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abordagem nutricional ao paciente DRC VOLUME 2

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1
Nefrologia Multidisciplinar
UNIDADE2
Nutrição para a prevenção da DRC
NEFROLOGIA MULTIDISCIPLINAR
CURSO 8 - ABORDAGEM NUTRICIONAL AO PACIENTE COM DRC
ANA KARINA TEIXEIRA DA CUNHA FRANÇA
SÍLVIA TEREZA DE JESUS RODRIGUES MOREIRA LIMA
2
3
Nefrologia Multidisciplinar
NEFROLOGIA MULTIDISCIPLINAR
CURSO 8 - ABORDAGEM NUTRICIONAL AO PACIENTE COM DRC
ANA KARINA TEIXEIRA DA CUNHA FRANÇA
SÍLVIA TEREZA DE JESUS RODRIGUES MOREIRA LIMA
UNIDADE2
NEFROLOGIA
Nutrição para a prevenção da DRC
4
5
Nefrologia Multidisciplinar
AUTORAS
ANA KARINA TEIXEIRA DA CUNHA FRANÇA
Possui graduação em Nutrição pela Universidade Federal de Pernambuco (1995), residência 
em Nutrição Clínica no Hospital das Clínicas - UFPE (1998), especialização em Nutrição Clínica 
pela União de Ensino Superior do Iguaçu - UNIGUAÇU (2004), mestrado em Docência do Ensino 
Superior pela Faculdade do Maranhão (2005) e em Saúde Coletiva pela Universidade Federal 
do Maranhão-UFMA (2008), e doutorado em Saúde Coletiva pela mesma universidade (2013). 
Atualmente é professora Adjunta I da UFMA, desenvolvendo atividades de ensino na área de 
Nutrição e Dietética.
SÍLVIA TEREZA DE JESUS RODRIGUES MOREIRA LIMA
Possui graduação em Nutrição pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), licenciatura 
em Nutrição pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), especialização em Saúde Pública 
pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP) e em Nutrição Humana e Saúde pela Universidade 
Federal de Lavras (UFLA), mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Maranhão 
(UFMA) e doutorado em Fisiopatologia Clínica e Experimental pela Universidade do Estado do 
Rio de Janeiro (UERJ). Atualmente é professora adjunta I da UFMA. Tem experiência na área 
de Nutrição, atuando principalmente nos seguintes temas: avaliação nutricional, desnutrição, 
câncer, obesidade , perfil antropométrico, hipertensão e doenças cardiovasculares.
6
Coordenação Geral
Natalino Salgado Filho
Coordenação Adjunta
Christiana Leal Salgado
Coordenação Pedagógica
Patrícia Maria Abreu Machado
Coordenação de Tutoria
Maiara Monteiro Marques Leite
Coordenação de Hipermídia 
e Produção de Recursos 
Educacionais
Eurides Florindo de Castro Júnior
Coordenação de EAD
Rômulo Martins França
Coordenação Científica
Francisco das Chagas Monteiro Junior
João Victor Leal Salgado
EQUIPE TÉCNICA DO CURSO
Coordenação Interinstitucional
Joyce Santos Lages
Coordenação de Conteúdo
Dyego J. de Araújo Brito
Supervisão de Conteúdo de 
Enfermagem
Giselle Andrade dos Santos Silva
Supervisão de Avaliação, 
Validação e Conteúdo Médico
Érika C. Ribeiro de Lima Carneiro
Supervisão de Conteúdo 
Multiprofissional
Raissa Bezerra Palhano
Supervisão de Produção
Priscila André Aquino
Secretaria Geral
Joseane de Oliveira Santos
7
Nefrologia Multidisciplinar
Este curso faz parte do Projeto de Qualificação em Nefrologia 
Multidisciplinar da UNA-SUS/UFMA, em parceria com a Secretaria de 
Atenção à Saúde do Ministério da Saúde (SAS/MS), a Secretaria de Gestão do 
Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES/MS) e o apoio do Departamento 
de Epidemiologia e Prevenção de Doença Renal da Sociedade Brasileira de 
Nefrologia.
O Projeto tem como objetivo promover a capacitação de profissionais da 
saúde no âmbito da atenção primária visando o cuidado integral e ações de 
prevenção à doença renal. Busca, ainda, desenvolver e aprimorar competências 
clínicas/gerenciais na prevenção e no tratamento do usuário do SUS que utiliza 
a Rede Assistencial de Saúde.
É uma iniciativa pioneira no Brasil que tem contribuído para a produção 
de materiais instrucionais em Nefrologia, de acordo com as diretrizes do 
Ministério da Saúde, disponibilizando-os para livre acesso por meio do Acervo 
de Recursos Educacionais em Saúde - ARES. Esse acervo é um repositório 
digital da UNA-SUS que contribui com o desenvolvimento e a disseminação 
de tecnologias educacionais interativas.
O Curso foi desenvolvido na modalidade à distância e autoinstrucional, 
ou seja, sem a mediação de tutor. Este modelo pedagógico permite o acesso ao 
conhecimento, mesmo em locais mais remotos do país, e integra profissionais 
de nível superior que atuam nos diversos dispositivos de saúde. 
Para tanto, foram associadas tecnologias educacionais interativas e 
profissionais capacitados para a criação e desenvolvimento de materiais 
educacionais de alta qualidade no intuito de enriquecer o processo de ensino-
aprendizagem. 
Esperamos que aproveite todos os recursos produzidos para este curso.
Abrace esse desafio e seja bem-vindo!
Profa. Dra. Ana Emília Figueiredo de Oliveira
Coordenadora Geral da UNA-SUS/UFMA
Prof. Dr. Natalino Salgado Filho 
Coordenador do Curso de Especialização em Nefrologia 
Multidisciplinar da UNA-SUS/UFMA
O CURSO
8
Produção
Editor Geral
Christiana Leal Salgado
Natalino Salgado Filho
Hudson Francisco de Assis Cardoso Santos
Revisão Técnica
Christiana Leal Salgado
Patrícia Maria Abreu Machado
Erika Cristina Ribeiro de Lima Carneiro
Revisão Ortográfica
João Carlos Raposo Moreira
Projeto Gráfico
Marcio Henrique Sá Netto Costa
Colaboradores
Antonio Paiva da Silva
Antonio Pedro Aragão
Camila Santos de Castro e Lima
Hanna Correa da Silva
João Gabriel Bezerra de Paiva
Luan Passos Cardoso
Paola Trindade Garcia
Priscila Aquino
Raissa Bezerra Palhano
Tiago Serra
Copyright @UFMA/UNA-SUS, 2016. Todos os diretos reservados. É permitida a reprodução parcial ou 
total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou para qualquer fim comercial. 
A responsabilidade pelos direitos autorais dos textos e imagens desta obra é da UNA-SUS/UFMA.
 Unidade UNA-SUS/UFMA: Rua Viana Vaz, nº 41, CEP: 65020-660. Centro, São Luís - MA..
