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RESUMO DE ANATOMIA PATOLÓGICA M3 DA BRUNA COSTA DIGITADO POR MONIQUE BANDEIRA PATOLOGIA Estudo da doença por métodos científicos. Explica o mecanismo da doença. • Patologia geral - Estuda os processos patológicos comuns das doenças. • Patologia especial - Estuda a alteração morfológica nos diferentes sistemas • No processo patológico é necessário saber: o Etiologia = Causa o Patogênese = fisiopatologia: como a doença agride o organismo o Alterações morfológicas (estruturais) o Significado clínico (tratamento) • Processos patológicos básicos: o Adaptações o Lesão celular o Inflamação o Neoplasias o Distúrbios Hemodinâmicos v Métodos de estudo: o Biópsias- exame invasivo que retira um pedaço de tecido para estudo. § Excional- retira a lesão toda, inclusive tecido normal. § Incisional- retira uma parte da lesão. o Necrópsias/Autópsias- analisa alterações orgânicas pós-morte. o Citologia - coleta de células. Pode ser por raspagem de superfície, asporação por agulha, líquidos como urina, líquor... Ex: papanicolau (citologia cervico vaginal) o Peça cirúrgica - retira orgão inteiro durante cirurgia o Congelação - exame perioperatório, durante a cirurgia, para estabelecer a natureza da lesão (benigna ou malígna), analise das bordas cirúrgicas. v Análise Histopatológica - Cliva o material em pequenos fragmentos, desidrata o fragmento passando álcool, coloca parafina e corta ainda mais o material, os cortes vão para banho maria e são colocados nas lâminas com HE. v Métodos de biopsia ou peça cirurgica: o Imunofluorescência o Biologia molecular o Microscopia eletrônica o Imuno-histoquímica § Subtipagem de neoplasias § Característica e origem dos carcinomas § Caracteristicas dos produtos de secreção das células neoplásicas § Maligno ou Benigno § Diagnostica neoplasias morfologicamente indiferenciadas ADAPTAÇÕES DO CRESCIMENTO E DIFERENCIAÇÃO CELULAR Adaptação São respostas estruturais, funcionais, reversíveis alcançadas para manter a sobrevivência da célula, dentro de um limite. Se da por acúmulos intracelulares, calcificação e patologia do envelhecimento celular. v Hipertrofia - Aumento do tamanho da célula que leva ao aumento do orgão. Podem ocorrer hipertrofia e hiperplasia juntas. Pode ser fisiológica (Ex: útero gravídico) ou patológica (HVE). É resultado do aumento do número de proteínas celulares induzido por trabalho mecânico, hormônios e fatores de crescimento. Pode ocorrer, também, hipertrofia de organelas, como a do REL (ação do álcool) v Hiperplasia - Aumento do número de células resultando no aumento da massa do orgão ou tecido. o Fisiológica- Hiperplasia hormonal (maior capacidade funcional) e hiperplasia conservatória (aumento da massa do tecido após lesão). Ex: Epitélio glandular mamário na gestação (acompanhado de hipertrofia), regeneração do fígado. o Patológica- Excesso de hormônio e fator de crescimento. Não há descontrole, é só cursar o estímulo hormonal que a célula regride, não há mudança na expressão genética, logo é diferente do câncer, mas pode desenvolver câncer.... Ex: Hiperplasia prostática benigna, endometrial, verrugas do HPV. v Atrofia - É a diminuição do número e tamanho das células, ou seja, é uma hipotrofia, mais hipoplasia juntas. o Fisiológica- Ex: útero pós parto o Patológica- Célula diminui seu tamanho e das suas organelas, exigindo menos necessidade metabólica para permitir sobrevivência. Pode progredir para morte celular. Ex: atrofia do desuso, atrofia por denervação, atrofia senil, menor suprimento sanguíneo, nutrição inadequada, perda de estimulação endócrina, pressão (compressão tecidual causa atrofia de tecidos adjacentes) v Metaplasia - Alteração reversível no qual um tipo celular já diferenciado é substituido por outro tipo celular. É uma substrituição adaptativa onde há uma reprogramação das células tronco do tecido induzida por citocinas. Ex: Substituição do tecido colunar do epitélio para pavimentoso estratificado em fumantes. Esôfago de Barret (epitélio colunar do esôfago troca para colunar intestinal sob influência do refluxo