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DESIGUALDADES NA ESCOLA - A DIDÁTICA E ALGUMAS POSSIBILIDADES PARA A DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO PROFª MS. JULIANA PAOLIELLO DESIGUALDADES NA ESCOLA – A DIDÁTICA E ALGUMAS POSSIBILIDADES PARA A DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO FORMAÇÃO DE PROFESSORES COTIDIANO ESCOLAR CURRÍCULO Realização de um processo de ensino que atenda a todos, visando à democratização do ensino. É importante trazer à tona algumas reflexões sobre as desigualdades na escola e suas implicações no trabalho docente. “Sociedade e escola não existem de forma isolada, o que acontece na sociedade reflete-se nas escolas, que realizam em seu contexto um trabalho a partir dos valores, das crenças e das prioridades que circulam na sociedade. Os profissionais que trabalham na escola são cidadãos de uma determinada sociedade e da comunidade local em que vivem, possuindo um conjunto de crenças ou atitudes como qualquer outro grupo de pessoas” (MITLER, 2003 apud CHINALIA, 2006). PROCESSOS HISTÓRICOS PROCESSOS POLÍTICOS PROCESSOS ECONÔMICOS Os indivíduos formam a sociedade e, possuindo suas particularidades, tentam na medida do possível se adequar aos modelos que ela determina. A sociedade é construída pela diversidade humana e, por isso mesmo, acaba privilegiando apenas alguns de seus segmentos. [...] Os indivíduos são categorizados segundo o problema que causam à sociedade: pobreza, delinquência, loucura, deficiência e tantos outros. A designação desses tipos de “diferenças” resulta da aplicação, por outras pessoas, de regras ou sanções ao diferente; não é uma qualidade do ato em si mesmo (BIANCHETTI;FREIRE, 1998, p. 114). BOURDIEU O autor explica que, durante muito tempo, a escola foi reconhecida como um local destinado às pessoas pertencentes à classe social dominante. Isso fez com que, por um longo período, a escola reproduzisse no seu interior a cultura e a linguagem de uma classe social dominante, ou seja, daqueles que possuem uma condição econômica favorecida e que, com isso, são detentores de um capital cultural ampliado. Alicerçado nesses critérios (classe social, cultura, linguagem, entre outros), a escola se constituiu em um espaço de exclusão daqueles que não correspondem aos seus critérios e expectativas, reforçando ainda mais as desigualdades sociais e acadêmicas. Nesse sentido, é preciso, antes de tudo, alterar visões reducionistas sobre o desenvolvimento humano e a aprendizagem. Isso significa, dentre outras providências, que é preciso um olhar no plano da coletividade, atendendo-se a especificidade da diferença, questionando modelos predeterminados, ideias preconcebidas, constituindo caminhos verdadeiramente democráticos. Mitler (2003 apud CHINALIA, 2006, p. 46) QUAL A FUNÇÃO DA ESCOLA? Na trajetória de evolução da educação, a escolarização foi exaltada como um dos requisitos fundamentais indispensáveis em todas as sociedades. Desde o final do século XX, as exigências educacionais recaem fortemente sobre um “modelo” de escola que atenda a todos, uma escola que respeite as desigualdades sociais, culturais, econômicas, enfim as diferenças, uma escola que promova um ensino de qualidade, atendendo às necessidades de todos os seus alunos, inclusive daqueles que, diante da sociedade, ainda pertencem a grupos sociais considerados marginalizados e/ou minoritários. Entretanto, sabemos que a escola ainda continua reproduzindo desigualdades; Durante muito tempo, o fracasso escolar, por exemplo (uma grande problemática das escolas, inclusive nos dias atuais), foi visto como um problema individual dos alunos que não conseguiam aprender. O TRABALHO DOCENTE NO CONTEXTO DAS DESIGUALDADES: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES Nas sociedades contemporâneas, o ser humano, ao nascer, traz consigo o direito à educação escolar includente. Tal direito implica a inserção de todos, sem distinção de condições linguísticas, sensoriais, cognitivas, físicas, emocionais, étnicas, socioeconômicas ou outras, Requer sistemas educacionais planejados e organizados que deem conta da diversidade dos alunos e ofereçam respostas adequadas às suas características e necessidades. REALIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE, EMERGE UMA SÉRIE DE DÚVIDAS, TAIS COMO: –Como motivar os alunos para que eles estudem? –Como resolver o caso dos alunos “indisciplinados” e descontentes? –Como despertar e manter sua atenção? –Como avaliar os alunos? –Como nos comunicarmos com eles para que eles nos entendam? (MAZETTO, 1997, p. 15) LIBÂNEO O trabalho pedagógico na escola requer a sua adequação às condições sociais de origem, às características individuais e socioculturais e ao nível de rendimento escolar dos alunos; A democratização do ensino supõe o princípio da igualdade, mas, junto com seu complemento indispensável, o princípio da diversidade. A escola deve interagir continuamente com as condições de vida da população para adaptar-se às suas estratégias de sobrevivência, visando a impedir a exclusão e o fracasso escolar. (1994, p. 39) AÇÕES DOCENTES: REFLEXÕES POSSÍVEIS Abandonar as aulas baseadas simplesmente na memorização de nomes, informações e conceitos, relacionando-as aos conhecimentos e conceitos do cotidiano diário dos alunos. Relacionar os conteúdos de ensino a partir daquilo que têm significância para o aluno, no