Site: www.unasus.ufma.br
Esta obra recebeu apoio financeiro do Ministério da Saúde.
Normalização
Eudes Garcez de Souza Silva CRB 13ª Região Nº Registro - 453
Universidade Federal do Maranhão. UNA-SUS/UFMA
Nutrição para a prevenção da doença renal crônica./Ana Karina Teixeira da 
Cunha França; Sílvia Tereza de Jesus Rodrigues Moreira Lima - São Luís, 
2016.
45f.: il.
1. Doença renal crônica. 2. Sistema Único de Saúde. 3. Saúde pública. 4. 
UNASUS/UFMA. I. Oliveira, Ana Emília Figueiredo de. II. Salgado, Christiana 
Leal. III. Carneiro, Érika Cristina Ribeiro de Lima. IV. Salgado Filho, Natalino. V. 
Machado,Patrícia Maria Abreu. VI. Título.
CDU 616.61
9
Nefrologia Multidisciplinar
APRESENTAÇÃO
Caro(a) aluno(a), 
A adoção de hábitos alimentares saudáveis tem sido uma das medidas 
mais importantes para a prevenção das doenças crônicas não transmissíveis, 
incluindo a doença renal crônica (DRC).
Portanto, nesta unidade vamos conhecer as principais estratégias 
nutricionais para a prevenção e controle da DRC nos grupos de risco e na 
população em geral. 
Para este estudo, serão abordadas as diretrizes alimentares para 
uma alimentação adequada, apresentação da dieta DASH, bem como os 
alimentos mais adequados para a composição de um plano alimentar 
que visa a prevenção e controle do diabetes mellitus, hipertensão arterial, 
doença renal crônica e doenças cardiovasculares. 
Para isso, você terá à sua disposição os recursos necessários para seu 
aprendizado. 
Aproveite-os e bons estudos!
10
11
Nefrologia Multidisciplinar
APRESENTAÇÃO
OBJETIVOS
• Capacitar o profissional para realização adequada das orientações 
nutricionais para a prevenção da doença renal crônica. 
• Conhecer as principais estratégias nutricionais para a prevenção 
da doença renal crônica nos grupos de risco.
12
13
Nefrologia Multidisciplinar
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Categorias de Taxa de Filtração Glomerular (TFG) na DRC .....21
Quadro 2- Diretrizes para uma alimentação saudável ....................................24Quadro 3- Participação dos macronutrientes para uma dieta saudável ..26
Quadro 4- Como recomendar uma dieta ao estilo DASH .............................31
Quadro 5- Dicas para reduzir o sódio na dieta ..................................................32
Quadro 6- Valores de glicose plasmática (em mg/dl) para diagnóstico de 
diabetes mellitus e seus estágios pré-clínicos .............................34
Quadro 7- Composição nutricional do plano alimentar indicado para 
portadores de diabetes mellitus ........................................................35
Quadro 8- Ingestão diária aceitável de edulcorantes ......................................37
14
15
Nefrologia Multidisciplinar
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURA
ADA - American Diabetic Association
AGS - Ácido graxo saturado
AGT - Ácido graxo trans
DASH - Dietary Approachs to Stop Hypertension
DCNT - Doenças crônicas não transmissíveis
DCV - Doenças cardiovasculares
DM - Diabetes Mellitus
DRC - Doença renal crônica
DRD - Doença renal do diabetes
DRI´s - Dietary Reference Intakes
FG - Filtração glomerular
HAS - Hipertensão arterial sistêmica
HiperDia - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos 
e Diabéticos
IDA - Ingestão diária aceitável
IMC - Índice de massa corporal
ISN - International Society of Nephrology
IFKF - International Federation of Kidney Foundation
Kcal - Quilocalorias
MS - Ministério da Saúde
NaCl - Cloreto de sódio
ND - Nefropatia diabética
16
NKF - National Kidney Foundation
OMS - Organização Mundial de Saúde
PA - Pressão arterial
PAD - Pressão arterial diastólica
PAS - Pressão arterial sistólica
PNAN - Política Nacional de Alimentação e Nutrição
POF - Pesquisa de Orçamentos Familiares
SBC - Sociedade Brasileira de Cardiologia
SBD - Sociedade Brasileira de Diabetes
SBH - Sociedade Brasileira de Hipertensão
SBN - Sociedade Brasileira de Nefrologia
SUS - Sistema Único de Saúde
TFG - Taxa de filtração glomerular
TRS - Terapia renal substitutiva
WHO - World Health Organization
VET - Valor energético total
17
Nefrologia Multidisciplinar
SUMÁRIO
 UNIDADE 2 ........................................................................................................ 19
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 21
2 FATORES DE RISCO PARA DOENÇA RENAL CRÔNICA ............... 22
3 ESTRATÉGIAS PARA PREVENÇÃO DA DRC ...................................... 23
3.1 Alimentação adequada e saudável ....................................................... 23
3.2 Controle de peso ............................................................................................ 27
3.3 Atividade física ............................................................................................... 28
3.4 Álcool ................................................................................................................... 29
3.5 Controle estrito da hipertensão arterial e da glicemia .............. 29
3.5.1 Prevenção e controle rigoroso da hipertensão arterial .................... 30
3.5.2 Prevenção e controle rigoroso do diabetes mellitus ......................... 33
 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 41
18
19
Nefrologia Multidisciplinar
UNIDADE 2
20
21
Nefrologia Multidisciplinar
1 INTRODUÇÃO
A doença renal crônica (DRC) é caracterizada pela perda gradual e 
irreversível da função dos rins (LUGON, 2009). Tendo grande impacto na vida 
dos pacientes, nos serviços de saúde e na sociedade (TING et al., 2009).
Vamos relembrar a classificação da DRC?
A DRC foi classificada em estágios funcionais, de acordo com a taxa de 
filtração glomerular (TFG) do indivíduo e a gravidade da doença.
- No estágio 1, o indivíduo apresenta lesão renal com filtração glomerular 
(FG) preservada;
- No estágio 2, há lesão renal com leve diminuição da FG;
- Nos demais estágios, podem se manifestar sinais e sintomas de DRC 
(ROMÃO, 2004).
- A terapia renal substitutiva (TRS) geralmente é instituída no estágio 5, 
quando a FG é inferior a 15 mL/min/1,73m² (NATIONAL KIDNEY FOUNDATION, 
2002)
Na tabela 1, você observa o estadiamento da doença renal crônica (DRC).
Tabela 1 - Categorias de Taxa de Filtração Glomerular (TFG) na DRC.
Categoria TFG TFG (ml/min/1,73m²) Termo
G1 >90 Normal ou alto
G2 60-89 Levemente diminuído
G3a 45-59 Leve a moderamente diminuído
G3b 30-44 Moderado a severamente 
diminuído
G4 15-29 Severamente diminuído
G5 <15 Falência renal
Referência: NATIONAL KIDNEY FOUNDATION. K/DOQI Clinical Practice Guideline for the 
Evaluation and Management of Chronic Kidney Disease. Kidney International 
Supplements, v. 3, n. 1, p. 5-150, 2012.
