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Manifestações Culturais Esportivas II Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Ivan Luis dos Santos Revisão Textual: Profa. Ms. Alessandra Fabiana Cavalcanti Currículo, Educação Física Escolar e as Manifestações Esportivas • Contextualização • O Currículo como um Artefato Cultural • A Teorização Curricular da Educação Física e o Ensino dos Esportes · Compreender o currículo escolar como um artefato cultural e, por- tanto, um espaço de produção de significados em torno das manifes- tações da cultura corporal, dentre elas, os esportes; · Reconhecer o papel do componente curricular Educação Física (si- tuado na área de linguagens) no trato pedagógico com as manifes- tações esportivas, pontuando suas especificidades mediante as fun- ções sociais da escola na contemporaneidade. OBJETIVO DE APRENDIZADO Currículo, Educação Física Escolar e as Manifestações Esportivas Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Currículo, Educação Física Escolar e as Manifestações Esportivas Contextualização Como toda prática social inerente ao espaço escolar, o currículo é um tema de bastante relevância no âmbito da discussão da Educação e da Educação Física. Em outras palavras, o currículo corporifica relações sociais, tornando-se um lugar onde se entrecruzam culturas. Sendo assim, o esporte, enquanto uma das manifestações da cultura corporal, tem seus significados produzidos, partilhados e disputados no currículo. Afinal, que esporte ensinar? O que ensinar dos esportes? Qual conhecimento é considerado importante ou válido para merecer ser considerado parte do planejamento do professor? Todas estas questões são, por si só, decisões curriculares que atravessam o cotidiano das escolas e das aulas de Educação Física. No currículo, portanto, joga-se um jogo sempre decisivo. Qual é o nosso lado nesse jogo quando nos dispomos a ensinar os esportes? Vamos reproduzir os sentidos e os valores dos grupos dominantes? Ou vamos apostar na disseminação de variados textos da cultura esportiva, voltando-se para a produção de identidades mais solidárias e democráticas na sociedade. Partindo deste preâmbulo, nessa unidade, iremos nos deter à discussão do conceito de currículo, bem como, à análise crítica de algumas teorias curriculares da Educação Física. No decorrer da unidade, encaminharemos reflexões sobre o papel do componente curricular “Educação Física”, situado na área de linguagens e designado, dentre outras coisas, ao trato pedagógico com as manifestações culturais esportivas. Como pano de fundo para estas discussões, análises e reflexões, tomaremos o panorama social contemporâneo mais amplo, bem como, as funções e os desafios designados à escola neste novo contexto. 8 9 O Currículo como um Artefato Cultural Considere o cotidiano de uma escola!! Agora, tente pensar nas inúmeras situações que o compõem, bem como, os sujeitos que por ele circulam. Talvez tenha se recordado de crianças uniformizadas adentrando ao portão principal ao toque do sinal do diretor. Ou, quem sabe, da fila de meninos e da fila de meninas, do “cachorro quente” servido no horário do intervalo/ recreio, das aulas sobre basquetebol ministradas pelo professor de Educação Física, da festa do sorvete organizada pela turma de formandos daquele ano. Não importa o que tenha pensado... De certo, sem exceção, todas as situações o levaram a rememorar elementos que compõem o currículo escolar. Quando submetidos a estas experiências formativas – usar uniforme, fazer fila, lanchar no intervalo, aprender sobre basquetebol, participar da festa do sorvete – ou a outras tantas possíveis, os/as alunos/as carregam consigo marcas deste currículo. Ou seja, o currículo aqui é entendido como todo o percurso da formação escolar, a considerar tudo que acontece na fase de escolarização. Logo, por transmitir certos modos de ser e validar certas experiências (em detrimento de outras), o currículo está intimamente ligado ao poder. Pelos seus modos de endereçamento, ele nos chama a ocupar determinadas posições de sujeito, regulando-nos. Não à toa, Tomaz Tadeu da Silva, dirá ser o currículo um forjador de identidades (SILVA. 2011). Importante! Na análise dos Estudos Culturais, o currículo é um artefato cultural sujeito à disputa e à interpretação, no qual os diferentes grupos tentam estabelecer sua hegemonia e projetar as identidades desejáveis. Importante! Para Hall (1997), a identidade é formada culturalmente mediante circunstâncias históricas e experiências pessoais que levam o sujeito a assumir determinadas posições de sujeito, ainda que temporárias. Ampliando estas ideias, Nunes e Rúbio (2008) apontam que: A identidade pode ser entendida como um conjunto de características pelas quais os grupos se definem como grupos e marca, ao mesmo tempo, aquilo que eles não são. Nesta lógica, ao projetar as identidades adequadas, as políticas educacionais estabelecem quais posições os sujeitos da educação deverão assumir enquanto cidadãos. Por outro lado, aqueles que estiverem fora do sistema por atuarem de forma contrária, ou resistirem ao processo de regulação dos modos de ser, pensar e agir – os diferentes – serão considerados inadequados, ineficientes, desordeiros ou responsáveis pelo atraso do desenvolvimento da nação. Desse modo, o importante é o que se seleciona para compor os conteúdos do currículo e qual o resultado dessa seleção na constituição das identidades (p. 56). 