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Trabalho realizado por: Célia Marisa dos Santos Oliveira Liliana Patrícia Correia Marques John Bowlby Psicopatologia Cognitivo-Comportamental John Bowlby John Bowlby nasceu em 1907 e, por influência de seu pai cirurgião, estudou Medicina e Psicologia na Universidade de Cambridge. No terceiro ano da sua licenciatura, interessou-se pelo que mais tarde viria a chamar-se Psicologia Desenvolvimental. Terminou a sua licenciatura médica em 1928 e ao mesmo tempo especializou-se em Psiquiatria Infantil e em Psicanálise. Prestou trabalho voluntário numa escola para crianças delinquentes, o que influenciou o rumo da sua carreira, frequentou o British Psychoanalytic Institute onde teve contacto com as ideias psicanalíticas de Klein, entre outros. Fez a sua pós-graduação na London Child Guidance Clinic, com um interesse teórico e clínico na transmissão intergeracional das relações de “apego”. O contacto com uma obra de Konrad Lorenz desperta em Bowlby o interesse pela etologia onde vai procurar novas pistas e explicações para a relação de vinculação entre mãe e filho. O interesse e as pesquisas de Bowlby, psiquiatra inglês com formação psicanalítica e etologista, começaram a partir da sua experiência como assessor da Organização Mundial de Saúde na área de saúde mental. Realizou estudos sobre crianças órfãs, institucionalizadas utilizando preferencialmente observação naturalística. John Bowlby, seguindo os estudos de Spitz, iniciou a sua carreira dedicando-se ao estudo dos efeitos que a carência afectiva e a perda de ligação maternal, ocorridas no decurso da primeira infância, provocam no desenvolvimento somático e psicológico das crianças. Este autor é pioneiro, em 1958, em utilizar a expressão “vinculação” (attachment), isto é, a necessidade de estabelecimento de contacto e de laços emocionais entre o bebé e a mãe e outras pessoas próximas, como um fenómeno biologicamente determinado, de procura de suporte e protecção. Considerando a necessidade de vinculação como algo intrínseco ou primário, Bowlby afasta-se das concepções psicanalíticas clássicas que admitem a origem e natureza do vínculo afectivo a partir da satisfação da necessidade de alimento, isto é, com natureza secundária. Acreditando que a influência das experiências relacionais das crianças com os seus pais tem sido grandemente subestimada na responsabilidade pelos distúrbios de personalidade e neuroses, Bowlby seleccionou as respostas de muitas crianças sujeitas a breves ou longas separações dos seus pais como um foco para a investigação. A grande 2 Psicopatologia Cognitivo-Comportamental conclusão a que Bowlby chegou, tendo ocasionado a formulação da Teoria Etológica da Vinculação, foi que “para crescer mentalmente saudável as crianças deveriam experimentar uma relação agradável, íntima e contínua com a mãe na qual ambas devem encontrar satisfação e bem-estar”. Logo, para Bowlby, da qualidade da vinculação dependeriam, entre outras coisas, a possibilidade de termos adultos mais ou menos saudáveis, equilibrados e adequados na relação consigo próprios e com os outros. A primeira apresentação formal da Teoria da Vinculação foi feita à Sociedade Psicanalítica Britânica em três artigos: “A natureza da ligação da criança com a mãe”, “A ansiedade de separação” e “Dor e luto nos bebés e crianças”. Depois da 2ª Guerra Mundial Bowlby foi convidado para dirigente do departamento de crianças na Clínica de Tavistock, tendo-a associado ao Instituto de Relações Humanas de Tavistock, onde trabalhou a tempo inteiro como clínico, professor e investigador na psiquiatria infantil e familiar, entre 1946 e 1972. Esta sua associação Tavistock tem-se prolongado. Em 1951, insatisfeito com as teorizações psicológicas e psicanalíticas como formas de compreender