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Tipos de Textos e Figuras de Linguagem

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Aula 9 
Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) 
Análise de Textos (Parte II) 
Professor: Albert Iglésia 
Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) 
Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) 
Prof. Albert Iglésia 
 
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Olá, prezado aluno! 
Além das óbvias questões extraídas de provas anteriores da FGV, 
eu continuarei acrescentando ao material questões de outras bancas 
examinadoras. Farei isso para que você tenha uma quantidade satisfatória de 
exercícios de fixação do conteúdo estudado. Tentaremos com isso abranger 
todos os detalhes, de modo que você não seja surpreendido com uma inesperada 
pergunta do examinador. 
Na aula de hoje, estudaremos os tipos de textos e as figuras de 
linguagem. O mais importante de tudo é você não esmorecer! 
 
Tipologia Textual 
Tipologia textual designa uma espécie de sequência teoricamente 
definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, 
sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). 
Diferentemente do que aprendemos na escola, vamos dividir os 
textos em cinco tipos: descritivo, narrativo, expositivo (ou informativo), 
argumentativo (ou simplesmente dissertativo) e injuntivo. 
Para efeito de prova, a banca pode usar ainda as terminologias 
dissertação expositiva e dissertação argumentativa para se referir, 
respectivamente, aos textos expositivos e argumentativos. 
Que tal caracterizarmos cada um deles? 
Texto descritivo (“retrato” verbal) 
É o tipo de redação na qual se apontam as características que compõem um 
determinado objeto, pessoa, animal, ambiente ou paisagem. Apresenta 
elementos que, quando juntos, produzem uma “imagem”. 
 
Calisto Elói, naquele tempo, orçava por quarenta e quatro anos. Não 
era desajeitado de sua pessoa. Tinha poucas carnes e compleição, como dizem, 
afidalgada. A sensível e dissimétrica saliência do abdômen devia-se ao uso 
destemperado da carne de porcos e outros alimentos intumescentes. Pés e mãos 
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Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) 
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justificavam a raça que as gerações vieram adelgaçando de carnes. Tinha o nariz 
algum tanto estragado das invasões do rapé e torceduras do lenço de algodão 
vermelho. A dilatação das ventas e o escarlate das cartilagens não eram assim 
mesmo coisa de repulsão. 
(Camilo Castelo Branco, A queda dum anjo) 
Desperte para as características desse tipo de texto: 
1) Predomínio de adjetivos. 
2) Descrição objetiva (expressionista): limita-se aos aspectos reais e visíveis; 
não há opinião do autor sobre o tema. 
3) Descrição subjetiva (impressionista): o autor emite sua opinião sobre o 
assunto. 
4) Descrição física: limita-se à descrição dos traços externos e visíveis, tais 
como altura, cor da pele, tipo de nariz e cabelo etc. 
5) Descrição psicológica: está relacionada a aspectos do comportamento da 
pessoa descrita: se é carinhosa, agressiva, calma, comunicativa, egoísta, 
generosa etc. 
6) Não há uma sucessão de acontecimentos ou fatos, mas sim a apresentação 
pura e simples do estado a ser descrito em um determinado momento. 
7) Aqui, a matéria é o objeto. 
 
Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) 
Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) 
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1. (Cespe/2014/CEF/Nível Superior) No texto, predominantemente descritivo, 
são utilizados trechos narrativos como recurso para defender os 
argumentos elencados. 
Comentário – Com um pouco de atenção, a questão torna-se muito fácil. Não 
é possível um texto ser “predominantemente descritivo” e defender um ponto 
de vista. Essa mistura já nos habilita a dizer que o item está errado. O texto é 
meramente expositivo (ou informativo), pois apenas tem o propósito de 
transmitir informações ao leitor, sem a pretensão de sustentar uma opinião. Mas 
saiba que é possível haver trechos narrativos para a defesa de argumentos, ou 
seja, narração dentro da dissertação. 
Resposta – Item errado. 
 
 
Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) 
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Texto narrativo 
É a modalidade de redação na qual contamos um ou mais fatos que ocorrem 
em determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. 
Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão – coveiro – 
era cavar. Mas, de repente, na distração do ofício que amava, percebeu que 
cavara demais. Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar para cima 
e viu que sozinho não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou mais 
forte. Ninguém veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, desistiu com 
a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite chegou, subiu, fez-
se o silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, 
não se ouviu um som humano, embora o cemitério estivesse cheio de pipilos e 
coaxares naturais dos matos. Só pouco depois da meia-noite é que vieram uns 
passos. Deitado no fundo da cova o coveiro gritou. Os passos se aproximaram. 
Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou o que havia: “O que é que 
há?” 
O coveiro então gritou, desesperado: “Tire-me daqui, por favor. 
Estou com um frio terrível!” “Mas, coitado!” – condoeu-se o bêbado – “Tem toda 
razão de estar com frio. Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre 
mortinho!” E, pegando a pá, encheu-a e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente. 
Moral: Nos momentos graves é preciso verificar muito bem para 
quem se apela. 
(O coveiro, Millôr Fernandes) 
Note as características do tipo narrativo: 
1) O fato narrado pode ser real ou fictício. 
2) A descrição pode inserir-se na narração, dada a importância de se 
caracterizarem os personagens envolvidos na trama e o cenário em que 
ela se desenvolve. 
3) Narração em 1ª pessoa: ocorre quando o fato é contado por alguém que 
se envolve nos acontecimentos (uso dos pronomes nós, eu). 
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4) Narração em 3ª pessoa: o narrador conta a ação do ponto de vista de 
quem vê o fato acontecer na sua frente (narrador onisciente); ele não 
participa da ação (uso dos pronomes ele(a), eles(as)). 
5) Narração objetiva: o narrador apenas relata os fatos, sem se deixar 
envolver emocionalmente com o que está noticiado. É de cunho impessoal 
e direto. 
6) Narração subjetiva: leva-se em conta as emoções, os sentimentos 
envolvidos na história. São ressaltados os efeitos psicológicos que os 
acontecimentos desencadeiam nos personagens. 
7) A progressão temporal (exposição, complicação, clímax e desfecho) é 
essencial para o desenvolvimento da trama. 
8) O tempo predominante é o passado, cronológico (um minuto, uma hora, 
uma semana, um ano etc.) ou psicológico (vivido por meio de flashback, 
é a memória do narrador). 
 
 
2. (Cespe/2014/TJ-CE/Nível Médio) O texto em apreço é, predominantemente, 
a) instrucional. 
b) dialógico. 
c) descritivo. 
d) narrativo. 
e) dissertativo. 
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Comentário – Calma! Às vezes, a banca complica um pouquinho a nossa vida. 
Observe que, embora haja inicialmente o relato de um fato, no desenvolvimento 
do texto o enunciadorapresenta argumentos que defendem uma opinião sobre 
o financiamento privado de pessoas jurídicas para campanhas eleitorais. Já na 
primeira linha, fica evidente o juízo de valor a respeito desse financiamento: 
“inaceitável”. Note que a última frase reafirma a opinião contrária à interferência 
de empresas no processo eleitoral. Fica aqui a minha dica para você: ainda que 
haja no texto elementos característicos da descrição e da narração, o texto será 
classificado como dissertativo sempre que houver um posicionamento sobre o 
assunto abordado (não existe texto homogêneo!). 
Resposta – E 
 
 
 
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3. (Iades/2014/SEAP-DF/Analista) Do ponto de vista da tipologia textual, o 
texto apresentado classifica-se, predominantemente, como 
a) narrativo, pois relata, em uma sequência temporal, episódios da vida de 
Teodoro Freire. 
b) descritivo, pois faz um registro dos elementos que particularizam e 
caracterizam os seres retratados. 
c) dissertativo, pois apresenta uma análise crítica sobre o trabalho de Teodoro 
Freire com a cultura popular brasileira. 
d) narrativo, pois desenvolve uma reflexão sobre os aspectos que marcaram 
a vida de Teodoro Freire. 
e) dissertativo, pois apresenta um breve histórico da vinda de Teodoro Freire 
para Brasília. 
Comentário – Não é possível defender a ideia de que o texto “desenvolve uma 
reflexão sobre os aspectos que marcaram a vida de Teodoro Freire” (letra D). 
Isso seria estabelecer um juízo de valor a respeito de fatos da vida dele, 
elegendo uns como mais importantes do que outros, sem que existam 
parâmetros no próprio texto que nos habilite a fazer tal distinção. Portanto é 
mais adequado, com base no que se lê, afirmar que há um relato temporal de 
alguns episódios da vida de Teodoro Freire, como está escrito na primeira opção. 
Resposta – A 
 
Texto argumentativo (dissertação argumentativa) 
É o tipo de composição na qual expomos ideias seguidas da apresentação 
de argumentos que as comprovem. Tem por objetivo a defesa de um 
ponto de vista, por meio da persuasão. 
 