sentido de facilitar sua aprendizagem. A responsabilidade pela aprendizagem deixa de ser entendida como uma preocupação e responsabilidade exclusiva do aluno e passa a integrar o conjunto de reflexões e ações necessárias para a realização do trabalho docente. AÇÕES DOCENTES: REFLEXÕES POSSÍVEIS Incentivo às atividades de cognição dos alunos. À luz das explicações da psicologia, temos conhecimento de que a motivação é um processo psicológico pessoal e interno, que depende das diferenças, experiências anteriores e aspirações de cada um. Diante disso, não queremos de forma alguma dizer que a motivação do aluno depende totalmente do professor. Ao contrário, queremos ressaltar que o professor pode incentivar os alunos, isto é, despertar e atrair seu interesse para fontes de motivações positivas (HAYDT, 2006). ANÁLISES DE UM ESTUDO REALIZADO POR CHINALIA (2006) Ao analisar o caderno da aluna, a pesquisadora encontrou informações acerca de algumas ações que a professora em questão considera importantes, especialmente no caso dessa aluna. Vejamos alguns pontos observados pela pesquisadora: Em trechos de sua fala, acaba revelando que acredita que para Fran esse tipo de ação é de extrema importância para seu desempenho escolar. Acaba revelando, também, que vê necessidades de que Fran seja estimulada para que possa ter um bom desempenho nos conteúdos a serem desenvolvidos. “Com ela é necessário muito estímulo porque no começo do ano eu escrevi no caderno: campeã, você é um show, parabéns, muito bem! Então, percebo que ela está estimulada, que dá certo”. Detectamos, nesse trecho de sua fala, que a professora em questão acaba por reconhecer que vê necessidade de realizar, no decorrer do processo de ensino da aluna, ações que contribuam para a elevação da autoestima da aluna, considerando que ela realiza com maior empenho as atividades quando é elogiada. Isto nos indica que acredita que a forma como procede com a aluna(a maneira como aborda a aluna; a forma como realiza as correções) favorece seu relacionamento com ela, bem como estimula o bom desempenho da aluna ao longo do ano letivo (CHINALIA, 2006, p. 116). Então, refletir e buscar a efetivação de um trabalho docente que articule a transmissão/assimilação dos conhecimentos sistematizados com as condições externas da vida do aluno (seus interesses, suas necessidades, entre outros aspectos do indivíduo) oferecendo-lhes condições materiais, sociais, políticas, culturais e afetivas, é uma condição necessária para possibilitar-lhes participação na construção de decisões políticas e governamentais. SALA DE AULA: COMPONENTES INDISPENSÁVEIS AO PROCESSO DIDÁTICO Componentes que integram o processo ensino- aprendizagem: A matéria, o professor e os alunos. Entretanto, sendo o processo de ensino uma atividade complexa que envolve tanto condições externas como condições internas de situações didáticas, faz-se importante conhecer tais condições, pois essas são imprescindíveis para a realização do trabalho docente. [...] o ensino como atividade específica da escola, em cujo centro está a aprendizagem e o estudo dos alunos, isto é, a relação cognoscitiva do aluno com as matérias de ensino; o processo didático como mediação de objetivos e conteúdos, tendo em vista a aprendizagem dos alunos (LIBÂNEO, 1994, p. 127). Cognoscitivo - é um termo que deriva da palavra cognição, que significa: processo de aprender que envolve as funções intelectuais dos alunos, tais como: atenção, memória, percepção, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem. Logo, Libâneo (1994) ao utilizar o termo relação cognoscitiva, está indicando a necessidade de existir uma relação entre as funções intelectuais do aluno, dentre as quais se destaca o pensamento, com as matérias selecionadas e organizadas pelo professor. Condições externas: Econômico-sociais, socioculturais, bem como objetivos e normas estabelecidas conforme interesses da sociedade e seus grupos, as quais afetam as decisões didáticas. Condições internas: dizem respeito à relação entre o aluno e a matéria, com o objetivo deste apropriar-se dela com a mediação do professor. Isso indica uma relação de reciprocidade entre: MATÉRIA = Disciplinas (conteúdos) PROFESSOR = Mediador entre Matéria e aluno ALUNO = Assimilação consciente Desenvolver capacidades e habilidades SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS A seleção e a escolha dos conteúdos exigem conhecimento do assunto e do grupo de alunos, além de um embasamento seguro em termos da estrutura da disciplina. Assim, para auxiliar o professor nessa tarefa complexa, Martins (2007, p. 79), ressalta alguns aspectos que merecem ser considerados. São eles: “a estrutura lógica da matéria, as condições psicológicas para a aprendizagem, bem como as necessidades socioeconômicas e culturais”. Saber sistematizado; Articulação entre sua apropriação como saber sistematizado e a reconstrução desse saber como aprendizagem substancial para sua prática social compreensão e significação das relações de uma matéria (a disciplina) com os conhecimentos e as atividades que integram seu cotidiano; Estabelecer elos significativos com as experiências de vida dos alunos, seus interesses e suas necessidades. EXPERIMENTAÇÃO CURRICULAR: PRODUÇÃO DE SENTIDO CRIANDO CONCEITOS: FORÇA DO PENSAR TAREFAS DE PRONTIDÃO: PROCESSOS MECANIZADOS
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