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(2 8 2011 12 24 40 AM) pedagogo para além espaços escolares

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A EDUCAÇÃO E O PEDAGOGO PARA ALÉM DOS ESPAÇOS ESCOLARES 
Ângela Boing�
Maria Boenno da Silva�
Resumo: O presente trabalho aborda a questão da atuação do pedagogo nos ambientes não-escolares, considerando que este campo da educação ainda não foi suficientemente explorado. Dessa forma, para melhor elucidar o assunto, primeiramente será discutida a diferenciação entre educação escolar e educação não-escolar ou não-formal. Após, num segundo momento do trabalho será mostrado que com os processos de mudanças sociais, culturais, econômicos e políticos da era globalizada, o pedagogo ampliou seus espaços no exercício profissional dentro do mundo empresarial. Na área de treinamento e desenvolvimento de pessoas, a educação nas empresas procura diagnosticar as necessidades de capacitação, aliando sempre às estratégias que permitam melhor produtividade e resultados satisfatórios. Ainda como forma de mostrar novos campos de atuação, estaremos apresentando a educação social e suas medidas de aplicação sócio-educativas.
Palavras-chave: Educação – Pedagogia – Empresa – Educação Social.
Introdução
O presente trabalho tem por objetivo apresentar a atuação do pedagogo em espaços não-escolares, entendendo seu papel, competências e a importância de seu trabalho fora do âmbito escolar.
A educação é um fenômeno social e como tal só pode ser compreendida dentro do funcionamento geral da sociedade da qual faz parte. Isto reforça que as práticas educativas não se dão de forma isolada das relações sociais e culturais que caracterizam a estrutura de uma sociedade.
Sabendo que a pedagogia não é a única área que tem a educação como objeto de estudo e que outras ciências sociais tratam de se ocupar com a investigação das questões educativas, que optamos em adotar a categoria educação, destrinchando sua vertente no meio empresarial e no meio social, abordando consequentemente discussões sobre a pedagogia empresarial e social.
Contudo, para elucidar o assunto decidimos primeiramente discutir sobre o que seria a educação não-escolar ou não-formal. Com esta definição, poderíamos de fato compreender as exigências ocorridas no mundo corporativo e as formas de trabalho tão diferenciadas entre as instituições e entidades sociais.
Desta forma, após explicitar sobre a educação não-formal, mostraremos a ação educativa presente nas empresas num novo modelo de trabalho, na era da globalização, que exige das pessoas habilidades comunicativas, experiência, saberes técnicos e especializados.
Além disso, discutiremos que a educação no mundo empresarial também valoriza o trabalho em equipe, a criatividade, o domínio sobre as ferramentas tecnológicas de informática e principalmente, pessoas que queiram se aperfeiçoar continuamente, nesta era do conhecimento e da informação.
No campo da educação social, apresentaremos o reconhecimento de trabalhos educacionais que vieram ultrapassar os aspectos de assistência e saúde destinados à população que se encontra em risco social.
Esclarecemos tão somente que poucos estudos existem para definir com melhor clareza, como se dá a prática pedagógica na área social, e por este motivo, baseamos nossos estudos em autores espanhóis que há muito pesquisam sobre a educação social no continente europeu.
Assim sendo, com exceção da pedagogia social de rua, desenvolvida no Brasil desde a década de 80, o perfil profissional e as atribuições do educador social foram tirados desta experiência estrangeira.
A Educação não-escolar
A descoberta da educação não-escolar somente se tornou possível quando a educação passou a ser considerada e valorizada pelos aspectos sociais da aprendizagem experiencial e pelo forte potencial formativo dos processos de socialização. (Canário, 2006)
Com isso, passou-se a vislumbrar uma diversidade de modalidades educativas, distintas do modelo escolar, onde as pessoas são, ao mesmo tempo “objeto, sujeito e agente de socialização/educação” (Canário, 2006, p. 117) em que a integração da ação educativa “decorre da articulação entre a dimensão da pessoa, da organização e do território” (idem, p. 117)
Para Gohn (2005), a educação não-escolar, caracterizada também como educação não-formal, faz parte de um novo objeto de estudo, em que até meados da década de 80, foi um campo de menor importância no Brasil, pois todas as atenções sempre se voltaram à educação escolar.
