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Sentença no Direito Processual

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SENTENÇA
Antônio José Sposito 
SENTENÇA
Conceito jurídico:
- A sentença é um dos atos processuais mais importante no âmbito do direito processual. 
- Com o advento da Lei 11.232/05 foi procedida a alteração no conceito de sentença até então vigente. Antes da reforma levada a efeito pela referida lei sentença era considerada ato do juiz que põe termo ao processo. 
- Segundo o art. 162, I, do Código de Processo Civil, Sentença é ato do juiz que importa em uma das hipóteses do art. 267 (extinção sem resolução do mérito) e 269 (extinção com resolução do mérito). 
“Art. 162 - Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. 
§ 1º - Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei. ( 
Art. 267 - Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:  
Art. 269 - Haverá resolução de mérito: 
SENTENÇA
 A sentença não põe termo ao processo, pois a parte sucumbente pode recorrer e provocar a reforma total da decisão no Tribunal. 
 A sentença é ato do juiz que esgota sua atuação no primeiro grau de jurisdição, incidindo em uma das hipóteses dos arts. 267 e 269 do Código de Processo Civil.
As sentenças podem ser definitivas e terminativas ou processuais
SENTENÇA
 Sentenças definitivas
- As sentenças definitivas são aquelas que resolvem o mérito da demanda discutida em juízo. 
- As sentenças definitivas estão disciplinadas no art. 269, do Código de Processo Civil.
SENTENÇA
Sentenças terminativas
- As sentenças terminativas são aquelas que esgotam a atuação do juiz de primeiro grau sem resolução de mérito.
- As sentenças terminativas são aquelas disciplinadas no art. 267, do CPC. 
Exemplo: ver art.301, do CPC
“Art. 301 - Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: (Alterado pela L-005.925-1973)
I - inexistência ou nulidade da citação;
II - incompetência absoluta;
III - inépcia da petição inicial;
IV - perempção;
V - litispendência;
SENTENÇA
VI - coisa julgada;
VII - conexão;
VIII - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
IX - convenção de arbitragem;
X - carência de ação;
XI - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar.” 
SENTENÇA
O Princípio da Correlação (Adstrição/Congruência)
- Segundo a Teoria Geral do Processo a atividade jurisdicional é deflagrada para apreciar se procede ou não a pretensão do autor. 
- A atividade do juiz está limitada a verificar se o autor tem ou não razão, limitando-se ao pedido formulado pelo autor.  
- O juiz ao decidir uma determinada causa não pode ir além da pretensão formulada pelo autor na petição inicial.  
SENTENÇA
 A sentença que ultrapassa os limites estabelecidos pelo pedido do autor é nula de pleno direito. 
- O Princípio da Correlação, também conhecido por Princípio da Congruência ou Princípio da Adstrição, que se encontra estatuído nos artigos 128 e 460, todos do CPC, proíbe ao juiz proferir sentença fora dos limites estabelecidos pelo pedido.
SENTENÇA
“Art. 128 - O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte.
Art. 460 - É defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.” 
SENTENÇA
A sentença que julga de forma diversa do que foi pedido pelo autor é denominada de sentença extra petita.  
- A sentença que julga mais do que foi pedido pelo autor é denominada sentença ultra petita
- A sentença que julga aquém do que foi pedido é denominada sentença citra petita. 
SENTENÇA
Estrutura da sentença
- Segundo o art. 458, do CPC, a estrutura da sentença étrifásica. 
“Art. 458 - São requisitos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da resposta do réu, bem como o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões, que as partes lhe submeterem.”
SENTENÇA
A sentença deve, necessariamente, possuir relatório, os fundamentos ou motivação e o dispositivo.
 O relatório corresponde a parte da sentença onde o juiz vai descrever todos os atos processuais, manifestações, incidentes e alegações das partes.  
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Nos Juizados Especiais o relatório é dispensável, conforme se depreende do art.38, da Lei 9.099/95. 
“Lei 9.099/95
Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.”
SENTENÇA
 A motivação corresponde a parte da sentença onde o juiz informa quais foram as razões de fato e de direito que o convenceram o decidir, de uma forma ou de outra. 
- A motivação das decisões judiciais tem amparo constitucional, conforme se depreende do art. 93, IX, da CF/88. 
SENTENÇA
Constituição Federal de 1988
Art. 93 - Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
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IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
SENTENÇA
A motivação da sentença é um elemento fundamental da sentença, pois, permite às partes compreenderem quais foram as razões de fato e de direito que convenceram o julgador.
- A motivação das decisões judiciais viabiliza o manejo do recurso, vez que, as partes somente podem apresentar seu recurso devidamente fundamentado quando a motivação da decisão for apresentada de forma clara, fundamentada e precisa. 
