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Elementos Acidentais

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DIREITO CIVIL - Fatos, Atos e Negócios Jurídicos
Elementos Acidentais (Eficácia)
Depois de reconhecidas a Existência (plano de existência) e a sua Validade (plano de validade), deverá o negócio jurídico demonstrar sua plena Eficácia.
Embora o negócio jurídico existente e válido tenha vocação para imediata produção de efeitos – em alguns casos determinados fatores bloqueiam seus efeitos ou servem de fonte para sua liberação – gerando eficácia pendente ou temporária. 
Introduzidos facultativamente pela vontade das partes, não necessários à sua existência. 
Do Conceito de Elementos Acidentais
Elementos Acidentais – são os que se acrescentam à figura típica do negócio para mudar-lhe os respectivos efeitos – são cláusulas que acarretam modificações em sua eficácia ou em sua abrangência.
Dos Elementos Acidentais (Eficácia)
Condição.
Termo.
Encargo.
Condição
De modo eventual, é possível que, acidentalmente, o negócio jurídico tenha sua eficácia submetida a determinado acontecimento.
Condição - Evento FUTURO e INCERTO de que depende a eficácia do negócio jurídico (art. 121, CC).
Art. 121, CC. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Cláusula que subordina o início ou o fim da eficácia do negócio jurídico.
Condição é “a eventualidade futura e incerta de que se faz depender a eficácia ou a resolução do negócio jurídico” (Roberto de Ruggiero)
Elementos (Características) da Condição
Voluntariedade.
Futuridade.
Incerteza. 
a) que a cláusula seja voluntária.
b) que o acontecimento a que se subordina a eficácia ou a resolução do negócio jurídico seja futuro.
c) que também seja incerto.
Voluntariedade da Condição
As partes devem querer e determinar o evento - não pode ser oriunda da Lei.
Cabe à parte ou às partes determinar nas suas declarações de vontade o evento, pois se a eficácia do negócio jurídico for subordinada a uma determinação legal, não haverá condição, mas sim conditio iuris (condição legal).
Ex.: A morte em relação ao testamento - sem o evento morte, o testamento não poderá ser aberto, não produzindo os efeitos previstos nele.
não será a condição o evento futuro, ainda que incerto quanto ao momento, cuja eficácia esteja subordinada, mas aquele decorrente da própria natureza do negócio jurídico. 
Futuridade do Evento
“É de se observar que, em se tratando de fato passado ou presente, ainda que ignorado, não se considera condição” (Limongi França).
Ex.: não será possível submeter a eficácia do negócio jurídico a eventual contemplação de um bilhete lotérico já sorteado – ausência futuridade.
Ex.: Mas... quando alguém promete a outro alguém doar uma casa, sendo que esse alguém só receberá essa casa quando se casar, ou seja, a promessa está feita, agora depende de um evento futuro no caso o casamento.
Incerteza do Evento
O evento, a que se subordina o efeito do negócio, deve ser incerto, podendo verificar-se ou não. 
Importante: A incerteza que caracteriza a condição é quanto a sua ocorrência ou não do fato.
Exemplo: pagar uma dívida se a próxima colheita não me trouxer prejuízo - evidentemente, o resultado de uma colheita é sempre incerto. 
Ex.: Morte - fato futuro, porém certo - não será mais condição.
↓
Obs.: caso exista certeza da ocorrência do fato, ainda que não se saiba o seu momento, não será condição. Por isso, a morte, em regra, não é uma condição, porque, embora ela seja futura, é certa. Excepcionalmente, a morte pode transforma-se em condição, quando a sua ocorrência é limitada no tempo. 
Ex.: contrato de doação para surtir efeitos se fulano morrer até a data x (não há mais certeza de que a morte acontecerá nesse tempo).
Possibilidade do Evento
Assim, o evento “há de ser natural é juridicamente possível. Se impossível, não há incerteza e não se verificará o estado de pendência, próprio do ato condicionado” (Francisco Amaral).
A impossibilidade física da realização de determinado acontecimento gera a invalidação da condição, porém mantém o negócio ileso, devendo ignorar a existência da cláusula condicional impossível, para que possa produzir efeitos desde sua formação.
Negócios jurídicos que não admitem CONDIÇÃO
As condições são admitidas nos atos de natureza patrimonial em geral.
Os negócios jurídicos que inadmitem incerteza. Ex.: a aceitação e a renúncia de herança.
Os atos jurídicos em sentido estrito, porque os efeitos são determinados em lei.
Os atos jurídicos de família, nos quais não atua o princípio da autonomia privada, pelo fundamento ético social existente;
Os atos referentes ao exercício dos direitos personalíssimos. Ex.: o direito à vida, à integridade física, à honra e à dignidade pessoal.
Classificação das condições
Quanto à licitude do evento - lícitas e ilícitas;
Quanto à possibilidade - possíveis e impossíveis. 
Quanto à fonte de onde promanam - casuais, potestativas e mistas.
Quanto ao modo de atuação - em suspensivas e resolutivas.
Quanto à licitude:
- Lícitas: art. 122, primeira parte, CC - todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes.
- Não gera qualquer consequência de invalidade do negócio jurídico a ela relacionado.