Para a autora, a educação não-formal era vista como um extensão da educação escolar, diferenciando-se somente pelo espaço de atuação que se dava fora da escola. Assim sendo, a educação popular de Paulo Freire e as campanhas de alfabetização de adultos cristalizavam a idéia de esta modalidade de educação tinha a característica de formação cidadã e de participação sociopolítica.
Ainda conforme Gohn (2005) para compreender a educação não-escolar deve-se considerar a educação num conceito amplo, associado ao conceito de cultura. Assim sendo, a educação deve ser abordada enquanto forma de ensino/aprendizagem adquirida ao longo da vida dos sujeitos, “pela leitura, interpretação e assimilação dos fatos, eventos e acontecimentos que os indivíduos fazem, de forma isolada ou em contato com grupos e organizações.” (idem, p. 98)
Dessa forma, a educação escolar, formal, oficial, desenvolvida nas escolas e ministrada por entidades públicas ou privadas, é entendida como uma das formas de se educar e se construir socialmente as identidades culturais dos grupos, comunidades, sociedades, distribuídos nos territórios globais de regiões, países e continentes.
Contudo, Libâneo (2005) nos chama a atenção de não confundir o processo de socialização como o processo educativo, especialmente por este último assumir formas mais intencionais e sistemáticas de organização. Não apreender esta diferença é “cair no sociologismo que tende a ver a educação, exclusiva e unilateralmente, apenas como um processo decorrente da participação direta na vida social.” (idem, p. 87)
Sem querer ensejar a discussão de qual modalidade se torna mais relevante no processo de formação das pessoas, verificamos em Franco (2003) algumas definições sobre educação, reconhecida pela autora como objeto de estudo bastante amplo e complexo.
Dessa forma, a autora nos diz que:
A educação é uma prática social humana: é um processo histórico, inconcluso, que emerge da dialeticidade entre homem, mundo, histórias e circunstâncias (...).
A educação, como prática social histórica, transforma-se pela ação dos homens e produz transformações nos que dela participam (...)
A educação é um objeto de estudo que se modifica parcialmente quando se tenta conhecê-la, assim como, à medida em que é apropriada, produz alterações naquele que dela se apropriou (...).
Toda ação educativa carrega em seu fazer uma carga de intencionalidade que integra e organiza sua práxis (...). (Franco, 2003, p.73-75)
Observando o aspecto de intencionalidade, que Libâneo (2005) faz a distinção da educação formal e a não-formal, apresentando esta última pelo baixo grau de estruturação e sistematização, que implicam sem dúvida relações pedagógicas, sem a formalização regulamentar do sistema educacional oficial.
Como exemplo, o autor cita como espaços e territórios de atuação da educação não-escolar os movimentos sociais urbanos e rurais, os trabalhos comunitários, as atividades de animação cultural, os meios de comunicação social, os equipamentos urbanos culturais e de lazer (museus, cinemas, praças, área de recreação, etc.), as atividades de complementação curricular em conexão com a escola, como feiras, visitas, excursões, e outros tantos exemplos que nos mostram o vínculo estreito entre o formal e o não-formal.
Vale ainda ressaltar que, pelas definições apresentadas por Franco (2003) e nas leituras de Libâneo (2005), a educação não deve ser reduzida à escolarização tão somente e nem se deve minimizar o trabalho escolar em favor de alternativas educativas. Há uma interpenetração entre o formal e não-formal, e se deve evitarvisões sectárias de educação, ocasionando a divisão na ação dos educadores.