9 UNIDADE Currículo, Educação Física Escolar e as Manifestações Esportivas A simples oferta de práticas corporais, visando ao alcance de objetivos comportamentais implica uma experiência formativa que concretiza, com certa “excelência”, as relações de saber-poder e as identidades projetadas pelas pedagogias tecnicistas nas quais se inspiraram. Tomemos, como exemplo, o ensino dos fundamentos esportivos com o objetivo de aperfeiçoamento dos movimentos especializados requeridos em uma dada manifestação esportiva. Ou, ainda, a realizaçãodas gincanas “culturais” para motivar o ritmo de produção acadêmica dos alunos. Nessa lógica, considerando os exemplos dados, vê-se reproduzido o discurso da produtividade exigida pela sociedade neoliberal e que, não à toa, atende aos interesses de determinado grupo social, posicionado em lugar privilegiado ante a grande maioria da sociedade. Silva (2011) aponta que a escolha de determinadas experiências do currículo privilegia um tema em detrimento de outro na inter-relação entre saberes, identidade e poder e promove os conhecimentos e os valores tidos como adequados para as pessoas atuarem socialmente. Segundo Nunes e Rúbio (2008, p. 57), “esse fator torna a escola um dos mais importantes espaços sociais responsáveis pela construção da representação de quem somos e de quem não é desejado ser”. As narrativas corporificadas no currículo nos dizem sobre qual conhecimento é tido como oficial e qual – que em sua oposição tem que ser negado para sua consolidação – não é. Enquanto componente curricular, a Educação Física, ao longo de sua história, esteve comprometida com a transmissão de conhecimentos através da disciplinarização dos corpos, pautando-se em ações pedagógicas orientadas por diferentes teorias. Assim, na Educação Física escolar, coexistem currículos de variados matizes. Estes currículos, ao selecionarem conhecimentos, métodos de ensino e instrumentos de avaliação, na verdade, configuram-se como artefatos necessários para se alcançar um determinado tipo de pessoa, considerada como ideal pelo grupo cuja voz prevaleceu durante a construção. Uma vez colocados em ação, os currículos da Educação Física agregam significados e sentidos às manifestações da cultura corporal e, consequentemente, atuam para posicionar as práticas esportivas, bem como, os sujeitos que as praticam. Sendo assim, na sequência direcionaremos o olhar às teorias curriculares da Educação Física de forma a identificar como tais propostas se vinculam à formação de determinadas identidades. Analisando estas propostas da Educação Física com base no momento histórico e nas políticas educativas mais amplas nas quais foram concebidas, Neira e Nunes (2009a) as alinharam em torno de três matizes distintos: teorias não-críticas, teorias críticas e teorias pós-críticas. Estamos concordando com Silva (2011), ao entender que toda teoria pedagógica é uma teoria de currículo, ou ainda, um discurso sobre currículo. 10 11 A Teorização Curricular da Educação Física e o Ensino dos Esportes As Teorias não Críticas e a Identifi cação do Esporte como Elemento Funcional da Educação Física A vertente não-crítica (ou tradicional) da Educação Física aborda os esportes com base na ótica das Ciências Naturais. Fundamentados em princípios biológicos e psicobiológicos, elegem como objetivos a melhoria da aptidão física; a fixação de técnicas corporais específicas; o alcance de níveis elevados de desenvolvimento cognitivo, afetivo-social e motor; e a adoção de um estilo de vida fisicamente ativo. Os conteúdos que perpassam os currículos não-críticos da Educação Física, (re) afirmam o papel reprodutor do esporte na escola, atuando a favor dos interesses e das ideologias de Estado. Além disso, nessas propostas, a cultura é compreendida de forma estática, fixa, destituída de seu processo de produção e de significação, sendo o ensino reduzido à mera transmissão. Nunes e Rúbio (2008, p. 60) destacam que “no período após a segunda guerra, o Brasil experimentou a rápida aceleração do desenvolvimento industrial e do processo crescente de urbanização dos grandes centros”. Nessa nova paisagem e influenciada pelo modelo curricular americano, a Educação Física escolar enveredou pela pedagogia tecnicista aplicada ao esporte. Fruto da