 
 
 
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Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) 
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A informalidade em excesso soma-se à 
ausência do poder público e à cultura da corrupção 
A imagem mais citada por testemunhas do desabamento de três 
prédios na Rua Treze de Maio, na região da Cinelândia, era a queda das torres 
do World Trade Center, em setembro de 2001, em Nova York. A nuvem de poeira 
e detritos que varreu a rua e foi captada por uma câmera de vigilância era, de 
fato, em escala bem menor, parecida com aquela, gigantesca, que subiu de 
downtown pela ilha de Manhattan, no colapso das Torres Gêmeas. 
[...] 
Em outubro do ano passado, o restaurante Filé Carioca, instalado no 
térreo de um prédio na Praça Tiradentes, também no Centro, explodiu. Morreram 
três pessoas e 17 ficaram feridas. Assim como a tragédia de quarta à noite 
poderia ter sido muito maior se houvesse ocorrido mais cedo, aquele acidente 
seria mais dramático se não tivesse acontecido de manhã cedo. 
[...] 
No caso do restaurante, não há dúvida. Contra o bom-senso e as 
próprias normas de segurança, a cozinha do Filé Carioca era abastecida por 
cilindros de GLP abrigados no subsolo. Aconteceu o que poderia ter sido previsto 
por um fiscal. Mesmo com uma cozinha convertida em paiol, o estabelecimento 
funcionava com “alvará provisório”, renovado por cinco anos. Ora, alvará para 
negócios que envolvam risco de vida não pode ser “provisório”. E pior: jamais o 
Corpo de Bombeiros vistoriara o local. 
[...] 
Na quarta à noite, ficou mais uma vez evidente que o poder público 
é ágil na emergência: não demorou muito para bombeiros, escavadeiras, etc. 
chegarem ao local. O mesmo acontece nas enxurradas e enchentes. Nos dois 
casos, faltam ações preventivas, não só para proteger a população, mas também 
educá-la a cumprir as normas. 
[...] 
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A informalidade em excesso soma-se à ausência do poder público e 
à cultura da corrupção em repartições e cria situações cujo desdobramentos 
costumam ser catastróficos 
(Internet: http://oglobo.globo.com/opiniao/um-alerta-cidade-do-rio-3772513. Acesso em 27/1/2012) 
 
Texto expositivo (informativo; dissertação expositiva) 
O objetivo do texto é passar conhecimento para o leitor. Nesse tipo textual, 
não se faz a defesa de uma ideia. Encontrado em livros didáticos e 
paradidáticos (material complementar de ensino), enciclopédias, jornais, 
revistas (científicas, informativas, etc.). 
A União Europeia baniu importações de petróleo do Irã com o 
objetivo de pressionar o país a interromper o seu programa nuclear. Os países 
europeus também decidiram suspender transações financeiras com o Banco 
Central de Teerã. As sanções, que só serão totalmente aplicadas em julho, foram 
decididas pelos chanceleres de 27 países reunidos em Bruxelas. Há três 
semanas, os EUA aplicaram medidas semelhantes. 
(Folha de São Paulo. Internet <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/>. Acesso em 24/1/2012) 
Repare agora que, diferentemente da intenção do autor do texto 
acima, este aqui não tem a presunção de convencer ninguém a respeito de algo. 
Limita-se apenas a transmitir ao leitor, de forma imparcial e objetiva, uma 
informação sobre as sanções sofridas pelo Irã. 
 
 Ex-presidiário, condenado a mais de cem anos de prisão 
 por assalto à mão armada e homicídio, Luiz Alberto Mendes Júnior 
 teve uma vida que renderia um belo filme de ação. Mas o 
4 protagonista decidiu tomar outro rumo: dedicou-se à literatura e hoje 
 é um autor de sucesso. Luiz Alberto Mendes Júnior cumpriu 31 anos 
 e 10 meses de prisão. Dentro da penitenciária, aprendeu a ler e a 
7 escrever. Trabalhou na escola da penitenciária e alfabetizou mais de 
 500 presos. Fez vestibular para direito na PUC de São Paulo. 
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 Passou. E mudou de vida. Hoje, conquistada a liberdade, Luiz 
10 Alberto já lançou três livros e assina uma coluna na revista Trip, 
 além de fazer palestras pelo Brasil afora. É autor de Memórias de 
 um Sobrevivente (2001, um relato de seu tempo na cadeia), Tesão 
13 e Prazer: Memórias Eróticas de um Prisioneiro (2004, também 
 autobiográfico) e Às Cegas (2005, que conta o período dos estudos 
 na PUC e as primeiras tentativas literárias). No esforço de 
16 compreender os caminhos de sua vida, o escritor transforma a 
 matéria bruta da memória e cria narrativas que valem cada minuto 
 da atenção dos leitores. Em suas palestras, fala sobre “a literatura 
19 como salvação pessoal”, conta um pouco da sua vida atrás das 
 grades e explica a mudança que o livro promoveu em sua vida. 
Internet: <www.bienalbrasildolivro.com.br> (com adaptações). 
4. (Cespe/Depen/Agente Penitenciário/2013) Trata-se de texto informativo 
em que há trechos narrativos. 
Comentário – Sim, pois não se verifica nenhuma tese sendo defendida pelo 
enunciador. A preocupação dele é simplesmente informar a “virada de mesa” 
ocorrida na vida de Luiz Alberto. O trecho abaixo é um bom exemplo de 
narração: 
Luiz Alberto Mendes Júnior cumpriu 31 anos e 10 meses de prisão.Dentro da penitenciária, aprendeu a ler e a escrever. Trabalhou na 
escola da penitenciária e alfabetizou mais de 500 presos. Fez 
vestibular para direito na PUC de São Paulo. Passou. E mudou de 
vida. (linhas 5-9) 
Resposta – Item certo. 
 
Texto injuntivo (instrucional) 
Indica como realizar uma ação; aconselha. É também utilizado para 
predizer acontecimentos e comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e 
simples. Há predomínio da função conativa ou apelativa (o emissor procura 
influenciar o comportamento do receptor; como o emissor se dirige ao receptor, 
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é comum o uso de tu, você ou o nome da pessoa, além dos vocativos e 
imperativos; usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem 
diretamente ao consumidor – instruções de uso de um aparelho; leis; 
regulamentos; receitas de comida; guias; regras de trânsito). 
Exemplo: "Coloque a tampa e a seguir pressione." (verbo no imperativo) 
"Coloca-se a tampa e a seguir pressiona-se." (verbo no presente do indicativo) 
"Colocar a tampa e a seguir pressionar." (verbo no infinitivo) 
Agora, tenta-se, por meio de uma linguagem persuasiva, fazer com 
que o leitor execute certas ações a fim de obter o efeito desejado. 
 
Jeitinho 
 O jeitinho não se relaciona com um sentimento revolu- 
 cionário, pois aqui não há o ânimo de se mudar o status quo. 
 O que se busca é obter um rápido favor para si, às escondidas e 
 sem chamar a atenção; por isso, o jeitinho pode ser também 
5 definido como "molejo", "jogo de cintura", habilidade de se "dar 
 bem" em uma situação "apertada". 
 Em sua obra O Que Faz o Brasil, Brasil?, o antropólogo 
 Roberto DaMatta compara a postura dos norte-americanos e a 
 dos brasileiros em relação às leis. Explica que a atitude 
10 formalista, respeitadora e zelosa dos norte-americanos causa 
 admiração e espanto aos brasileiros, acostumados a violar e a 
 ver violadas as próprias instituições; no entanto, afirma que é 
 ingênuo creditar a postura brasileira apenas à ausência de 
 educação adequada. 
15 O antropólogo prossegue explicando que, diferente das 
 norte-americanas, as instituições brasileiras foram desenhadas 
 para coagir e desarticular o indivíduo. A natureza do Estado é 
 naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, é inadequada 
 à realidade individual. Um curioso termo – Belíndia – define 
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20 precisamente esta situação: leis e impostos da Bélgica, realidade 
 social da Índia. 
 Ora, incapacitado pelas leis, descaracterizado por uma 
 realidade opressora, o brasileiro buscará utilizar recursos que 
 vençam a dureza da formalidade se quiser obter o que muitas 
25 vezes será necessário à sua sobrevivência. Diante de uma 
 autoridade, utilizará termos emocionais, tentará descobrir alguma 
 coisa que possuam em comum - um conhecido, uma cidade da 
 qual gostam, a “terrinha” natal onde passaram a infância – e 
 apelará para um discurso emocional, com a certeza de que a 
30 autoridade, sendo exercida por um brasileiro, poderá muito bem 
 se sentir tocada por esse discurso. E muitas vezes conseguirá o 
 que precisa. 
 Nos Estados Unidos da América, as leis não admitem 
 permissividade alguma e possuem franca influência na esfera 
35 dos costumes e da vida privada. Em termos mais populares, diz- 
 seque, lá, ou “pode” ou “não pode”. No Brasil, descobre-se que 
 é possível um “pode-e-não-pode”. É uma contradição simples: 
 acredita-se que a exceção a ser aberta em nome da cordialidade 
 não constituiria pretexto para outras exceções. Portanto, o 
40 jeitinho jamais gera formalidade, e essa jamais sairá ferida após 
 o uso desse atalho. 
 Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é também 
 exercida por esferas de influência superiores. Quando uma 
 autoridade "maior" vê-se coagida por uma "menor", 
45 imediatamente ameaça fazer uso de sua influência; dessa forma, 
 buscará dissuadir a autoridade "menor" de aplicar-lhe uma 
 sanção. 
 A fórmula típica de tal atitude está contida no golpe 
 conhecido por "carteirada", que se vale da célebre frase "você 
50 sabe com quem está falando?". Num exemplo clássico, um 
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 promotor público que vê seu carro sendo multado por uma 
 autoridade de trânsito imediatamente fará uso (no caso, abusivo) 
 de sua autoridade: "Você sabe com quem está falando? Eu sou 
 o promotor público!". No entendimento de Roberto DaMatta, de 
55 qualquer forma, um "jeitinho" foi dado. 
(In: www.wikipedia.org – com adaptações.) 
5. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) Assinale a alternativa que identifique a 
composição tipológica do texto “Jeitinho”. 
(A) Descritivo, com sequências narrativas. 
(B) Expositivo, com sequências argumentativas. 
(C) Injuntivo, com sequências argumentativas. 
(D) Narrativo, com sequências descritivas. 
(E) Argumentativo, com sequências injuntivas 
Comentário – Os teóricos argumentam que dificilmente haverá um texto 
homogêneo, ou seja, puramente descritivo, expositivo, argumentativo, narrativo 
e injuntivo. A característica que mais sobressai é a que determina o tipo de 
texto. 
Falando especificamente do texto intitulado Jeitinho, o que se 
observa acentuadamente são passagens que transmitem ao leitor informações 
sobre o que o antropólogo Roberto DaMatta escreveu sobre o jeitinho. As 
sequências argumentativas ficam por conta do ponto de vista dele sobre o tema. 
Por exemplo: “Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é também 
exercida por esferas de influência superiores.”; “No entendimento de Roberto 
DaMatta, de qualquer forma, um ‘jeitinho’ foi dado.” 
Resposta – B 
 