Não é por acaso que as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, como formação inicial do profissional pedagogo, destaca que o curso propicia estudos no campo do conhecimento filosófico, histórico, psicológico, político e econômico como determinantes para nortear a observação, análise, pesquisa e avaliação do ato docente e de suas repercussões em aprendizagens, bem como orientar as práticas de gestão escolares e não-escolares, além da organização funcionamento de estabelecimentos de ensino.
Com áreas de atuação tão amplas, percebemos que a ação pedagógica, proposta nas diretrizes, procura contemplar e atender a toda diversidade de práticas educativas, e que no campo não escolar os profissionais se distinguem podendo ser identificados entre os educadores sociais, brinquedistas, monitores de recreação e
profissionais de áreas diversas onde ocorre algum tipo de atividade pedagógica, tais como: administradores de pessoal, redatores de jornais e revistas, comunicadores sociais e apresentadores de programas de rádio e TV, criadores de programas de TV, de vídeos educativos, de jogos e brinquedos, elaboradores de guias urbanos e turísticos, folhetos informativos, agentes de difusão cultural e científica, etc. (Libâneo, 2005, p. 59)
Associando as idéias apontadas pelos autores citados até o presente momento podemos colocar que o campo de atividade não-escolar é extenso, pois como a educação permeia toda a sociedade humana e a cultura é concebida por Gohn (2005) como modos, formas e processos de atuação dos homens na história, consequentemente a “educação de um povo consiste no processo de absorção, reelaboração e transformação da cultura existente.” (idem, p. 98)
Diante dessa premissa podemos entender que nos anos 80, com o processo de redemocratização do país e nova organização da sociedade civil, os movimentos sociais desenvolveram processos educativos que reivindicavam direitos sociais, com a característica de mobilização popular conhecida na época como assembléias abertas em palanques e passeatas, por exemplo. (Gohn, 2005)
Nos anos 90, a crise do Estado brasileiro, as privatizações e a desativação generalizada de ações estatais, fizeram surgir com mais força o fenômeno das Organizações Não-Governamentais, dentro de uma teia de redes sociais que articulavam as ações coletivas da sociedade civil. (ibidem) 
Mas, segundo a autora, o grande destaque que a educação não-formal passou a ter nos anos 90, decorreu principalmente das mudanças tidas na economia, na sociedade, nos avanços tecnológicos e no mundo do trabalho. Assim sendo, os processos de aprendizagem em grupos passaram a ser valorizados, bem como os valores culturais que articulavam as ações desses grupos. (ibidem)
Nas empresas e meio corporativo, observamos que há um direcionamento orientado para o aprendizado e para resultados. É um novo conceito que envolve a mente e o coração dos funcionários em uma mudança contínua, harmoniosa e produtiva, valorizando a educação contínua sejam pelos treinamentos organizacionais, sejam pelas certificações e diplomas incentivados de estudos formais obtidos nas faculdades e universidades. (Teixeira, 2001)
No meio social, temos desde a prática ainda vigente da educação popular em trabalhos de cooperativas comunitárias, com uma resignificação de valores do mundo globalizado, na ênfase atualmente dada para a educação empreendedora, como também nos programas sociais de atendimento de populações carentes, que requerem toda uma gama de assuntos e conteúdos baseados nos direitos humanos, além dos treinamentos e cursos voltados para todo o tipo de profissional e agente de promoção social.
Para fechamento desta discussão, destacamos que a educação não-escolar apresenta certos déficits quanto aos procedimentos metodológicos adotados. Com exceção da educação empresarial, a área social pouco codifica o trabalho realizado, dificultando a identificação de um processo claro de ensino-aprendizagem. 
A Educação nas Empresas
Urt e Lindquist (2008) nos dizem que no fim da década de 60 e início da década de 70, os pedagogos passaram a atuar nas empresas e que este período foi influenciado pelas mudanças no controle dos meios de produção. 
Nesse momento, o papel da educação era contribuir para a aceleração do desenvolvimento econômico e do progresso social, bem como um novo sistema de distribuição de tarefas, que teve de ser instituído para satisfazer as necessidades especiais de um ambiente de trabalho novo e tecnológico.