modernidade, o fenômeno esportivo, pela sua peculiaridade de atividade física regrada por regulamentos, assume características que o distinguem das antigas formas de exercitação corporal, como, por exemplo, especialização de papeis, competição, cientifização. São essas condições objetivas, as quais podem ser medidas, quantificadas e comparadas, que fazem com que o esporte seja o melhor meio de preparar o homem para uma nova sociedade (NEIRA; NUNES, 2006, p. 110-11). Dessa forma, a Educação Física incorporou o esporte – sobretudo o modelo do alto rendimento –, como conteúdo dominante das aulas. Tal notoriedade pode ser vista, principalmente, durante o período ditatorial. Foi nessa fase que questões como a seleção dos mais habilidosos, a centralização do papel do professor – treinador – e a repetição exaustiva dos movimentos esportivos eclodiram nas escolas. “Nesse contexto, a Educação Física serviu de base para a formação de atletas, promovendo o ideal simbólico de uma nação composta por identidades vencedoras” (NUNES; RUBIO, 2008, p. 61). 11 UNIDADE Currículo, Educação Física Escolar e as Manifestações Esportivas Importante! Após consolidar-se como conteúdo hegemônico das aulas de Educação Física, o esporte ganhou outro espaço destacado no currículo da escola: o treinamento esportivo. Nunes (2006) nos conta que, desde o final dos anos 1970, surgiram planos políticos educacionais que fizeram com que o binômio “Educação Física e desporto estudantil” passasse a ser interpretado como elemento do processo educativo. Assim, amparado por decreto, o treinamento esportivo visava à participação dos alunos em campeonatos oficiais da Secretaria de Educação e à consequente seleção dos melhores para representar o município, o estado e o país nas diversas esferas competitivas. Segundo Nunes (2006), é a partir desse movimento que nascem as olimpíadas estudantis e as diversas formas de competição entre jovens, tanto no ensino básico, como no ensino superior, tanto no ensino público, como no privado. Atualmente, muitas escolas públicas e privadas, de pequeno ou de grande porte, oferecem este serviço, ora como produto contra a concorrência, apoiando-se nos interesses de mercado, ora como instrumento para a “formação integral” do aluno, apoiando-se no discurso de que o esporte contribui para a construção da cidadania. Você Sabia? Bracht (1986) cita que as condições do esporte institucionalizado refletem a estrutura de uma sociedade autoritária. Mais precisamente, para o autor, por meio das regras e das competições, o esporte imprime comportamentos nas pessoas, adequando-as às normas da concorrência e da competitividade. Assim, o respeito incondicional e sem questionamento à sua estrutura, proporcionaria um ser conformado dentro do sistema social. É bem verdade que muitos professores valorizam o esporte na escola, atribuindo- lhe função determinante na socialização das crianças e, assim, advogam a favor de sua permanência no currículo. Porém, segundo Bracht (1986), todas as justificativas (dar e ter oportunidades iguais; aprender a conviver com a vitória e a derrota; obedecer às regras; aprender a ganhar através do esforço pessoal; respeitar a hierarquia; criar sentido de responsabilidade e coleguismo, entre outras) são de caráter estrutural funcionalista. Para Nunes (2006), O professor, neste caso, atua com neutralidade, regulando a competição. Ele ofe- rece atividades e formas de conduta iguais aos alunos, acabando com qualquer pos- sibilidade de favorecer A ou B. Nesse sentido, os alunos, aprendem a respeitar um determinado sistema social e, de forma direta ou indireta, transferem esse aprendiza- do para habilitarem-se a integrar os diversos setores da sociedade. Ou seja, a prática esportiva garante a funcionalidade e a harmonia da sociedade na qual estão inseridos os alunos, e porque não afirmar, o professor (NUNES, 2006, p. 69). Nessa perspectiva, embora as ações sociais busquem garantir oportunidades iguais a seus participantes, estas acabam se articulando ao processo de produção inerente ao projetoneoliberal. Assim, diante de oportunidades “iguais”, os/as alunos/as aprendem a atribuir para si a culpa pelo fracasso ou mérito pelo sucesso. Bracht (1986) ressalta que o funcionalismo é típico dos países desenvolvidos, em 12 13 que o dominador não quer correr riscos de perder privilégios. Assim, o processo de socialização (pelo esporte), sempre garantiria a manutenção do sistema vigente. Recomendamos que assista ao vídeo: https://goo.gl/wmJXMa. Busque perceber como, na reportagem, os argumentos postos a favor da Educação Física escolar pautam-se numa perspectiva estritamente funcionalista e, portanto, acrítica do esporte e da área como um todo. Seus objetivos voltam-se para o desenvolvimento global, motor ou da saúde tencionando atitudes individuais e autônomas para uma vida saudável e de atuação