o desenvolvimento social e emocional das crianças, Bowlby começou a desenvolver uma nova estrutura conceptual, esboçando uma teoria de controlo e mais tarde uma psicologia cognitiva, assim como, a psicanálise. Tendo como ponto de partida a Teoria da Vinculação e o estudo de numerosos casos clínicos, Bowlby em 1980 desenvolveu uma teoria sobre perda e luto, sendo considerada uma das mais compreensivas sobre a resposta à perda. Foi, por isso, com este autor que se lançaram as bases para compreender o fenómeno do luto. Neste mesmo ano, edita um volume designado Loss, Sadness and Depression onde destaca as semelhanças entre o luto nos adultos e as reacções à separação apresentadas pelas crianças e onde também salienta quatro fases de luto respectivamente: Choque e Negação; Protesto; Desespero e Desorganização e Reorganização. Bowlby argumentou igualmente que a forma como o indivíduo responde à perda encontra-se fortemente associada à forma como o seu sistema de vinculação se organizou ao longo do desenvolvimento. De acordo com a Teoria da Vinculação, as formas atípicas do luto podem surgir ao longo de um contínuo que vai desde o luto crónico até à ausência prolongada de luto consciente. Entre as suas publicações incluem-se Forty-Four juvenile thieves e Maternal care and mental health, o último contributo para as mudanças radicais no cuidado com crianças em hospitais e instituições. 3 Psicopatologia Cognitivo-Comportamental Algumas publicações: Bowlby, J. (1940). The influence of early environment in the development of neurosis and neurotic character. International Journal of Psycho-Analysis, 21:154-78. Bowlby, J. (1953). Some pathological processes set in train by early mother-child separation. Journal of mental Science 99,265-72. Bowlby, J. (1954) Psychopathological processes set in train by early mother-child separation. In, Proceedings of the Seventh Conference on Infancy and Childhood (1953). New York: Jos Macy Jnr Foundation. Bowlby, J. (1958b) The nature of a child’s tie to his mother. International Journal of Psychoanalysis 39: 350-373. Bowlby, J. (1958b) The nature of a child’s tie to his mother. International Journal of Psychoanalysis 39: 350-373. Bowlby, J. (1961a) Separation anxiety: A critical review of the literature. J Child Psychol Psychiat. 1, 251-69. Bowlby, J. (1969) Attachment , Vol. 1 of Attachment and loss. London: Hogarth Press. New York: Basic Books; Harmondsworth: Penguin (1971) Bowlby, J. (1973) , Separation: Anxiety & Anger. Vol. 2 of Attachment and loss London: Hogarth Press; New York: Basic Books; Harmondsworth: Penguin (1975). Bowlby, J. (1982) Attachment, 2nd edition of Vol 1 of Attachment and loss. London: Hogarth Press; New York, Basic Books Bowlby, J. (1988) A Secure Base: Parent-Child Attachment and Healthy Human Development. Basic Books. Sandler, J., Bowlby, J. (EDs) (1989)Dimensions of Psychoanalysis Bowlby, J. & Parkes, C M. (1970) Separation and loss. In The child in his family, vol. 1 of International yearbook of child psychiatry and allied professions, ed. E. J. Anthony and C. Koupernik. New York: Wiley. 4 Psicopatologia Cognitivo-Comportamental 5 Bowlby, J. (1984). Psychoanalysis as a natural science., Psychoanal. Psychol., 1:7-22. Bibliografia http://psychematters.com/bibliographies/bowlby.htm http://attachment.edu.ar/bio.html http://www.brazilpednews.org.br/dec2000/bnp0026.htm Abreu, M.V. (1998). Cinco Ensaios sobre Motivação. Coimbra. Livraria Almedina. pp.27-29 Sá, E. (2001), Psicologia do Feto e do Bebé. Fim do Século Edições. Sociedade Unipessoal, Lda. Cap.1, pp.22-24 Corsini, R.J. (1994). Encyclopedia of Psychology. 2.ª edição. Vol.4. pp. 23-24 Apontamentos das aulas de Psicologia do Desenvolvimento I (2.ºano/1.ºsemestre). John Bowlby
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