Contudo, ainda conforme as autoras, a classe trabalhadora não estava preparada para o desenvolvimento industrial que se processava e as empresas buscaram outros mecanismos situados fora da escola formal para formar o trabalhador qualificado para aquele momento. 
A formação profissional passou a ter seu âmbito cada vez mais definido no local de trabalho ou através de treinamentos intensivos, coordenados por instituições ou pela própria empresa. Com isso, o papel do pedagogo então se voltou para área de treinamento operacional de técnicas de trabalho e ofício. 
No primeiro momento, ainda de acordo com as autoras, a presença do pedagogo na empresa e sua atuação se voltada para a coordenação de programas educativos, como a viabilização de propostas de ensino supletivo que proporcionassem a escolaridade básica aos empregados que não haviam concluído o 1º e 2º graus.
A condução dos programas de treinamentos, o planejamento, a organização, a avaliação destes programas, bem como a orientação e supervisão de instrutores, enfatizava o trabalho deste profissional no pedagógico, no sentido de trabalhar com o processo de aprendizagem dentro dos programas de ensino formal e de treinamentos, para atender as necessidades que a empresa tinha de possuir um trabalhador que soubesse ler, escrever, contar e ser especialista em determinada função, com conhecimentos que reforçavam o saber técnico e o saber fazer. (Urt e Lindquist, 2008)
Nesse sentido, a ordem de polivalência da mão-de-obra era: maior versatilidade na ocupação do posto de atuação entre diferentes categorias de trabalhadores. Havia também, a exigência de uma ação pedagógica com vista no controle do trabalhador e do processo de trabalho. 
A formação de uma subjetividade abnegada, moldável, competitiva, tinha como objetivo tornar eficiente o processo de extração da mais-valia do trabalhador, adequando a produtividade e competitividade à lógica de produção e reprodução do sistema. (ibidem)
O artigo estudado ainda menciona que sob a lógica das competências, a educação ofertada nas empresas preocupava-se em mobilizar o trabalhador em todas as suas dimensões, intelectual, física, nas emoções, atitudes, habilidades etc., e consequentemente na produção. E procurava fazer isso com muita sutileza, principalmente porque usava do mecanismo do autocontrole, onde o individuo faz um esforço enorme de policiamento sobre si mesmo, para atender às exigências requeridas e não sair dos trilhos do mercado. (ibidem)
O modelo das competências era – e ainda é – o principal parâmetro com relação ao perfil de trabalhador almejado, em que valoriza, além do conhecimento técnico, o comportamento, as atitudes e as posturas do trabalhador na solução dos problemas do trabalho. 
Observamos que aqui, os elementos subjetivos são essenciais para a adaptação do trabalhador às novas práticas produtivas, dependendo do próprio esforço do trabalhador a sua efetivação ou não na empresa, após o período de experiência, ou de promoção interna de cargo. 
Sintetizando as conclusões dadas por Urt e Lindquist (2008), sobre o profissional da educação que atua na área de recursos humanos, o pedagogo é visto como o agente educacional da empresa; sua função é a concretização da educação dentro dos interesses empresariais de cada momento específico. 
Dentro da flexibilidade do mercado do trabalho, aponta ainda que o pedagogo é o responsável para educar e formar trabalhador dentrodas perspectivas empresariais atuais. 
Nesse sentido, os pedagogos são responsáveis pelos Programas de Integração de novos funcionários, ou seja, eles têm a responsabilidade de vincular todas as informações necessárias sobre a Organização e sobre as atividades que serão desenvolvidas na empresa. 
O pedagogo também acompanha todo o desenvolvimento profissional do funcionário, verificando seu desempenho, viabilizando cursos internos e externos, técnicos ou comportamentais, palestras, cursos de idiomas, bem como o processo de avaliação desse profissional. 
Sendo assim, a proximidade e o acesso a todos os funcionários são constantes, o que dá condição a esse profissional de exercer um papel significativo no desenvolvimento dos empregados. 