gástrico. Adenocarcinoma. v Calcificação patológica - Deposição tecidual anormal de sais de Ca+2 junto com Fe+2, Mg+ e outros minerais. o Calcificação distrófica - Ocorre em tecido lesado e necrosado. o Calcificação metastática - Acontece em tecidos normais em que há hipercalcemia. v OBS: o Displasia - Alteração morfológica difusa do epitélio. o Neoplasia - Aumento do número de células visível e arredondado. o Displasia acompanha neoplasia. o Tumor benigno - Comprime o parênquima adjacente. o Tumor maligno - Infiltra o parênquima adjacente. LESÃO CELULAR E MORTE CELULAR A lesão celular ocorre por agentes lesivos ou estresse, privação de nutrientes, mutações que afetam os constituintes essênciais da célula. Pode ser por: privação de oxigênio, agentes físicos, químicos e infecciosos, reações imunológicas, alterações genéticas, desequilíbrios nutricionais. A necrose é a persistência do estímulo nocivo, sendo uma lesão irreversível. Se associa a baixa de ATP, ruptura da membrana plasmática e lisossomas. ` NECROSE Morte celular de parte de um organismo vivo seguida de autólise. Aspectos morfológicos gerais: sempre há inflamação adjacente e observa-se aumento da eosinofilia. As alterações nucleares são: • Picnose - Retração celular, alta basofilia (condensação da cromatina). • Cariorrexe - Núcleo picnotico se fragmenta. • Cariólise - Núcleo some. v Tipos de necrose: o Coagulativa - Ocorre em tecidos isquêmicos (exceto no cérebro que em isquêmia promove a necrose liquefativa). A lesão desnatura as proteínas estruturais e enzimas bloqueando a proteólise da célula morta, então, as células permanecem por dias. As células mortas são retiradas por fagocitose (infiltração de leucócitos). Área de necrose coagulativa é chamada de infarto. Área atingida é amarela e esbranquiçada. o Liquefativa - Há digestão das células mortas. Observa-se em cérebro isquêmico, infecções bacterianas e fúngicas. O material necrótico é amarelo e cremoso (PUS) pela presença de leucócitos mortos. o Caseosa - É semelhante ao queijo, fica com aparência esbranquiçada. Comum por infecção por tuberculose, inflamação conhecida como granuloma (apresenta células rompidas e fragmentos). Há uma borda inflamatória nítida. Picnose e cariorrexe na periferia e cariólise no centro. o Fibrinóide - Observada em reação imune que envolve o vaso sanguíneo, vasculite, resposta auto-imune, depósitos de complexos imunológicos (antígeno - anticorpo) nas artérias combinadas a fibrina extravasada dos vasos. Aparência amorfa rósea-brilhante. o Gordurosa (liquefativa) - Ocorre em pancreatite aguda (alcóolica, auto-imune,trauma). Liberação de lipases ativadas que necrosa adipócitos peri-pancreáticos e peritoneais. Forma depósito esbranquiçado, "pingo de vela". o Gangrena - Pode acontecer por isquêmia (sendo um tipo de necrose coagulativa) ou pode também acontecer pela presença de microorganismos (sendo um tipo de necrose liquefativa). Geralmente é um termo aplicado a um membro. APOPTOSE Morte celular programada, as células destinadas a morrer ativam enzimas para degradar seu DNA. Proteínas nucleares e citoplasmáticas. A membrana da célula fica intacta, mas se tornam alvo de fagócitos que as devoram rapidamente. Antes que haja extravasamento do conteúdo, as células são fagocitadas, então, não induz a inflamação. INFLAMAÇÃO AGUDA A inflamação é uma habilidade de sobrevivência dos organismos para se livrar dos tecidos necróticos, danificados e invasores. Pode ser aguda que é rápida e curta e podem progredir para a longa que é a forma crônica. Tem como características a exsudação de flúidos e proteínas do plasma (edema), migração de leucócitos e neutrófilos. Os 5 sinais cardinais da inflamação aguda são o rubor, calor, dor, tumor (edema)e perda de função. A inflamação aguda é uma resposta rápida que serve para levar leucócitos e proteínas do plasma para o local desejado, ou seja, é uma resposta vascular e celular. O estímulo para a inflamação aguda ocorrer podem ser: infecções, necrose tecidual, corpos estranhos ou reação auto-imune. • Tipos de inflamação aguda: o Serosa - Ex: Queimadura (bolha) - fluido seroso liberado. o Fibrosa - Acontece em cavidades e o exsudato está cheio de fibrina. Ex: inflamação na pleura, pericárdio, espaço subaracnóideo. o Supurativa ou Purulenta - Exsudato purulento .Ex: Apendicite. v Reações dos vasos sanguíneos: o Exsudato - Fluído extravascular que tem maior concentração protéica, restos celulares, alta gravidade específica e maior permeabilidade vascular. o Transudato - Fluído com baixo conteúdo protéico, pouco ou nenhum resto celular, baixa gravidade específica. o Obs: Um edema pode ser exsudato (identifica inflamação) ou transudato (problema na drenagem). Processos: Com a manifestação inicial tem a vasodilatação por indução da histamina e óxido nítrico. Inicialmente, aumenta o fluxo sanguíneo local justificando o calor e eritema local. A dilatação do vaso é seguida do aumento da permeabilidade, tendo extravasamento do fluído. Com a perda do fluído, o diâmetro ainda aumentado, o sangue entra em estase (fluxo sanguíneo lento), causando vermelhidão local. Assim, há ligação das moléculas de adesão e ocorre transmigração. v Natureza do infiltrado: o 6 a 24h - Neutrófilos (3 núcleos), são mais numerosos, respondem mais rápido as quimiocinas e aderem mais a integrina, mas tem vida curta. o 24 a 48h - Monócito (1 núcleo), vida maior, capazes de proliferar. o Resultados possíveis: § Resolução completa - Neutralização e eliminação do agente agressor com restauração local. § Progressão para inflamação crônica. INFLAMAÇÃO CRÔNICA É a inflamação de duração prolongada, pode seguir de uma inflamação aguda ou já começar de maneira crônica (baixo grau e latente). Sua causas são infecções persistentes, doenças auto-imunes, exposição prolongada a agentes tóxicos. v Características morfológicas: o Infiltrado de células mononucleados: Macrófagos, linfócitos e células plasmáticas (Pode ter eosinófilo se for doença auto-imune alérgica). o Lesão tecidual causada pelo agente agressor persistente ou células inflamatórias. o Tentativas de cura: substituição do local afetado por tecido conjuntivo(fibrose) e angiogênese. o OBS: Na inflamação crônica, o acúmulo e recrutamento de macrófagos é continuo, por isso a cronicidade, pois ele tem alto poder de lesão e destruição. Pode ter neutrófilos devido aos agentes persistentes. v Inflamação Granulomatosa - O granuloma é um esforço celular para conter o agente agressor difícil de erradicar. Tem forte ativação de células T que leva a ativação de macrófagos que podem causar a injúria tecidual. Um granuloma é: foco da inflamação cercado de macrófagos que se transformam em células epitelióides, rodeadas por um colar leucocitário de linfócitos e por fim, fibroblástos (nos granulomas mais velhos). As células epitelióides se fundem e formam células gigantes de Langhans na periferia. o Granuloma imune (tuberculose) - Agente que ameaça estimular resposta imune e é persistente ao auto-antígeno. Macrófago reconhece, apresenta para linfócito T que produz citocinas. O granuloma tem necrose caseosa central que irá ser trocada por fibrose. o Granuloma de corpo estranho - Não tem necrose caseosa. Incitados por corpos estranhos inertes. Células epitelióides gigantes na superfície do corpo estranho. Ex: Suturas, botóx, silicone... REPARO TECIDUAL É o final do processo de inflamação, então a inflamação conteve o agente patogênico e o tecido precisa ser reparado. Pode ser por: • Regeneração - O tecido volta ao normal e recompõe os componentes danificados. Fica idêntico ao original. Ocorre em tecidos com alta capacidade proliferativa. • Cicatrização - O tecido lesado não consegue o restabelecimento completo ou quando o dano é muito grande que se deposita tecido fibroso (forma cicatriz). Na pele é cicatrizacão, e em outros tecidos é reparo por fibrose. v Capacidade de proliferação dos tecidos: o Lábeis - tecido de clivação contínua, presente no epitélio da pele, cavidade oral, vagina, cérvix, TGI, glândulas, medula óssea, tecidos hematopoiéticos e trato urinário. o Quiescente - Tem baixa (moderada) capacidade proliferativa, mas conseguem se proliferar em resposta a lesão. Constituem