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farmacologia Professora Cássia Jane Fármacos com atuação no sistema endócrino Antidiabéticos A diabete mellitus (DM) é uma síndrome metabólica, uma doença crônica caracetrizada por um quadro de hiperglicemia causada pela deficiência na secreção de insulina ou diminuição na resposta dos tecidos periféricos à ação da insulina (resistência à insulina) ou ambos. A diabetes pode ser classificada em: diabetes tipo 1 (DM-1), diabetes tipo 2 (DM-2) e gestacional. A DM-1 é causada pela não produção de insulina pelas células beta-pacreáticas que foram destruídas, geralmente por uma doença autoimune. A manifestação clínica é aguda, acompanhada dos seguintes sinais e sintomas: hiperglicemia e cetoacidose. O exame para monitorar os níveis de açucar do sangue é bem simples, apenas com uma gota de sangue colhida no dedo é possível mensurar os valores para o controle de insulina. A DM-2 é caracterizada pela hiperglicemia, resistência á insulina e alteração na secreção de insulina está associada com dislepidimia, hipertensão e obesidade. Mesmo no DM-2 há uma progressiva perda das células beta, resultando na deficiência de insulina. A insulina gera seus efeitos ligando-se ao seu receptor (tirosina-quinase) localizado na membrana plasmática, e ativa uma cascata de reações que vai culminar na translocação da proteína transportadora de glicose (GLUTs) até a superfície da membrana para transportar glicose para o interior da célula. A deficiência da secreção ou da ação da insulina leva a um quadro persistente de hiperglicemia, uma vez que a insulina regula o metabolismo dos carboidratos por meio de diversos processos, dentre os quais podemos destacar o aumento no transporte de glicose através da membrana celular para o meio, aumento na utilização de glicose pelas células, aumento na glicogênese (polimerização de glicose, formando glicogênio). Tipos de insulinas A principal característa que distingue os diferentes tipos de insulinas disponíveis no mercado é a sua farmacocinética. Ou seja, variam conforme o seu início de ação, a sua duração de ação e o tempo necessário para atingir a sua concentração máxima. As insulinas podem ser de origem humana, bovina, suína e sintética. . Tipos de insulinas Insulina de ação prolongada ou ultralenta; Insulina de ação intemediária ou lenta; Insulina de ação rápida; Insulina de ação ultrarrápida. Insulina de ação ultrarrápida Estas insulinas são análogos da insulina humana, Obtidas por tecnologia DNA recombinante. Via de administração: subcutânea. Início de ação: 15 min Concentração máxima: 40 à 60 min Duração de ação: 2 à 4 h. Principais exemplos deste grupo são as lipro e aspart Insulina de ação rápida (Regular) Insulina de ação intermediária ou lenta (NPH) Insulina de ação prolongada ou ultralenta (Lantus). Abdome (barriga) Coxa (frente e lateral externa) Braço (parte posterior do terço superior) Glúteo (parte superior e lateral das nádegas). Hipoglicemiantes orais São fármacos para pacientes com diabetes do tipo II, ou seja, não dependentes de insulina como o tipo I. Metformina: é uma binaguida que tem menor risco de causar acidose lática. Age principalmente bloqueando a glicogênese hepática.Pode determinar perda de peso e reduzir os níveis de triglicérides. As reações adversas mais importantes e frequentes são distúrbios gástricos, flatulência e diarréia.É contraindicada para pacientes em situações de hipóxia sistêmica, insuficiência renal e hepática. Tiazolidinedionas ou glitazonas: ativam o receptor de insulina nos tecidos adiposos, muscular e hepático com aumento da utilização de glicose por eles. Sulfonilureias: As sulfonilureias são fármacos que promovem a liberação de insulina a partir das células beta do pâncreas.As sulfonilureias podem causar hipoglicemia e estão contraindicadas para pacientes com insuficiência renal e hepática. Glinidas: são drogas que estimulam a secreção de insulina de forma semelhante às sulfonilureias, porém através de ligação em uma parte diferente deste receptor. Isso as deixa com a característica de apresentarem um rápido início de ação, que por outro lado também é mais breve. Este perfil as torna especialmente úteis no controle da hiperglicemia pós-prandial. Acarbos: são inibidores das enzimas responsáveis pela digestão dos carboidratos, alfa glicosidases intestinais. Com isso, há um retardo no tempo de absorção dos monossacarídeos e, desta forma, controla-se a glicemia pós-prandial. Infelismente os carboidratos não absorvidos sofrem fermentação no intestino, pelas bactérias