Ocorre que as empresas não estão necessariamente preocupadas em contratar o profissional formado em pedagogia, mas sim aquele que agregue valor para a organização, integrando a equipe de recursos humanos, pela sua postura, atitude e perfil.
O que Teixeira (2001) nos chama a atenção refere-se ao fato da era tecnológica ter trazido para o âmbito empresarial uma nova visão de educação e aprendizagem. O processo pode ser mais adequadamente chamado de “reeducação”, com as formas diferenciadas de treinamento que valorizam o uso da internet e o ensino à distância.
Com isso, o processo de educação e desenvolvimento nas empresas passou a ser muito mais contínuo e planejado dentro do alinhamento inteligente entre suas intenções estratégicas, sua estrutura organizacional, seus processos, sua cultura interna e o melhoramento da capacitação de mão-de-obra.
Assim sendo, a autora nos diz que hoje é imprescindível para as organizações o controle do processo de conhecimento e com isso, a empresa pode ver o pedagogo como o funcionário de Recursos Humanos mais bem preparado para lidar com a qualificação dos trabalhadores. 
Formar o trabalhador polivalente, flexível, dinâmico, criativo, que se envolva com projetos da empresa e que dê resultados, é o grande desafio para o modelo empresarial, e para o pedagogo, o grande desafio mesmo requer que suas atribuições não se restrinjam somente a coordenar os treinamentos, elaborar planos didáticos, avaliar ou ministrar cursos de relações humanas.
A empresa quer um aliado, um parceiro, um representante, alguém que lhe entenda a ajude a alcançar seus objetivos. A pressão por resultados, as demissões, a queda dos salários, o controle, contradizem todo o “amor” que o patrão diz ter pelo trabalhador. Por tudo isso, o trabalhador é chamado de “colaborador”, havendo a tentativa de iludi-lo afirmado que não é um subalterno, um subserviente, e sim colaborador. (urt e Lindquist, 2008)
Por tudo isso, a habilidade do Pedagogo em lidar com a comunicação, com a aprendizagem, faz dele uma figura importantíssima no processo mais abrangente de “pedagogização” do trabalhador, tornando-o um verdadeiro mediador das relações entre patrão e empregados.
A Educação Social
Diante de tudo que foi apresentado sobre a educação não-escolar, fica fácil compreender que é comum verificarmos atualmente a atuação do pedagogo no terceiro setor, isto é, em ONG´s, OSCIP´s, bem como em Igrejas e em Entidades que realizam o trabalho social. Podemos caracterizar este trabalho realizado pelo pedagogo, nestes espaços, como pedagogia social. 
De acordo com Romans et alli (2003), a pedagogia social é uma disciplina pedagógica e o que chamamos de pedagogia social pertence à ordem do conhecimento, do discurso. De modo geral os autores a classificam como um conjunto de saberes teóricos, técnicos, experienciais, descritivos ou normativos, mas saberes estes que tratam de um objeto determinado. Neste caso, este objeto é a educação social. 
 Mas para melhor definir a o que seria a pedagogia/educação social, podemos dizer que se refere a todos os processos educativos que compartilham, no mínimo, os seguintes atributos:
1. dirigem-se prioritariamente ao desenvolvimento da sociabilidade dos sujeitos;
2. tem como destinatários privilegiados indivíduos ou grupos em situação de conflito social;
3. tem lugar em contextos ou por meio educativos não-formais. (Romans et alli, 2003, p. 28)
Assim o pedagogo que atua em entidades sociais confessionais, públicas ou não-governamentais, desenvolve projetos de natureza educativa abarcando diversas áreas como: saúde, meio ambiente, lazer, promoção social, recreação. 
Para entendermos o surgimento da pedagogia social no Brasil, temos de acordo com Oliveira e Haddad (2001) (apud Carvalho & Carvalho, 2008), que desde os anos 60-70 as associações civis sem fins lucrativos, provenientes das igrejas, partidos políticos e universidades, realizavam um trabalho social junto às populações menos favorecidas. 