o parênquima de muitos tecidos sólidos como fígado, rim e pâncras, células endoteliais (fibroblástos), e célula muscular lisa. Ex: lesão hepática que se regenera. o Permanente - Não sofre divisão na vida pós natal. Lesão irreversível que gera cicatriz no local. São os neurônios e células musculares esqueléticas. v Célula tronco - Ficam localizadas em nichos específicos: lâmina basal, limbus do olho (entre a córnea e a esclera), no fígado a célula é oval, e é a segunda usada em situação especiais: repõe hepatócitos e células biliares. São secundárias porque hepatócitos são quiescentes. Estimulada quando a proliferação celular é bloqueada ou lentificada. FATOR DE CRESCIMENTO Gera proliferação celular. São polipeptídeos que se ligam a receptores específicos na superfície, citoplasmas ou núcleo e aumenta a síntese protéica para realizar mitose. Além de estimular a proliferação celular, estimula também a locomoção, contratibilidade, diferênciação e angiogênese. • HGF - Fator de crescimento de hepatócito o Origem: células mesênquimais o Função: favorece a proliferação de células epiteliais e endoteliais dos hepatócitos, aumenta a motilidade celular. • VEGF - Fator de crescimento de célula endotelial - Isoformas: A, B, C e D o Origem: células mesênquimais o Função: Aumenta a permeabilidade vascular, mitogênica para as células endoteliais. • FGF - Fator de crescimento de fibroblástos o Origem: macrófagos, mastócitos, LT, célula endotelial, fibroblásto. o Função: quimiotática aos fibroblástos, mitogênica para os fibroblástos e queratinócito, estimulação e migração de queratinócitos, angiogênese, contração da ferida e depósito de matriz. • TGF beta - Fator de crescimento transformador beta o Origem: plaqueta, LT, macrófagos, célula endotelial, queratinócito, fibroblásto e células musculares lisas. o Função: quimiotáticos a macrófagos, linfócitos, fibroblástos e células musculares lisas. Angiogênese e fibroplasia, regula a produção de integrina e outras citocinas. PROCESSOS ENVOLVIDOS NO REPARO POR FIBROSE Lesão > Inflamação > remoção do tecido danificado (recruta macrófagos para fazer limpeza) > formação do tecido de granulação (angiogênese e proliferação fibroelástica), síntese de mátriz (óssea) extracelular, remodelação tecidual, contração da ferida, aquisição de resistência (deixa de ser cicatriz fina para resistência. ANGIOGÊNESE Formação de novos vasos em adultos - brotos capilares de vasos já existentes. Recruta células projenitoras endoteliais da MO para o local da lesão. Ramifica vasos adjacentes. Estímulo pela VEGF (aumenta a permeabilidade do vaso). • Tipos de granulação - 5 componentes: vaso sanguíneo neoformado, edema, células inflamtatórias (macrófagos), fibroblástos e MEC frouxa, popularmente chamada de carne esponjosa. TGF-beta é o príncipal fator de crescimento. CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS CUTÂNEAS • Primeira intenção - Incisão cirúrgica, limpa, não infectada, com bordas aproximadas por sutura: Sangue coagula > Tecido de granulação > Novo epitélio. • Segunda intenção - Maior perda tecidual, maior fibrina e tecido necrótico a ser removido, maior tecido de granulação formado: Contração da ferida (constitui rede de fibroblastos nas margens) > Forma mais cicatriz do que epiderme. v Coisas que prejudicam a cicatrização: Infecção, baixa vitamina C, fatores mecânicos, oferta de sangue inadequada, diabetes mellitus (microangiopatia e baixa irrigaçãoperiférica)... v Complicações: o Cicatrização hipertrófica - Segue o trajeto da ferida. Tecido de granulação específico. o Quelóide - Ultrapassa os limites da cicatriz. Falha no remodelamento. NEOPLASIA Novo crescimento. Um turmor surge de uma célula que sofre mutação. Ele depende de nutrição e suprimento sanguíneo do hospedeiro. • Tumor benigno - É localizado, não gera metástase e geralmente é removido por cirurgia local. o Nomenclatura: No geral recebem o sufixo "OMA" á celula de origem, principalmente em tumores mesênquimais. Ex: Fibroma, condroma... Os tumores epitéliais benignos seguem as células de origem ou padrão microscópio ou arquitetura