do futuro profi ssional. Na ideologia neoliberal estas são condições concebidas como fundamentais para o sujeito enfrentar e adequar-se à vida moderna. Ex pl or Nunes e Rúbio (2008) entendem que os currículos não-críticos da Educação Física, aportados fundamentalmente em princípios psicobiológicos, incorporam os artefatos culturais das manifestações esportivas desprovidos de seus sentidos e lutas por significação. Assim procedendo, os currículos não-críticos costumam reduzir os conteúdos esportivos aprendidos a elementos sem qualquer lastro cultural, isto é, baseiam-se na oferta de práticas motoras das quais os alunos participam, executam e repetem, mas nada aprendem sobre o percurso sócio-histórico das manifestações esportivas, nem tampouco sobre a vida dos seus praticantes e, muito menos, sobre as relações de poder que permeiam seu processo de produção e de reprodução. Este aspecto funcional do esporte foi amplamente contestado pelos autores das chamadas teorias críticas e pós-crítica da Educação Física. As Teorias Crítica e Pós-Críticas da Educação Física: Perspectivas para o Ensino das Manifestações Esportivas frente às Demandas e aos Desafi os da Sociedade Contemporânea Nas últimas décadas, a humanidade presenciou uma série de transformações sociais, políticas e culturais que acabaram por delegar novos desafios à educação brasileira. Um desses desafios, diz respeito às características multiculturais dos estudantes, resultante, sobretudo, do acesso aos bancos escolares dos grupos minoritários, até então, excluídos do processo de escolarização. A diversidade cultural é uma realidade que impõe novas responsabilidades à escola. Longe de constituir-se em obstáculo ou problema, o convívio com as diferenças é uma riqueza. A existência de pessoas com variadas heranças culturais no mesmo espaço obriga a escola a elaborar um currículo que reconheça as diferentes culturas. Recomendamos que assista ao vídeo produzido pela “Univesp TV”, denominado “Escola democrática e diversidade” (parte 1) https://youtu.be/-efWxn5tKrI. Busque refl etir sobre as características multiculturais da escola, bem como, sobre as práticas pedagógicas relatadas. Ex pl or 13 UNIDADE Currículo, Educação Física Escolar e as Manifestações Esportivas Nesta intrincada situação de intenso fluxo cultural – dentro e fora da escola –, dois aspectos merecem destaque. O primeiro deles refere-se ao fato de que, ao mesmo tempo em que a contemporaneidade nos revela e nos familiariza com a diversidade cultural, produz uma coexistência tensa entre os diversos grupos que coabitam a sociedade. O segundo aspecto, tal como enfatizado por Hall (2003), diz respeito à fragmentação das identidades. Para o autor, estamos vivendo um momento marcado pela presença da lógica do mercado e do consumo, em que os sujeitos buscam, a todo o momento, novas formas de identificação em torno daquilo que é produzido – e, em pouco tempo, substituído/ consumido –, tanto em âmbito local como global. Diante dessa paisagem contemporânea, as perspectivas progressistas da Educação Física escolar podem ser consideradas: As perspectivas progressistas da Educação Física escolar decorrem das aproximações das áreas estabelecidas com as Ciências Humanas e, principalmente, com as discussões realizadas no campo da Pedagogia sobre o caráter reprodutor da escola, desde o final da década de 1980, além de propor o pensar sobre um currículo não mais como uma lista de procedimentos e de recomendações a respeito do ‘como fazer’ para se alcançar metas pré-estabelecidas. As teorizações críticas e pós-criticas – guardadas as devidas epistemes – apontarão para a necessidade de um momento de reflexão a respeito das consequências dos conteúdos selecionados no currículo. “Ao caráter técnico do currículo acrescenta-se o caráter sócio-político” (NUNES; RÚBIO, 2008. p. 70). As teorias críticas visam a denunciar os modelos reprodutores do sistema que mantém a estrutura social de forma injusta e que reforça as relações de dominação de um grupo sobre outro. De acordo com Nunes e Rúbio (2008), Por meio da tematização e da seleção das manifestações esportivas, adequadas às possibilidades cognoscentes dos alunos e da relevância social dos conteúdos, o currículo crítico refuta a ideia de que exista um conhecimento dominante e inquestionável a ser trabalhado na escola, cabendo aos especialistas adequar e hierarquizar o melhor percurso para desenvolvê-lo e atingi-lo. Ao contrário, na perspectiva crítica a escolha dos conteúdos também deve ser submetida a um constante questionamento para o seu redirecionamento. Abre-se espaço para a participação do aluno no processo educativo e, não obstante, sua participação política (p. 71). Para as propostas críticas da Educação Física – como as descritas por Soares et al (1992): “Sob forte influência dos educadores José Carlos Libâneo e Dermeval Saviani, apresentam elementos básicos para a configuração de uma teoria pedagógica da Educação Física materializada na sugestão de uma proposta de ensino. Denominada pelos autores de crítico-superadora, utiliza-se do discurso da justiça social para levantar questões de poder, de interesse, de esforço e de contestação.” 