Contudo, foi nos anos 80-90 que a educação social ganhou maior relevância no Brasil, com o esgotamento do Estado de Bem-Estar social, a crise do petróleo e a alteração no processo de acumulação do capital. Em função da nova organização do Estado, a educação passou a ser tratada como responsabilidade da sociedade civil e da família, justificando o histórico já apresentado citado acima, neste trabalho. (Ribeiro, 2004 apud Carvalho & Carvalho, 2008) 
Como conseqüência da crise econômica pela qual atravessava o país, com estagnação da economia e adoção de uma nova política econômica, ocorreu o aumento de desemprego e das camadas populares, com a perda de recursos financeiros e diminuição da renda familiar. Esse processo de empobrecimento de grande parcela da sociedade apontava para o surgimento de fortes tensões sociais que precisavam ser mantidas sob controle e, dessa forma, a educação social surgiu como instrumento educativo de controle dessas tensões (Oliveira e Haddad, 2001, apud Carvalho & Carvalho, 2008).
Os autores ainda destacam as análises realizadas por Machado (2004), que apontam, na sociedade moderna, novas demandas sócio-educacionais, transpondo os limites escolares formais e valorizando outros espaços educativos, num modelo de educação menos teórica e mais prática. A esta nova forma de praticar a educação Machado dá o nome de educação social. 
Retomando as análises por Ribeiro (2004, apud Carvalho & Carvalho 2008, p. 3), a Educação Social 
parte de uma política compensatória de formação para a infância e a juventude oriundas das classes populares em situação de risco, cujo objetivo é o de possibilitar a re-inserção ou inclusão dessa parcela de indivíduos na sociedade, minimizando, desta maneira, as tensões e a crescente desigualdade social. 
Neste fenômeno de pobreza, onde atualmente se distinguem os pobres e os miseráveis, Oliveira (2004) aponta ainda que vivemos imersos numa imensa crise, não só econômica, mas de valores, ocasionados por um modelo social e capital que amplia as desigualdades sociais, onde a imensa maioria de trabalhadores desempregados, subempregados, que vivem do trabalho informal e se assolam com as dificuldades de sobrevivência, disputam seu espaço como cidadãos de direitos numa sociedade que se reflete em meio à riqueza e abundância, nos
lucros astronômicos dos bancos e das empresas de telecomunicações, pelas fortunas incomensuráveis e intocáveis dos corruptos e pelas delícias ostensivamente anunciadas na novela das oito. (Oliveira, 2004, p. 15)
Este modelo real e atual de sociedade globalizada, com a constante falência das políticas sociais e degradação ética e moral da vida familiar e comunitária, têm produzido tragédias sociais com o número crescente de casos de violência e criminalidade, e de meninos e meninas que vivem na rua. (Oliveira, 2004)
O autor historicamente nos aponta que o surgimento de “crianças de rua, tornou-se foco, símbolo, metáfora, que denunciava os descaminhos da falência anunciada dos mecanismos de proteção social” (ibidem, p. 17), fazendo surgir nas décadas de 80 e 90, o trabalho de educadores sociais de rua que passaram a atuar junto a essas crianças e adolescentes.
Assim sendo, no meio da família da educação social, temos também a práticada pedagogia social de rua, que constitui num marco da história social do Brasil, apoiando-se na pedagogia de Paulo Freire, de Celestine Freinet e de Emílio Ferreiro, para lidar com os meninos e meninas de rua dentro da perspectiva de libertação social, política e existencial.
Portanto, observamos que as funções de um pedagogo ou educador social não são unicamente pedagógicas, mas também políticas ou ideológicas. Não basta apenas o saber teórico ou a boa intenção, é necessário possuir alguns atributos como: respeito real e profundo pelo ser humano; capacidade para perceber, na comunicação, os aspectos que subjazem à palavra; e, por fim, ter transparência na sua forma de ser. 
