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Aula 9 Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Análise de Textos (Parte II) Professor: Albert Iglésia Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 2 Olá, prezado aluno! Além das óbvias questões extraídas de provas anteriores da FGV, eu continuarei acrescentando ao material questões de outras bancas examinadoras. Farei isso para que você tenha uma quantidade satisfatória de exercícios de fixação do conteúdo estudado. Tentaremos com isso abranger todos os detalhes, de modo que você não seja surpreendido com uma inesperada pergunta do examinador. Na aula de hoje, estudaremos os tipos de textos e as figuras de linguagem. O mais importante de tudo é você não esmorecer! Tipologia Textual Tipologia textual designa uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). Diferentemente do que aprendemos na escola, vamos dividir os textos em cinco tipos: descritivo, narrativo, expositivo (ou informativo), argumentativo (ou simplesmente dissertativo) e injuntivo. Para efeito de prova, a banca pode usar ainda as terminologias dissertação expositiva e dissertação argumentativa para se referir, respectivamente, aos textos expositivos e argumentativos. Que tal caracterizarmos cada um deles? Texto descritivo (“retrato” verbal) É o tipo de redação na qual se apontam as características que compõem um determinado objeto, pessoa, animal, ambiente ou paisagem. Apresenta elementos que, quando juntos, produzem uma “imagem”. Calisto Elói, naquele tempo, orçava por quarenta e quatro anos. Não era desajeitado de sua pessoa. Tinha poucas carnes e compleição, como dizem, afidalgada. A sensível e dissimétrica saliência do abdômen devia-se ao uso destemperado da carne de porcos e outros alimentos intumescentes. Pés e mãos Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 3 justificavam a raça que as gerações vieram adelgaçando de carnes. Tinha o nariz algum tanto estragado das invasões do rapé e torceduras do lenço de algodão vermelho. A dilatação das ventas e o escarlate das cartilagens não eram assim mesmo coisa de repulsão. (Camilo Castelo Branco, A queda dum anjo) Desperte para as características desse tipo de texto: 1) Predomínio de adjetivos. 2) Descrição objetiva (expressionista): limita-se aos aspectos reais e visíveis; não há opinião do autor sobre o tema. 3) Descrição subjetiva (impressionista): o autor emite sua opinião sobre o assunto. 4) Descrição física: limita-se à descrição dos traços externos e visíveis, tais como altura, cor da pele, tipo de nariz e cabelo etc. 5) Descrição psicológica: está relacionada a aspectos do comportamento da pessoa descrita: se é carinhosa, agressiva, calma, comunicativa, egoísta, generosa etc. 6) Não há uma sucessão de acontecimentos ou fatos, mas sim a apresentação pura e simples do estado a ser descrito em um determinado momento. 7) Aqui, a matéria é o objeto. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 4 1. (Cespe/2014/CEF/Nível Superior) No texto, predominantemente descritivo, são utilizados trechos narrativos como recurso para defender os argumentos elencados. Comentário – Com um pouco de atenção, a questão torna-se muito fácil. Não é possível um texto ser “predominantemente descritivo” e defender um ponto de vista. Essa mistura já nos habilita a dizer que o item está errado. O texto é meramente expositivo (ou informativo), pois apenas tem o propósito de transmitir informações ao leitor, sem a pretensão de sustentar uma opinião. Mas saiba que é possível haver trechos narrativos para a defesa de argumentos, ou seja, narração dentro da dissertação. Resposta – Item errado. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 5 Texto narrativo É a modalidade de redação na qual contamos um ou mais fatos que ocorrem em determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão – coveiro – era cavar. Mas, de repente, na distração do ofício que amava, percebeu que cavara demais. Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar para cima e viu que sozinho não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou mais forte. Ninguém veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite chegou, subiu, fez- se o silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, não se ouviu um som humano, embora o cemitério estivesse cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Só pouco depois da meia-noite é que vieram uns passos. Deitado no fundo da cova o coveiro gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou o que havia: “O que é que há?” O coveiro então gritou, desesperado: “Tire-me daqui, por favor. Estou com um frio terrível!” “Mas, coitado!” – condoeu-se o bêbado – “Tem toda razão de estar com frio. Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre mortinho!” E, pegando a pá, encheu-a e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente. Moral: Nos momentos graves é preciso verificar muito bem para quem se apela. (O coveiro, Millôr Fernandes) Note as características do tipo narrativo: 1) O fato narrado pode ser real ou fictício. 2) A descrição pode inserir-se na narração, dada a importância de se caracterizarem os personagens envolvidos na trama e o cenário em que ela se desenvolve. 3) Narração em 1ª pessoa: ocorre quando o fato é contado por alguém que se envolve nos acontecimentos (uso dos pronomes nós, eu). Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 6 4) Narração em 3ª pessoa: o narrador conta a ação do ponto de vista de quem vê o fato acontecer na sua frente (narrador onisciente); ele não participa da ação (uso dos pronomes ele(a), eles(as)). 5) Narração objetiva: o narrador apenas relata os fatos, sem se deixar envolver emocionalmente com o que está noticiado. É de cunho impessoal e direto. 6) Narração subjetiva: leva-se em conta as emoções, os sentimentos envolvidos na história. São ressaltados os efeitos psicológicos que os acontecimentos desencadeiam nos personagens. 7) A progressão temporal (exposição, complicação, clímax e desfecho) é essencial para o desenvolvimento da trama. 8) O tempo predominante é o passado, cronológico (um minuto, uma hora, uma semana, um ano etc.) ou psicológico (vivido por meio de flashback, é a memória do narrador). 2. (Cespe/2014/TJ-CE/Nível Médio) O texto em apreço é, predominantemente, a) instrucional. b) dialógico. c) descritivo. d) narrativo. e) dissertativo. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 7 Comentário – Calma! Às vezes, a banca complica um pouquinho a nossa vida. Observe que, embora haja inicialmente o relato de um fato, no desenvolvimento do texto o enunciadorapresenta argumentos que defendem uma opinião sobre o financiamento privado de pessoas jurídicas para campanhas eleitorais. Já na primeira linha, fica evidente o juízo de valor a respeito desse financiamento: “inaceitável”. Note que a última frase reafirma a opinião contrária à interferência de empresas no processo eleitoral. Fica aqui a minha dica para você: ainda que haja no texto elementos característicos da descrição e da narração, o texto será classificado como dissertativo sempre que houver um posicionamento sobre o assunto abordado (não existe texto homogêneo!). Resposta – E Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 8 3. (Iades/2014/SEAP-DF/Analista) Do ponto de vista da tipologia textual, o texto apresentado classifica-se, predominantemente, como a) narrativo, pois relata, em uma sequência temporal, episódios da vida de Teodoro Freire. b) descritivo, pois faz um registro dos elementos que particularizam e caracterizam os seres retratados. c) dissertativo, pois apresenta uma análise crítica sobre o trabalho de Teodoro Freire com a cultura popular brasileira. d) narrativo, pois desenvolve uma reflexão sobre os aspectos que marcaram a vida de Teodoro Freire. e) dissertativo, pois apresenta um breve histórico da vinda de Teodoro Freire para Brasília. Comentário – Não é possível defender a ideia de que o texto “desenvolve uma reflexão sobre os aspectos que marcaram a vida de Teodoro Freire” (letra D). Isso seria estabelecer um juízo de valor a respeito de fatos da vida dele, elegendo uns como mais importantes do que outros, sem que existam parâmetros no próprio texto que nos habilite a fazer tal distinção. Portanto é mais adequado, com base no que se lê, afirmar que há um relato temporal de alguns episódios da vida de Teodoro Freire, como está escrito na primeira opção. Resposta – A Texto argumentativo (dissertação argumentativa) É o tipo de composição na qual expomos ideias seguidas da apresentação de argumentos que as comprovem. Tem por objetivo a defesa de um ponto de vista, por meio da persuasão. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 9 A informalidade em excesso soma-se à ausência do poder público e à cultura da corrupção A imagem mais citada por testemunhas do desabamento de três prédios na Rua Treze de Maio, na região da Cinelândia, era a queda das torres do World Trade Center, em setembro de 2001, em Nova York. A nuvem de poeira e detritos que varreu a rua e foi captada por uma câmera de vigilância era, de fato, em escala bem menor, parecida com aquela, gigantesca, que subiu de downtown pela ilha de Manhattan, no colapso das Torres Gêmeas. [...] Em outubro do ano passado, o restaurante Filé Carioca, instalado no térreo de um prédio na Praça Tiradentes, também no Centro, explodiu. Morreram três pessoas e 17 ficaram feridas. Assim como a tragédia de quarta à noite poderia ter sido muito maior se houvesse ocorrido mais cedo, aquele acidente seria mais dramático se não tivesse acontecido de manhã cedo. [...] No caso do restaurante, não há dúvida. Contra o bom-senso e as próprias normas de segurança, a cozinha do Filé Carioca era abastecida por cilindros de GLP abrigados no subsolo. Aconteceu o que poderia ter sido previsto por um fiscal. Mesmo com uma cozinha convertida em paiol, o estabelecimento funcionava com “alvará provisório”, renovado por cinco anos. Ora, alvará para negócios que envolvam risco de vida não pode ser “provisório”. E pior: jamais o Corpo de Bombeiros vistoriara o local. [...] Na quarta à noite, ficou mais uma vez evidente que o poder público é ágil na emergência: não demorou muito para bombeiros, escavadeiras, etc. chegarem ao local. O mesmo acontece nas enxurradas e enchentes. Nos dois casos, faltam ações preventivas, não só para proteger a população, mas também educá-la a cumprir as normas. [...] Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 10 A informalidade em excesso soma-se à ausência do poder público e à cultura da corrupção em repartições e cria situações cujo desdobramentos costumam ser catastróficos (Internet: http://oglobo.globo.com/opiniao/um-alerta-cidade-do-rio-3772513. Acesso em 27/1/2012) Texto expositivo (informativo; dissertação expositiva) O objetivo do texto é passar conhecimento para o leitor. Nesse tipo textual, não se faz a defesa de uma ideia. Encontrado em livros didáticos e paradidáticos (material complementar de ensino), enciclopédias, jornais, revistas (científicas, informativas, etc.). A União Europeia baniu importações de petróleo do Irã com o objetivo de pressionar o país a interromper o seu programa nuclear. Os países europeus também decidiram suspender transações financeiras com o Banco Central de Teerã. As sanções, que só serão totalmente aplicadas em julho, foram decididas pelos chanceleres de 27 países reunidos em Bruxelas. Há três semanas, os EUA aplicaram medidas semelhantes. (Folha de São Paulo. Internet <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/>. Acesso em 24/1/2012) Repare agora que, diferentemente da intenção do autor do texto acima, este aqui não tem a presunção de convencer ninguém a respeito de algo. Limita-se apenas a transmitir ao leitor, de forma imparcial e objetiva, uma informação sobre as sanções sofridas pelo Irã. Ex-presidiário, condenado a mais de cem anos de prisão por assalto à mão armada e homicídio, Luiz Alberto Mendes Júnior teve uma vida que renderia um belo filme de ação. Mas o 4 protagonista decidiu tomar outro rumo: dedicou-se à literatura e hoje é um autor de sucesso. Luiz Alberto Mendes Júnior cumpriu 31 anos e 10 meses de prisão. Dentro da penitenciária, aprendeu a ler e a 7 escrever. Trabalhou na escola da penitenciária e alfabetizou mais de 500 presos. Fez vestibular para direito na PUC de São Paulo. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 11 Passou. E mudou de vida. Hoje, conquistada a liberdade, Luiz 10 Alberto já lançou três livros e assina uma coluna na revista Trip, além de fazer palestras pelo Brasil afora. É autor de Memórias de um Sobrevivente (2001, um relato de seu tempo na cadeia), Tesão 13 e Prazer: Memórias Eróticas de um Prisioneiro (2004, também autobiográfico) e Às Cegas (2005, que conta o período dos estudos na PUC e as primeiras tentativas literárias). No esforço de 16 compreender os caminhos de sua vida, o escritor transforma a matéria bruta da memória e cria narrativas que valem cada minuto da atenção dos leitores. Em suas palestras, fala sobre “a literatura 19 como salvação pessoal”, conta um pouco da sua vida atrás das grades e explica a mudança que o livro promoveu em sua vida. Internet: <www.bienalbrasildolivro.com.br> (com adaptações). 4. (Cespe/Depen/Agente Penitenciário/2013) Trata-se de texto informativo em que há trechos narrativos. Comentário – Sim, pois não se verifica nenhuma tese sendo defendida pelo enunciador. A preocupação dele é simplesmente informar a “virada de mesa” ocorrida na vida de Luiz Alberto. O trecho abaixo é um bom exemplo de narração: Luiz Alberto Mendes Júnior cumpriu 31 anos e 10 meses de prisão.Dentro da penitenciária, aprendeu a ler e a escrever. Trabalhou na escola da penitenciária e alfabetizou mais de 500 presos. Fez vestibular para direito na PUC de São Paulo. Passou. E mudou de vida. (linhas 5-9) Resposta – Item certo. Texto injuntivo (instrucional) Indica como realizar uma ação; aconselha. É também utilizado para predizer acontecimentos e comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Há predomínio da função conativa ou apelativa (o emissor procura influenciar o comportamento do receptor; como o emissor se dirige ao receptor, Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 12 é comum o uso de tu, você ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativos; usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor – instruções de uso de um aparelho; leis; regulamentos; receitas de comida; guias; regras de trânsito). Exemplo: "Coloque a tampa e a seguir pressione." (verbo no imperativo) "Coloca-se a tampa e a seguir pressiona-se." (verbo no presente do indicativo) "Colocar a tampa e a seguir pressionar." (verbo no infinitivo) Agora, tenta-se, por meio de uma linguagem persuasiva, fazer com que o leitor execute certas ações a fim de obter o efeito desejado. Jeitinho O jeitinho não se relaciona com um sentimento revolu- cionário, pois aqui não há o ânimo de se mudar o status quo. O que se busca é obter um rápido favor para si, às escondidas e sem chamar a atenção; por isso, o jeitinho pode ser também 5 definido como "molejo", "jogo de cintura", habilidade de se "dar bem" em uma situação "apertada". Em sua obra O Que Faz o Brasil, Brasil?, o antropólogo Roberto DaMatta compara a postura dos norte-americanos e a dos brasileiros em relação às leis. Explica que a atitude 10 formalista, respeitadora e zelosa dos norte-americanos causa admiração e espanto aos brasileiros, acostumados a violar e a ver violadas as próprias instituições; no entanto, afirma que é ingênuo creditar a postura brasileira apenas à ausência de educação adequada. 15 O antropólogo prossegue explicando que, diferente das norte-americanas, as instituições brasileiras foram desenhadas para coagir e desarticular o indivíduo. A natureza do Estado é naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, é inadequada à realidade individual. Um curioso termo – Belíndia – define Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 13 20 precisamente esta situação: leis e impostos da Bélgica, realidade social da Índia. Ora, incapacitado pelas leis, descaracterizado por uma realidade opressora, o brasileiro buscará utilizar recursos que vençam a dureza da formalidade se quiser obter o que muitas 25 vezes será necessário à sua sobrevivência. Diante de uma autoridade, utilizará termos emocionais, tentará descobrir alguma coisa que possuam em comum - um conhecido, uma cidade da qual gostam, a “terrinha” natal onde passaram a infância – e apelará para um discurso emocional, com a certeza de que a 30 autoridade, sendo exercida por um brasileiro, poderá muito bem se sentir tocada por esse discurso. E muitas vezes conseguirá o que precisa. Nos Estados Unidos da América, as leis não admitem permissividade alguma e possuem franca influência na esfera 35 dos costumes e da vida privada. Em termos mais populares, diz- seque, lá, ou “pode” ou “não pode”. No Brasil, descobre-se que é possível um “pode-e-não-pode”. É uma contradição simples: acredita-se que a exceção a ser aberta em nome da cordialidade não constituiria pretexto para outras exceções. Portanto, o 40 jeitinho jamais gera formalidade, e essa jamais sairá ferida após o uso desse atalho. Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é também exercida por esferas de influência superiores. Quando uma autoridade "maior" vê-se coagida por uma "menor", 45 imediatamente ameaça fazer uso de sua influência; dessa forma, buscará dissuadir a autoridade "menor" de aplicar-lhe uma sanção. A fórmula típica de tal atitude está contida no golpe conhecido por "carteirada", que se vale da célebre frase "você 50 sabe com quem está falando?". Num exemplo clássico, um Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 14 promotor público que vê seu carro sendo multado por uma autoridade de trânsito imediatamente fará uso (no caso, abusivo) de sua autoridade: "Você sabe com quem está falando? Eu sou o promotor público!". No entendimento de Roberto DaMatta, de 55 qualquer forma, um "jeitinho" foi dado. (In: www.wikipedia.org – com adaptações.) 5. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) Assinale a alternativa que identifique a composição tipológica do texto “Jeitinho”. (A) Descritivo, com sequências narrativas. (B) Expositivo, com sequências argumentativas. (C) Injuntivo, com sequências argumentativas. (D) Narrativo, com sequências descritivas. (E) Argumentativo, com sequências injuntivas Comentário – Os teóricos argumentam que dificilmente haverá um texto homogêneo, ou seja, puramente descritivo, expositivo, argumentativo, narrativo e injuntivo. A característica que mais sobressai é a que determina o tipo de texto. Falando especificamente do texto intitulado Jeitinho, o que se observa acentuadamente são passagens que transmitem ao leitor informações sobre o que o antropólogo Roberto DaMatta escreveu sobre o jeitinho. As sequências argumentativas ficam por conta do ponto de vista dele sobre o tema. Por exemplo: “Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é também exercida por esferas de influência superiores.”; “No entendimento de Roberto DaMatta, de qualquer forma, um ‘jeitinho’ foi dado.” Resposta – B Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 15 Financiamento de campanhas eleitorais: aspectos éticos Além dos aspectos legais, as empresas que decidirem participar do processo eleitoral devem buscar procedimentos éticos na tomada de decisões relacionadas ao financiamento de 5 candidatos e partidos políticos. Tradicionalmente, os controladores das empresas são os responsáveis pela decisão de como os recursos devem ser distribuídos entre candidatos e partidos. Os sócios e colaboradores 10 dificilmente são consultados, e muitas vezes o apoio reflete mais as posições pessoais dos controladores do que os valores e princípios das empresas. A consulta aos sócios e colaboradores 15 sobre candidatos e partidos que a empresa deve apoiar não implica, necessariamente, transformar a decisão desse apoio em algo coletivo. O simples fato de consultá-los ajuda a criar um ambiente socialmente responsável nas empresas. É certo que 20 a separação dos valores e princípios pessoais dos controladores dos valores e princípios das empresas e, mais ainda, a transformação dessa dissociação em um novo critério para a tomada de decisões sobre aspectos tão sensíveis como o apoio 25 a determinado partido ou candidato ainda é uma atitude difícil para grande parte dos empresários. Também é certo, por outro lado, que, ao aumentarem a transparência do processo de tomada de decisões,as empresas adquirem o Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 16 30 respeito das pessoas e comunidades que são impactadas por suas atividades e são gratificadas com o reconhecimento e engajamento dos seus colaboradores e a preferência dos consumidores, em consonância com o conceito de 35 responsabilidade social, o qual, é sempre bom lembrar, está se tornando cada vez mais fator de sucesso empresarial e abrindo novas perspectivas para a construção de um mundo economicamente mais próspero e socialmente mais justo. 40 Outra iniciativa que pode ter grande impacto junto aos colaboradores, parceiros e sócios das empresas é a promoção de debates sobre o processo eleitoral e o funcionamento e atribuições das instâncias de poder em jogo nas eleições 45 (Presidência da República, Senado, Câmara Federal e Assembleias Legislativas). As empresas podem convidar candidatos, cientistas políticos, jornalistas e administradores públicos para a discussão de ideias, propostas e conceitos. Também podem 50 incentivar debates políticos dentro da empresa, bem como trazer matérias sobre o tema em publicações internas. É importante desmistificar a ideia de que política é uma sujeira só e sem utilidade. Essa é uma forma de contribuir para 55 aumentar a consciência política e a qualidade do voto dentro de toda a cadeia produtiva, entre os parceiros e colaboradores. Esse procedimento ajuda a criar na sociedade ambiente ético e transparente, acentuando a democracia nas 60 relações sociais e políticas. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 17 Além de consultar sócios, parceiros e colaboradores e de realizar debates, as empresas podem também promover campanhas de esclarecimento junto a seus colaboradores. Um 65 conceito útil para ser adotado é o do voto consciente. Infelizmente, ainda hoje assistimos no Brasil a fenômenos que há muito deveriam ter sido excluídos da vida política nacional, como a compra 70 de votos e a atitude de diversos candidatos, durante as campanhas eleitorais, de “doar” cestas básicas e toda a sorte de brindes em troca da promessa de voto dos eleitores. O conceito de voto consciente é justamente o contraponto dessas 75 práticas, visando estabelecer critérios racionais que façam do voto um instrumento de cidadania. Voto consciente é aquele em que o cidadão pesquisa o passado dos candidatos, avalia suas histórias de vida e analisa se as promessas e programas 80 eleitorais são coerentes com as práticas dos candidatos e de seus partidos. (Instituto Ethos. A Responsabilidade Social das Empresas no Processo Eleitoral. Disponível em: <www.ethos.org.br>. Com adaptações.) 6. (FGV/TRE-PA/Analista Judiciário/2011) Com base na leitura do texto, analise as afirmativas a seguir: I. Tradicionalmente, a decisão de uma empresa apoiar determinado candidato no processo eleitoral tem mais relação com uma concepção individual do que empresarial. II. As consultas a sócios e colaboradores e debates com os candidatos ajudam a promover a responsabilidade social das empresas. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 18 III. É possível, dentro do conceito ético de responsabilidade social, que a empresa apoie candidato que não represente a convicção pessoal de seus controladores. Assinale (A) se todas as afirmativas estiverem corretas. (B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. (C) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. (D) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. (E) se nenhuma afirmativa estiver correta. Comentário – Item I: certo, de acordo com o segundo parágrafo, sobretudo o seguinte trecho: “muitas vezes o apoio reflete mais as posições pessoais dos controladores do que os valores e princípios das empresas”. Item II: certo, com fundamento no terceiro parágrafo. Leia-se, por exemplo, o trecho a seguir: “O simples fato de consultá-los ajuda a criar um ambiente socialmente responsável nas empresas”. Item III: certo. No texto está escrito que “muitas vezes o apoio reflete mais as posições pessoais dos controladores do que os valores e princípios das empresas”. Ora, “muitas vezes” não é sinônimo de sempre. Então, podemos entender que a possibilidade referida existe. Resposta – A 7. (FGV/TRE-PA/Analista Judiciário/2011) O texto se classifica como (A) narrativo. (B) injuntivo. (C) descritivo. (D) dissertativo. (E) epistolar. Comentário – Você leu acima as características de todos os tipos de texto indicados nas alternativas. A exceção fica por conta da letra E. Epistolar não é Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 19 tipo de texto, mas sim gênero textual. Já falei sobre tipo de texto, então vou explicar o que é gênero. De acordo com o renomado linguista Luiz Antônio Marcuschi (UFPE), alguns livros didáticos referem-se de maneira equivocada ao termo “tipo de texto”, quando – na verdade – estão tratando de “gênero de texto”. O autor alega, por exemplo, que classificar uma carta pessoal como um tipo de texto é erro, por se tratar de um gênero. Gênero Textual são os textos materializados encontrados no dia a dia e que apresentam características sociocomunicativas definidas pelos conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. Ex.: telefonema, sermão, romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, aviso, comunicado, edital, informação, informe, citação, carta, e-mail, ofício, petição, memorial, requerimento, abaixo-assinado, nota promissória, termo de compromisso e voto. (Observe que alguns têm a função social de informar, pedir ou prometer algo a alguém). Resposta – D Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 20 8. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) No texto, que se caracteriza como expositivo-argumentativo, identificam-se a combinação de vocabulário abstrato com metáforas e o emprego de estruturas sintáticas repetidas. Comentário – A primeira parte da assertiva afirma que o texto é expositivo-argumentativo. O que será que o Cespe quis dizer com isso? Texto expositivo-argumentativo é simplesmente o que evidencia uma análise crítica e pessoal sobre um assunto, apresentando dados, observações, argumentos que a confirmem. No texto da prova, o autor discorre sobre a estruturação da fenomenologia da memória. A partir da linha 18, Paul Ricouer apresenta-nos a conclusão da tese que defende. A segunda parte da assertiva afirma que podemos encontrar “combinação de vocabulário abstrato com metáforas e o emprego de estruturas sintáticas repetidas”. Será verdade? Veja os exemplos abaixo: – “Essa abordagem ‘objetal’ levanta um problema específico no plano da memória” (l. 8-9); – “cuja tendência foi fazer prevalecer o lado egológico da experiência mnemônica” (l. 13-15); – “Se nos apressarmos a dizer que o sujeito da memória é o eu,... a noção de memória coletiva poderá...” (l.18-21); Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 21 – “Se não quisermos nos deixar confinar numa aporia inútil, será preciso manter... (l. 22-24). Resposta – Item certo. Cinco curiosidades sobre Erasmo de Rotterdam (1467-1536) 9. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) O texto, de caráter informativo, é exemplo do gênero biografia. Comentário – Como o próprio título já anuncia, o texto é um informativo sobre aspectos da vida de Erasmo de Rotterdam. A exposição de dados da vida desse ilustre personagem caracteriza-se como uma biografia – gênero literário em que, normalmente, se conta a vida de alguém depois de sua morte. Resposta – Item certo. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 22 10. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) O trecho “uma série de avanços (...) bens materiais e simbólicos” (L.6-9) constitui a tese que os autores visam comprovar por meio da argumentação formulada no texto, que pode ser classificado como dissertativo-argumentativo. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 23 Comentário – De fato, o texto é dissertativo-argumentativo, mas a tese é outra. Você notou isso? O que o texto sustenta é que “este é o período histórico no qual se opera a mais radical das revoluções já experimentadas pela humanidade, tanto em amplitude quanto em profundidade” (l. 3-5). Observe que, a partir da linha 16, a autora reafirma a singularidade do período histórico: “...o que distingue a atual revolução de outros tantos definitivos marcos históricos... é a tremenda rapidez, a agilidade e a amplitude das mudanças e transformações”. Resposta – Item errado. Texto II 1 Você é superdotado? Foi concluído, neste mês, estudo mostrando que 4 aproximadamente 18% de estudantes de duas escolas municipais em bairros pobres da cidade de São Paulo são superdotados. Mas o que são superdotados? Esqueça o que você 7 sabe ou pensa que sabe sobre o assunto. Há um esforço entre especialistas de desmitificar o superdotado, que se associa à figura do gênio, desses que tocam 10 piano excepcionalmente bem aos cinco anos de idade ou resolvem precocemente equações matemáticas. O conceito mais apropriado é o de alta habilidade. São estudantes com 13 habilidades acima da média em artes, matemática, ciências, liderança, esportes ou português. Valorizam-se, assim, as mais diferentes habilidades, porque, na verdade, existem diferentes 16 tipos de inteligências. Existem, portanto, vários problemas pela falta de conhecimento sobre altas habilidades. O mais óbvio deles é Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 24 19 como as escolas, especialmente as públicas, não sabem identificar os superdotados. Nem muito menos como ajudá-los. Como, muitas vezes, os altamente habilidosos não 22 suportam a rotina escolar, eles são desprezados ou punidos. E, não raro, tratados com antidepressivos. É comum os superdotados serem hiperativos ou terem distúrbio de atenção. 25 Em virtude da má gestão da educação pública, nosso maior desperdício é o de talentos em geral. Isso se torna ainda mais grave diante dessa multidão de indivíduos que nasceram 28 como uma altíssima propensão ao talento. Uma vez que, se a estatística estiver correta, estamos falando de cerca de 10 milhões de estudantes. Jogamos fora o que temos de melhor, e, 31 não raro, alguns deles são recrutados pelo o que existe de pior. “Texto com adaptações” - Folha Online -- Gilberto Dimenstein http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/gilbertodimenstein/ult508u338574.shtml 11. (Iades/SEAP-DF/Professor/2011) Os veículos de comunicação que se utilizam da linguagem verbal e não-verbal aplicam a tipologia textual mais apropriada ao seu público receptor. No texto II, pode-se afirmar haver predomínio de caráter textual (A) descritivo. (B) narrativo. (C) dissertativo. (D) injuntivo. (E) dramático. Comentário – O texto discute o conceito de “superdotado”, a partir de uma pesquisa “mostrando que aproximadamente 18% de estudantes de duas escolas municipais em bairros pobres da cidade de São Paulo são superdotados” (l. 3- 6). O autor sustenta que “O conceito mais apropriado (para superdotado) é o de alta habilidade” (l. 11-12) e explica que, “na verdade, existem diferentes tipos de inteligências” (l. 15-16). Além disso, acusa as escolas de não saber identificar os superdotados nem ajudá-los (l. 19-20). Na opinião do autor, “Em virtude da Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 25 má gestão da educação pública, nosso maior desperdício é o de talentos em geral” (l. 25-26). Para Gilberto Dimenstein, “Jogamos fora o que temos de melhor, e, não raro, alguns deles são recrutados pelo o que existe de pior” (l. 30-31). Resposta – C. 12. (Cespe/TCU/AFCE/Auditoria de Obras Públicas/2011) O texto caracteriza- -se como predominantemente dissertativo-argumentativo, e o autor utiliza recursos discursivos diversos para construir sua argumentação, como, por exemplo, linguagem figurada e repetições. Comentário – Note que a expressão “dissertativo-argumentativo” surge de vez em quando nas provas. A tese que o autor defende gira em torno da felicidade (primeiro período e segundo períodos). Note também que o autor usa Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 26 reiteradamente o vocábulo “felicidade”. As expressões “como uma deusa da vitória”, “vida que é dor, avidez e privação” e “aquele que não sabe [...] colocar- se de pé” são exemplos de linguagem figurada. Resposta – Item certo. 13. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) O trecho de citação da fala do professor da Universidade de São Paulo é predominantemente narrativo. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 27 Comentário – O trecho citado é marcado pelo emprego das aspas e corresponde à fala do professor Leal Filho. Na opinião dele, o sistema de comunicação deveria ser público. O professor tenta defender seu ponto de vista argumentando que o objetivo do sistema de comunicação é prestar um serviço público. Leal Filho também sustenta sua tese dizendo que em alguns países é assim que funciona. Portanto o discurso dele é predominantemente dissertativo. Resposta – Item errado. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 28 14. (Cespe/IRB/Diplomata/2012) Ambos os fragmentos apresentam a estrutura textual típica da narrativa, recurso empregado pelo autor como forma de manter a coerência dos fatos narrados. Comentário – O fragmento II é típico de um texto descritivo. No caso,a descrição é da cidade de São Paulo. Nele não há uma sucessão de Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 29 acontecimentos ou fatos, mas sim a apresentação pura e simples do estado a ser descrito em um determinado momento. Percebe-se que a matéria é o objeto (ou o ambiente) e que o enunciador emite suas impressões sobre o que tenta descrever. Resposta – Item errado. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 30 15. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/2013) O texto é, essencialmente, a) informativo. b) prescritivo e normativo. c) dissertativo-argumentativo. d) narrativo. e) descritivo. Comentário – No parágrafo introdutório, o enunciador expõe o assunto que será tratado: o sufrágio universal. No parágrafo seguinte, ele acaba argumentando contra o senso comum a respeito do conceito desse tipo de sufrágio: “Essa não é, entretanto, um verdade absoluta” (L. 15). O enunciador defende a ideia de que “Um sistema eleitoral pode prever condições legítimas a serem preenchidas pelo cidadão para se tornar eleitor” (L. 15-17). Para validar sua tese, ele recorre ao doutrinador José Afonso da Silva (l.19). Portanto o texto pode ser classificado como dissertativo-argumentativo. Resposta – C Figuras de Linguagem Figuras de linguagem (ou de estilo) são formas de expressar o pensamento ou o sentimento de modo vivo, enérgico, vibrante, capaz de impressionar o ouvinte ou leitor e escapar ao uso corriqueiro que se faz das palavras e da língua. Podem ser classificadas em: a) figuras de palavras (ou tropos = desvio, giro); b) figuras de construção (ou de sintaxe); c) figuras de pensamento. Não se preocupe em decorar essas três classificações, pois elas não serão cobradas. A divisão é puramente didática. FIGURAS DE PALAVRAS (OU TROPOS) METONÍMIA Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 31 Consiste em usar uma palavra por outra, por haver relação de sentidos entre ambas. Não se trata de vocábulos sinônimos, mas ocorre que uma palavra evoca a outra. Tem como base a contiguidade (e não a similaridade) entre os elementos. Ou seja, é uma analogia por sentidos próximos, relativos. Exemplos: 1. Adoro ler Shakespeare. (O famoso poeta inglês, morto há mais de 400 anos, não pode ser lido. Seu nome é usado na frase para representar a sua obra. Você adora é ler os livros de Shakespeare.) 2. Depois da partida, o time bebeu vinte copos de água! (Ainda que os jogadores possam ter tido bastante sede, eles não tomaram os copos, mas a água que estava dentro deles). 3. Ele é um bom garfo. (comilão, glutão) 4. Aquele que quiser vir após mim deve tomar a sua cruz. (sofrimento) 5. Ganharás o pão com o suor do teu rosto. (Pão, no caso, vale por toda a alimentação. Suor do rosto significa esforço, trabalho.) 6. Luíza completou 15 primaveras ontem. (Não foram só primaveras, mas também verões, invernos e outonos, ou seja, "primavera" aí significam "anos".) PERÍFRASE (ou antonomásia) É a designação de uma pessoa não pelo seu nome, mas pelos atributos ou circunstâncias que a tornaram famosa: Exemplos: 1. O poeta dos escravos, expressão usada para designar Castro Alves. 2. Cidade Maravilhosa, modo de se referir ao Rio de Janeiro. SINESTESIA (ou sinopsia) Transferência de percepções da esfera de um sentido para a de outro. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 32 Exemplos: 1. Sua voz (audição) doce (paladar) e aveludada (tato) era uma carícia em meus ouvidos. 2. Em seu olhar (visão) gelado (tato), percebi uma ponta de desprezo. METÁFORA A mais famosa figura de linguagem, a metáfora é, assim como a metonímia, uma figura de palavras – isto é, o efeito se dá pelo jogo de palavras que se faz na frase. A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade (característica comum) existente entre as duas. Exemplos: 1. Buscava o coração do Brasil. (Ora, o Brasil não possui o órgão biológico em questão. Portanto, coração significa aí o centro vital, a essência, o âmago do país.) 2. Achamos a chave do problema. (O problema não é nenhuma fechadura; mas, para resolvê-lo – ou abri-lo –, o elemento que se diz ter achado é tão necessário quanto uma chave para abrir uma porta.) COMPARAÇÃO Metáfora e comparação não se confundem. Nesta, os termos confrontados vêm ligados por conectivos. Exemplos: 1. A criança é tal qual uma plantinha delicada. 2. Hitler foi cruel como um monstro. CATACRESE Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 33 Tropo que consiste no emprego de termos com significação diferente da usual, por falta de termos próprios na língua. Exemplos: Cauda do avião; pé da mesa; boca da noite; dente de alho; embarcar no trem etc. FIGURAS DE CONSTRUÇÃO (OU DE SINTAXE) ELIPSE Constitui-se na omissão de um ou mais termos que facilmente podem ser subentendidos no contexto. Exemplos: 1. Na cabeça, um lindo chapéu. (omissão da forma verbal havia) 2. As mãos eram pequenas e os dedos, finos e delicados. (omitiu- se, na segunda oração, o verbo eram) Obs.: há um tipo especial de elipse conhecido por ZEUGMA, que consiste na omissão de um termo anteriormente expresso (como no exemplo 2). PLEONASMO É a redundância intencional de palavras ou sentidos a fim de enfatizar o significado da informação. Exemplos: 1. Vi com meus próprios olhos. 2. A mim, resta-me o choro. Obs.: são condenáveis, por viciosos, pleonasmos como descer para baixo, entrar para dentro, sair para fora, subir para cima, ilha fluvial, nova criação, monocultura exclusiva etc. POLISSÍNDETO Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 34 É a repetição intencional da conjunção (normalmente o conectivo e). É um recurso eficaz para sugerir movimentos contínuos ou séries de ações que se sucedem rapidamente. Exemplos: 1. E corre, e pula, e brinca, e cai. 2. “Mão gentil, mas cruel, mas traiçoeira.” ASSÍNDETO Consiste na omissão das conjunções ou conectivos (em geral, conjunções copulativas), resultando no uso de orações justapostas ou orações coordenadas assindéticas, separadas por vírgulas. Exemplos: 1. "Soltei a pena, Moisés dobrou o jornal, Pimentel roeu as unhas" (Graciliano Ramos) 2. Peguei o exercício, levei-o para casa, li, reli, voltei à escola, briguei com a professora, fui à direção, reclamei a falta de conectivo. INVERSÃO Alteração da ordem normal dos termos ou orações da frase. Exemplos: 1. “Tão leve estou que já nem sombra tenho.” (Mário Quintana) 2. Justo ela diz que é, mas eu não acho não. (Drummond) ANACOLUTO Caracteriza-se pela mudança brusca do pensamento.Evidencia-se por meio do desrespeito às regras de sintaxe. Em geral, o termo sem nexo sintático é colocado no início da frase, para ser realçado. Exemplos: Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 35 1. "O homem, chamar-lhe mito não passa de anacoluto." (Drummond) 2. A rua onde moras, nela é que desejo morar. 3. Pobre, quando come frango, um dos dois está doente. (dito popular) SILEPSE Ocorre quando efetuamos a concordância não com os termos expressos, mas com a ideia a eles associada em nossa mente. Exemplos: 1. Vossa Excelência será informado sobre tudo. 2. “Corria gente de todos os lados, e gritavam.” (Mário Barreto) 3. Todos somos brasileiros. ONOMATOPEIA É a imitação de um som ou da voz natural dos seres com um fonema ou palavra. Ruídos, gritos, canto de animais, sons da natureza, barulho de máquinas, o timbre da voz humana fazem parte do universo das onomatopeias. Exemplos: Aaai! – dor ou grito emoção; Ah! – grito; Ah!; Ah! Ah! – riso; Atchim! – espirro; Au Au – latido; Bang! – tiro; Buáá! – choro; Clap! clap! – palmas; Grrr! – grunhido; Miau! – miado; Nhec Nhec – rangido; Oops! upa! epa! – espanto; medo; surpresa; Tic-tac – relógio; Tchibum – mergulho; Zzz! – zumbido ou alguem dormindo; Splash – mergulho; Quack! Quack! – pato; Pling! – campainha. ALITERAÇÃO (ou assonância) Consiste em repetir fonemas em um verso ou em uma frase, especialmente as sílabas tônicas. A assonância é largamente utilizada em Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 36 poesias mas também pode ser empregada em prosas, especialmente em frases curtas. Exemplos: 1. Anule aliterações aliteralmente abusivas (manual de redação humorístico – assonância em A) 2. João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o convento (Carlos Drummond de Andrade – jassonância em O) ANÁFORA Consiste em REPETIR a mesma palavra no princípio de várias frases; processo mediante o qual um termo da cadeia textual refere-se a outro termo anteriormente manifestado na mesma cadeia Exemplos: 1. Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. (Camões) 2. Nem tudo que ronca é porco, Nem tudo que berra é bode, Nem tudo que reluz é ouro, Nem tudo falar se pode. FIGURAS DE PENSAMENTO Nelas intervém fortemente a emoção, o sentimento, a paixão. PROSOPOPEIA (ou personificação) Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 37 Atribuição de ações, qualidades ou sentimentos próprios do ser humano a seres inanimados. Exemplos: 1. "A Bomba atômica é triste / Coisa mais triste não há / Quando cai, cai sem vontade" (Vinícius de Morais) 2. A noite está triste. (A noite em si é neutra no que diz respeito a sentimentos. Somos nós que podemos lhe atribuir emoções.) 3. O furacão rugia, expressando sua fúria. (Comparam-se aqui os sons do furacão aos rugidos de uma fera, bem como a sua intensidade à expressão de um sentimento humano ou animal, a fúria.) HIPÉRBOLE É o exagero puro e simples. É uma deformação da verdade que visa a um efeito expressivo. Exemplos: 1. Era louco por seu time. (Com isso, quer-se dizer que o sujeito gostava demasiadamente, amava seu time, a ponto de perder a razão.) 2. Derramei rios de lágrimas por você. (Por mais que alguém chore, não formará sequer um riacho.) ANTÍTESE É o uso de palavras ou expressões de sentidos opostos numa mesma construção. Exemplo: Às vezes, fazemos o mal, quando queremos fazer o bem. PARADOXO Ocorre quando a conotação extrapola o senso comum, ou seja, a lógica. As expressões assim formuladas tornam-se proposições falsas, à luz do senso comum, mas que podem encerrar verdades do ponto de vista psicológico/poético. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 38 Exemplos: Antítese: "Eu sou velho, você é moço." Paradoxo: "Eu sou um velho moço." A diferença existencial entre antítese e paradoxo, é que antítese toma nota de comparação por contraste ou justaposição de contrários, já o paradoxo reconhece-se como relação interna de contrários EUFEMISMO É a suavização de uma ideia desagradável ou agressiva. Exemplo: O senhor está faltando com a verdade (ou seja, com todas as letras, está mentindo). IRONIA Consiste em dizer o contrário daquilo que se pensa, deixando entender uma distância intencional entre aquilo que dizemos e aquilo que realmente pensamos. Exemplos: 1. Fez um excelente serviço! Tão bom, que foi despedido. 2. Há recessão e desemprego, mas tudo está sob controle de geniais economistas. GRADAÇÃO Relacionada com a enumeração, é a exposição de determinadas ideias de forma crescente (em direção a um clímax) ou decrescente (anticlímax). Exemplos: 1. Uma palavra, um gesto, um olhar bastava para despertar suspeita. 2. "Ó não guardes, que a madura idade te converta essa flor, essa beleza, em terra, em cinzas, em pó, em sombra, em nada." Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 39 O carrasco (Luís Fernando Veríssimo) Pequena história, significando não sei bem o quê. Dizem que, quando recebeu o Robespierre caído em desgraça para medi-lo para a guilhotina, o carrasco se surpreendeu. - O senhor aqui?! - Veja você - disse Robespierre. - Não faz muito, eu é que estava mandando gente para você executar. Agora o condenado sou eu. Mas isso é a política, um dia você manda, outro dia você é mandado. Inclusive para a guilhotina... Ao que o carrasco disse: - Felizmente, estou livre disso. Só eu sei manejar a guilhotina. Tenho o cargo mais estável da República. - Aliás - disse Robespierre - fui eu que lhe contratei, lembra? - Claro - disse o Carrasco - como poderia esquecer? - Então me ajude a fugir - sugeriu Robespierre. E o Carrasco sorriu e disse: - Lembra por que o senhor me contratou? Porque eu era o servidor público perfeito. Eficiente, cumpridor de ordens e incorruptível. Abra a camisa, por favor. (Zero hora, 16 de dezembro de 2007 | N° 15450) 16. (Funrio/MPOG/Agente Administrativo/2009) No fragmento “Pequena história, significando não sei bem o quê” identifica-se a presença de A) metáfora. B) hipérbole. C) metonímia. D) ironia. E) antítese. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 40 Comentário – Ironicamente, Veríssimo finge não entender a moral da própria história que conta. Na verdade, suas palavras são o contrário do que realmente ele pensa e pretende transmitir ao leitor. Resposta – D As profissões mais bem pagas Há três caminhos que, em geral, levam a bons salários. O primeiro é procurar vagas nas empresas líderes de cada setor, pois costumam ser as que mais crescem e, portanto, as que oferecem asmelhores oportunidades e pagam melhor. Um analista financeiro júnior que começa ganhando mais que a média de mercado em uma empresa pequena, por exemplo, pode demorar até sete anos para ser promovido. Em uma companhia líder, em quatro anos, em média, ele já passa a ocupar o cargo de analista sênior, com um salário maior. O segundo caminho, válido para profissionais liberais, é conquistar bons clientes e assumir a propriedade do próprio nariz. Os médicos, arquitetos e advogados mais bem-sucedidos (leia-se, com os melhores rendimentos) quase sempre atendem em consultório ou escritório próprio. O terceiro caminho é optar por carreiras do serviço público com bons salários iniciais, como fiscal da Receita Federal ou juiz. Para ganhar bem, não se pode parar de estudar nunca. A pesquisa da FGV acrescenta novas comprovações à já consolidada tese de que o investimento em educação aumenta salários e reduz a possibilidade de desemprego. A taxa de ocupação entre os brasileiros em idade ativa que nunca passaram de um ano de estudo é de 60%. Entre os que estudaram dezoito anos ou mais, 91% têm trabalho. Quanto aos salários, cada ano de estudo adicional representa um aumento médio de 15% no valor recebido no fim do mês. O ideal, portanto, é não ficar só no diploma universitário. Cursos de especialização e pós-graduação fazem diferença no contracheque de carreiras em que o conhecimento técnico é essencial, como medicina e análise de sistemas. "Uma Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 41 experiência sólida no exterior, seja acadêmica, seja profissional, também influencia positivamente no nível salarial e no rumo que a carreira toma", diz Renato Bagnolesi, headhunter da Robert Wong Consultoria Executiva. Trata-se de um investimento com um alto retorno na vida pessoal. Afinal, um bom salário costuma ser diretamente proporcional à satisfação no trabalho. Revista Veja, edição 2138, ano 42, nº 45. São Paulo: Editora Abril, 11 nov. 2009, p. 190-193. (Fragmento) 17. (Funrio/FURP/Analista de Contratos/2010) Em um texto, as palavras e as expressões podem se empregadas em sentido conotativo ou denotativo. No segmento “O segundo caminho, válido para profissionais liberais, é conquistar bons clientes e assumir a propriedade do próprio nariz.” (§ 1), a expressão “do próprio nariz” tem natureza conotativa. O termo ou expressão destacado(a) que está empregado(a) em sentido denotativo ocorre em A) Muitos jovens não conseguem ser “felizes” nas profissões que abraçaram. B) Os jovens “lutam” aguerridamente para conseguir um bom emprego. C) É educativo ensinar às pessoas a ganharem o dinheiro com o “suor do seu rosto”. D) Os profissionais financeiramente “mais bem sucedidos” são os médicos. E) Os filhos podem ser “o braço direito” dos pais em empresas familiares. Comentário – A questão é fácil, mas o candidato deveria ter o cuidado de não se “enrolar” na conversa do examinador. Este tentou confundir aquele dando um exemplo de expressão com sentido conotativo (figurado) e exigindo como resposta outra com sentido denotativo (real). Quem prestou atenção nisso, marcou seguramente a opção A, pois o adjetivo “felizes” exprime realmente a característica de quem é ou está contente ou satisfeito com algo. Nas demais alternativas, as expressões destacadas possuem sentido figurado e significam, respectivamente: agir com afinco para obter compensações (B); esforço (C); obter maiores ganhos (D); auxiliar de elevada importância (E). Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 42 Resposta – A 18. (Cespe/MRE-IRBr/Diplomata/2009) No trecho "era só abrir a palavra abelha e entrar dentro dela" (v.19-20), verifica-se redundância de efeito estilístico. Comentário – O efeito estilístico se caracteriza pela redundância intencional de palavras ou sentidos a fim de enfatizar o significado da informação. Esse recurso não se confunde com o pleonasmo vicioso. Resposta – Item certo. Transplante de amor 1 Gastrite é uma inflamação do estômago. Apendicite é uma inflamação do apêndice. Otite é uma inflamação dos ouvidos. Paixonite é uma inflamação do quê? Do coração. 4 Cada órgão do nosso corpo tem uma função vital e precisa estar 100% em condições. Ao coração, coube a Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 43 função de bombear sangue para o resto do corpo, mas é nele 7 que se depositam também nossos mais nobres sentimentos. Qual é o órgão responsável pela saudade, pela adoração? Quem palpita, quem sofre, quem dispara? O próprio. 10 Foi pensando nisso que me ocorreu o seguinte: se alguém está com o coração dilacerado nos dois sentidos, biológico e emocional, e por ordens médicas precisa de um 13 novo, o paciente irá se curar da dor de amor ao receber o órgão transplantado? Façamos de conta que sim. Você entrou no hospital 16 com o coração em frangalhos, literalmente. Além de apaixonado por alguém que não lhe dá a mínima, você está com as artérias obstruídas e os batimentos devagar quase 19 parando. A vida se esvai, mas localizaram um doador compatível: já para a mesa de cirurgia. Horas depois, você acorda. Coração novo. Tum-tum, 22 tum-tum, tum-tum. Um espetáculo. O médico lhe dá uma sobrevida de cem anos. Nada mal. Visitas entram e saem do quarto. Até que anunciam o Jorge. Que Jorge? O Jorge, 25 minha filha, o homem que você sempre amou. Eu???? Você não reconhece o Jorge. Acha ele meio baixinho. Um tom de voz estridente. Usa uma camisa cor-de- 28 laranja que não lhe cai bem. Mas foi você mesma que deu a ele de aniversário, minha filha. Eu???? Seu coração ignorou o tal de Jorge. O mesmo Jorge 31 que quase te levou à loucura, o mesmo Jorge que fez você passar noites insones, que fez você encher uma piscina olímpica de lágrimas. Em compensação, aquele enfermeiro 34 ali é bem gracinha. Tem um sorriso cativante. E uma mão que é uma pluma, você nem sentiu a aplicação da anestesia. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 44 Bacana este cara. Quem é? O namorado da menina a quem 37 pertencia seu coração. Tum-tum, tum-tum, tum-tum. Transplantes de amor. Garanto que fariam muito mais sucesso que a safena. Martha Medeiros. Non-Stop. Porto Alegre: L & PM, 2001, p. 43. 19. (Funiversa/Terracap/Administrador/2010) Ainda com relação ao texto IV, assinale a alternativa incorreta. (A) A seguinte reescritura do trecho das linhas 19 e 20 está gramaticalmente correta: localizaram um doador compatível; portanto, vá urgente para a mesa de cirurgia. Porém, ela perde em qualidade para a original, mais sintética e mais expressiva. (B) Onomatopeia é uma figura de linguagem que consiste na formação de palavras pela imitação de sons e ruídos. Nas linhas 21, 22 e 37, aparece um exemplo dessa figura. Na primeira entrada, ela deixa entrever a ideia de que o coração passou a funcionar no novo peito. Já, na segunda, há a sugestão de que o coração da antiga dona dispara no reconhecimento do namorado. (C) No trecho “Até que anunciam o Jorge. Que Jorge? O Jorge, minha filha, o homem que vocêsempre amou. Eu????” (linhas 24 e 25), aparece um diálogo com apresentação gráfica inusitada. (D) Com base nos fragmentos “Acha ele meio baixinho.” (linhas 26 e 27), “Seu coração ignorou o tal de Jorge.” (linha 30), “Em compensação, aquele enfermeiro ali é bem gracinha.” (linhas 33 e 34), “Bacana este cara.” (linha 36) e “O namorado da menina a quem pertencia seu coração.” (linhas 36 e 37) é correto afirmar que o texto é inteiramente construído com construções próprias de linguagem informal, sem nenhuma preocupação com a formalidade da língua escrita padrão. (E) Muito comum na fala cotidiana, a hipérbole, figura de linguagem que consiste em exagerar intencionalmente uma ideia com a finalidade de torná- la mais expressiva, é exemplificada no penúltimo parágrafo do texto. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 45 Comentário – Alternativa A: correta. Os dois pontos introduzem a conclusão ou o desfecho da ideia anterior, após a localização do doador. Observe que no texto reescrito há a conjunção “portanto” introduzindo a mesma ideia. Alternativa B: correta. A interpretação que o autor dá às duas entradas da onomatopeia deve ser compreendida em relação ao contexto. Veja outros exemplos dessa figura de linguagem: “Pedrinho, sem mais palavras, deu rédea e, lept! lept! Arrancou estrada afora.” (Monteiro Lobato); “O som, mais longe, retumba, morre.” (Gonçalves Dias). Alternativa C: correta. Normalmente, um diálogo é indicado, na escrita, por meio de travessões – que marcam a alternância da fala dos personagens no discurso direto. A fala dos personagens pode ainda surgir entre aspas, em meio ao texto. Mas esses recursos gráficos não foram utilizados. Alternativa D: incorreta. Falhou a tentativa de classificação generalizada do texto com base apenas nos fragmentos separados. Há diversas passagens ao longo do texto que refutam a ideia de que nele não há “nenhuma preocupação com a formalidade da língua escrita padrão. O terceiro parágrafo é um exemplo de que houve o cuidado de utilizar a norma padrão (emprego adequado dos sinais de pontuação, colocação pronominal correta, respeito às regras de concordância, etc.). Alternativa E: correta. A hipérbole pode ser exemplificada por meio da seguinte passagem: “que fez você encher uma piscina olímpica de lágrimas”, que indica exageradamente o quanto a personagem chorou. Resposta – D 1 Depois que a luz acendeu com a invenção da lâmpada, foi uma festa! Em cada canto do mundo, surgia uma invenção diferente. A eletricidade havia modificado o 4 modo de viver da humanidade. A primeira coisa que começou a mudar foi a casa das pessoas. Começaram a aparecer os eletrodomésticos. Ou você pensava que o aspirador de pó e 7 a torradeira sempre existiram nas prateleiras das lojas? Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 46 A primeira máquina de lavar louças não era ligada na tomada. Ela era movida a vapor, como as grandes 10 máquinas das indústrias, em 1712. (Essas máquinas, aliás, foram as responsáveis pela Revolução Industrial, que você aprende bem nas aulas de História.) 13 Quem acabou com a tarefa de lavar pratos à mão foi uma americana, que mostrou que lugar de mulher não é na cozinha, não! Foi em 1889. E o marido não gostou muito da 16 ideia. Por isso ela demorou a aperfeiçoar a invenção, que depois foi comprada por uma empresa de Chicago, nos Estados Unidos. 19 Já o aspirador de pó foi feito por um homem, o engenheiro inglês Hubert Booth, em 1901. Ele queria um jeito prático para limpar vagões de trens. E conseguiu. Na época, 22 poucas casas tinham eletricidade. Além disso, o aspirador era grande e difícil de carregar. Mas poucos anos depois o modelo foi melhorado, até surgirem os que temos hoje em 25 nossas casas. O ano de 1916 também foi de grande alívio para as donas de casa. Apareceram o liquidificador, a batedeira e o 28 espremedor de frutas. Material básico para uma cozinha eficiente. A torradeira foi inventada em 1926. Até as panificadoras precisaram se adaptar à criação, e, dois anos 31 depois, lançaram o pão de forma, como os que você vê hoje nos supermercados. Isso pra não falar de coisas tão comuns como o 34 barbeador e a televisão, cujas verdadeiras transmissões foram realizadas em 1920, graças ao inglês John Logie Baird. Mas de onde tirar tanta energia? Das usinas hidrelétricas, 37 mas também do vento e do sol, oras! Internet: <http://www.canalkids.com.br/tecnologia/invencoes/ Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 47 tomadas.htm> (com adaptações). Acesso em 21/12/2009. 