macro. Ex: Adenoma (deriva de glândulas), papiloma ( projeções visíveis macro e micro semelhantes a verrugas na superfície epitelial), cistodenomas ( formam massas císticas)... • Tumor maligno - São coletivamente chamados de câncer porque se aderem a qualquer região, é uma lesão com capacidade invasora e consegue destruir estruturas adjacentes, capaz de metástisar e seguem curso mortífero. o Nomenclatura: § Sarcoma - Vem do tecido mesênquimal. Ex: Fibrosarcoma, condrosarcoma... § Carcinoma - Derivado de qualquer uma das 3 camadas germinativas (endoderma, mesoderma e ectoderma). § Adenocarcinoma - Lesão em que as células epiteliais neoplásicas crescem em padrão glândular. • Tumor misto - Quando uma célula da prole das células cancerígenas se diferencia e se percebe 2 linhagens. • Teratoma - Se origina de células totipotentes, pode mimetizar osso, epitélio, músculo, gordura, nervo, etc... o Benigno (maduro) - Diferencia as partes que o compõem. o Maligno (imaturo) - Menos diferenciado. v OBS: Melanoma, linfoma, mesotelioma e seminoma são malignos com o sufixo OMA. v Parênquima - São as células neoplasicas clonais v Estroma - É feito de tecido conjuntivo, vasos sanguíneos, macrófagos e linfócitos. v Diferenciação - É a extensão com que as células neoplásicas se diferem das células normais correspondentes, tanto em função quanto na morfologia. v Anaplasia - É a falta de diferenciação. Os tumores benignos são bem diferenciados e com baixo índice mitótico. Anaplasia é sinal de malignidade, já que na diferenciação retém as capacidades funcionais da célula original. v Carcinoma insitu - A lesão permanece confinada a membrana basal e envolve toda a expessura do epitélio. Caso rompa a membrana basal, o tumor é invasivo. v Estaciamento - Estratificação de risco da neoplasia maligna. Considerar: grau de infiltração, tamanhoe extensão da lesão. o TNM: § T - para tumor primário § N - para linfonodos com células cancerígenas § M - para metástases o OBS: § Tx = não pode ser encontrado/avaliado § T1/T2/T3/T4 - descreve o tumor § To = não encontrou o tumor § Mo = sem metástase ONCOGÊNESE A base da carcinogênese é uma alteração genética não letal. A massa tumoral consiste na expansão clonal de uma única célula projenitora que sofre lesão genética. Portanto, os tumores são inicialmente monoclonais. Todas as células tem os seguintes genes ( príncipais alvos da mutação ) que quando são mutados, perdemos o controle desses genes e dai ocorre a neoplasia : • Classe dos protoncogênes - Controlam a divisão e proliferação celular. São os genes que dizem que as células tem que entrar no ciclo celular, sair do ciclo, se dividir, e se diferenciar. • Classe dos genes supressores do crescimento celular - Genes que freiam o crescimento celular. • Classe dos genes que regulam a apoptose - Fazem com que as células entrem em apoptose ou que a célula perca a capacidade de realizar a apoptose. • Classe dos genes de reparo de DNA danificado - São ativados quando acontece lesão no DNA da célula. v Existem alterações fundamentais na fisiologia celular que juntas dão o fenótipo do tumor: o Autossuficiência de sinais de crescimento - Genes oncogene que vieram de uma mutação dos protoncogenes promovem o crescimento autônomo das células cancerosas, fazendo com que a mesmas não precise de estímulos externos para se proliferar. § Oncogenes - produzem oncoproteínas: capacitam a célula a autossuficiência de crescimento § Gene RAS - Papel na cascata de sinalização transdutora de sinal e regula o ciclo celular (ativação de ciclinas) - proteínas RAS. Sua mutação gera oncoproteínas RAS que ativa de forma patológica a via de sinalização mitogênica. o Insensibilidade aos sinais inibidores do crescimento - As células neoplásicas não respondem ás moléculas que são inibidoras da proliferação celular normal. A falha nos genes supressores de tumor gera carcinogênese, já que eles geram proteínas que freiam a proliferação celular por algum dano percebido no DNA. § Gene RB - A proteína produzida por este gene quando está ativa, as células estão quiescentes, e quando estão inativas, as