 
 
 
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Financiamento de campanhas eleitorais: 
aspectos éticos 
 Além dos aspectos legais, as empresas que 
 decidirem participar do processo eleitoral devem 
 buscar procedimentos éticos na tomada de 
 decisões relacionadas ao financiamento de 
5 candidatos e partidos políticos. 
 Tradicionalmente, os controladores das 
 empresas são os responsáveis pela decisão de 
 como os recursos devem ser distribuídos entre 
 candidatos e partidos. Os sócios e colaboradores 
10 dificilmente são consultados, e muitas vezes o 
 apoio reflete mais as posições pessoais dos 
 controladores do que os valores e princípios das 
 empresas. 
 A consulta aos sócios e colaboradores 
15 sobre candidatos e partidos que a empresa deve 
 apoiar não implica, necessariamente, transformar a 
 decisão desse apoio em algo coletivo. O simples 
 fato de consultá-los ajuda a criar um ambiente 
 socialmente responsável nas empresas. É certo que 
20 a separação dos valores e princípios pessoais dos 
 controladores dos valores e princípios das 
 empresas e, mais ainda, a transformação dessa 
 dissociação em um novo critério para a tomada de 
 decisões sobre aspectos tão sensíveis como o apoio 
25 a determinado partido ou candidato ainda é uma 
 atitude difícil para grande parte dos empresários. 
 Também é certo, por outro lado, que, ao 
 aumentarem a transparência do processo de 
 tomada de decisões,as empresas adquirem o 
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30 respeito das pessoas e comunidades que são 
 impactadas por suas atividades e são gratificadas 
 com o reconhecimento e engajamento dos seus 
 colaboradores e a preferência dos consumidores, 
 em consonância com o conceito de 
35 responsabilidade social, o qual, é sempre bom 
 lembrar, está se tornando cada vez mais fator de 
 sucesso empresarial e abrindo novas perspectivas 
 para a construção de um mundo economicamente 
 mais próspero e socialmente mais justo. 
40 Outra iniciativa que pode ter grande 
 impacto junto aos colaboradores, parceiros e sócios 
 das empresas é a promoção de debates sobre o 
 processo eleitoral e o funcionamento e atribuições 
 das instâncias de poder em jogo nas eleições 
45 (Presidência da República, Senado, Câmara Federal 
 e Assembleias Legislativas). As empresas podem 
 convidar candidatos, cientistas políticos, jornalistas 
 e administradores públicos para a discussão de 
 ideias, propostas e conceitos. Também podem 
50 incentivar debates políticos dentro da empresa, 
 bem como trazer matérias sobre o tema em 
 publicações internas. É importante desmistificar a 
 ideia de que política é uma sujeira só e sem 
 utilidade. Essa é uma forma de contribuir para 
55 aumentar a consciência política e a qualidade do 
 voto dentro de toda a cadeia produtiva, entre os 
 parceiros e colaboradores. Esse procedimento 
 ajuda a criar na sociedade ambiente ético e 
 transparente, acentuando a democracia nas 
60 relações sociais e políticas. 
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 Além de consultar sócios, parceiros e 
 colaboradores e de realizar debates, as empresas 
 podem também promover campanhas de 
 esclarecimento junto a seus colaboradores. Um 
65 conceito útil para ser adotado é o do voto 
 consciente. 
 Infelizmente, ainda hoje assistimos no 
 Brasil a fenômenos que há muito deveriam ter sido 
 excluídos da vida política nacional, como a compra 
70 de votos e a atitude de diversos candidatos, 
 durante as campanhas eleitorais, de “doar” cestas 
 básicas e toda a sorte de brindes em troca da 
 promessa de voto dos eleitores. O conceito de voto 
 consciente é justamente o contraponto dessas 
75 práticas, visando estabelecer critérios racionais que 
 façam do voto um instrumento de cidadania. Voto 
 consciente é aquele em que o cidadão pesquisa o 
 passado dos candidatos, avalia suas histórias de 
 vida e analisa se as promessas e programas 
80 eleitorais são coerentes com as práticas dos 
 candidatos e de seus partidos. 
(Instituto Ethos. A Responsabilidade Social 
das Empresas no Processo Eleitoral. Disponível em: 
<www.ethos.org.br>. Com adaptações.) 
6. (FGV/TRE-PA/Analista Judiciário/2011) Com base na leitura do texto, 
analise as afirmativas a seguir: 
I. Tradicionalmente, a decisão de uma empresa apoiar determinado candidato 
no processo eleitoral tem mais relação com uma concepção individual do 
que empresarial. 
II. As consultas a sócios e colaboradores e debates com os candidatos ajudam 
a promover a responsabilidade social das empresas. 
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III. É possível, dentro do conceito ético de responsabilidade social, que a 
empresa apoie candidato que não represente a convicção pessoal de seus 
controladores. 
Assinale 
(A) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. 
(C) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. 
(D) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. 
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta. 
Comentário – Item I: certo, de acordo com o segundo parágrafo, sobretudo o 
seguinte trecho: “muitas vezes o apoio reflete mais as posições pessoais dos 
controladores do que os valores e princípios das empresas”. 
Item II: certo, com fundamento no terceiro parágrafo. Leia-se, 
por exemplo, o trecho a seguir: “O simples fato de consultá-los ajuda a criar um 
ambiente socialmente responsável nas empresas”. 
Item III: certo. No texto está escrito que “muitas vezes o apoio 
reflete mais as posições pessoais dos controladores do que os valores e 
princípios das empresas”. Ora, “muitas vezes” não é sinônimo de sempre. Então, 
podemos entender que a possibilidade referida existe. 
Resposta – A 
 
7. (FGV/TRE-PA/Analista Judiciário/2011) O texto se classifica como 
(A) narrativo. 
(B) injuntivo. 
(C) descritivo. 
(D) dissertativo. 
(E) epistolar. 
Comentário – Você leu acima as características de todos os tipos de texto 
indicados nas alternativas. A exceção fica por conta da letra E. Epistolar não é 
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tipo de texto, mas sim gênero textual. Já falei sobre tipo de texto, então vou 
explicar o que é gênero. 
De acordo com o renomado linguista Luiz Antônio Marcuschi (UFPE), 
alguns livros didáticos referem-se de maneira equivocada ao termo “tipo de 
texto”, quando – na verdade – estão tratando de “gênero de texto”. O autor 
alega, por exemplo, que classificar uma carta pessoal como um tipo de texto 
é erro, por se tratar de um gênero. 
Gênero Textual são os textos materializados encontrados no dia a dia e que 
apresentam características sociocomunicativas definidas pelos conteúdos, 
propriedades funcionais, estilo e composição característica. 
Ex.: telefonema, sermão, romance, bilhete, aula expositiva, reunião de 
condomínio, aviso, comunicado, edital, informação, informe, citação, carta, 
e-mail, ofício, petição, memorial, requerimento, abaixo-assinado, nota 
promissória, termo de compromisso e voto. (Observe que alguns têm a função 
social de informar, pedir ou prometer algo a alguém). 
Resposta – D 
 
 
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8. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) No texto, que se 
caracteriza como expositivo-argumentativo, identificam-se a combinação 
de vocabulário abstrato com metáforas e o emprego de estruturas sintáticas 
repetidas. 
Comentário – A primeira parte da assertiva afirma que o texto é 
expositivo-argumentativo. O que será que o Cespe quis dizer com isso? Texto 
expositivo-argumentativo é simplesmente o que evidencia uma análise crítica e 
pessoal sobre um assunto, apresentando dados, observações, argumentos que 
a confirmem. No texto da prova, o autor discorre sobre a estruturação da 
fenomenologia da memória. A partir da linha 18, Paul Ricouer apresenta-nos a 
conclusão da tese que defende. 
A segunda parte da assertiva afirma que podemos encontrar 
“combinação de vocabulário abstrato com metáforas e o emprego de estruturas 
sintáticas repetidas”. Será verdade? Veja os exemplos abaixo: 
– “Essa abordagem ‘objetal’ levanta um problema específico 
no plano da memória” (l. 8-9); 
– “cuja tendência foi fazer prevalecer o lado egológico da 
experiência mnemônica” (l. 13-15); 
– “Se nos apressarmos a dizer que o sujeito da memória é o 
eu,... a noção de memória coletiva poderá...” (l.18-21); 
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– “Se não quisermos nos deixar confinar numa aporia inútil, 
será preciso manter... (l. 22-24). 
Resposta – Item certo. 
 