constituintes da microbiota,causando as seguintes reações adversas: distensão abdominal, meteorismo, flatulência e diarréia. Doenças da tireoide A tireoide é uma glândula localizada na região anterior do pescoço, ligeiramente abaixo do Pomo de Adão, responsável pela produção e secreção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). É uma das maiores glândulas do corpo humano, podendo pesar até 25 g. As alterações da tireóide são uns dos distúrbios endócrinos mais comuns. Elas, geralmente, são acompanhadas de sinais e sintomas que envolvem outros órgãos e sistemas, como a pele. A produção excessiva de hormônios pela tireoide recebe o nome de hipertireoidismo, enquanto que uma liberação hormonal insuficiente é denominada hipotireoidismo. Glândulas tireoide Mecanismo de ação Os hormônios tireoidianos são essenciais para as funções metabólicas teciduais, embora a glândula tireóide secrete principalmente o T4, virtualmente todas as ações biológicas dos hormônios tireoidianos ocorrem através da ligação do T3 ao seu receptor nuclear, a conversão extratireoidiana de T4 para T3 é responsável por aproximadamente 80% do T3 produzido em humanos. Duas enzimas, tipo 1 e tipo 2 iodotironina desiodinase (d1 e d2), catalisam essa reaçãode fundamental importância no metabolismo dos hormônios tireoidianos. Crescimento e desenvolvimento Os hormônios tireoidianos desempenham papel fundamental no desenvolvimento fetal, especialmente sobre o SNC, pois são importantes para o crescimento e maturação tecidual. A carência desses hormônios durante a neurogênse acarreta sequelas irreversíveis no SNC, como retardamento mental ou cretinismo e alterações morfológicas. Em crianças esses hormônios também são cruciais para o crescimento. Além disso, modulam as ações do hormônio paratireoide e da calcitonin, regulando indiretamente o crescimento ósseo. Além disso, aumentam a taxa cardíaca, a contratilidade e a saída cardíaca. Essas ações ocorrem por efeitos diretos no aumento da expressão de genes que codificam proteínas cardíacas e pelo aumento da sensibilidade cardíaca ás catecolaminas. Metabolismo O T3 é cinco vezes mais ativo que o T4. No adulto,os hormônios tireoidianos mantêm a estabilidade metabólica. Atuam por ações diretas (aumento da glicogenólise, glicogeogênese,consumo de O2 e calorigênese) e indiretas, pela modulação das ações de insulina (aumento da captação de glicose, glicogênese), glucagon (glicogenólise), catecolaminas (glicogenólise e lipólise) e glicocorticóides. A administração de hormônio tireoidiano resulta em aumento da frequência e débito cardíaco e, em maior tendência, a arritmias, como fibrilação atrial. Hipotiroidismo O tratamento do hipotireoidismo é realizado com reposição do hormônio T4, por via oral em jejum, que após ser absorvido é transformado perifericamente em T3 pela enzima 5’-deiodinase. Estes medicamentos devem ser ingeridos durante toda a vida, sendo que o recomendado é tomar logo pela manhã, pelo menos 30 minutos antes do café da manhã para que a digestão dos alimentos não diminua a sua eficácia. A dose deve ser prescrita pelo endocrinologista e pode variar de tempos em tempos, dependendo da concentração de hormônios T3 e T4 na corrente sanguínea. Hipertiroidismo O tratamento farmacológico pode ser realizado com iodo radioativo e os tioureilenos (carbimazol, metimazol e a propiltiouracila). Os tioureilenos atuam na tireoglobulina e, desta forma, inibem competitivamente as reações catalisadas pelas tireoperoxidase. Além desse mecanismo de ação, a propiltiouracila reduz a desiodação do T4 nos tecidos periféricos e, por isso diminui a concetração de T3. Estes fármacos podem causar neutropenia e agranulocitose. Paratireóide HIPOPARATIREOIDISMO É a doença resultante da falta de produção de PTH pelas glândulas paratireóides. A falta desse hormônio causa a redução do cálcio no sangue. Tratamento O objetivo do tratamento do hipoparatireoidismo é normalizar as concentrações de cálcio no sangue. Isso é feito através da administração de medicamentos como as formas ativadas de vitamina D e cálcio. HIPERPARATIREOIDISMO É a doença resultante do excesso de produção de PTH pelas glândulas paratireóides. O excesso deste hormônio causa o aumento do cálcio no sangue e na urina. Tratamento O tratamento deve ser discutido com o endocrinologista. Geralmente, o hiperparatireoidismo primário é tratado por meio de cirurgia. Alguns pacientes assintomáticos podem ser acompanhados no consultório, através de exames, sem a realização de cirurgia. F I M
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