células vão da fase G1-S. A proteína inibe o fator de crescimento. Sua mutação desregula os freios moleculares no ciclo celular e ocorre a proliferação exagerada. § Gene P53 - Guardião do genoma. Percebe o estresse celular ( dano ao dna, encurtamento do talômero e hipoxia). Funciona como fator de transcrição: Sua proteína pode parar o ciclo celular ou gerar apoptose. Em caso de lesão no DNA, para a célula em G1 e induz a transcrição de proteínas de reparo, e não corrigindo leva a célula a apoptose. Sua mutação faz com que o dano ao DNA não seja reparado e as mutações se acumulam o que leva a uma transformação maligna. o Evasão da apoptose - Os tumores resistem a morte celular programada pela inativação de do gene P53 ou ativação de genes antiapoptóticos como o BCL-2. § Gene BCL-2 - Sua superexpressão protege os linfócitos da apoptose, acumulando linfócitos B. Causadora dos linfomas. o Defeitos no reparo do DNA - As lesão ao DNA são causadas por agentes ambientais, erros na replicação e mutação hereditária. Genes mutados na síndrome do câncer colorretal hereditário em polipose: MSH2, MLH1, M5H6 e PHS2. § Não corrigem os erros de replicação. o Potencial de replicação ilimitado - Células tumorais evitam a senescência celular e aumentam a telômerase que impede que o telômero se encurte, dando possibilidade proliferativa ilimitada. § Angiogênese mantida - Os tumores devem induzir a angiogênese porque não são capazes de crescer sem suprimento vascular. Fatores angiogênicos produzidos pelo tumor ou por células inflamatórias que infiltram o tumor, sendo o príncipal o VEGF. § Capacidade de invasão e metástase. DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS 2 (Trombose, Embolia e Infarto) TROMBOSE Tríade de Virchow - 3 príncipais alterações para a formação de um trombo: • Lesão endotelial - Príncipal formador de trombo no coração e na circulação arterial. A lesão endotelial expõe MEC subendotelial, o que leva a adesão plaquetária, depleção de PGI, e ativação do plasminogênio. Causas para injúria endotelial: hipertensão, lesões por radiação, hipercolesterolemia... • Estase ou turbulência do fluxo sanguíneo - A turbulência contribui para a trombose arterial e cardíaca causando lesão ou disfunção endotelial. A estase é o fator principal do trombo venoso. Rompem o fluxo laminar - plaqueta fica em contato com o endotélio, tem uma ativação endotelial e maior atividade pró coagulante e influxo dos fatores inibidores de coagulação. Causas: Placas de ateroma, aneurisma, anemia falciforme, estenose da válvula mitral, AE dilatado (estase). • Hipercoaguabilidade - Alteração nas vias de coagulação podendo ser primário ou secundário: o Desordem primária - Causas genéticas : Mutação do gene do fator 5 ou no gene da pró-trombina. o Desordem secundária - Causas adquiridas : Repouso no leito, tabagismo, obesidade e neoplasias. v Macroscopia do trombo: o Trombos arteriais ou cardíacos - Locais de turbulência e/ou lesão endotelial. o Trombos venosos - Ocorrem em locais de estase. Os trombos arteriais vão em direção retrógrada do ponto de ligação e os venosos vão em direção aofluxo sanguíneo (ambos vão em direção ao coração). Apresentam macro e micro laminações aparentes chamadas de linhas de Zahn. São compostos de fibrina, plaquetas, hemácias. • Trombo arterial - São oclusivos e mais comuns nas coronárias, artérias cerebrais e femorais. Tem plaquetas, fibrina, globulos vermelhos e leucócitos degenerados, geralmente sobrepostos a placa aterosclerótica rompida. • Trombo venoso - Tem muitos eritrócitos, poucas plaquetas, por isso são chamados de trombo vermelho. v Destino do trombo: o Propagação - Acúmulo de plaquetas e fibrinas adicionais. o Embolização - Trombo desalojam e percorrem outros locais na vasculatura. o Dissolução - Resultado da fibrinólise que faz diminuir ou desaparecer o trombo. o Organização e recanalização - Trombos mais velhos tornam-se organizados pela entrada de células endoteliais, músculo liso e fibroblástos. Substituição do trombo por tecido conjuntivo vascularizado. EMBOLIA É uma massa intravascular solta, sólida, líquida