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Cirurgia pré-protética Após a perda dos dentes naturais, alterações ósseas na maxila e na mandibula começam a ocorrer imediatamente. A ausência do estímulo do ligamento periodontal sobre o osso alveolar resulta na reabsorção deste tecido ósseo – o grau de reabsorção é bastante variável e considerado imprevisível; em alguns pacientes, o osso alveolar pode não ser totalmente reabsorvido. A reabsorção óssea é intensificada pelo uso de próteses totais e tendem a afetar a mandíbula mais severamente que a maxila. Também, fatores sistêmicos gerais influenciam o grau e o padrão de reabsorção óssea, e incluem distúrbios nutricionais, doenças ósseas sistêmicas (osteoporose, disfunção hormonal, etc.). Além disso, fatores locais, como alveoloplastia após exodontia e traumatismos localizados estão associados a perda óssea alveolar. O uso de prótese fixa pode estimular a reabsorção óssea alveolar, geralmente quando está mal adaptada ou distribui erradamente as forças oclusais - Ainda hoje, a restauração protética é necessária em pacientes totalmente ou parcialmente desdentados. A combinação à longo prazo de fatores gerais e locais resulta na perda óssea do rebordo alveolar, aumento da distância interarcos, aumento da influencia dos tecidos moles sob a retenção da prótese e inadequação da fixação da prótese. Em casos mais graves, a reabsorção óssea severa está associada a maiores riscos de fratura de osso basal espontânea. Objetivos A reposição protética frequentemente envolve a reparação cirúrgica do tecido oral remanescente para melhor suportar a prótese. Normalmente, algumas estruturas orais, como frênulos e exostoses, não tem grande significado no que se refere a retenção protética quando dentes se fazem presentes. Porém, após a perda dos dentes, estas estruturas adquirem maior importância neste aspecto. Considerando que o objetivo da reabilitação protética é de restaurar da melhor maneira possível a função mastigatória e a estética bucal e facial, e que isto depende da fixação correta da prótese, cirurgias pré-protéticas, frequentemente, são imprescindíveis para o desempenho ideal de uma prótese. Por outro lado, a máxima preservação de tecidos orais duros e moles é necessária, pois estes são de difícil reposição, se perdidos. Suporte ideal para prótese total Sem evidências de condições patológicas intraorais ou extraorais; Adequada relação interarcos na dimensão antero-posterior, transversal e vertical; Processo alveolar o mais largo possível e com adequada configuração; Ausência de protuberâncias e irregularidades ósseas ou de tecidos moles; Forma adequada da abóboda palatina; Adequada chanfradura no túber da maxila; Quantidade de mucosa ceratinizada na área de suporte da prótese adequada; Adequada profundidade do fundo de vestíbulo para extensão da prótese; Resistência adicional onde fratura mandibular possa ocorrer; Feixes vasculonervosos bem protegidos; *Quantidade adequada de suporte ósseo e mole sobre osso para facilitar a instalação de possíveis implantes – a ausência desta condição está associada a periimplantite, pois não há formação de epitélio juncional. Avaliação e plano de tratamento Avaliação do tecido ósseo de suporte Anormalidades ósseas, frequentemente, são observadas apenas com exame visual. Porém, com a reabsorção óssea e a “realocação” das inserções musculares e de tecido mole, muitas irregularidades ósseas podem ser mascaradas. Avaliação do tecido mole de suporte Deve-se palpar o tecido mole que irá suportar a prótese, com objetivo de verificar se o seu grau de ceratinização está passível de receber uma prótese. O tecido mole deve estar livre de inflamações e ulcerações, além de hiperplasias. O tecido do fundo de vestíbulo deve estar flexível. Ter em mente que as inserções de frênulos e de músculos, sobretudo os milohióide e genioglosso, estão amplamente associados a deslocamento de próteses. Plano de tratamento A cirurgia pré-protética começa no momento da exodontia. Exodontias minimamente traumáticas estão associadas a menores defeitos em tecidos duros e moles, facilitando o advento de implantes e de próteses. Exodontias mal realizadas estão associadas à perda de tecido duro, gerando irregularidades, perda de gengiva ceratinizada, e outras condições, que dificultam a reabilitação protética. Tecido Duro Alveoloplastia associada à remoção de vários dentes A manobra de Chompret pós-exodontia – Compressão das tábuas ósseas vestibular e lingual com objetivo de retorná-las à sua estrutura original e evitar a formação de irregularidades, é a forma mais simples de alveoloplastia. Porém, deve-se atentar para a sua associação à maior perda óssea, o que pode ser prejudicial para a reabilitação protética, sobretudo para a reabilitação por implante. As áreas ósseas que necessitam de regularização devem ser expostas usando-se um retalho mucoperiosteal ao longo da crista do rebordo, com adequada dimensão antero-posterior. Frequentemente, usa-se incisões relaxantes com o objetivo de afastar e proteger o tecido mole de possíveis dilacerações. Deve-se evitar a incisão e o descolamento excessivos, pois, após a cirurgia, a tendência é que ocorra mais reabsorção óssea, de forma que a área suturada pode vir a não repousar sobre tecido ósseo sadio, diminuindo a adaptação do tecido mole sobre o rebordo alveolar. Faz-se uso de pinça-goiva, lima pra osso, brocas ou cinzel e martelo, isolados ou associados. Se for optado pelo uso de brocas, fazê-lo sob irrigação abundante à distância com solução salina para evitar superaquecimento e necrose óssea. Após a regularização, deve-se palpar a região operada para se certificar de que não há mais irregularidades ósseas. Após