20. (Funiversa/CEB/Agente de Suporte Administrativo/2010) Ainda com relação ao texto I, assinale a alternativa correta. (A) A imagem ilustra os três primeiros parágrafos do texto. (B) A imagem representa a máquina de lavar louças em sua versão atual: elétrica. (C) A ironia é um elemento presente no texto, principalmente na imagem. (D) A linguagem do texto é formal, chegando, em determinados momentos, a ser solene. (E) O texto aborda a questão da condição feminina no lar e na sociedade. Comentário – Alternativa A: a imagem ilustra apenas o segundo parágrafo, que aborda a máquina de lavar movida a vapor. Concordar com o que o examinador disse é desprezar a ideia central do primeiro e do segundo parágrafo: a mudança no modo de viver da humanidade por causa da invenção da eletricidade e o fim da tarefa de lavar pratos à mão, o que foi proporcionado por uma americana. Alternativa B: a imagem representa a versão antiga da maquina de lavar louça: movida a vapor. Alternativa C: ocorre ironia quando dizemos o contrário do que pensamos, quase sempre com intenção sarcástica: Fizeste um ótimo serviço! Tão bom que foi despedido imediatamente. Não se verifica no texto essa ideia. A imagem é, como já dissemos, uma ilustração de parte do texto, sem segundas intenções. Alternativa D: linguagem formal é aquela presa à norma gramatical, sem gírias, regionalismos, desvios sintáticos, marcas da oralidade etc. A linguagem solene é a acentuação da linguagem formal, como as que ocorrem em certos discursos de alguns chefes de Estados em reuniões Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 48 internacionais, em pronunciamentos de advogados, promotores, defensores e juiz em um julgamento etc. Acontece que, no início do último parágrafo, encontramos uma marca da linguagem informal: “Isso pra não falar...” (deveria ser para em vez de “pra”). Alternativa E: esse tema não constitui a ideia central do texto, mas realmente é abordado nele. O segundo e o quinto parágrafos são provas disso. Resposta – E 21. (EEAR/CFS/2009) Assinale a alternativa em que não ocorre uma prosopopéia. (A) “Ó minha amada Que os olhos teus São cais noturnos” (B) “Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração. Porém meus olhos Não perguntam nada.” (C) “De cada lado da sala de aula, pelas janelas altas, o azul convida os meninos.” (D) “Teus olhos querem me levar Eu só quero que você me leve Eu ouço as estrelas conspirando contra mim.” Comentário– Prosopopeia (ou personificação) é o nome que se dá à figura de linguagem na qual se atribui qualidades e sentimentos a seres irracionais e inanimados. Em B, essa figura ocorre em “pergunta meu coração” e em “meus olhos não perguntam nada”. Em C, ocorre em “o azul (= o céu) convida os meninos”. Em D, ela aparece em “Teus olhos querem me levar”/ “Eu ouço as estrelas conspirando contra mim”. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 49 Somente em A não ocorre prosopopeia; a figura presente nessa alternativa é a metáfora, que é o emprego de palavra fora do seu sentido normal, por efeito de analogia (comparação). Veja: “Que os olhos teus / São cais noturnos”. Aqui, os olhos teus são comparados a cais noturnos, eles são como/semelhantes a cais noturnos. Resposta – A 22. (EEAR/CFS/2009) Em qual das alternativas há eufemismo? (A) [...] Árvores encalhadas pedem socorro [...] O céu tapa o rosto. (B) O amor é o poço onde se despejam lixo e brilhantes. (C) Devolva o Neruda que você me tomou E nunca leu. (D) [...] Levamos-te cansado ao teu último endereço Vi com prazer Que um dia afinal seremos vizinhos Comentário – Em D, no contexto dos versos, último endereço tem o significado de “sepultura, túmulo, cemitério”. Essa expressão já sugere a ideia de morte, que também é retomada pelo último verso “Que um dia afinal seremos vizinhos”. A essa expressão dá-se o nome de eufemismo, que é o emprego de palavras ou expressões agradáveis, em substituição às que têm sentido grosseiro ou desagradável. Em A, há prosopopeia ou personificação, pois à árvore e ao céu são atribuídas características humanas (pedir/tapar). Em B, há antítese, que é o uso de palavras de significados opostos (lixo/brilhantes), e metáfora, que é o desvio da significação própria de uma palavra, nascido de uma comparação mental ou característica comum entre dois seres ou fatos (O amor é o poço). Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 50 Em C, os versos fazem referência a um livro cujo autor chama- se Neruda. Há, então, a substituição de uma palavra por outra (a obra pelo autor). A essa substituição dá-se o nome de metonímia. Resposta – D 23. (Ceperj/Pref. de Angra dos Reis–RJ/Professor/Língua Portuguesa/2008) De acordo com o texto, na bula, o uso de metáforas, eufemismos e a presença de mistérios tem por objetivo: (A) fornecer explicações devidas; (B) prestar informações precisas; (C) explicitar a composição do medicamento; (D) emprestar qualidade estética ao texto; (E) manipular informações em detrimento da clareza. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 51 Comentário – As figuras de linguagem, que tem a ver com a mudança da significação própria das palavras e com a linguagem subjetiva em detrimento da objetiva, foram usadas no texto para manipular informações em detrimento da clareza. Resposta – E 24. (Ceperj/Pref. de Angra dos Reis–RJ/Professor/Língua Portuguesa/2008) A expressão “evoluir para exitus letalis” é um exemplo de eufemismo. Dentre as frases abaixo, a que não apresenta expressão eufemística é: (A) Ele candidamente entregou a alma ao Criador. (B) Ao dar o último suspiro, ela arrependeu-se de atos pretéritos. (C) Ele disse adeus ao mundo sem remorsos. (D) Deus não permitirá que eu morra longe dos meus. (E) Deus proverá para que sua luz se apague mansamente. Comentário – O eufemismo consiste na suavização dos efeitos ruins que a informação pode acabar causando. Na alternativa D, esse cuidado não foi levado a efeito. Falou-se da morte de maneira objetiva, direta, sem rodeio. O mesmo não aconteceu nas outras letras. A morte foi substituída pelas seguintes expressões: “entregou alma ao Criador”; “dar o último suspiro”; “disse adeus ao mundo”; “sua luz se apague”. Resposta – D 25. (Ceperj/Pref. de Cantagalo–RJ/Oficial Administrativo/2006) As palavras de uma língua podem ser usadas com sentido próprio ou figurado, dependendo do contexto de que fazem parte. Tem-se uma palavra usada em sentido figurado no fragmento: (A) “Sem perceber, fazemos publicidade gratuitamente ao usar roupas, sapatos, bolsas e outros objetos com etiquetas visíveis.” (L.10/11) Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 52 (B) “É preciso esclarecer que propaganda e publicidade são dois termos que geralmente se confundem.” (L.13) (C) “Também chama a nossa atenção em bancos, escritórios, hospitais, restaurantes, cinema e outros lugares públicos.” (L.5/6) (D) “..não teria sido possível sem que o bombardeio incessante da publicidade tente nos convencer...” (L.1/2) Comentário – De olho na última alternativa. A palavra “bombardeio” significa, metaforicamente, sucessão de investidas. Resposta – D Minhas explicações terminam aqui. Bons estudos, sucesso e que Deus o abençoe! Albert Iglésia Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 53 Lista das Questões Comentadas 1. (Cespe/2014/CEF/Nível Superior) No texto, predominantemente descritivo, são utilizados trechos narrativos como recurso para defender os argumentos elencados. Lista das Questões Comentadas Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 54 2. (Cespe/2014/TJ-CE/Nível Médio) O texto em apreço é, predominantemente, a) instrucional. b) dialógico. c) descritivo. d) narrativo. e) dissertativo. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 55 3. (Iades/2014/SEAP-DF/Analista) Do ponto de vista da tipologia textual, o texto apresentado classifica-se, predominantemente, como a) narrativo, pois relata, em uma sequência temporal, episódios da vida de Teodoro Freire. b) descritivo, pois faz um registro dos elementos que particularizam e caracterizam os seres retratados. c) dissertativo, pois apresenta uma análise crítica sobre o trabalho de Teodoro Freire com a cultura popular brasileira. d) narrativo, pois desenvolve uma reflexão sobre os aspectos que marcaram a vida de Teodoro Freire. e) dissertativo, pois apresenta um breve histórico da vinda de Teodoro Freire para Brasília. Ex-presidiário, condenado a mais de cem anos de prisão por assalto à mão armada e homicídio, Luiz Alberto Mendes Júnior teve uma vida que renderia um belo filme de ação. Mas o 4 protagonista decidiu tomar outro rumo: dedicou-se à literatura e hoje é um autor de sucesso. Luiz Alberto Mendes Júnior cumpriu 31 anos e 10 meses de prisão. Dentro da penitenciária, aprendeu a ler e a 7 escrever. Trabalhou na escola da penitenciária e alfabetizou mais de 500 presos. Fez vestibular para direito na PUC de São Paulo. Passou. E mudou de vida. Hoje, conquistada a liberdade, Luiz 10 Alberto já lançou três livros e assina
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