Cinco curiosidades sobre Erasmo de Rotterdam (1467-1536) 
 
 
 
9. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) O texto, de caráter 
informativo, é exemplo do gênero biografia. 
Comentário – Como o próprio título já anuncia, o texto é um informativo sobre 
aspectos da vida de Erasmo de Rotterdam. A exposição de dados da vida desse 
ilustre personagem caracteriza-se como uma biografia – gênero literário em que, 
normalmente, se conta a vida de alguém depois de sua morte. 
Resposta – Item certo. 
 
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10. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) O trecho “uma série de 
avanços (...) bens materiais e simbólicos” (L.6-9) constitui a tese que os 
autores visam comprovar por meio da argumentação formulada no texto, 
que pode ser classificado como dissertativo-argumentativo. 
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Comentário – De fato, o texto é dissertativo-argumentativo, mas a tese é 
outra. Você notou isso? O que o texto sustenta é que “este é o período histórico 
no qual se opera a mais radical das revoluções já experimentadas pela 
humanidade, tanto em amplitude quanto em profundidade” (l. 3-5). Observe 
que, a partir da linha 16, a autora reafirma a singularidade do período histórico: 
“...o que distingue a atual revolução de outros tantos definitivos marcos 
históricos... é a tremenda rapidez, a agilidade e a amplitude das mudanças e 
transformações”. 
Resposta – Item errado. 
 
Texto II 
1 Você é superdotado? 
 
 Foi concluído, neste mês, estudo mostrando que 
4 aproximadamente 18% de estudantes de duas escolas 
 municipais em bairros pobres da cidade de São Paulo são 
 superdotados. Mas o que são superdotados? Esqueça o que você 
7 sabe ou pensa que sabe sobre o assunto. 
 Há um esforço entre especialistas de desmitificar o 
 superdotado, que se associa à figura do gênio, desses que tocam 
10 piano excepcionalmente bem aos cinco anos de idade ou 
 resolvem precocemente equações matemáticas. O conceito mais 
 apropriado é o de alta habilidade. São estudantes com 
13 habilidades acima da média em artes, matemática, ciências, 
 liderança, esportes ou português. Valorizam-se, assim, as mais 
 diferentes habilidades, porque, na verdade, existem diferentes 
16 tipos de inteligências. 
 Existem, portanto, vários problemas pela falta de 
 conhecimento sobre altas habilidades. O mais óbvio deles é 
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19 como as escolas, especialmente as públicas, não sabem 
 identificar os superdotados. Nem muito menos como ajudá-los. 
 Como, muitas vezes, os altamente habilidosos não 
22 suportam a rotina escolar, eles são desprezados ou punidos. E, 
 não raro, tratados com antidepressivos. É comum os 
 superdotados serem hiperativos ou terem distúrbio de atenção. 
25 Em virtude da má gestão da educação pública, nosso 
 maior desperdício é o de talentos em geral. Isso se torna ainda 
 mais grave diante dessa multidão de indivíduos que nasceram 
28 como uma altíssima propensão ao talento. Uma vez que, se a 
 estatística estiver correta, estamos falando de cerca de 10 
 milhões de estudantes. Jogamos fora o que temos de melhor, e, 
31 não raro, alguns deles são recrutados pelo o que existe de pior. 
“Texto com adaptações” - Folha Online -- Gilberto Dimenstein 
http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/gilbertodimenstein/ult508u338574.shtml 
11. (Iades/SEAP-DF/Professor/2011) Os veículos de comunicação que se 
utilizam da linguagem verbal e não-verbal aplicam a tipologia textual mais 
apropriada ao seu público receptor. No texto II, pode-se afirmar haver 
predomínio de caráter textual 
(A) descritivo. 
(B) narrativo. 
(C) dissertativo. 
(D) injuntivo. 
(E) dramático. 
Comentário – O texto discute o conceito de “superdotado”, a partir de uma 
pesquisa “mostrando que aproximadamente 18% de estudantes de duas escolas 
municipais em bairros pobres da cidade de São Paulo são superdotados” (l. 3-
6). O autor sustenta que “O conceito mais apropriado (para superdotado) é o de 
alta habilidade” (l. 11-12) e explica que, “na verdade, existem diferentes tipos 
de inteligências” (l. 15-16). Além disso, acusa as escolas de não saber identificar 
os superdotados nem ajudá-los (l. 19-20). Na opinião do autor, “Em virtude da 
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má gestão da educação pública, nosso maior desperdício é o de talentos em 
geral” (l. 25-26). Para Gilberto Dimenstein, “Jogamos fora o que temos de 
melhor, e, não raro, alguns deles são recrutados pelo o que existe de pior” (l. 
30-31). 
Resposta – C. 
 
 
 
12. (Cespe/TCU/AFCE/Auditoria de Obras Públicas/2011) O texto caracteriza- 
-se como predominantemente dissertativo-argumentativo, e o autor utiliza 
recursos discursivos diversos para construir sua argumentação, como, por 
exemplo, linguagem figurada e repetições. 
Comentário – Note que a expressão “dissertativo-argumentativo” surge de vez 
em quando nas provas. A tese que o autor defende gira em torno da felicidade 
(primeiro período e segundo períodos). Note também que o autor usa 
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reiteradamente o vocábulo “felicidade”. As expressões “como uma deusa da 
vitória”, “vida que é dor, avidez e privação” e “aquele que não sabe [...] colocar-
se de pé” são exemplos de linguagem figurada. 
Resposta – Item certo. 
 
 
 
13. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) O trecho de citação da fala do 
professor da Universidade de São Paulo é predominantemente narrativo. 
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Comentário – O trecho citado é marcado pelo emprego das aspas e corresponde 
à fala do professor Leal Filho. Na opinião dele, o sistema de comunicação deveria 
ser público. O professor tenta defender seu ponto de vista argumentando que o 
objetivo do sistema de comunicação é prestar um serviço público. Leal Filho 
também sustenta sua tese dizendo que em alguns países é assim que funciona. 
Portanto o discurso dele é predominantemente dissertativo. 
Resposta – Item errado. 
 
 
 
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14. (Cespe/IRB/Diplomata/2012) Ambos os fragmentos apresentam a 
estrutura textual típica da narrativa, recurso empregado pelo autor como 
forma de manter a coerência dos fatos narrados. 
Comentário – O fragmento II é típico de um texto descritivo. No caso,a 
descrição é da cidade de São Paulo. Nele não há uma sucessão de 
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acontecimentos ou fatos, mas sim a apresentação pura e simples do estado a 
ser descrito em um determinado momento. Percebe-se que a matéria é o objeto 
(ou o ambiente) e que o enunciador emite suas impressões sobre o que tenta 
descrever. 
Resposta – Item errado. 
 
 
 
 
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15. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/2013) O texto é, essencialmente, 
a) informativo. 
b) prescritivo e normativo. 
c) dissertativo-argumentativo. 
d) narrativo. 
e) descritivo. 
Comentário – No parágrafo introdutório, o enunciador expõe o assunto que 
será tratado: o sufrágio universal. No parágrafo seguinte, ele acaba 
argumentando contra o senso comum a respeito do conceito desse tipo de 
sufrágio: “Essa não é, entretanto, um verdade absoluta” (L. 15). O enunciador 
defende a ideia de que “Um sistema eleitoral pode prever condições legítimas a 
serem preenchidas pelo cidadão para se tornar eleitor” (L. 15-17). Para validar 
sua tese, ele recorre ao doutrinador José Afonso da Silva (l.19). Portanto o texto 
pode ser classificado como dissertativo-argumentativo. 
Resposta – C 
 
Figuras de Linguagem 
Figuras de linguagem (ou de estilo) são formas de expressar o 
pensamento ou o sentimento de modo vivo, enérgico, vibrante, capaz de 
impressionar o ouvinte ou leitor e escapar ao uso corriqueiro que se faz das 
palavras e da língua. Podem ser classificadas em: 
a) figuras de palavras (ou tropos = desvio, giro); 
b) figuras de construção (ou de sintaxe); 
c) figuras de pensamento. 
Não se preocupe em decorar essas três classificações, pois 
elas não serão cobradas. A divisão é puramente didática. 
 