a cirurgia, o tecido mole em excesso gerado após a redução das irregularidades ósseas encolhe e se adapta sobre a crista óssea alveolar, permitindo a preservação da gengiva inserida. Alveoloplastia Intraseptal (de Dean) Caracterizada pela remoção do septo interradicular com reposicionamento do osso cortical vestibular. Indica-se essa técnica em casos cujo contorno do rebordo é relativamente regular e a sua altura é adequada, sendo que o fundo de vestíbulo também tem profundidade adequada. Faz-se um retalho mucoperiosteal para exposição da área a ser regularizada. Daí, utiliza-se, geralmente, pinça-goiva para remover a porção intrasseptal do osso alveolar. Feito isso, realiza-se forte pressão digital, com objetivo de fraturar internamente a tábua óssea vestibular, aumentando a proximidade de contato com a tabua óssea lingual. Então, usa-se lima para osso para regularizar algumas áreas. Após isso, realiza-se a sutura. As vantagens desta técnica incluem a redução significativa da proeminência vestibular alveolar sem redução excessiva da altura do rebordo ósseo alveolar, a inserção do periósteo é mantida, reduzindo a absorção e a remodelação óssea e as inserções musculares não são alteradas. Por outro lado, esta técnica está associada a redução da espessura do rebordo, o que é prejudicial principalmente para implantes – pacientes que farão implantes osseointegrados não devem ser submetidos à alveoloplastia intrasseptal, pois precisam da preservação do septo interradicular. Remoção de exostoses e irregularidades ósseas: Inicia-se com a anestesia local ao redor da área da protuberância óssea. Realiza-se incisão mucoperiosteal na crista, distando de 1cm a 1,5cm da extremidade da protuberância. Para protuberâncias pequenas, pode-se utilizar apenas uma lima para osso, mas protuberâncias maiores podem requerer o uso de pinça-goiva ou brocas. A moldagem para confecção da prótese pode ser realizada 4 semanas após a cirurgia. Remoção de Torus A remoção de Torus deve ser bastante avaliada, pois estes, sempre que possível, devem ser preservados caso não influenciem o desempenho da prótese (adaptação, fonética, etc.), pois podem ser usados futuramente como enxerto ósseo. Palatino Os torus palatinos estão fracamente associados a problemas quando a dentição maxilar está presente, e raramente interferem nafala ou ulceram (em virtude de traumas frequentes). Porém, quando há perda dentária e tentativa de reabilitação protética, os toros frequentemente interferem no desenho adequado e na adaptação e função das próteses. Para sua remoção, deve-se anestesiar os nervos palatino maior e nasopalatino. Realiza-se incisão mucoperiosteal linear na linha média do toros, e incisões relaxantes oblíquas em uma ou nas duas extremidades (incisões em Y). Como a mucosa que recobre o palato é bastante fina, o retalho deve ser cuidadosamente rebatido (o que é complicado quando o torus é multiloculado). Quando o torus tem aspecto pediculado, pode-se facilmente removê-lo com Cinzel e Martelo. Para torus grandes, geralmente se secciona a protuberância em varias partes com brocas (atentar-se para a profundidade do corte devido à possibilidade de invasão da cavidade nasal, gerando comunicação buconasal) para então utilizar cinzel e martelo ou pinça-goiva. Complicações associadas à remoção de torus palatinos incluem hematoma pós-operatório, fratura palatina, perfuração para soalho da cavidade nasal e necrose do retalho. Mandibular Para remoção de torus mandibulares, deve-se realizar anestesia bilateral dos nervos alveolares inferiores e linguais. Incisa-se na crista do rebordo alveolar, estendendo-se de 1cm a 1,5cm de cada lado além da extremidade do torus que será removido. A mucosa que recobre o torus é delgada e deve ser delicadamente descolada. Se o torus for pediculado, é facilmente removível com cinzel e martelo. Também, pode-se criar uma linha de clivagem com uma broca, para então utilizar o cinzel – atentar-se para a angulação do cinzel, que deve estar paralela com a parede medial da mandíbula, com objetivo de evitar fratura da cortical lingual ou da cortical inferior. Tecido Mole (p226) Redução da tuberosidade maxilar: remoção de quantidade exacerbada de tecido mole no tuber da maxila que impeça a adaptação da prótese; promover espaço suficiente inter-arcos Associada com remoção de tecido duro Avaliar a presença de tecidos duros por sondagem (anestesia agulha) Remoção de tecido mole sem suporte com hipermobilidade: Associado a reabsorção de tecido ósseo (fisiológica) Culmina com próteses mal adaptadas Avaliar a presença de tecido duro por sondagem Hiperplasia fibrosa inflamatória Prótese mal adaptada Aumento de tecido hiperplásico e tecido fibroso Tratamento não cirúrgico para casos bastante iniciais ou casos em que cirurgia é contra-indicada: remover a prótese atualmente usada regressão da lesão constituição de nova prótese Excesso de tecido fibrótico pode permanecer após o tratamento não-cirurgico, mas não, ncessariamente, é necessário a sua remoção. Frenectomia labial e lingual Avaliar nível de inserção do frenulo. Com diastema: tecido mais denso e hipertrófico que impede fechamento dos dentes separados. Tecnicas frenectomia labial: Incisão simples Plastia em Z ou Zetaplastia Requer tecido fibroso fino Uso de pinças finas (mosquito) Duas incisões obliquas em forma de Z em tecido fibroso Rotação do retalho Vestibuloplastia com epitelização secundária Requer frenulo de base larga Incisão parcial Descolamento de mucosa Sutura (mucosa e periósteo) Com laser Tecnica frenectomia lingual Indicada em caso de inserção anormal, comprometimento fonético e comprometimento da estabilidade protética;
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