Deste modo, a DRC vem assumindo importância global, em virtude 
do exponencial aumento dos casos registrados nas últimas décadas 
(NATIONAL KIDNEY FOUNDATION, 2007). Por muito tempo, sua prevalência 
foi amplamente subestimada e, a partir do final do século passado, estudos 
populacionais revelaram que essa prevalência era mais elevada do que se 
pensava anteriormente (KIRSZTAJN; BASTOS, 2007). 
No Brasil, segundo dados do último 
censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia 
(2013), existem em torno de 100.000 pacientes 
em tratamento dialítico, sendo 84% dos custos 
financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), 
o que representou gasto de 1,9 bilhão de reais 
em 2011 para os cofres públicos (BRASIL, 2012). Sociedade Brasileira de Nefrologia
22
Nos estágios iniciais da DRC, ainda são escassos os estudos nacionais, 
entretanto, a SBN estima para a população brasileira uma prevalência de 
aproximadamente dez milhões de indivíduos. Vale destacar que a prevalência 
da DRC é menor que a observada por outros países, o que sugere que seja 
uma doença subdiagnosticada no nosso meio e que a grande maioria dos 
pacientes falece sem sequer ter acesso à terapia dialítica por falta de diagnóstico 
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2013b).
Assim, ao lado do atendimento de média e alta complexidade do paciente 
que já desenvolveu a DRC, é necessário o aperfeiçoamento da atenção primária, 
a fim de que sejam reduzidos a incidência de pacientes renais crônicos e os 
custos para o sistema de saúde (BRASIL, 2004). 
Não se sabe ainda quantos pacientes com DRC 
evoluirão para o último estágio e quais pacientes 
apresentam maior risco de necessitar de TRS, mas 
as intervenções que diminuem ou estabilizam a 
progressão da DRC terão maior impacto se forem 
implementadas precocemente (BASTOS; KIRSZTAJN, 
2011).
Embora os critérios para diagnóstico de DRC estejam agora bem mais 
claros, a maioria dos pacientes com esta doença é identificada ou tratada com 
atraso considerável (SALGADO et al., 2010). Nesse sentido, a identificação de 
grupos de risco para desenvolver DRC é fundamental para dirigir as ações de 
saúde com eficácia e eficiência (SALGADO, 2009). 
2 FATORES DE RISCO PARA DOENÇA RENAL 
CRÔNICA
A DRC é determinada por interações complexas e seus fatores de risco 
são divididos em modificáveis e não modificáveis (LEVIN, 2001): 
Fatores modificáveis Fatores não modificáveis
Hiperglicemia Idade
Pressão arterial elevada Sexo
Proteinúria Raça
Distúrbios metabólicos Diabetes
Anemia e dislipidemia História familiar de doença renal
23
Nefrologia Multidisciplinar
 Entre esses fatores, a hipertensão arterial 
sistêmica (HAS) e o diabetes mellitus (DM) têm 
grande relevância, pois, no Brasil, constituem os 
principais fatores de risco para a DRC e são os maiores 
responsáveis pelos pacientes em terapia dialítica 
(SBN, 2013). Além disso, a presença da obesidade, 
dislipidemia e tabagismo aceleram a sua progressão 
(BRASIL, 2006).
3 ESTRATÉGIAS PARA PREVENÇÃO DA DOENÇA 
RENAL CRÔNICA
A prevençãoda DRC deve 
ser implementada por uma 
equipe multiprofissional no 
nível de atenção básica à saúde. 
Além de medidas universais 
de promoção da saúde, como 
combate ao fumo, ao álcool, ao 
sedentarismo e à obesidade, 
a prevenção da DRC pode ser 
alcançada por meio do controle 
estrito da glicemia e da pressão 
arterial nos indivíduos diabéticos 
e hipertensos, respectivamente 
(CUPPARI, 2013).
3.1 Alimentação adequada e saudável 
A adoção de práticas alimentares saudáveis é uma das medidas que pode 
contribuir para a prevenção das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), 
incluindo a DRC (CUPPARI, 2013).
O Ministério da Saúde, por meio da Política Nacional de Alimentação e 
Nutrição (PNAN), lançou o Guia Alimentar para a População Brasileira, que tem 
como objetivo orientar a população a ter uma alimentação saudável e fazer 
escolhas alimentares mais adequadas, além de conter as primeiras diretrizes 
alimentares oficiais para a prevenção de DCNT e DRC (BRASIL, 2008). Assim, 
este Guia Alimentar inclui sete diretrizes alimentares e duas diretrizes especiais, 
conforme o quadro 2.
24
Quadro 2 – Diretrizes para uma alimentação saudável
Diretriz 1 - Os alimentos saudáveis e as refeições
LEITELEITELEITE
- Consuma diariamente alimentos como 
cereais integrais, frutas, legumes e verduras, 
leite e derivados, feijões e carnes magras, aves 
ou peixes.
- Diminua o consumo de frituras e alimentos 
que contenham elevada quantidade de 
açúcares, gorduras e sal.
- Valorize a sua cultura alimentar e os 
alimentos regionais.
- Saboreie refeições variadas, ricas em alimentos regionais saudáveis e 
disponíveis na sua comunidade.
- Escolha os alimentos mais saudáveis, lendo as informações nutricionais nos 
rótulos dos alimentos.
Diretriz 2 - Cereais, tubérculos e raízes
- Consuma diariamente seis porções do grupo do arroz, 
pães, massas, tubérculos e raízes. Dê preferência aos 
grãos integrais.
Diretriz 3 - Frutas, legumes e verduras
- Consuma diariamente pelo menos três porções de 
legumes e verduras como parte das refeições e três ou 
mais porções de frutas nas sobremesas e lanches.
- Valorize os produtos regionais e varie o tipo de frutas, 
legumes e verduras consumidos na semana.
- Compre os alimentos da estação e esteja atento para 
sua qualidade e estado de conservação.
Diretriz 4 - Feijões e outros alimentos vegetais ricos em proteína
- Consuma uma porção de feijão por dia. Varie os tipos 
de feijões usados (preto, carioquinha, verde, de corda, 
branco e outros) e as formas de preparo. Use também 
outros tipos de leguminosas (soja, grão de bico, ervilha, 
lentilha e fava).
- Coma feijão com arroz na proporção de uma parte de 
feijão para duas partes de arroz. Esse prato brasileiro é 
uma combinação completa de proteínas e bom para a 
saúde.
25
Nefrologia Multidisciplinar
Diretriz 5 - Leite e derivados, carnes e ovos
- Consuma diariamente três porções de leite e derivados 
e uma porção de carnes, peixes ou ovos. 
- Os adultos, sempre que possível, devem escolher leite 
e derivados com menores quantidades de gorduras, 
enquanto que as crianças, adolescentes e mulheres 
gestantes devem consumi-los na forma integral.