ou gasosa que é transportada pelo sangue até parar em um local distante da origem. • Embolia pulmonar - Se origina, normalmente, de TVP. • Tromboelismo sistêmico - Embolos na circulação arterial. Causa infarto do tecido afetado (depende da vulnerabilidade da isquêmia, calíbre, se o vaso está ocluído e da circulação colateral). • Embolia gordurosa e de macrófagos - Ocorre após fratura de ossos longos ou raramente, em tecidos moles e queimaduras. • Embolia gasosa - Bolhas gasosas dentro da circulação e podem coalisar para formar massas espumosas que obstruem o fluxo vascular - lesão isquêmica distal. Mergulhadores mudam muito a Pa, as bolhas gasosas nos pulmões causam edema, hemorragia e atelectasia pulmonar. INFARTO É uma área de necrose isquêmica causada pela oclusão do suprimento arterial ou da drenagem venosa. Se classificam de acordo com a cor: • Infarto vermelho- Hemorrágicos, ocorrem por oclusão venosa em tecidos frouxos onde o sangue pode acumular-se no na zona infartada. Pode acumular-se em tecidos com circulação dupla que permite o fluxo sanguíneo de um vaso paralelo desobstruído, na zona necrótica, ou em tecidos previamente compostos pelo fluxo venoso lento. Ex: Intestino. • Infarto Branco- Anêmicos ou isquêmicos, ocorrem por oclusão arterial em orgãos sólidos com circulação arterial terminal. Ex: coração, baço e rim. v Microscopia do infarto: o 4 a 12 horas- Sem alteração do tecido o 1 a 2 dias- Inflamação aguda nas margens do infarto o 2 semanas- Aparece cicatriz (na maioria) na periferia - fibroblasto chega pelo vaso com o fluxo normal. Se o tecido for lábil, regenera. o 10 semanas em diante- Não da para se saber se o indivíduo infartou a 11 semanas ou 11 anos, pois as características da fibrose são as mesmas. • Infarto Séptico- Embolização de vegetação em valva cardíaca infectada ou quando o microorganismo se instala no tecido necrótico. Infarto convertido em abcesso. o Vegetação - Plaqueta, fibrina, hemácia e bactéria. o Verruopsidade - Sem bactéria. v Fatores que influenciam o desenvolvimento de um infarto: o Natureza do suprimento vascular - disponibilidade de um suprimento sanguíneo alternativo determina se causa danos ou não. o Taxa de desenvolvimento da oclusão ( Circulação colateral pode aumentar o suficiente para evitar o infarto). o Vulnerabilidade a hipoxia: § 3 a 4 min- Neurônios sofrem lesões irreversíveis. § 20 a 30 min- Miócitos morrem. o Teor de oxigênio sanguíneo anêmico - Obstrução parcial de um pequeno vaso que não apresentaria nenhum efeito em um indivíduo normal, pode causar um infarto em um paciente anêmico ou cianótico. DISTURBIOS HEMODINÂMICOS 2 ( Edema, Hiperemia, congestão e hemorragia) EDEMA O movimento de H2O corpóreo é controlado pela pressão hidrostática e coloidosmótica. pressão coloidosmótica = líquido intersticial • líquido acumulado no interstício é edema, acumulado nas cavidades é hidrotórax, hidropertônio (ascite) e hidropericárdio. • Anasarca- Edema generalizado e grave com amplo aumento tecidual subcutâneo. Edema inflamatório é exsudato. • Transudato- Causado pelo aumento do PH no vaso ou diminuição da pressão osmótica no vaso por problemas na drenagem. v Causas de edema não inflamatórias: o Aumento da P4 - Resulta em uma drenagem deficiente. O aumento generalizado da pressão venosa causa edema sistêmico. Ex: Insuficiência congestiva - VO com baixa função acumula sangue na circulação venosa. o Redução da Po plasmática - Perda de albumina (excretada ou não produzida). Ex: Insuficiência hepática, desnutrição. O líquido vai para o interstício e diminui volume pbo, diminuindo perfusão renal, o que estimula o SRAA, absorve H2O e sais. o Retenção de Na+ e H20 : § Ph aumenta porque aumenta o líquido intravascular § Po diminui porque sangue está + diluído (pessoa ingere mais H2O) § Ex: Aldosteronismo secundário- ativa SRAA. Retém Na+ e H20. o Obstrução linfática- Drenagem deficiente causa linfodema. Ex: Dano por radiação e agentes infecciosos (filariose), tumor malígno invasivo. v Morfologia do edema: o Microscopia- Clareamento e separação da MEC e tem aumento celular. o