- Ilícitas - é aquela que contraria a lei, a ordem pública ou os bons costumes, gerando, dessa forma, a nulidade do negócio jurídico. Ex.: venda dependente de um crime a ser praticado pelo comprador; contrato celebrado sob a condição da pessoa não deixar o país; contrato sob a condição da pessoa não se casar.
- Condições Perplexas - as quais a própria condição inserida no negócio jurídico é incompreensível ou contraditória de tal forma que privam todo o efeito do negócio jurídico (art. 123, III, do CC). Ex.: empresto o imóvel deste que não more nele e nem alugue.
Quanto à possibilidade:
Fisicamente impossíveis: as que não podem ser cumpridas por nenhum ser humano. Ex.: Levar o mar a feira de Santana.
Juridicamente impossíveis: as que esbarram em proibição expressa do ordenamento jurídico ou ferem a moral ou os bons costumes. Ex.: realizar negócio que tenha por objeto herança de pessoa viva (art. 426, CC); condição de cometer crime ou de se prostituir.
Quanto à fonte de onde promanam:
Causais - são as que dependem do acaso, do fortuito, de fato alheio à vontade das partes – fato da natureza. 	
Ex.: dar tal quantia se chover amanhã
Potestativas: são as que decorrem da vontade das partes – pode ser boa ou má.
Puramente potestativas: são consideradas ilícitas (art. 122, CC) - inclui entre as condições defesas - por sujeitarem todo o efeito do ato “ao puro arbítrio de uma das partes”, sem a influência de qualquer fator externo.
Ex.: “se eu quiser”, “se eu levantar o braço” e outras, que dependem de mero capricho. 
Simplesmente potestativas - são admitidas por dependerem não só da manifestação de vontade de uma das partes como também de algum acontecimento ou circunstância exterior que escapa ao seu controle. 
Ex.: “dar este bem se for a Roma”.
Mistas: são as condições que dependem simultaneamente da vontade de uma das partes e da vontade de um terceiro. 
Ex.: “dar-te-ei tal quantia se casares com tal pessoa” ou “se constituíres sociedade com fulano”. 
- A eficácia da liberalidade, nesses casos, não depende somente da vontade do beneficiário mas também do consentimento de terceira pessoa para o casamento ou para a constituição da sociedade
Quanto ao modo de atuação:
Suspensiva: impede que o ato produza efeitos até a realização do evento futuro e incerto. Ex.: dar tal bem se lograres tal feito. 
Art. 125, CC - Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
Resolutiva: é a que extingue, resolve o direito transferido pelo negócio jurídico, ocorrido o evento futuro e incerto. 
Ex.: o beneficiário da doação, depois de recebido o bem, casa-se com a pessoa que o doador proibia, tendo este conferido ao eventual casamento o caráter de condição resolutiva;ou alguém constitui uma renda em favor de outrem, enquanto este estudar.
Art. 127, CC. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.
Art. 128, CC. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.
Retroatividade e irretroatividade da condição
Art. 128, CC. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.
Pendência, implemento e frustração da condição
Pendência: enquanto não se verifica ou não se frustra o evento futuro e incerto, a condição encontra-se pendente;
Art. 125, CC. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
Implemento: a verificação da condição denomina-se implemento.
Art. 130, CC. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo.
Frustração: não realizada, ocorre a frustração da condição.
Possíveis Efeitos
Art. 123, CC. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
III - as condições incompreensíveis ou contraditórias.
Art. 124, CC. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível.
Termo
Conceito - O termo, diferentemente da condição, é acontecimento FUTURO e CERTO que subordina a eficácia jurídica do negócio - é o dia ou momento em que começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico, podendo ter como unidade de medida a hora, o dia, o mês ou o ano.
Art. 131, CC. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
Obs.: O termo inicial suspende apenas o exercício, mas não a aquisição do direito, ou seja, os direitos e obrigações decorrentes do negócio. Vale dizer, celebrado o negócio, as partes já têm desde já direitos e obrigações recíprocos, posto ainda não exigíveis. O termo suspende apenas a exigibilidade do negócio e não os direitos e obrigações recíprocos. Ex. as datas do boleto de financiamento do carro representam termo. 
Espécies de Termo
Convencional – é estipulado pela vontade das partes – mais comum.
Legal - deriva da lei. Ex.: data de vencimento de um tributo.
Judicial ou de Graça - termo fixado pelo juiz em sentença. Ex.: Data para pagamento de pensão alimentícia.
Inicial ou suspensivo - marca o início dos efeitos do negócio jurídico a ele vinculado. Ex.: vigorará a partir de 11/11/2017. 
Final ou resolutivo - marca o encerramento dos efeitos do negócio jurídico a ele vinculado. Ex.: vigorará até 11/11/2017.. 
Termo essencial e não essencial.
Os prazos e sua contagem
Prazo é o intervalo entre o termo a quo e o termo ad quem, ou entre a manifestação de vontade e o advento do termo, estando regulamentado nos arts. 132 a 134 do Código Civil. 
Encargo ou Modo
É a clausula acessória por liberalidade inter vivos (doação) ou mortis causa (testamento, legado), que impõem um ônus ou uma obrigação à pessoa natural ou jurídica contemplada pelo negócio jurídico. 
Ex.: doação de um terreno para construção de uma escola ou o legado com encargo de construir uma lápide ao testador.
Efeitos
Art. 136, CC. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.
Art. 137, CC. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.

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