FIGURAS DE PALAVRAS (OU TROPOS) 
 
 METONÍMIA 
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Consiste em usar uma palavra por outra, por haver relação de 
sentidos entre ambas. Não se trata de vocábulos sinônimos, mas ocorre que 
uma palavra evoca a outra. Tem como base a contiguidade (e não a similaridade) 
entre os elementos. Ou seja, é uma analogia por sentidos próximos, relativos. 
Exemplos: 
1. Adoro ler Shakespeare. (O famoso poeta inglês, morto há mais 
de 400 anos, não pode ser lido. Seu nome é usado na frase para representar a 
sua obra. Você adora é ler os livros de Shakespeare.) 
2. Depois da partida, o time bebeu vinte copos de água! (Ainda 
que os jogadores possam ter tido bastante sede, eles não tomaram os copos, 
mas a água que estava dentro deles). 
3. Ele é um bom garfo. (comilão, glutão) 
4. Aquele que quiser vir após mim deve tomar a sua cruz. 
(sofrimento) 
5. Ganharás o pão com o suor do teu rosto. (Pão, no caso, vale 
por toda a alimentação. Suor do rosto significa esforço, trabalho.) 
6. Luíza completou 15 primaveras ontem. (Não foram só 
primaveras, mas também verões, invernos e outonos, ou seja, "primavera" aí 
significam "anos".) 
 
 PERÍFRASE (ou antonomásia) 
É a designação de uma pessoa não pelo seu nome, mas pelos 
atributos ou circunstâncias que a tornaram famosa: 
Exemplos: 
1. O poeta dos escravos, expressão usada para designar Castro 
Alves. 
2. Cidade Maravilhosa, modo de se referir ao Rio de Janeiro. 
 
 SINESTESIA (ou sinopsia) 
Transferência de percepções da esfera de um sentido para a de 
outro. 
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Exemplos: 
1. Sua voz (audição) doce (paladar) e aveludada (tato) era uma 
carícia em meus ouvidos. 
2. Em seu olhar (visão) gelado (tato), percebi uma ponta de 
desprezo. 
 
 METÁFORA 
A mais famosa figura de linguagem, a metáfora é, assim como a 
metonímia, uma figura de palavras – isto é, o efeito se dá pelo jogo de palavras 
que se faz na frase. 
A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto 
convencional (denotativo) e transportá-la para um novo campo de significação 
(conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade 
(característica comum) existente entre as duas. 
Exemplos: 
1. Buscava o coração do Brasil. (Ora, o Brasil não possui o órgão 
biológico em questão. Portanto, coração significa aí o centro vital, a essência, o 
âmago do país.) 
2. Achamos a chave do problema. (O problema não é nenhuma 
fechadura; mas, para resolvê-lo – ou abri-lo –, o elemento que se diz ter achado 
é tão necessário quanto uma chave para abrir uma porta.) 
 
 COMPARAÇÃO 
Metáfora e comparação não se confundem. Nesta, os termos 
confrontados vêm ligados por conectivos. 
Exemplos: 
1. A criança é tal qual uma plantinha delicada. 
2. Hitler foi cruel como um monstro. 
 CATACRESE 
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Tropo que consiste no emprego de termos com significação diferente 
da usual, por falta de termos próprios na língua. 
Exemplos: 
Cauda do avião; pé da mesa; boca da noite; dente de alho; embarcar 
no trem etc. 
 
FIGURAS DE CONSTRUÇÃO (OU DE SINTAXE) 
 
 ELIPSE 
Constitui-se na omissão de um ou mais termos que facilmente 
podem ser subentendidos no contexto. 
Exemplos: 
1. Na cabeça, um lindo chapéu. (omissão da forma verbal havia) 
2. As mãos eram pequenas e os dedos, finos e delicados. (omitiu-
se, na segunda oração, o verbo eram) 
Obs.: há um tipo especial de elipse conhecido por ZEUGMA, que consiste na 
omissão de um termo anteriormente expresso (como no exemplo 2). 
 
 PLEONASMO 
É a redundância intencional de palavras ou sentidos a fim de 
enfatizar o significado da informação. 
Exemplos: 
1. Vi com meus próprios olhos. 
2. A mim, resta-me o choro. 
Obs.: são condenáveis, por viciosos, pleonasmos como descer para baixo, entrar 
para dentro, sair para fora, subir para cima, ilha fluvial, nova criação, 
monocultura exclusiva etc. 
 
 POLISSÍNDETO 
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É a repetição intencional da conjunção (normalmente o conectivo e). 
É um recurso eficaz para sugerir movimentos contínuos ou séries de ações que 
se sucedem rapidamente. 
Exemplos: 
1. E corre, e pula, e brinca, e cai. 
2. “Mão gentil, mas cruel, mas traiçoeira.” 
 
 ASSÍNDETO 
Consiste na omissão das conjunções ou conectivos (em geral, 
conjunções copulativas), resultando no uso de orações justapostas ou orações 
coordenadas assindéticas, separadas por vírgulas. 
Exemplos: 
1. "Soltei a pena, Moisés dobrou o jornal, Pimentel roeu as unhas" 
(Graciliano Ramos) 
2. Peguei o exercício, levei-o para casa, li, reli, voltei à escola, 
briguei com a professora, fui à direção, reclamei a falta de conectivo. 
 
 INVERSÃO 
Alteração da ordem normal dos termos ou orações da frase. 
Exemplos: 
1. “Tão leve estou que já nem sombra tenho.” (Mário Quintana) 
2. Justo ela diz que é, mas eu não acho não. (Drummond) 
 
 ANACOLUTO 
Caracteriza-se pela mudança brusca do pensamento.Evidencia-se 
por meio do desrespeito às regras de sintaxe. Em geral, o termo sem nexo 
sintático é colocado no início da frase, para ser realçado. 
Exemplos: 
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1. "O homem, chamar-lhe mito não passa de anacoluto." 
(Drummond) 
2. A rua onde moras, nela é que desejo morar. 
3. Pobre, quando come frango, um dos dois está doente. (dito 
popular) 
 
 SILEPSE 
Ocorre quando efetuamos a concordância não com os termos 
expressos, mas com a ideia a eles associada em nossa mente. 
Exemplos: 
1. Vossa Excelência será informado sobre tudo. 
2. “Corria gente de todos os lados, e gritavam.” (Mário Barreto) 
3. Todos somos brasileiros. 
 
 ONOMATOPEIA 
É a imitação de um som ou da voz natural dos seres com um fonema 
ou palavra. Ruídos, gritos, canto de animais, sons da natureza, barulho de 
máquinas, o timbre da voz humana fazem parte do universo das onomatopeias. 
Exemplos: 
Aaai! – dor ou grito emoção; Ah! – grito; Ah!; Ah! Ah! – riso; Atchim! 
– espirro; Au Au – latido; Bang! – tiro; Buáá! – choro; Clap! clap! – palmas; 
Grrr! – grunhido; Miau! – miado; Nhec Nhec – rangido; Oops! upa! epa! – 
espanto; medo; surpresa; Tic-tac – relógio; Tchibum – mergulho; Zzz! – 
zumbido ou alguem dormindo; Splash – mergulho; Quack! Quack! – pato; Pling! 
– campainha. 
 
 ALITERAÇÃO (ou assonância) 
Consiste em repetir fonemas em um verso ou em uma frase, 
especialmente as sílabas tônicas. A assonância é largamente utilizada em 
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poesias mas também pode ser empregada em prosas, especialmente em frases 
curtas. 
Exemplos: 
1. Anule aliterações aliteralmente abusivas (manual de redação 
humorístico – assonância em A) 
2. João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o convento (Carlos 
Drummond de Andrade – jassonância em O) 
 
 
 
 ANÁFORA 
Consiste em REPETIR a mesma palavra no princípio de várias frases; 
processo mediante o qual um termo da cadeia textual refere-se a outro termo 
anteriormente manifestado na mesma cadeia 
Exemplos: 
1. Amor é fogo que arde sem se ver, 
 é ferida que dói e não se sente; 
 é um contentamento descontente, 
 é dor que desatina sem doer. (Camões) 
2. Nem tudo que ronca é porco, 
 Nem tudo que berra é bode, 
 Nem tudo que reluz é ouro, 
 Nem tudo falar se pode. 
 
FIGURAS DE PENSAMENTO 
 
Nelas intervém fortemente a emoção, o sentimento, a paixão. 
 