14 15 Importante! A perspectiva crítico-emancipatória foi posta em discussão no Brasil por Eleonor Kunz, no ano de 1991, por ocasião da publicação do seu livro “Ensino e Mudanças”. A relação entre emancipação e ação comunicativa utilizada por Kunz é discutida, especialmente, nas obras do fi lósofo alemão Habermas, pertencente à segunda geração da denominada Escola de Frankfurt. Você Sabia? As aulas necessitam caminhar para a compreensão das relações que se esta- belecem entre as manifestações esportivas e os problemas sócio-políticos que as envolvem, a fim de conscientizar a população a participar da gestão do seu patri- mônio cultural. Na análise de Nunes e Rúbio (2008), a concepção crítica de currí- culo pressupõe que o ser humano é o sujeito construtor de sua própria existência, devendo, portanto, atuar frente às possibilidades históricas de transformação das suas condições de vida desde que possa refletir criticamente sobre a realidade, com- batendo as relações de exploração e de opressão que compõe sua geografia social. O relato de experiência https://youtu.be/2xT-gfrMCLE, apresenta uma prática pedagógica que tematiza as manifestações esportivas de taco e raquete. Ex pl or Após assistirmos ao vídeo, podemos verificar que a perspectiva crítica, embora não tenha como fim a transformação social via escolarização, busca “oferecer a democratização dos saberes universais e fazer compreender o papel que as escolas representam dentro de uma sociedade marcada por relações de poder” (NUNES; RÚBIO, p. 70-1). Por meio do conhecimento das condições sociais da sua elaboração e da valorização dos membros envolvidos, o currículo crítico visa oferecer à cultura dominada, condições para emancipar-se da dominação e da alienação imposta pela ideologia hegemônica.Nas palavras de Nunes e Rúbio (2008, p. 71), “na pedagogia crítica, os sujeitos deverão assumir identidades emancipadas das condições de opressão em que a sociedade está mergulhada”. A título de exemplo, observe, logo abaixo, o plano de ensino que esboçamos para uma turma de alunos/as dos anos finais do Ensino Fundamental. 15 UNIDADE Currículo, Educação Física Escolar e as Manifestações Esportivas Tabela 1 Tema da cultura corporal: Futebol de campo Conteúdo de ensino: Táticas do futebol de campo Objetivo: Identificar e analisar as diferentes possibilidades de organização tática no futebol de campo, considerando o espaço de jogo e o número de participantes envolvidos. Atividades de ensino: - Dividir a turma em dois grupos para vivenciar o futebol de campo em diferentes espaços; - Reunir os alunos para discussão das dificuldades encontradas durante a vivência; - Solicitar aos alunos que formulem regras para propiciar melhora tática do futsal nos espaços sugeridos na primeira atividade; - Vivenciar e analisar a história dos desenhos táticos mais utilizados no futebol de campo. Avaliação: Compreensão das estratégias necessárias (ataque e defesa) para organização tática no futebol de campo. Para a teorização crítica da Educação Física, sobre a seleção e a organização de conteúdos, exige-se coerência com o objetivo de promover a leitura da realidade. Assim, durante o estudo do “futebol de campo”, mais especificamente da “tática no futebol de campo”, ilustrados, respectivamente, no plano de ensino, as atividades de ensino deverão possibilitar aos alunos confrontarem os conhecimentos do senso comum com os conhecimentos científicos, de maneira a ampliarem o acervo de saberes ao longo de toda escolarização. É por isso que os temas e os conteúdos da cultura corporal a serem aprendidos na escola devem emergir da realidade dinâmica e concreta do mundo do aluno. Tendo em vista uma “nova compreensão dessa realidade social, um novo entendimento que supere o senso comum, o professor orientará [...] uma nova leitura da realidade pelo aluno, com referências cada vez mais amplas” (SOARES, et al, 1992, p. 85) Apenas com finalidade explicativa, as aulas, em si, podem ser divididas em três grandes momentos, o que não implica romper a solução de continuidade entre eles: Um primeiro momento em que o objetivo e o conteúdo são discutidos com os alunos, buscando as melhores formas de estes se organizarem para as atividades propostas. Um segundo momento refere-se à apresentação do conhecimento e ao desenvolvimento das atividades de ensino. E, por fim, um terceiro, em que se amarram conclusões, avalia-se o realizado e levantam-se perspectivas para as aulas seguintes. De acordo com Soares et al (1992), [...] a estrutura da aula corresponde a uma