Este profissional deve ter suas ações pautadas na busca da mudança e compreensão da realidade. Ele é o profissional que desenvolve uma ação educativa e é responsável por mediar a reflexão junto ao educando sobre sua atual situação, possibilidades de vida, assim como suas adaptações aos fins que se perseguem, analisando desta forma o grau de acolhida, numa perspectiva não só quantitativa como qualitativa. (Romans et alli, 2003)
O perfil profissional e as competências que os educadores sociais necessitam estão ficando claro à medida que vão se definindo suas funções por meio da difusão dos estudos sobre o tema, da especificação de tarefas que as administrações públicas fazem dos mesmos, das contribuições procedentes das associações que trabalham no campo social e da reflexão que os próprios educadores realizam sobre sua prática. 
Ademais, o educador social é o profissional da educação social que deve traduzir em objetivos educativos a incumbência que a instituição lhes confere, que seus usuários possam ser pessoas, grupos e instituições; que possam estar integrados em equipes de trabalho; que tenham à disposição recursos institucionais públicos ou privados e que busquem uma formação contínua para otimizar seu desenvolvimento pessoal e melhorar o exercício da sua profissão. (ibidem)
Para que estas funções sejam realizadas, o educador social necessita de uma série de competências, apontadas pelos autores em três grandes tipos, e que podem ser passíveis de melhorias com treinamento e formação. São elas: os conhecimentos, as capacidades e as atitudes que os educadores sociais necessitam no exercício da sua profissão. 
Quanto aos conhecimentos, podemos distinguir: os conhecimentos gerais, que podem ser adquiridos mediante os estudos que cada região determinará para que um educador social possa atuar profissionalmente como tal. E os conhecimentos específicos, que podem vir definidos pela entidade social contratante. 
Na investigação realizada por Romans et alli (2003), na Espanha, foram desenhados vários estilos e perfis de educadores sociais. Abaixo apresentamos de forma sucinta estes esteriótipos:
Educador resignado: centra-se nos aspectos pouco estimulantes de sua profissão; queixa-se de tudo, mas pouco trabalha para melhorar as coisas; 
Educador tecnicizado: excessivamente aplicador dos recursos; rigorosamente técnico, mas desvinculado do “social”, destaca-se por proceder de modo rigorosamente técnico; 
Educador conformista: mero executor de suas atividades; sem excessivas esperanças e sem graves decepções, cumpre o necessário e exato para evitar problemas; 
Educador criativo: “realista” porém não estranho à uma atitude proativa; otimizador; apóia alternativas inovadoras de melhora; destaca-se por sua atitude construtiva e otimista; sempre olha para frente; capta os desajustes e contribui para melhoria do trabalho. 
 	
Apesar dos tipos identificados pelos autores, é sabido que o educador deve estar atento e preparado para reagir positivamente às necessidades sadias ou doentias de afeto projetadas sobre ele, pelo educando. Também deve estar atento a este envolvimento afetivo, porque ele mesmo pode ter problemas ou necessidades excessivas de afeto ou de êxito, de afirmação ou de domínio, que venham comprometer seu trabalho social e educativo. (ibidem)
Oliveira (2004) nos diz que no processo pedagógico social, é exigido dos educadores o envolvimento no nível profissional e nos níveis sociopolítico, pessoal e existencial, por circularem entre subculturas, numa tarefa difícil e dolorosa de tristeza, angústia e brutalidade, mas também de inocência e de ludicidade, no caso do trabalho com crianças.
Em resumo, a educação social impele a uma importante interação para a criança, para o adolescente e para o idoso, onde no compartilhamento de experiências, no conhecimento sobre os valores e realidades desta população, que os educadores desenvolvem técnicas e criam seus materiais de trabalho. Por isso, se torna tão difícil adaptar conceitos e metodologias que consigam integrar, na educação social, teoria, prática e dedicação existencial.