 PROSOPOPEIA (ou personificação) 
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Atribuição de ações, qualidades ou sentimentos próprios do ser 
humano a seres inanimados. 
Exemplos: 
1. "A Bomba atômica é triste / Coisa mais triste não há / Quando 
cai, cai sem vontade" (Vinícius de Morais) 
2. A noite está triste. (A noite em si é neutra no que diz respeito a 
sentimentos. Somos nós que podemos lhe atribuir emoções.) 
3. O furacão rugia, expressando sua fúria. (Comparam-se aqui os 
sons do furacão aos rugidos de uma fera, bem como a sua intensidade à 
expressão de um sentimento humano ou animal, a fúria.) 
 HIPÉRBOLE 
É o exagero puro e simples. É uma deformação da verdade que visa 
a um efeito expressivo. 
Exemplos: 
1. Era louco por seu time. (Com isso, quer-se dizer que o sujeito 
gostava demasiadamente, amava seu time, a ponto de perder a razão.) 
2. Derramei rios de lágrimas por você. (Por mais que alguém 
chore, não formará sequer um riacho.) 
 
 ANTÍTESE 
É o uso de palavras ou expressões de sentidos opostos numa mesma 
construção. 
Exemplo: Às vezes, fazemos o mal, quando queremos fazer o bem. 
 
 PARADOXO 
Ocorre quando a conotação extrapola o senso comum, ou seja, a 
lógica. As expressões assim formuladas tornam-se proposições falsas, à luz do 
senso comum, mas que podem encerrar verdades do ponto de vista 
psicológico/poético. 
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Exemplos: 
Antítese: "Eu sou velho, você é moço." 
Paradoxo: "Eu sou um velho moço." 
A diferença existencial entre antítese e paradoxo, é que antítese 
toma nota de comparação por contraste ou justaposição de contrários, já o 
paradoxo reconhece-se como relação interna de contrários 
 
 EUFEMISMO 
É a suavização de uma ideia desagradável ou agressiva. 
Exemplo: O senhor está faltando com a verdade (ou seja, com todas as letras, 
está mentindo). 
 
 IRONIA 
Consiste em dizer o contrário daquilo que se pensa, deixando 
entender uma distância intencional entre aquilo que dizemos e aquilo que 
realmente pensamos. 
Exemplos: 
1. Fez um excelente serviço! Tão bom, que foi despedido. 
2. Há recessão e desemprego, mas tudo está sob controle de 
geniais economistas. 
 
 GRADAÇÃO 
Relacionada com a enumeração, é a exposição de determinadas 
ideias de forma crescente (em direção a um clímax) ou decrescente (anticlímax). 
Exemplos: 
1. Uma palavra, um gesto, um olhar bastava para despertar 
suspeita. 
2. "Ó não guardes, que a madura idade 
 te converta essa flor, essa beleza, 
 em terra, em cinzas, em pó, em sombra, em nada." 
Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) 
Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) 
Prof. Albert Iglésia 
 
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 O carrasco 
 (Luís Fernando Veríssimo) 
 Pequena história, significando não sei bem o quê. Dizem que, quando 
 recebeu o Robespierre caído em desgraça para medi-lo para a guilhotina, 
 o carrasco se surpreendeu. 
 - O senhor aqui?! 
 - Veja você - disse Robespierre. - Não faz muito, eu é que estava 
 mandando gente para você executar. Agora o condenado sou eu. 
 Mas isso é a política, um dia você manda, outro dia você é mandado. 
 Inclusive para a guilhotina... 
 Ao que o carrasco disse: 
 - Felizmente, estou livre disso. Só eu sei manejar a guilhotina. Tenho o 
 cargo mais estável da República. 
 - Aliás - disse Robespierre - fui eu que lhe contratei, lembra? 
 - Claro - disse o Carrasco - como poderia esquecer? 
 - Então me ajude a fugir - sugeriu Robespierre. 
 E o Carrasco sorriu e disse: 
 - Lembra por que o senhor me contratou? Porque eu era o servidor 
 público perfeito. Eficiente, cumpridor de ordens e incorruptível. 
 Abra a camisa, por favor. 
 (Zero hora, 16 de dezembro de 2007 | N° 15450) 
16. (Funrio/MPOG/Agente Administrativo/2009) No fragmento “Pequena 
história, significando não sei bem o quê” identifica-se a presença de 
A) metáfora. 
B) hipérbole. 
C) metonímia. 
D) ironia. 
E) antítese. 
Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) 
Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) 
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Comentário – Ironicamente, Veríssimo finge não entender a moral da própria 
história que conta. Na verdade, suas palavras são o contrário do que realmente 
ele pensa e pretende transmitir ao leitor. 
Resposta – D 
 
 As profissões mais bem pagas 
 Há três caminhos que, em geral, levam a bons salários. O primeiro é 
 procurar vagas nas empresas líderes de cada setor, pois costumam ser 
 as que mais crescem e, portanto, as que oferecem asmelhores 
 oportunidades e pagam melhor. Um analista financeiro júnior que 
 começa ganhando mais que a média de mercado em uma empresa 
 pequena, por exemplo, pode demorar até sete anos para ser promovido. 
 Em uma companhia líder, em quatro anos, em média, ele já passa a 
 ocupar o cargo de analista sênior, com um salário maior. O segundo 
 caminho, válido para profissionais liberais, é conquistar bons clientes e 
 assumir a propriedade do próprio nariz. Os médicos, arquitetos e 
 advogados mais bem-sucedidos (leia-se, com os melhores rendimentos) 
 quase sempre atendem em consultório ou escritório próprio. O terceiro 
 caminho é optar por carreiras do serviço público com bons salários 
 iniciais, como fiscal da Receita Federal ou juiz. 
 Para ganhar bem, não se pode parar de estudar nunca. A pesquisa da 
 FGV acrescenta novas comprovações à já consolidada tese de que o 
 investimento em educação aumenta salários e reduz a possibilidade de 
 desemprego. A taxa de ocupação entre os brasileiros em idade ativa que 
 nunca passaram de um ano de estudo é de 60%. Entre os que 
 estudaram dezoito anos ou mais, 91% têm trabalho. Quanto aos 
 salários, cada ano de estudo adicional representa um aumento médio de 
 15% no valor recebido no fim do mês. O ideal, portanto, é não ficar só 
 no diploma universitário. Cursos de especialização e pós-graduação 
 fazem diferença no contracheque de carreiras em que o conhecimento 
 técnico é essencial, como medicina e análise de sistemas. "Uma 
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Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) 
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 experiência sólida no exterior, seja acadêmica, seja profissional, também 
 influencia positivamente no nível salarial e no rumo que a carreira toma", 
 diz Renato Bagnolesi, headhunter da Robert Wong Consultoria Executiva. 
 Trata-se de um investimento com um alto retorno na vida pessoal. 
 Afinal, um bom salário costuma ser diretamente proporcional à satisfação 
 no trabalho. 
 Revista Veja, edição 2138, ano 42, nº 45. São Paulo: 
Editora Abril, 11 nov. 2009, p. 190-193. (Fragmento) 
17. (Funrio/FURP/Analista de Contratos/2010) Em um texto, as palavras e as 
expressões podem se empregadas em sentido conotativo ou denotativo. No 
segmento “O segundo caminho, válido para profissionais liberais, é 
conquistar bons clientes e assumir a propriedade do próprio nariz.” (§ 1), a 
expressão “do próprio nariz” tem natureza conotativa. O termo ou 
expressão destacado(a) que está empregado(a) em sentido denotativo 
ocorre em 
A) Muitos jovens não conseguem ser “felizes” nas profissões que abraçaram. 
B) Os jovens “lutam” aguerridamente para conseguir um bom emprego. 
C) É educativo ensinar às pessoas a ganharem o dinheiro com o “suor do seu 
rosto”. 
D) Os profissionais financeiramente “mais bem sucedidos” são os médicos. 
E) Os filhos podem ser “o braço direito” dos pais em empresas familiares. 
Comentário – A questão é fácil, mas o candidato deveria ter o cuidado de não 
se “enrolar” na conversa do examinador. Este tentou confundir aquele dando um 
exemplo de expressão com sentido conotativo (figurado) e exigindo como 
resposta outra com sentido denotativo (real). Quem prestou atenção nisso, 
marcou seguramente a opção A, pois o adjetivo “felizes” exprime realmente a 
característica de quem é ou está contente ou satisfeito com algo. 
Nas demais alternativas, as expressões destacadas possuem 
sentido figurado e significam, respectivamente: agir com afinco para obter 
compensações (B); esforço (C); obter maiores ganhos (D); auxiliar de elevada 
importância (E). 
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Resposta – A 
 
 
18. (Cespe/MRE-IRBr/Diplomata/2009) No trecho "era só abrir a palavra abelha 
e entrar dentro dela" (v.19-20), verifica-se redundância de efeito estilístico. 
 
Comentário – O efeito estilístico se caracteriza pela redundância intencional de 
palavras ou sentidos a fim de enfatizar o significado da informação. Esse recurso 
não se confunde com o pleonasmo vicioso. 
Resposta – Item certo. 
 