- Consuma carnes magras, dando preferência ao frango 
e peixe. Retire a pele e toda a gordura aparente antes da preparação.
- Os derivados de carne (charque, salsicha, linguiça, presuntos e outros 
embutidos) contêm, em geral, excesso de gorduras e sal e devem ser 
consumidos ocasionalmente.
Diretriz 6 - Gorduras, açúcares e sal
- Reduza o consumo de alimentos e bebidas com grande 
quantidade de gorduras, açúcares e sal. 
- Consulte a tabela de informação nutricional dos rótulos dos 
alimentos e compare-os para ajudar na escolha de alimentos 
mais saudáveis. Escolha aqueles com menores percentuais de 
gorduras, açúcares e sódio.
- Use pequenas quantidades de óleo vegetal quando cozinhar. 
Escolha preparações assadas, cozidas, ensopadas e grelhadas. 
Evite frituras.
- Consuma diariamente não mais que uma porção do grupo 
dos açúcares e doces e uma porção de óleos vegetais, azeite 
ou margarina sem ácidos graxos trans.
- Reduza a quantidade de sal nas preparações e evite o uso do saleiro na 
mesa. A quantidade de sal por dia deve ser de uma colher de chá rasa 
por pessoa, no máximo, distribuída em todas as preparações consumidas 
durante o dia.
- Valorize o sabor natural dos alimentos. Acentue o sabor de alimentos 
cozidos e crus utilizando ervas frescas ou secas ou suco de frutas como 
tempero.
- Utilize o sal iodado, mas reduza a quantidade.
Diretriz 7 – Água
- Use água tratada ou filtrada e fervida para beber e para 
preparar refeições e sucos ou outras bebidas.
- Beba pelo menos dois litros (seis a oito copos) de água por 
dia. Dê preferência ao consumo de água nos intervalos das 
refeições.
26
Diretriz especial 1 - Atividade física
- Torne o seu dia a dia e seu lazer mais ativos. Acumule 
pelo menos 30 minutos de atividade física todos os 
dias.
- Movimente-se. Descubra um tipo de atividade física 
agradável. O prazer é também fundamental para a 
saúde. Caminhe, dance, ande de bicicleta, jogue bola, 
brinque com as crianças.
Diretriz especial 2 - Qualidade sanitária dos alimentos
Siga as normas básicas de higiene na hora da 
compra, da preparação, da conservação, da 
manipulação e do consumo de alimentos.
 
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Guia alimentar para a 
população brasileira: promovendo a alimentação saudável. Brasília, DF: Ministério da 
Saúde, 2008. 210 p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos). Disponível em: <http://goo.
gl/s7aTFx>
SAIBA MAIS!
Para conhecer um pouco mais sobre as diretrizes alimentares para 
a população brasileira acesse: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de 
Atenção à Saúde. Guia alimentar para a população brasileira: promovendo 
a alimentação saudável. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2008. 210 p. (Série 
A. Normas e Manuais Técnicos).
Além das diretrizes estabelecidas pelo PNAN, o Guia Alimentar para 
a População Brasileira está em concordância com a proposta de Estratégia 
Global para Promoção da Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde, 
da Organização Mundial de Saúde (OMS), que estabelece a participação dos 
macronutrientes (quadro 3) e consumo de colesterol total inferior a 300mg/
dia e de sódio < 2,0g/dia, equivalente a 5 g de cloreto de sódio ou sal de 
cozinha. (BRASIL, 2008; SBC; SBH; SBN, 2010).
Quadro 3 - Participação dos macronutrientes para uma dieta saudável.
Carboidratos totais: 55% a 75% do valor energético total (VET). 
Desse total, 45% a 65% devem ser provenientes de carboidratos complexos 
e fibras e menos de 10% de açúcares livres (ou simples), como açúcar de 
mesa, refrigerantes e sucos artificiais, doces e guloseimas em geral.
27
Nefrologia Multidisciplinar
Gorduras: 15% a 30% do VET da alimentação. As gorduras (ou lipídios) 
incluem uma mistura de substâncias com alta concentração de energia 
(óleos e gorduras), que compõem, em diferentes concentrações e tipos, 
alimentos de origem vegetal e animal. São componentes importantes da 
alimentação humana, contudo, o consumo excessivo de gorduras saturadas, 
ou seja, as de origem animal, está relacionado a várias doenças crônicas não 
transmissíveis (doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, entre outras). 
A gordura saturada não deve ultrapassar 10% do VET e as gorduras trans 
não devem passar de 2g/dia (1% do VET) (BRASIL, 2008).
Proteínas: 10% a 15% do VET. São componentes dos alimentos 
de origem vegetal e animal que fornecem os aminoácidos, substâncias 
importantes e envolvidas em praticamente todas as funções bioquímicas e 
fisiológicas do organismo humano. As fontes alimentares mais importantes 
são as carnes em geral, ovos e leguminosas (feijões) (BRASIL, 2008).
O valor energético total(VET) corresponde ao gasto calórico do organismo 
no período de 24 horas. Varia de pessoa para pessoa e seu cálculo é realizado 
por um nutricionista, após o diagnóstico nutricional, levando em consideração 
idade, sexo, altura, peso, entre outros fatores. O VET é mensurado em 
quilocalorias (kcal), que serão provenientes dos macronutrientes (carboidratos, 
proteínas e gorduras), fibras alimentares e álcool, fornecidos na dieta (BRASIL, 
2008).
3.2 Controle de peso
 A obesidade se transformou numa epidemia 
global (POIRIER et al., 2006; RITZ, 2008). O percentual 
da população com diagnóstico de excesso de peso 
está aumentando de maneira alarmante nos últimos 
20 anos (NAUMNIK; MYSLIWIEC, 2010). Agravando a 
situação, o aumento da taxa de prevalência da DRC tem 
ocorrido em paralelo com o aumento da prevalência 
de obesidade, principalmente no mundo ocidental 
(FLEGAL et al., 2002; TING et al., 2009). 
A OMS revelou que, em 2008, aproximadamente 
500 milhões de pessoas no mundo eram obesas 
(WHO, 2012). A expectativa é que, em 2015, haja 2,3 
bilhões de indivíduos com sobrepeso e mais que 700 
milhões de obesos (FORD; MOKDAD, 2008). No Brasil, 
este distúrbio nutricional tem se comportado de forma 
semelhante, pois dados da Pesquisa de Orçamentos 
Familiares 2008-2009 (POF) revelam que mais de 50% da população adulta 
brasileira apresenta excesso de peso. No caso específico da obesidade, 12,4% 
dos homens e 16,4% das mulheres são classificados nesta categoria (IBGE, 
2010).
28
ATENÇÃO!