Considerações Finais
No final deste trabalho seria redundante e até mesmo cansativo afirmar que o pedagogo encontra oportunidades de atuação profissional para outros espaços que não sejam escolares. Isto já foi posto em todo o texto e é notório seu conhecimento por parte dos profissionais da educação.
Dessa forma, resta-nos enfatizar alguns pontos que foram colocados no trabalho de maneira a distinguir o exercício profissional do pedagogo nas empresas e nas entidades sem fins lucrativos e de cunho social.
No meio organizacional, o pedagogo se responsabiliza em administrar e controlar os processos educativos, numa perspectiva regulatória de desempenho e produtividade a favor da empresa.
No paradigma emergente de treinamento e desenvolvimento de pessoas, a capacitação profissional vai além da aquisição de informações, mudanças de atitude e desenvolvimento de habilidades, passando também por competências que integram aspectos da inteligência intrapessoal e interpessoal. Se exige muito do novo trabalhador e consequentemente deve-se exigir mais ainda do pedagogo e profissionais que integram a equipe de recursos humanos.
Com relação à educação social, podemos concluir que, pelo menos no contexto brasileiro, esta surgiu no intuito de reduzir as conseqüências do quadro sócio-econômico, sem que a estrutura criadora deste quadro fosse de fato questionada. Isto não quer dizer que as ações da educação social sejam ineficazes, pois certamente seu impacto é perceptível na sociedade e várias de suas soluções têm sido significativas para muitas famílias e comunidades. 
Como foi dito, verificamos o quanto se torna difícil identificar uma metodologia que defina o trabalho do educador social, tendo em vista que a atuação social na área de saúde se difere da área ambiental, da área de atendimento à infância e adolescência, da área de atendimento ao idoso, às mulheres, aos negros, aos trabalhadores rurais e educação no campo, da educação política, sindicalista ou partidária, da pedagogia social de rua, do trabalho de educação hospitalar ou de animação cultural, recreativa e de lazer, etc.
Tentamos dentro das referências que tivemos acesso registrarmos os apontamentos sobre o que de comum se apresentava entre os diferentes autores. Tomamos esta prática como forma de identificar o que de fato era essencial a ser destacado na educação social e assim podemos arriscar em concluir que se deve investir na construção de uma processo pedagógico-social com base nas ações competentes que já se realizam.
O desenvolvimento de tal processo não é impossível e para tanto, todos os que se comprometem com a educação devem construir ou reconceituar princípios fundamentais sobre direitos humanos, solidariedade, responsabilidade social, diversidade e multiculturalismo, sustentabilidade, cuidado e proteção, para formulação de uma pedagogia social que caminhe realmente no atendimento a todos os cidadãos e promova em nosso país o tão sonhado progresso social. 
Referências Bibliográficas
BRASIL. Resolução CNE/CP nº1, de 15 de maio de 2006. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura.
CANÁRIO, Rui. A escola tem futuro? Daspromessas às incertezas. Porto Alegre: Artmed, 2006.
CARVALHO, Josué de Oliveira; CARVALHO, Lindalva R. S. O. A educação social no Brasil: contribuições para o debate. In: I CONGRESSO INTERNACIONAL DE PEDAGOGIA SOCIAL, 1., 2006. Anais eletrônicos. Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, Disponível em: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000092006000100024&lng=en&nrm=abn>. Acesso em: 19 agosto 2008
CERONI, Mary Rosane. O perfil do pedagogo para atuação em espaços não-escolares. In: I CONGRESSO INTERNACIONAL DE PEDAGOGIA SOCIAL, 1., 2006. Anais eletrônicos. Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, Disponível em: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000092006000100040&lng=en&nrm=abn>. Acesso em: 16 junho 2008.
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Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Pedagogia, sob orientação da professora mestre Ana Paula Pádua Pires de Castro.
�Graduanda do curso de Pedagogia da Faculdade Internacional de Curitiba-Facinter.
� Graduanda do curso de Pedagogia da Faculdade Internacional de Curitiba-Facinter.

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