Transplante de amor 
1 Gastrite é uma inflamação do estômago. Apendicite 
 é uma inflamação do apêndice. Otite é uma inflamação dos 
 ouvidos. Paixonite é uma inflamação do quê? Do coração. 
4 Cada órgão do nosso corpo tem uma função vital e 
 precisa estar 100% em condições. Ao coração, coube a 
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Aula 9 – Análise de Textos (Parte II) 
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 função de bombear sangue para o resto do corpo, mas é nele 
7 que se depositam também nossos mais nobres sentimentos. 
 Qual é o órgão responsável pela saudade, pela adoração? 
 Quem palpita, quem sofre, quem dispara? O próprio. 
10 Foi pensando nisso que me ocorreu o seguinte: se 
 alguém está com o coração dilacerado nos dois sentidos, 
 biológico e emocional, e por ordens médicas precisa de um 
13 novo, o paciente irá se curar da dor de amor ao receber o 
 órgão transplantado? 
 Façamos de conta que sim. Você entrou no hospital 
16 com o coração em frangalhos, literalmente. Além de 
 apaixonado por alguém que não lhe dá a mínima, você está 
 com as artérias obstruídas e os batimentos devagar quase 
19 parando. A vida se esvai, mas localizaram um doador 
 compatível: já para a mesa de cirurgia. 
 Horas depois, você acorda. Coração novo. Tum-tum, 
22 tum-tum, tum-tum. Um espetáculo. O médico lhe dá uma 
 sobrevida de cem anos. Nada mal. Visitas entram e saem do 
 quarto. Até que anunciam o Jorge. Que Jorge? O Jorge, 
25 minha filha, o homem que você sempre amou. Eu???? 
 Você não reconhece o Jorge. Acha ele meio 
 baixinho. Um tom de voz estridente. Usa uma camisa cor-de- 
28 laranja que não lhe cai bem. Mas foi você mesma que deu a 
 ele de aniversário, minha filha. Eu???? 
 Seu coração ignorou o tal de Jorge. O mesmo Jorge 
31 que quase te levou à loucura, o mesmo Jorge que fez você 
 passar noites insones, que fez você encher uma piscina 
 olímpica de lágrimas. Em compensação, aquele enfermeiro 
34 ali é bem gracinha. Tem um sorriso cativante. E uma mão 
 que é uma pluma, você nem sentiu a aplicação da anestesia. 
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 Bacana este cara. Quem é? O namorado da menina a quem 
37 pertencia seu coração. Tum-tum, tum-tum, tum-tum. 
 Transplantes de amor. Garanto que fariam muito 
 mais sucesso que a safena. 
Martha Medeiros. Non-Stop. Porto Alegre: L & PM, 2001, p. 43. 
19. (Funiversa/Terracap/Administrador/2010) Ainda com relação ao texto IV, 
assinale a alternativa incorreta. 
(A) A seguinte reescritura do trecho das linhas 19 e 20 está gramaticalmente 
correta: localizaram um doador compatível; portanto, vá urgente 
para a mesa de cirurgia. Porém, ela perde em qualidade para a original, 
mais sintética e mais expressiva. 
(B) Onomatopeia é uma figura de linguagem que consiste na formação de 
palavras pela imitação de sons e ruídos. Nas linhas 21, 22 e 37, aparece um 
exemplo dessa figura. Na primeira entrada, ela deixa entrever a ideia de 
que o coração passou a funcionar no novo peito. Já, na segunda, há a 
sugestão de que o coração da antiga dona dispara no reconhecimento do 
namorado. 
(C) No trecho “Até que anunciam o Jorge. Que Jorge? O Jorge, minha filha, o 
homem que vocêsempre amou. Eu????” (linhas 24 e 25), aparece um 
diálogo com apresentação gráfica inusitada. 
(D) Com base nos fragmentos “Acha ele meio baixinho.” (linhas 26 e 27), “Seu 
coração ignorou o tal de Jorge.” (linha 30), “Em compensação, aquele 
enfermeiro ali é bem gracinha.” (linhas 33 e 34), “Bacana este cara.” (linha 
36) e “O namorado da menina a quem pertencia seu coração.” (linhas 36 e 
37) é correto afirmar que o texto é inteiramente construído com construções 
próprias de linguagem informal, sem nenhuma preocupação com a 
formalidade da língua escrita padrão. 
(E) Muito comum na fala cotidiana, a hipérbole, figura de linguagem que 
consiste em exagerar intencionalmente uma ideia com a finalidade de torná-
la mais expressiva, é exemplificada no penúltimo parágrafo do texto. 
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Comentário – Alternativa A: correta. Os dois pontos introduzem a conclusão ou 
o desfecho da ideia anterior, após a localização do doador. Observe que no texto 
reescrito há a conjunção “portanto” introduzindo a mesma ideia. 
Alternativa B: correta. A interpretação que o autor dá às duas 
entradas da onomatopeia deve ser compreendida em relação ao contexto. Veja 
outros exemplos dessa figura de linguagem: “Pedrinho, sem mais palavras, deu 
rédea e, lept! lept! Arrancou estrada afora.” (Monteiro Lobato); “O som, mais 
longe, retumba, morre.” (Gonçalves Dias). 
Alternativa C: correta. Normalmente, um diálogo é indicado, 
na escrita, por meio de travessões – que marcam a alternância da fala dos 
personagens no discurso direto. A fala dos personagens pode ainda surgir entre 
aspas, em meio ao texto. Mas esses recursos gráficos não foram utilizados. 
Alternativa D: incorreta. Falhou a tentativa de classificação 
generalizada do texto com base apenas nos fragmentos separados. Há diversas 
passagens ao longo do texto que refutam a ideia de que nele não há “nenhuma 
preocupação com a formalidade da língua escrita padrão. O terceiro parágrafo é 
um exemplo de que houve o cuidado de utilizar a norma padrão (emprego 
adequado dos sinais de pontuação, colocação pronominal correta, respeito às 
regras de concordância, etc.). 
Alternativa E: correta. A hipérbole pode ser exemplificada por 
meio da seguinte passagem: “que fez você encher uma piscina olímpica de 
lágrimas”, que indica exageradamente o quanto a personagem chorou. 
Resposta – D 
 
1 Depois que a luz acendeu com a invenção da 
 lâmpada, foi uma festa! Em cada canto do mundo, surgia 
 uma invenção diferente. A eletricidade havia modificado o 
4 modo de viver da humanidade. A primeira coisa que começou 
 a mudar foi a casa das pessoas. Começaram a aparecer os 
 eletrodomésticos. Ou você pensava que o aspirador de pó e 
7 a torradeira sempre existiram nas prateleiras das lojas? 
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 A primeira máquina de lavar louças não era ligada 
 na tomada. Ela era movida a vapor, como as grandes 
10 máquinas das indústrias, em 1712. (Essas máquinas, aliás, 
 foram as responsáveis pela Revolução Industrial, que você 
 aprende bem nas aulas de História.) 
13 Quem acabou com a tarefa de lavar pratos à mão foi 
 uma americana, que mostrou que lugar de mulher não é na 
 cozinha, não! Foi em 1889. E o marido não gostou muito da 
16 ideia. Por isso ela demorou a aperfeiçoar a invenção, que 
 depois foi comprada por uma empresa de Chicago, nos 
 Estados Unidos. 
19 Já o aspirador de pó foi feito por um homem, o 
 engenheiro inglês Hubert Booth, em 1901. Ele queria um jeito 
 prático para limpar vagões de trens. E conseguiu. Na época, 
22 poucas casas tinham eletricidade. Além disso, o aspirador 
 era grande e difícil de carregar. Mas poucos anos depois o 
 modelo foi melhorado, até surgirem os que temos hoje em 
25 nossas casas. 
 O ano de 1916 também foi de grande alívio para as 
 donas de casa. Apareceram o liquidificador, a batedeira e o 
28 espremedor de frutas. Material básico para uma cozinha 
 eficiente. A torradeira foi inventada em 1926. Até as 
 panificadoras precisaram se adaptar à criação, e, dois anos 
31 depois, lançaram o pão de forma, como os que você vê hoje 
 nos supermercados. 
 Isso pra não falar de coisas tão comuns como o 
34 barbeador e a televisão, cujas verdadeiras transmissões 
 foram realizadas em 1920, graças ao inglês John Logie Baird. 
 Mas de onde tirar tanta energia? Das usinas hidrelétricas, 
37 mas também do vento e do sol, oras! 
Internet: <http://www.canalkids.com.br/tecnologia/invencoes/ 
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tomadas.htm> (com adaptações). Acesso em 21/12/2009. 
 