A redução de peso e da circunferência abdominal correlaciona-se 
com a diminuição da pressão arterial, melhora dos níveis de glicemia e do 
perfil lipídico (BRASIL, 2006; SBC; SBH; SBN, 2010). A recomendação é a 
manutenção do peso corpóreo dentro da faixa de normalidade do índice 
de massa corpórea (IMC - 18,5 a 24,9 kg/m²) e a circunferência abdominal 
< 102 cm para os homens e < 88 cm para as mulheres (SBC; SBH; SBN, 
2010). 
Dessa forma, a primeira etapa do tratamento dietético inicia-se com 
a redução de peso corporal para indivíduos que estão acima do peso, por 
meio de um plano alimentar elaborado por um nutricionista, com restrição 
de energia e balanceamento adequado de macro e micronutrientes, de modo 
que a perda de peso seja acompanhada da incorporação de novos hábitos 
alimentares que permitam a manutenção do peso em médio e longo prazo 
(COSTA; MENDONÇA, 2009).
3.3 Atividade física
 A redução e o controle de peso estão associados não apenas à quantidade 
de energia ingerida, mas também ao gasto energético diário. Combinado com 
uma dieta saudável, a prática de atividade física regular pode melhorar não 
só a saúde geral, ajudando a perder o excesso de peso e mantê-lo, como 
também a controlar e diminuir a pressão arterial, diabetes, doença renal, entre 
outras (SBC; SBH; SBN, 2010; NATIONAL KIDNEY FOUNDATION, 2014). 
ATENÇÃO!
A recomendação atual é de pelo menos 30 minutos de atividade 
aeróbia, de intensidade moderada, realizadas em cinco dias por semana 
(BRASIL, 2008; SBC; SBH; SBN, 2010). 
29
3.4 Álcool
O álcool é uma substância psicoativa 
com propriedades produtoras de dependência 
que tem sido amplamente utilizado em muitas 
culturas ao longo dos séculos. A ingestão 
de álcool tem efeitos prejudiciais à saúde, 
independentemente do padrão de consumo 
(SBC; SBH; SBN, 2010). De acordo com o 
Relatório Mundial sobre Álcool e Saúde 2014, 
elaborado pela OMS, o Brasil apresenta 
consumo de bebida alcoólica acima da média 
mundial (WHO, 2014).
O Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Hipertensão orientam 
evitar a ingestão excessiva de álcool e recomendam que não ultrapasse 30g 
de etanol ao dia para homens (duas doses) e a metade para as mulheres (uma 
dose). Para aqueles que não têm o hábito de consumir bebidas alcoólicas, não 
se justifica recomendar que o faça (BRASIL, 2006; SBC; SBH; SBN, 2010). Uma 
dose equivale a aproximadamente 15g de etanol, o que corresponde a uma 
latinha de cerveja (350 ml), uma dose de whisky, vodka ou aguardente (50 ml) 
ou uma taça de vinho (150 ml) (SBC; SBH; SBN, 2010). 
3.5 Controle estrito da hipertensão arterial e da glicemia
O programa oficial do Ministério 
da Saúde do Brasil para assistência 
aos pacientes hipertensos e diabéticos 
é o “Sistema de Cadastramento e 
Acompanhamento de Hipertensos e 
Diabéticos” (Programa HiperDia), de 
abrangência nacional e implementado em 
todas as unidades ambulatoriais do SUS. 
Neste contexto, faz-se necessário o aperfeiçoamento da atenção primária no 
tratamento desses pacientes (BRASIL, 2004). 
 Existem inúmeras intervenções protetoras vasculares e renais de 
benefício comprovado, dentre elas: 
• controle dos níveis de pressão arterial; 
• manejo das dislipidemias e do diabetes com controle da glicemia;
• adoção de uma alimentação equilibrada com baixa ingestão de sal 
e açúcar; 
• cessação do tabagismo;
• redução da ingestão de bebidas alcoólicas; 
30
• prática regular de exercícios físicos; 
• acompanhamento médico regular (BRASIL, 2006; NATIONAL KIDNEY 
FOUNDATION, 2014). 
3.5.1 Prevenção e controle rigoroso da hipertensão arterial
A HAS é uma condição clínica multifatorial, caracterizada por níveis 
elevados e sustentados de pressão arterial (PA). A linha demarcatória que 
define HAS considera valores de pressão arterial sistólica (PAS) ≥ 140 mmHg 
e/ou diastólica (PAD) ≥ 90 mmHg em medidas de consultório nos indivíduos 
que não estão fazendo uso de medicação anti-hipertensiva (SBC; SBH; SBN, 
2010; BRASIL, 2006).
Essa doença está frequentemente associada a alterações funcionais e/
ou estruturais de órgãos-alvo e a alterações metabólicas, conferindo aumento 
do risco de eventos cardiovasculares (SBC; SBH; SBN, 2010), doença renal e 
redução da expectativa de vida (LOPEZ et al., 2006; KEARNEY et al., 2005). 
A hipertensão pode ser prevenida e controlada 
pela alteração de fatores de risco modificáveis, terapia 
medicamentosa e não medicamentosa. O tratamento 
não farmacológico deve constituir um componente 
integral do programa de manejo global de todos os 
pacientes hipertensos, por meio de modificações do 
estilo de vida que favoreçam a redução da pressão 
arterial (BORGES; CAETANO, 2005).
Estas modificações consistem na redução do peso corporal, prática 
regular de atividade física, adoção de uma alimentação saudável, além da 
redução na ingestão de sódio e álcool e interrupção do tabagismo (BRASIL, 
2006; SBC; SBH; SBN, 2010).
ATENÇÃO! 
Para indivíduos hipertensos, concomitante a adoção de uma 
alimentação saudável preconizada pelo Guia Alimentar para a População 
Brasileira (BRASIL, 2008), a National Kidney Foundation (NKF) e a SBH 
recomendam o plano alimentar DASH (Dietary Approaches to Stop 
Hypertension), por seu efeito na diminuição da pressão arterial e por retardar 
a progressão da doença renal crônica (NATIONAL KIDNEY FOUNDATION, 
2014; SBC; SBH; SBN, 2010). 
31
Nefrologia Multidisciplinar
Dieta Dietary Approaches to Stop Hypertension (DASH)
O que é ?
A DASH incentiva o consumo de frutas, 
legumes, leite e produtos lácteos isentos de 
gordura, alimentos com baixo teor de gordura, 
cereais integrais, peixes, aves, feijões, sementes 
e oleaginosas (Quadro 4). Ela também contém 
menor teor de sódio, doces, açúcares e bebidas 
açucaradas. 
Quais as suas vantagens?
Esta abordagem minimiza o consumo de gordura saturada, gordura 
trans e colesterol e salienta nutrientes que estão associados com a redução 
da pressão arterial, principalmente potássio, magnésio e cálcio, proteínas e 
fibras” (NATIONAL KIDNEY FOUNDATION, 2014).
 Quadro 4 - Como recomendar uma dieta ao estilo DASH. 
• Escolha alimentos que possuam pouca gordura saturada, colesterol e 
gordura total. Por exemplo, carne magra, aves e peixes, utilizando-os em 
pequena quantidade.