SENTENÇA
O dispositivo corresponde a parte da sentença onde o juiz decide a causa e é sobre ele é que incide a coisa julgada.  
 O dispositivo se identifica na sentença, em sua parte final, quando o juiz diz "....Isto posto julgo procedente em parte o pedido do autor para condenar o réu a....”.
O dispositivo é também uma parte fundamental da sentença, vez que, contêm o comando judicial, sobre o qual incidirá a coisa julgada.
SENTENÇA
 A sentença consiste em ato decisório do juiz que põe fim à função jurisdicional, com o cumprimento do seu ofício. Nesta direção, estabelece o art. 463 do CPC, que o juiz, ao publicar a sentença de mérito, cumpre e acaba o ofício jurisdicional, só podendo alterá-la: para corrigir, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou retificar erros de cálculos, bem assim por embargos de declaração.
SENTENÇA
Os atos decisórios do juiz são os despachos, as decisões interlocutórias e as sentenças. Os despachos, por definição, não geram prejuízo, de modo a serem irrecorríveis, as decisões interlocutórias geram prejuízo para alguma das partes, mas não põem fim ao processo e ao procedimento, enquanto a sentença gera prejuízo e põe fim ao processo e ao procedimento. As decisões e sentenças são recorríveis, as primeiras por agravo, as segundas por apelação. 
SENTENÇA
As sentenças podem ser classificadas em terminativas, que não promovem o julgamento do mérito, não gerando, pois, coisa julgada material, mas, somente formal, e definitivas, que promovem o julgamento do mérito, ensejando, pois, coisa julgada material.
A sentença consiste no ponto culminante da realidade do processo, uma vez que representa a prestação da tutela jurisdicional almejada, a prestação do serviço público acalentado.  
SENTENÇA
A sentença apresenta, pois, natureza jurídica de ato jurisdicional decisório, mas ato de inteligência (Ugo Rocco e João Monteiro) e, sobretudo,
de vontade (Chiovenda, Carnelutti, Calamandrei, Redenti, Liebman etc.), posto que a sua conclusão emite um comando, uma decisão. Segundo Chiovenda a sentença consiste na afirmação da vontade da lei a um caso concreto. Consiste em ato de inteligência, comunicação e vontade, daí a necessidade de bem fundamentá-la para que possa ser compreendida e, quiçá, ensejar resignação. 
SENTENÇA
Ao Princípio da Irretratabilidade da Sentença, que impõe a impossibilidade desta ser modificada ou retratada, após a publicação, estabelece duas importantes exceções igualmente previstas no art. 463 do CPC.
A primeira exceção diz respeito à necessidade de correção da sentença (art. 463, I) que pode ser revista para afastar inexatidões materiais ou erros de cálculos. Os erros materiais, como se vê, não transitam em julgado, podendo ser retificados de ofício ou a requerimento da parte.
SENTENÇA
A inexatidão material consiste no equívoco perceptível em clareza solar,, que se apresenta manifesto, e que revela não corresponder à intenção do prolator da sentença. Assim, se o juiz concluir pela procedência do pedido do réu, se trocar o nome das partes, chamando o autor de réu e o réu de autor, se houve erro de datilografia que mudou todo o sentido da expressão, são passíveis de alteração de ofício ou a requerimento da parte.
SENTENÇA
 Enquanto não publicada a sentença a mesma não produz os efeitos que lhe são próprios, posto tratar-se de ato processual público. A deflagração do prazo para a interposição do recurso, por exemplo, somente se dá depois de publicada a sentença.
- Se a sentença for proferida em audiência, que é pública, tem-se ela como publicada (art. 444 CPC), reputando-se por intimados os litigantes na audiência, quando nesta é publicada a sentença (art. 242, §1º).
SENTENÇA
Cumpre lembrar a distinção que se faz entre erro de fato e erro material, o primeiro consistiria em o juiz admitir um fato falso como verdadeiro ou um fato ocorrente como falso, ou mesmo conferir a um fato ocorrente os efeitos ou dimensão que não possuiu. Tal erro de fato, que não se confunde com uma inexatidão material somente pode ser discutido em sede recursal, porque diz com a correta ou incorreta apreciação da prova.
SENTENÇA
Se a parte não comparecer à audiência ou se a sentença não for proferida em audiência, devem as partes ser intimadas através de seus advogados, por conduto do Diário Oficial. 
- O primeiro efeito da publicação da sentença é dar-lhe existência jurídica, a partir de quando é integrada no processo. Outro efeito é que a publicação fixa o teor da sentença, tornando-a, pois, irretratável, salvo por meio de recurso. É o que estabelece o art. 463, do CPC, que refere-se, contudo, somente às sentenças de mérito, malgrado, já se sabe, compreenda, igualmente, as sentenças terminativas

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