espiral ascendente, cujos anéis contínuos vão se ampliando cada vez mais. Seu início estreito representa o primeiro momento no qual se apresentam as referências do senso comum. A abertura subsequente representa a ampliação das referências pela sistematização do conhecimento (p. 87). Essa reflexão sobre o futebol de campo traz à tona a necessidade de se chegar à origem do conhecimento, descobrir o caminho das mudanças conceituais, valorativas e ideológicas que motivaram a instalação de determinados desenhos táticos. Soares et al (1992) apontam apara a importância do aluno ter acesso à explicação dessa prática que, sob direção dos interesses dos homens, em diferentes âmbitos geográfi- cos, culturais e sociais, veio se configurar como ampla área de conhecimento. 16 17 Buscando transcender a análise marxista realizada por Soares et al. (1992), Kunz (1994) defende um currículo crítico ao denunciar que as possibilidades de conhecer o mundo “se restringem a um mundo já totalmente ‘colonizado’ pelas objetivações culturais da assim chamada evolução científico-tecnológica do mundo moderno” (p. 111). Sendo assim, assume a utopia que existe no processo de ensino e aprendizagem, limitado pelos condicionantes capitalistas e classistas, e se propõe a aumentar os graus de liberdade do raciocínio crítico e autônomo dos alunos. Se retomarmos o relato de experiência com esportes de taco e de raquete, vamos perceber que, num primeiro momento, o professor confronta o aluno com a realidade do ensino. Para tal, faz uma discussão coletiva do planejamento, seguida da experimentação do primeiro jogo eleito: o “taco”. Ao jogarem taco, os alunos puderam explorar as possibilidades e as propriedades dos recursos didáticos – materiais, espaços, regras –, colocando-se, portanto, na condição de descobridores e de inventores de diferentes estratégias e situações vinculadas ao contexto sociopolítico desta manifestação cultural. Prêmio Victor Civita Educador Nota 10 - 2007: https://youtu.be/2xT-gfrMCLE Ex pl or O professor, ao problematizar o jogo, bem como os diferentes papeis assumidos pelos alunos durante as experimentações, buscou encaminhar o aprendizado para um nível racional de entendimento das contradições e dos conflitos inerentes à realidade. Além disso, no relato de experiência em questão, o professor propôs a explicação e o resgate de regras do taco e os seus desdobramentos, além do críquete, do beisebol e do softbol. No currículo crítico sugerido por Kunz (1994), é o levantamento das dificuldades verificadas nas ações que permite ao professor ir apresentando subsídios que ampliem a visão dos conhecimentos já estudados. No caso, uma das estratégias de ensino utilizada para ampliação dos conteúdos do beisebol foi a visitação ao campo de treinamento de uma equipe de competição. O frescobol e o tênis de quadra foram outros temas estudados durante o projeto. As experimentações, as explicações e as reconstruções coletivas dos conteúdos promoveram condições para novas atribuições de significado a cada tema. Essas estratégias didáticas culminaram na avaliação – objetiva e subjetiva – sobre as possibilidades de “adaptação” destas manifestações esportivas no âmbito do espaço comunitário de cada aluno. Kunz (1994) defende o ensino crítico, pois é a partir dele que os alunos passam a compreender a estrutura autoritária dos processos institucionalizados na sociedade, os mesmos que formam falsas convicções, interesses e desejos. Assim, a tarefa da Educação Física crítica é promover condições para que as estruturas autoritárias sejam suspensas e o ensino encaminhado para uma emancipação, possibilitada pelo uso da linguagem, que tem papel importante no agir comunicativo. 17 UNIDADE Currículo, Educação Física Escolar e as Manifestações Esportivas Aceita a premissa difundida pelas teorias críticas de que os conhecimentos não são neutros, pois encontram-se embebidos pelas concepções da classe dominante, ratificamos o currículo como um território contestado, resultado de disputas ideológicas pelo poder de definir como são (ou deveriam ser) as coisas do mundo. As teorias pós-críticas não negam essas contribuições, mas oferecem novos recursos para explicar a realidade. Alertam que as relações de poder não decorrem exclusivamente do posicionamento que os grupos ocupam no sistema produtivo, pois, além da classe, outros marcadores sociais – etnia, gênero, religião, idade, etc. – influenciam o processo. Embasadas nas ideias do pós-estruturalismo, as teorias pós-críticas adotam o conceito de saber-poder de Michel Foucault e advogam que o poder não é algo que se toma, ou que se possa apropriar. Pós-estruturalismo: O pós-estruturalismo toma a linguagem como algo não fixo e, portanto, não mais centrado na presença e no valor de um significado correspondente de forma inquestionável. Nele, a linguagem passa a ser compreendida