• Consuma muitasfrutas e hortaliças, aproximadamente de oito a dez 
porções por dia.
• Inclua duas ou três porções de laticínios desnatados ou semidesnatados 
por dia.
• Prefira os alimentos integrais, como pão, cereais e massas integrais ou 
de trigo integral.
• Consuma oleaginosas (castanhas), sementes e grãos, de quatro a cinco 
porções por semana (uma porção é igual a 1/3 de xícara ou 40 gramas 
de castanhas, duas colheres de sopa ou 14 gramas de sementes, ou 1/2 
xícara de feijões ou ervilhas cozidas e secas).
• Reduza a adição de gorduras. Utilizar margarina light e óleos vegetais 
insaturados (como azeite, soja, milho, canola).
• Evite a adição de sal aos alimentos. Evitar também molhos e caldos 
prontos, além de produtos industrializados.
• Diminua ou evite o consumo de doces e bebidas com açúcar.
Fonte: U.S. DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES. National Institutes of Health. 
National Heart, Lung, and Blood Institute. Your guide to lowering blood pressure. 
Bethesda, MD: NHLBI Health Information Center, 2003. Disponível em: <http://goo.gl/
nUvCBn>.
Sendo assim, a eficácia da dieta DASH na redução da pressão arterial 
está associada ao conjunto de nutrientes e não exclusivamente ao sódio. No 
entanto, o sódio exerce um papel importante na redução da pressão arterial 
e benefícios ainda maiores são alcançados quando se associa a uma restrição 
de sódio (SACKS et al., 2001). 
LEITELEITELEITE
32
Restrição de sódio
Dietas ricas em sódio aumentam os níveis de pressão 
arterial, causando danos aos rins ao longo do tempo, 
sendo uma das principais causas de insuficiência renal 
(NATIONAL KIDNEY FOUNDATION, 2014). 
ATENÇÃO!
Vale ressaltar que a relação entre pressão arterial e a quantidade 
de sódio ingerido é heterogênea. Este fenômeno é conhecido como 
sensibilidade ao sal (SBC; SBH; SBN, 2010). Os indivíduos chamados sal-
sensíveis apresentam maior predisposiçã ao desenvolvimento de hipertensão 
em decorrência da ingestão salina e cerca de 30 a 60% dos pacientes com 
hipertensão primária ou essencial são sal-sensíveis. 
 O consumo total de sódio pode ser considerado proveniente de três 
fontes: 10% de sódio contido no próprio alimento (sódio intrínseco), 75% de 
alimentos processados e 15% de sal de adição usado no preparo da refeição 
(sódio extrínseco) (COSTA; MENDONÇA, 2009). 
 
Uma ingestão de sódio entre 2000 e 2400mg/
dia tem sido recomendada, o que corresponde a 5 a 
6g diária de sal de cozinha (NaCl), cerca de metade 
do sal ingerido pela população brasileira (CUPPARI, 
2013). 
Desse modo, a dietoterapia baseia-se em uma dieta hipossódica (veja 
o quadro 5), tendo como base a restrição de sódio extrínseco, por meio do 
controle do sal de adição, além da exclusão de alimentos processados, como 
enlatados, embutidos, conservas, molhos prontos, caldos de carne, temperos 
prontos, defumados e bebidas isotônicas, por serem as principais fontes de 
sódio da dieta (COSTA; MENDONÇA, 2009).
Quadro 5 - Dicas para reduzir o sódio na dieta. 
• Utilize carnes frescas, ao invés de processadas. Cortes frescos de carne 
bovina, frango ou porco contêm sódio natural, mas o conteúdo ainda 
é muito menor do que as carnes salgadas e defumadas (ex.: carne de 
sol, bacon, presunto...), que possuem sódio extra adicionados durante o 
processamento.
• Escolha frutas e legumes frescos, pois são muito pobres em sódio. Frutas 
congeladas também são baixas em sódio. 
33
Nefrologia Multidisciplinar
• Ao comprar legumes congelados, escolher aqueles que são rotulados 
como “fresco congelado” e não os que contêm temperos ou molhos 
adicionados.
• Adquira o hábito de ler os rótulos dos alimentos. O teor em sódio é 
sempre listado no rótulo. Às vezes, o alto teor de açúcar em um produto, 
como biscoitos recheados, pode mascarar o alto teor de sódio, por isso é 
importante verificar todos os rótulos.
• Compare várias marcas de um mesmo alimento até encontrar aquele que 
tenha menor teor de sódio, uma vez que isso vai variar de marca para 
marca.
• Selecione especiarias e temperos que não contenham sódio em seus 
rótulos, ou seja, escolha temperos naturais, como alho, folha de louro, 
cominho, orégano, manjericão, etc.
• Se você tiver pressão arterial elevada, a restrição de sódio na dieta pode 
não só baixar a pressão arterial, mas pode melhorar a sua resposta aos 
medicamentos para pressão arterial.
• Sal é um gosto adquirido que pode ser desaprendido. Demora cerca de 
6-8 semanas para se acostumar a comer alimentos com quantidades 
muito menores de sal, mas uma vez que isso é feito, será difícil comer 
alimentos salgados.
Fonte: Adaptado de: NATIONAL KIDNEY FOUNDATION. Prevention: get healthy. 2014. 
3.5.2 Prevenção e controle rigoroso do diabetes mellitus (DM)
O DM é um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta, 
em comum, a hiperglicemia, que é o resultado de defeitos na ação da insulina, 
na secreção de insulina ou em ambas. A classificação do DM proposta pela 
OMS, American Diabetic Association (ADA) e acatada pela Sociedade Brasileira 
de Diabetes (SBD) é baseada na etiologia e inclui quatro classes: DM tipo 1, 
DM tipo 2, DM gestacional e outros tipos específicos de DM. Ainda há duas 
categorias, referidas como pré-diabetes, que são a glicemia de jejum alterada 
e a tolerância à glicose diminuída. Essas categorias não são entidades clínicas, 
mas fatores de risco para o desenvolvimento de DM e doenças cardiovasculares 
(DCV) (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2014). No quadro 6 estão 
descritos alguns valores de glicose plasmática para o diagnóstico de diabetes 
mellitus.
34
Quadro 6 - Valores de glicose plasmática (em mg/dl) para diagnóstico de diabetes mellitus e 
seus estágios pré-clínicos.
Categoria Jejum1 2h após 75 g de glicose Casual2
Glicemia normal < 100 < 140
Tolerância à 
glicose diminuída
> 100 a < 
126 ≥ 140 a < 200
Diabetes mellitus ≥ 126 ≥ 200
≥ 200 (com 
sintomas 
clássicos)3
1O jejum é definido como a falta de ingestão calórica por no mínimo oito horas; 
1Glicemia plasmática casual é aquela realizada a qualquer hora do dia, sem se observar o 
intervalo desde a última refeição; 
1Os sintomas clássicos de DM incluem poliúria, polidipsia e perda não explicada de peso. 
