CPC, entretanto, o direito de não ser inspecionada, 388, CPC. 
- deve ser observado ainda, o art. 404, CPC. 
- a parte mesmo sem justo motivo não pode ser constrangida a se submeter ao procedimento probatório. Isso pode 
configurar resistência injustificada ao andamento do processo, art. 80, IV, CPC, 
- a negativa de sujeição à inspeção da parte (se submeter a inspeção e em apresentar a coisa para ser inspecionada) 
deve redundar em presunção acerca dos fatos que se pretendida demonstrar. 
 
f) inspeção de pessoa – terceiro 
- o terceiro somente será submetido com o seu consentimento, uma vez que não possui esse dever, 380, CPC. 
- tem entendimento que deve sim colaborar, art. 378, CPC. 
- a resistência indevida de terceiros pode acarretar multa. 
 
g) Inspeção direta e indireta 
- direta feita pelo próprio juiz e indireta quanto o perito assistir o magistrado, art. 482, CPC. 
- Didier considera a inspeção indireta como uma perícia informal. 
- na inspeção indireta deve ser dada oportunidade as partes em serem acompanhadas pelos seus assistentes técnicos. 
 
h) Local da inspeção e participação das partes 
- na sede do juízo ou fora dela, mas dentro da competência territorial do juiz. 
- art. 483, CPC. 
- a parte tem o direito de participar da produção da prova – contraditório. Sendo assim, deve a parte ser intimada para, 
querendo, assistir a inspeção. 
 
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 AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. ATROPELAMENTO. CULPA 
ATRIBUÍDA AO PREPOSTO DO RÉU. "INSPEÇÃO JUDICIAL". EXPRESSÃO QUE NÃO FOI UTILIZADA PELO RELATOR DA 
APELAÇÃO NO SENTIDO TÉCNICO-JURÍDICO, SENDO DESINFLUENTE À CONCLUSÃO DO JULGADO. OBSERVÂNCIA DOS 
SEUS REQUISITOS. DESNECESSIDADE. 
I - A utilização da inspeção judicial como meio de prova se justifica sempre que houver necessidade de o magistrado 
melhor avaliar ou esclarecer um fato controvertido, ou seja, naquelas situações em que essa percepção não puder ser 
obtida pelos outros meios de prova comumente admitidos no processo. 
[...] (AgRg no REsp 1110215/RJ, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 27/10/2009, DJe 
06/11/2009) 
 
i) Conclusão e documentação 
- art. 484, CPC. 
- sem o auto
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 reputa-se inexistente a inspeção judicial, art. 371, CPC; tudo aquilo que não for registrado no auto não 
pode ser invocado como fundamento da sentença, já que não é prova presente nos autos
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BIBLIOGRAFIA 
BUENO, Cassio Scarpinella. Novo Código de Processo Civil anotado. São Paulo: Saraiva, 2015. 
DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil. v. I e II. Salvador: Ed. Jus Podivm, 2015. 
MEDINA, José Migual Garcia. Novo Código de Processo Civil comentado. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015. 
NERY JUNIOR, Nelson. Princípios do processo na Constituição Federal> processo civil, penal e administrativo. 10. ed. rev. 
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010. 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. vol. III. 48. ed. rev., e atual. e ampl. Rio de Janeiro: 
Forense, 2016. 
 
 
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 Designação que se dá a documentação de ato processual praticado fora da sede do juízo. 
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 AGRAVO REGIMENTAL - CONHECIMENTO PESSOAL DO JULGADOR. O AGRAVANTE ESCLARECE QUE ADUZ AS MESMAS 
RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO E RECLAMA NÃO TER SIDO DADO VALOR A INSPEÇÃO DE JULGADOR 
MONOCRATICO. AS RAZÕES FORAM DEVIDAMENTE EXAMINADAS E REBATIDAS NO DESPACHO AGRAVADO. O 
JULGADOR SINGULAR NÃO MANDOU LAVRAR AUTO CIRCUNSTANCIADO DE SUA INSPEÇÃO (COD. PROC. CIVIL 443) 
QUE FICOU SEM O VALOR DE PROVA. AGRAVO IMPROVIDO. (AgRg no Ag 14.646/MG, Rel. Ministro GARCIA VIEIRA, 
PRIMEIRA TURMA, julgado em 09/12/1992, DJ 05/04/1993, p. 5810)

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