como movimento, em constante fluxo, sempre indefinida, sempre adiada e imersa em relações de poder. Ex pl or O poder está descentrado. Ele está esparramadoem qualquer relação que compõe e constitui a teia social. O poder refere-se às formas de regular a conduta dos outros. Onde há relação, existe disputa pela validação dos significados. Isso é poder. O poder está além das relações de classe, ele está nas relações entre todas as identidades – etnia, gênero, raça, sexualidade, idade, profissão, locais de moradia, habilidades motoras e perceptivas, estéticas corporais etc. [...] Nessa direção, entende-se que o poder sempre existirá. O que se discute são as formas de democratizá-lo. Diante disso, as teorias pós-críticas superam a ideia de emancipação das teorias críticas [...] (NUNES; RÚBIO, 2008, p. 71-2). Assim sendo, as teorias pós-críticas recomendam que se olhe com cautela para as metanarrativas, as noções de progresso, de autonomia, de emancipação e de libertação do sujeito, tão caras aos ideais da modernidade. A partir das teorias pós-críticas, tanto as práticas curriculares como os sujeitos passam a ser concebidos como resultantes da linguagem, dos textos, dos discursos, das relações de poder, da história e dos processos de subjetivação. Pode-se entender, portanto, que ser professor de Educação Física não é algo natural, uma essência. Vestir certas roupas, possuir certos corpos, realizar com eficiência certas práticas esportivas, defender certas ideias, são decorrências de processos discursivos que afirmam, por meio de relações de saber-poder, qual a identidade de professor de Educação Física é a “norma”. Do mesmo modo, a escola e o currículo, como práticas discursivas permeadas pelo saber-poder, afirmam qual conhecimento merece ser contemplado – o importante e o verdadeiro – e qual não precisa aparecer – o diferente e desnecessário (NUNES, 2006). 18 19 A Educação Física, por meio de seus procedimentos que visam à construção da identidade universal – o corpo perfeito, o gesto técnico esportivo, o topo dos estágios de desenvolvimento ou níveis desejáveis de saúde – consolida-se como prática discursiva que defi ne a identidade e estabelece a diferença. Assim sendo, não ter certos corpos, não praticar certos esportes de determinados modos, não realizar certas habilidades motoras, signifi ca ser a diferença, ou seja, o “Outro” cultural, estabelecido negativamente pela identidade hegemônica. Ex pl or Além disso, conforme apontam Nunes e Rúbio (2008), as teorias pós-críticas de currículo incorporam o multiculturalismo, visto que este movimento argumenta em favor da inclusão de todas as vozes, de todas as culturas no currículo. Ao abraçar todas as tradições culturais, por conseguinte, suas formas de ser, pensar, agir, jogar etc., o currículo pós-crítico abre espaço para a permeabilidade, o contato e o diálogo entre as culturas. Nele, não se discute ou atribui-se valoração. Logo, no currículo pós-crítico todas as manifestações da cultura são válidas. Neira e Nunes (2006) apresentaram uma proposta de Educação Física pautada na perspectiva pós-crítica – o “currículo cultural da Educação Física”. A partir dele, as manifestações esportivas podem ser compreendidas como artefatos culturais, formas de expressão e de comunicação que manifestam o patrimônio cultural de um grupo e permitem a interação com outros. Além disso, tem-se que estas manifestações são produzidas em meio às relações de poder de diferentes matizes e socializam modos de entender o mundo, os sentidos e os significados. Nesta perspectiva de currículo, o corpo é visto como um suporte textual e a gestualidade como uma linguagem com a qual os diferentes grupos culturais expressam suas representações e construções (NEIRA, NEIRA; NUNES, 2009a). Buscando corresponder às demandas da contemporaneidade, bem como, valorizar e reconhecer as diferenças, superando processos discriminatórios, de opressão e de injustiça social, o currículo cultural da Educação Física prestigia, desde seu planejamento, procedimentos democráticos para a decisão dos temas que serão estudados e das atividades de ensino. Além disso, valoriza a reflexão crítica sobre as práticas sociais da cultura esportiva do universo vivencial dos alunos para, em seguida, aprofundá-las e ampliá-las mediante o diálogo com outras vozes e manifestações da cultura corporal (NEIRA, 2011). Para este mesmo autor: No currículo cultural, a experiência escolar é um terreno aberto ao debate, ao encontro de culturas e à confluência da diversidade de práticas corporais dos variados grupos sociais. É um campo de disseminação de sentidos, de polissemia, de produção de identidades voltadas para a análise, interpretação, questionamento e diálogo entre e a partir das culturas (NEIRA, 2011, p. 47). Hall (2003) define que o multicultu- ralismo é resultante da contestação dos grupos dominados