Nota: O diagnóstico de DM deve sempre ser confirmado pela repetição do teste em outro 
dia, a menos que haja hiperglicemia inequívoca com descompensação metabólica 
aguda ou sintomas óbvios de DM.
Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diretrizes da Sociedade Brasileira de 
Diabetes: 2013-2014. 2014. Disponível em: <http://goo.gl/aS9huC>.
A frequência do DM está assumindo proporções epidêmicas na maioria 
dos países, em virtude do aumento e do envelhecimento populacional, da 
maior urbanização, da crescente prevalência de obesidade e sedentarismo, 
bem como da maior sobrevida desses pacientes (WHO, 2002).
OBSERVAÇÃO
Esse crescente número de indivíduos com DM tem repercutido 
de maneira importante sobre o aparecimento de novos casos de DRC 
(AVESANI, 2013). Em países desenvolvidos, o DM é o maior responsável 
por pacientes com DRC em TRS, e no Brasil é a segunda causa (UNITED 
STATES RENAL DATA SYSTEM, 2012; SOCIEDADE BRASILEIRA DE 
NEFROLOGIA, 2013a). 
A doença renal do diabetes (DRD), tradicionalmente denominada de 
nefropatia diabética (ND), é uma complicação crônica do diabetes mellitus. As 
anormalidades observadas são aumento da excreção urinária de albumina e 
redução da TFG (De BOER et al., 2011; DWYER et al., 2012). 
ATENÇÃO! 
Para uma situação ideal, pessoas com diabetes devem receber 
atendimento de uma equipe de saúde que inclua médicos, enfermeiros, 
nutricionistas, farmacêuticos, entre outros, com experiência em diabetes. 
35
Nefrologia Multidisciplinar
Na abordagem multiprofissional, os indivíduos com diabetes devem ser 
estimulados a assumir um papelativo em seu tratamento. O plano de cuidado 
deve ser formulado com a colaboração entre o paciente, família e equipe de 
saúde (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2014).
Os objetivos do tratamento são restabelecer 
as funções metabólicas; evitar complicações 
agudas; manter a glicemia o mais próximo possível 
da normalidade; controlar fatores de risco, como 
obesidade, hipertensão arterial e dislipidemias; 
retardar ou evitar as complicações crônicas e 
possibilitar melhor qualidade de vida (VIGGIANO, 
2009).
Para prevenção não só do DM, como também das doenças cardiovasculares 
e da DRC, o Ministério da Saúde, por meio do Guia Alimentar da População 
Brasileira, recomenda mudanças no estilo de vida, com ênfase na adoção de 
uma alimentação saudável e prática regular de atividade física (BRASIL, 2008).
Para o portador de DM, a terapia nutricional inclui um plano alimentar 
individualizado (Quadro 7) e com intervenções múltiplas. As recomendações 
dietéticas da SBD seguem semelhantes àquelas definidas para a população 
geral, considerando todas as faixas etárias, com redução energética e de 
gorduras, mediante oferta de grãos integrais, leguminosas, hortaliças e frutas 
e limita a ingestão de bebidas açucaradas. Ela também recomenda a restrição 
moderada de proteína, redução de sal e adoção de uma dieta tipo DASH, 
com a finalidade de controlar a glicemia e prevenir DCV e DRC (SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE DIABETES, 2014). 
Quadro 7 - Composição nutricional do plano alimentar indicado para portadores de diabetes 
mellitus. 
Carboidratos totais: 45% a 60% do valor energético total (VET), não 
inferiores a 130g/dia. Os alimentos que contém esse nutriente são fontes de 
energia, fibra, vitaminas, minerais, contribuindo ainda com a palatabilidade 
da dieta. Para indivíduos que necessitam reduzir peso, o consumo de 
preparações que contém sacarose deve ser cuidadoso porque trazem na 
sua composição altas concentrações de gordura. 
Fibras alimentares: no mínimo 14g/1000 kcal. As fibras são encontradas nos 
vegetais e podem ser divididas em solúveis e insolúveis. As solúveis possuem 
efeitos benéficos na glicemia e no metabolismo dos lipídeos, enquanto as 
insolúveis agem contribuindo para a saciedade e controle de peso, além da 
preservação da saúde intestinal. As principais fontes alimentares são frutas, 
verduras, legumes, farelo de aveia, semente de linhaça, além de leguminosas. 
36
Gorduras: até 30% do VET da alimentação. A meta é limitar a ingestão de 
ácido graxo saturado (AGS), ácido graxo trans (AGT) e colesterol, com a 
finalidade de reduzir o risco cardiovascular. 
- AGS: < 7% do VET. Algumas fontes são carnes gordas, manteiga, óleos de 
coco e dendê, leite integral e embutidos. 
- AG trans: <2% do VET. São encontrados em alimentos industrializados 
que contenham em sua composição gordura hidrogenada vegetal. A 
finalidade da redução na ingestão da gordura trans é porque ela eleva 
as concentrações do LDL colesterol e reduz a do HDL colesterol. 
- AG polinsaturado: até 10% do VET. As principais fontes são óleos vegetais 
(soja, milho e girassol), soja, linhaça e peixes de águas frias e profundas 
(salmão, sardinha, cavala e arenque). 
- AG monoinsaturado: completar o percentual de forma individualizada, 
não ultrapassando os 30% do VET destinados para a oferta total 
de gordura. As principais fontes são azeite de oliva, óleo de canola, 
oleaginosas (castanha, amêndoas e nozes) e abacate. Estes AG 
contribuem na diminuição do colesterol total e LDL-colesterol, além 
da ação antitrombótica e inibição da agregação plaquetária.
- Colesterol: < 200mg/dl. 
Proteínas: 15% a 20% do VET para portadores de DM com função renal 
normal ou 0,8 a 1g/kg de peso/dia. Indivíduos com nefropatia incipiente 
se beneficiam com uma dieta com menor teor de proteína por reduzir a 
microalbuminúria e proteinúria. A oferta de proteínas de boa qualidade 
biológica devem provir de carnes magras (bovina, aves e peixes), soja, leite e 
derivados de baixo teor de gordura. Leguminosas (feijões, ervilha, lentilha, 
grão de bico e fava) e oleaginosas (nozes, castanha do Brasil, amêndoa, 
entre outras) devem complementar a oferta de proteína da dieta.
Vitaminas e minerais: seguem as recomendações das Dietary Reference 
Intakes (DRI) para a população não diabética. Deficiências de vitaminas e 
minerais são frequente em indivíduos diabéticos. Para atingir as necessidades 
diárias desses nutrientes, deve-se adotar um plano alimentar variado, com 
consumo mínimo de duas a quatro porções de frutas e de três a cinco 
porções de hortaliças cruas e cozidas. É importante variar os tipos e as cores 
desses vegetais, pois são ricos em nutrientes diferentes. 