Edema subcutâneo- Difuso ou mais evidente em locais com alto PH. o Edema pulmonar- Pulmões com maior peso, tem líquido espremoso com sangue (ar, edema e hemácias extravasadas) - líquido nos septos e nos alvéolos, cria ambiente favorável a infecção. o Edema cerebral - Localizado ou generalizado. Aumento dos giros e diminuição dos sulcos. o Edema de disfunção renal - Sistêmico (anasarca). HIPEREMIA & CONGESTÃO Ocorre por um aumento local de volume sanguíneo. HIPEREMIA Processo ativo que resulta da dilatação arteriolar que leva ao aumento do fluxo sanguíneo • Hiperemia fisiológica - Músculo estriádo esquelético durante exercício, TGI na digestão, pele em ambientes quentes. • Hiperemia patológica - Inflamação aguda. • MACRO- Tecido fica vermelho (eritema) - sangue oxigenado aumenta a temperatura. • MICRO- Capilares repletos de sangue CONGESTÃO Processo passivo pela redução do fluxo sanguíneo. Pode ser sistêmica (Insuf. Caridíaca) ou local (Obstrução venosa isolada) - Tecido cianótico ( acúmulo de Hb desoxigenada e estase dos glóbulos vermelhos). Maior volume e pressão causa edema. Crônica pode levar a lesão isquêmica. v Morfologia da congestão: o Congestão pulmonar aguda- Capilares alveolares congestionados, hemorragia intra-alveolar local e edema septal alveolar. o Congestão pulmonar crônica- Septos espessados e fibróticos - macrófagos cheios de hemossiderinas. o Congestão hepática aguda- Veia central e sinosóides distendidos, hepatócitos isquêmicos com alteração gordurosa. o Congestão hepática passiva crônica- Reg. Centrolobular cor vermelho, células deprimidas e zona circundante amarelo castanho. Fígado em nóz moscada, degeneração dos hepatócitos e o centro com necrose insquêmica. HEMORRAGIA Extravasamento de sangue no espaço extravascular. Pode ser por vários motivos como trauma, aterosclerose, inflamação. Pode também ser hemorragia externa ou confinada a um tecido. • Petéquias- Pequenas hemorragias na pele, membrana mucosa ou sup. serosa - associada a plaquetopenia e aumento da pressão intravascular. • Púrpuras- Hemorragias maiores, associadas também a plaquetopenia e aumento da PV, trauma, vasculite... • Equimoses- Hematoma subcutâneo maior. Glóblulos vermelhos fagocitados por macrófagos e a conversão da Hb que altera a cor. Hemostasia e Trombose Hemostasia normal é consequência de um processo altamente regulado (mantém o sangue líquido no vaso, porém, forma tampão plaquetário na lesão.) Hemostasia patológica é a trombose - forma um coágulo sanguíneo (trombo) dentro de vasos intactos. Envolvem: parede vascular, plaquetas e cascata de coagulação. • Hemorragia por REXE - Rompe parede do vaso do coração, causa: traumatismo, enfraquecimento da parede (vasculite, hipertensãoarterial crônica, úlcera péptica, invasão por neoplasia) e crise hipertensiva. • Hemorragia por Diapedese - Hemácias entre as células endoteliais pelo afrouxamento da membrana basal. Não há lesão vascular aparente á microscopia. • Diátese hemorrágica - tendência á sangramento sem causa aparente ou hemorragia mais intensa de prolongamento pós-traumatismo. Causas: distúrbios da parede vascular, alterações plaquetárias, fatores de coagulação, aumento da fibrinólise. Distúrbios da parede vascular • Idoso tem menos fibras colágenas nos vasos. Escorburo... • Alterações plaquetárias - Trombocitopenia. • Fatores de coagulação: o Defeito congênito: hemoffilia A (menor atividade do fator 8 -equimose em partes moles e articulações), doença de Von Willebrand - sangria pós trauma. o Defeito adquirido: deficiência de vitamina K, doença hepática grave (diminui fatores) • Aumento da fibrinólise - aumento congênito de ativadores ou de inibidores da fibrinólise. -Sangramento após lesões vasculares muito discretas. v Consequências: o Anemia- perda de Fe (ferropriva) o Choque hipovolêmico o Hemorragia pulmonar o Tamponamento cardíaco- IAM- rompimento da parede cardíaca - hemopericárdio- menor enchimento diastólico - menor choque cardiogênico. o Hemorragia intracraniana- aumento da Pi- isquemia - necrose liquefativa.
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