em relação ao modo como eles são represen- tados pelos grupos dominantes. O multiculturalismo é uma reivin- dicação, é uma luta pelo poder de definir quem eles são. 19 UNIDADE Currículo, Educação Física Escolar e as Manifestações Esportivas A título de exemplo de uma manifestação esportiva organizada sob a perspectiva do currículo cultural da Educação Física, pedimos que acesse o link https://goo.gl/qM1NEA e leia, na íntegra, o relato de experiência intitulado “Conhecendo o futebol”. Ex pl or Ainda que de forma preliminar (uma vez que os princípios e os procedimentos didáticos do currículo cultural serão aprofundados nas unidades subsequentes), procure perceber como a professora Jacqueline Martins foi constituindo a tematização do futebol, mais especificamente, no que se refere à seleção dos objetivos, conteúdos, atividades de ensino e avaliação. Após a leitura do relato, você deve ter notado que a ação pedagógica da professora Jacqueline Martins buscou, a todo instante, promover um entrecruzamento cultural e, consequentemente, a superação dos processos discriminatórios via problematização dos conteúdos estudados. Ou seja, durante um semestre, foram desenvolvidas situações didáticas por meio das quais os alunos puderam experimentar e refletir criticamente sobre a própria cultura corporal, o patrimônio disponível socialmente e a bagagem veiculada por outros grupos. Se o que se pretende é formar cidadão para uma sociedade menos desigual, como não debater as questões de gênero presentes na trajetória do futebol? Para Garcia (2001), ao situar no currículo os conhecimentos que os alunos trazem quando entram na escola e submetê-los à crítica enquanto elemento constitutivo da prática pedagógica, o professor os reconhece como sujeitos que possuem saberes legítimos, sujeitos capazes – capacidade revelada e reconhecida no já sabido, e capacidade potencial para se apropriar de novos conhecimentos que a escola pode e deve oferecer. Com isso, tem-se não só a valorização identitária, como também a ampliação cultural e o reconhecimento das diferenças. Somente o diálogo cultural contribuirá para a construção do autoconceito positivo e do respeito ao outro, elementos indispensáveis a uma relação democrática. Afinal, se concebemos como função social da escola empoderar os alunos e as alunas para que possam ler e escrever a realidade que os cerca, ao ensino das manifestações esportivas caberá possibilitar a leitura e a escrita de uma parcela deste mundo, a cultura corporal, “estabelecendo relações entre os estudantes e cultura corporal, e entre a cultura corporal e a cultura mais ampla, tencionando sua compreensão e atuação transformadora” (NEIRA; NUNES, 2009b, p. 18). 20 21 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Currículo Parte 3 https://youtu.be/MWgnaDJU-Kk Significados do Esporte - Marcos Neira https://youtu.be/kshbtPBlI3Q Educação Física Cultural - Marcos Neira https://youtu.be/gnoxQc1Mua4 Educação Física e o Esporte Escolar - II SPPEL https://youtu.be/bPC0QbLnxD021 UNIDADE Currículo, Educação Física Escolar e as Manifestações Esportivas Referências BRACHT, V. A criança que pratica esportes respeita as regras do jogo... capitalista. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 7, n. 2, p. 62-8, 1986. GARCIA, R. L. Currículo emancipatório e multiculturalismo: reflexões de viagem. In: SILVA, T. T.; MOREIRA, A. F. B. (Orgs.). Territórios contestados. Rio de Janeiro: Vozes, 2001. p. 114-143. HALL, S. A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções de nosso tempo. Educação e Realidade. Porto Alegre, v. 22, n. 2, p. 15-46, 1997. ________. Da diáspora: identidade e mediações culturais. Belo Horizonte: UFMG; Brasília: Representação da UNESCO no Brasil, 2003. KUNZ, E. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí, RS: Ed. Unijuí, 1994. NEIRA, M. G. Educação Física. São Paulo: Blucher, 2011a (Coleção: A reflexão e a prática do ensino; v.8). NEIRA, M. G.; NUNES, M. L. F. Pedagogia da cultura corporal: crítica e alternativas. São Paulo: Phorte, 2006. ________. Educação Física, currículo e cultura. São Paulo: Phorte, 2009a. ________. (Orgs.). Praticando estudos culturais na Educação Física. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2009b. NUNES, M.L.F. Educação Física e esporte escolar: poder, identidade e diferença. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Educação da USP. São Paulo, 2006. NUNES, M. L. F.; RUBIO, K. O(s) currículo(s) da Educação Física e a constituição da identidade de seus sujeitos. Currículo sem Fronteiras, v. 8, n. 2, p. 55-77, jul.-dez. 2008. SILVA, T. T. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2011. SOARES, C. L.; CASTELLANI FILHO, L. C.; BRACHT, V.; ESCOBAR, M. O; VARJAL, E.; TAFFAREL, C. N. Z. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. 22
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