Fonte: Adaptado de: SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diretrizes da Sociedade 
Brasileira de Diabetes: 2013-2014. 2014. Disponível em: <http://goo.gl/DOw4vQ>.
Os edulcorantes não são essenciais ao tratamento do diabetes como a 
medicação oral/insulina e a monitorização da glicemia, mas podem favorecer 
o convívio social e a flexibilidade do plano alimentar. Os adoçantes à base de 
acessulfame-K, aspartame, sacarina sódica e sucralose mostram-se seguros 
quando consumidos respeitando a ingestão diária aceitável (IDA) (STANDARDS, 
2012). No quadro 8, estão descrito alguns valores nutricionais no que tange ao 
consumo diário aceitável de edulcorantes.
37
Nefrologia Multidisciplinar
Quadro 8 - Ingestão diária aceitável de edulcorantes.
Edulcorante Quantidade (mg/kg de peso corpóreo)
Aspartame 40
Acessulfame-K 15
Sacarina 5
Ciclamato 11
Sucralose 15
Estévia 4
Fonte: STANDARDS of medical care in Diabetes - 2012. Diabetes Care, v. 35, n. 35, supl. 1, p. 
S4-10, 2012. Disponível em: <http://goo.gl/NezOZ2>.
Em termos práticos, deve-se multiplicar a recomendação do edulcorante 
pelo kg de peso do indivíduo. Então, se ele possui 70 kg, a quantidade que ele 
pode usar de aspartame será 2,8g/dia (ou seja, 2.800mg/dia, que corresponde 
a 70kg X 40mg de aspartame). Vale destacar que um sachê de adoçante à 
base de aspartame contém 1g de produto, sendo aproximadamente 40mg 
de edulcorante aspartame (PEREIRA; MARCOLINO-JUNIOR; FATIBELLO-FILHO, 
2000). Diante disto, pode-se observar que o uso moderado de adoçantes, 
utilizando sachê ou as gotas correspondentes para adoçar cada porção de 
bebida, dificilmente atingirá a recomendação da IDA, porém, não convém 
abusar de um grande número de produtos lights e diets. 
Portadores da fenilcetonúria são os únicos que devem evitar o aspartame, 
pois ele contém fenilalanina em sua composição. 
VAMOS PRATICAR? 
Que aspectos da dieta devem ser enfatizados para um paciente 
hipertenso e diabético que esteja sendo acompanhado pelo HiperDia?
Considerando as informações fornecidas pelo HiperDia, como a 
equipe multiprofissional poderia atuar na prevenção da doença renal ? 
38
39
Nefrologia Multidisciplinar
Nesta unidade, você estudou que: 
• A capacidade e aperfeiçoamento dos profissionais da atenção 
primária para o atendimento precoce aos pacientes com fatores 
de risco para DRC torna-se necessário para prevenir ou estabilizar a 
progressão da doença.
• A terapia nutricional é fundamental e constitui-se na adoção de uma 
alimentação saudável, rica em frutas, vegetais e alimentos integrais, 
com baixa ingestão de sal e açúcar, redução da ingestão de bebidas 
alcoólicas, além de intervenções específicas, de acordo com a 
condição clínica e nutricional do paciente. 
• A adoção do plano alimentar DASH torna-se uma estratégia 
importante, por seu efeito na diminuição da pressão arterial e da 
glicemia, e por retardar a progressão da DRC.
• A prevenção da DRC pode ser alcançada por meio de medidas 
universais de promoção da saúde, como a adoção de hábitos 
alimentares saudáveis, combate ao sedentarismo e obesidade, 
controle da glicemia e da pressão arterialnos indivíduos diabéticos 
e hipertensos.
Esperamos que você tenha conseguido apreender a importância da 
terapia nutricional na prevenção da DRC e que os assuntos aqui abordados 
possam auxiliar a sua prática na atenção básica.
Até o próximo estudo! 
SÍNTESE DA UNIDADE
40
41
Nefrologia Multidisciplinar
AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Standards of medical care in Diabetes - 
2014. Diabetes Care, v.37, p. 1-382, 2014.
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46
1 INTRODUÇÃO
Os sistemas de atenção à saúde são definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) 
como o conjunto de atividades cujo propósito primário é promover, restaurar e manter a saúde 
de uma população para se atingir os seguintes objetivos:
O alcance de um nível ótimo de saúde, distribuído de forma equitativa;
A garantia de uma proteção adequada dos riscos para todos os cidadãos;
O acolhimento humanizado dos cidadãos, a provisão de serviços seguros;
Efetivos e a prestação de serviços eficientes (MENDES, 2011).
A doença renal crônica (DRC) caracteriza-se pela diminuição progressiva da função 
dos rins e, por sua característica de cronicidade, acarreta limitações físicas, sociais e 
emocionais, que interferem de modo significativo na qualidade de vida de portadores 
de DRC.
Tais intervenções devem ser focadas na abordagem global dessa população, por 
meio de equipes interdisciplinares, uma vez que se pode obter melhor qualidade do 
atendimento prestado e, consequentemente, maior adesão dos pacientes ao tratamento.
Nos últimos anos, alguns estudos têm avaliado a importância do trabalho em 
equipe interdisciplinar no tratamento de pacientes com DRC, com base em intervenções 
psicoeducacionais. Esses estudos têm como objetivo principal a divulgação de informações 
sobre a DRC, sua prevenção e seu tratamento para os pacientes e seus familiares. Os benefícios 
desse tipo de intervenção foram observados em um estudo no qual os pacientes que receberam 
cuidado interdisciplinar na pré-diálise tiveram sobrevida de oito meses a mais após entrarem em 
terapia dialítica, quando comparados aos pacientes que receberam apenas o cuidado médico 
tradicional (DEVINS et al., 2005).
Você sabe qual é a diferença entre os conceitos de 
multidisplinaridade e interdisplinaridade?
2 O PAPEL DA ENFERMAGEM
 
A atuação do enfermeiro na prevenção e diminuição da progressão da DRC se dá de uma 
forma ampla, a partir da necessidade do usuário. 
É necessário que se conheça os fatores de risco, bem como o diagnóstico e a 
GOVERNO FEDERAL
Presidenta da República 
Dilma Rousseff
Ministro da Saúde
Marcelo Costa e Castro
Secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES)
Hêider Aurélio Pinto
Secretária de Atenção à Saúde (SAS)
Alberto Beltrame 
Diretor do Departamento de Gestão da Educação na Saúde (DEGES) 
Alexandre Medeiros de Figueiredo
Secretário Executivo da UNA-SUS 
Francisco Eduardo de Campos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
Reitora 
Prof.ª Dra. Nair Portela Silva Coutinho
Vice-Reitor
Prof. Dr. Fernando de Carvalho Silva
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação
Fernando Carvalho Silva
COORDENAÇÃO GERAL DA UNA-SUS/UFMA 
Ana Emília Figueiredo de Oliveira

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