 
 
 
20. (Funiversa/CEB/Agente de Suporte Administrativo/2010) Ainda com relação 
ao texto I, assinale a alternativa correta. 
(A) A imagem ilustra os três primeiros parágrafos do texto. 
(B) A imagem representa a máquina de lavar louças em sua versão atual: 
elétrica. 
(C) A ironia é um elemento presente no texto, principalmente na imagem. 
(D) A linguagem do texto é formal, chegando, em determinados momentos, a 
ser solene. 
(E) O texto aborda a questão da condição feminina no lar e na sociedade. 
Comentário – Alternativa A: a imagem ilustra apenas o segundo parágrafo, que 
aborda a máquina de lavar movida a vapor. Concordar com o que o examinador 
disse é desprezar a ideia central do primeiro e do segundo parágrafo: a mudança 
no modo de viver da humanidade por causa da invenção da eletricidade e o fim 
da tarefa de lavar pratos à mão, o que foi proporcionado por uma americana. 
Alternativa B: a imagem representa a versão antiga da maquina 
de lavar louça: movida a vapor. 
Alternativa C: ocorre ironia quando dizemos o contrário do que 
pensamos, quase sempre com intenção sarcástica: Fizeste um ótimo serviço! 
Tão bom que foi despedido imediatamente. Não se verifica no texto essa ideia. 
A imagem é, como já dissemos, uma ilustração de parte do texto, sem segundas 
intenções. 
Alternativa D: linguagem formal é aquela presa à norma 
gramatical, sem gírias, regionalismos, desvios sintáticos, marcas da oralidade 
etc. A linguagem solene é a acentuação da linguagem formal, como as que 
ocorrem em certos discursos de alguns chefes de Estados em reuniões 
 
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internacionais, em pronunciamentos de advogados, promotores, defensores e 
juiz em um julgamento etc. Acontece que, no início do último parágrafo, 
encontramos uma marca da linguagem informal: “Isso pra não falar...” (deveria 
ser para em vez de “pra”). 
Alternativa E: esse tema não constitui a ideia central do texto, 
mas realmente é abordado nele. O segundo e o quinto parágrafos são provas 
disso. 
Resposta – E 
 
21. (EEAR/CFS/2009) Assinale a alternativa em que não ocorre uma 
prosopopéia. 
(A) “Ó minha amada 
Que os olhos teus 
São cais noturnos” 
(B) “Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração. 
Porém meus olhos 
Não perguntam nada.” 
(C) “De cada lado da sala de aula, pelas janelas altas, o azul convida os 
meninos.” 
(D) “Teus olhos querem me levar 
Eu só quero que você me leve 
Eu ouço as estrelas conspirando contra mim.” 
Comentário– Prosopopeia (ou personificação) é o nome que se dá à figura de 
linguagem na qual se atribui qualidades e sentimentos a seres irracionais e 
inanimados. Em B, essa figura ocorre em “pergunta meu coração” e em “meus 
olhos não perguntam nada”. 
Em C, ocorre em “o azul (= o céu) convida os meninos”. 
Em D, ela aparece em “Teus olhos querem me levar”/ “Eu ouço 
as estrelas conspirando contra mim”. 
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Somente em A não ocorre prosopopeia; a figura presente nessa 
alternativa é a metáfora, que é o emprego de palavra fora do seu sentido normal, 
por efeito de analogia (comparação). Veja: “Que os olhos teus / São cais 
noturnos”. Aqui, os olhos teus são comparados a cais noturnos, eles são 
como/semelhantes a cais noturnos. 
Resposta – A 
 
22. (EEAR/CFS/2009) Em qual das alternativas há eufemismo? 
(A) [...] 
Árvores encalhadas pedem socorro 
[...] 
O céu tapa o rosto. 
(B) O amor é o poço onde se despejam lixo e brilhantes. 
(C) Devolva o Neruda que você me tomou 
E nunca leu. 
(D) [...] 
Levamos-te cansado ao teu último endereço 
Vi com prazer 
Que um dia afinal seremos vizinhos 
Comentário – Em D, no contexto dos versos, último endereço tem o significado 
de “sepultura, túmulo, cemitério”. Essa expressão já sugere a ideia de morte, 
que também é retomada pelo último verso “Que um dia afinal seremos vizinhos”. 
A essa expressão dá-se o nome de eufemismo, que é o emprego de palavras ou 
expressões agradáveis, em substituição às que têm sentido grosseiro ou 
desagradável. 
Em A, há prosopopeia ou personificação, pois à árvore e ao 
céu são atribuídas características humanas (pedir/tapar). 
Em B, há antítese, que é o uso de palavras de significados 
opostos (lixo/brilhantes), e metáfora, que é o desvio da significação própria de 
uma palavra, nascido de uma comparação mental ou característica comum entre 
dois seres ou fatos (O amor é o poço). 
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Em C, os versos fazem referência a um livro cujo autor chama-
se Neruda. Há, então, a substituição de uma palavra por outra (a obra pelo 
autor). A essa substituição dá-se o nome de metonímia. 
Resposta – D 
 
 
23. (Ceperj/Pref. de Angra dos Reis–RJ/Professor/Língua Portuguesa/2008) De 
acordo com o texto, na bula, o uso de metáforas, eufemismos e a presença 
de mistérios tem por objetivo: 
(A) fornecer explicações devidas; 
(B) prestar informações precisas; 
(C) explicitar a composição do medicamento; 
(D) emprestar qualidade estética ao texto; 
(E) manipular informações em detrimento da clareza. 
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Comentário – As figuras de linguagem, que tem a ver com a mudança da 
significação própria das palavras e com a linguagem subjetiva em detrimento da 
objetiva, foram usadas no texto para manipular informações em detrimento da 
clareza. 
Resposta – E 
 
24. (Ceperj/Pref. de Angra dos Reis–RJ/Professor/Língua Portuguesa/2008) A 
expressão “evoluir para exitus letalis” é um exemplo de eufemismo. Dentre 
as frases abaixo, a que não apresenta expressão eufemística é: 
(A) Ele candidamente entregou a alma ao Criador. 
(B) Ao dar o último suspiro, ela arrependeu-se de atos pretéritos. 
(C) Ele disse adeus ao mundo sem remorsos. 
(D) Deus não permitirá que eu morra longe dos meus. 
(E) Deus proverá para que sua luz se apague mansamente. 
Comentário – O eufemismo consiste na suavização dos efeitos ruins que a 
informação pode acabar causando. Na alternativa D, esse cuidado não foi levado 
a efeito. Falou-se da morte de maneira objetiva, direta, sem rodeio. O mesmo 
não aconteceu nas outras letras. A morte foi substituída pelas seguintes 
expressões: “entregou alma ao Criador”; “dar o último suspiro”; “disse adeus ao 
mundo”; “sua luz se apague”. 
Resposta – D 
 
25. (Ceperj/Pref. de Cantagalo–RJ/Oficial Administrativo/2006) As palavras de 
uma língua podem ser usadas com sentido próprio ou figurado, dependendo 
do contexto de que fazem parte. Tem-se uma palavra usada em sentido 
figurado no fragmento: 
(A) “Sem perceber, fazemos publicidade gratuitamente ao usar roupas, 
sapatos, bolsas e outros objetos com etiquetas visíveis.” (L.10/11) 
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(B) “É preciso esclarecer que propaganda e publicidade são dois termos que 
geralmente se confundem.” (L.13) 
(C) “Também chama a nossa atenção em bancos, escritórios, hospitais, 
restaurantes, cinema e outros lugares públicos.” (L.5/6) 
(D) “..não teria sido possível sem que o bombardeio incessante da publicidade 
tente nos convencer...” (L.1/2) 
Comentário – De olho na última alternativa. A palavra “bombardeio” significa, 
metaforicamente, sucessão de investidas. 
Resposta – D 
 
Minhas explicações terminam aqui. 
Bons estudos, sucesso e que Deus o abençoe! 
 
Albert Iglésia 
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Lista das Questões Comentadas 
 
 
1. (Cespe/2014/CEF/Nível Superior) No texto, predominantemente descritivo, 
são utilizados trechos narrativos como recurso para defender os 
argumentos elencados. 
 
 
Lista das Questões Comentadas 
 
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2. (Cespe/2014/TJ-CE/Nível Médio) O texto em apreço é, predominantemente, 
a) instrucional. 
b) dialógico. 
c) descritivo. 
d) narrativo. 
e) dissertativo. 
 
 
 
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3. (Iades/2014/SEAP-DF/Analista) Do ponto de vista da tipologia textual, o 
texto apresentado classifica-se, predominantemente, como 
a) narrativo, pois relata, em uma sequência temporal, episódios da vida de 
Teodoro Freire. 
b) descritivo, pois faz um registro dos elementos que particularizam e 
caracterizam os seres retratados. 
c) dissertativo, pois apresenta uma análise crítica sobre o trabalho de Teodoro 
Freire com a cultura popular brasileira. 
d) narrativo, pois desenvolve uma reflexão sobre os aspectos que marcaram 
a vida de Teodoro Freire. 
e) dissertativo, pois apresenta um breve histórico da vinda de Teodoro Freire 
para Brasília. 
 
 Ex-presidiário, condenado a mais de cem anos de prisão 
 por assalto à mão armada e homicídio, Luiz Alberto Mendes Júnior 
 teve uma vida que renderia um belo filme de ação. Mas o 
4 protagonista decidiu tomar outro rumo: dedicou-se à literatura e hoje 
 é um autor de sucesso. Luiz Alberto Mendes Júnior cumpriu 31 anos 
 e 10 meses de prisão. Dentro da penitenciária, aprendeu a ler e a 
7 escrever. Trabalhou na escola da penitenciária e alfabetizou mais de 
 500 presos. Fez vestibular para direito na PUC de São Paulo. 
 Passou. E mudou de vida. Hoje, conquistada a liberdade, Luiz 
10 Alberto já lançou três livros e assina

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