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A raça primogênita e a conquista da América: História e memória entre as índias Pocahontas, Malinche e Iracema. 1. Tema: Imaginário em torno de personagens que se consagraram símbolos na formação de determinado povo por meio das narrativas históricas ou literárias; 2. Publico alvo: Alunos do segundo ano do ensino médio; 3. Tempo: Cinco aulas de 50 minutos (250 minutos); 4. Objetivo: Formalizar pensamento sobre os processos de colonização na América por meio de países como EUA, México e Brasil (Ceará). Dentro desta preocupação, instruir os alunos sobre as tipologias de colônias (Exploração e Povoamento) e atentar para a participação dos povos nativos dos respectivos espaços na conquista dos territórios pelos europeus. 5. Ementa: Processos de colonização por povos europeus, principalmente, da Inglaterra, Espanha e Portugal/ Participação dos nativos na colonização dos respectivos territórios, seja por meio da resistência ou de negociações/ História comparativa entre os processos de colonização (aproximações e distanciamentos) / discursos de dominação colonial/ Trocas culturais entre povos desconhecidos. 6. Justificativa: Os alunos do citado período no início do ano letivo pensam o “mundo moderno” a cerca da formação dos Estados Nacionais, da Reforma e Contrarreforma da Igreja Católica e da Expansão Marítima. Nesse sentido a colonização da América se torna um importante vetor de desenvolvimento dos países europeus, portanto indicando a importância desse processo histórico para os alunos que desenvolvem análises sobre as trocas culturais entre os povos nativos americanos e europeus. A literatura como fonte nos traz o elemento da narrativa histórica, no qual demonstra as interpretações sobre determinado fato e intensifica a participação de determinados sujeitos na fomentação cultural do “povo” contemplado. Ao escolher a literatura como principal material didático acreditamos na formação do aluno nos aspectos da representação identitária e entender seu passado por meio das trocas culturais ocorridas no território americano nos séculos do descobrimento e da conquista. 7. Metodologia: Tendo em vista que a turma já discutiu sobre a formação dos Estados Modernos, sobre a Reforma e Contrarreforma da Igreja Católica e a Expansão Marítima Europeia, no início da aula será feita uma revisão sobre esses assuntos para perceber como influenciaram no “descobrimento” da América e culminou nas formas de colonização. O recurso será usado nos primeiros 30 minutos de aula. No momento posterior será exibido o filme Pocahontas dos estúdios Disney de 1995. O objetivo de passar o citado filme é, primeiramente, usar uma linguagem próxima dos alunos, já que tal filme se insere em uma linha voltada para o público infanto-juvenil. Segundo para construir pensamento, junto aos alunos, sobre a importância da índia Pocahontas na construção da identidade étnica do povo norte-americano. O filme possui 80 minutos de duração, será exibido na integra e com a revisão inicial os alunos poderão ter uma visão macro da conjuntura europeia no período da colonização e como se fincou as estruturas coloniais na América Inglesa. Como não terá a possibilidade de discutir o filme, no próximo encontro será relembrado à história e os elementos importantes para o desenvolvimento das já citadas problemáticas. Visto que o filme é um documento construído fora do tempo em que contempla, será preocupação do professor salientar as construções históricas sobre os povos nativos americanos, a visão do presente (quando o filme é produzido) e dos tempos da colonização. Antes de dar início, efetivamente, a terceira aula o professor deve levantar problemáticas sobre o filme exibido na aula anterior, relembrando a história e completando-a, uma vez que na história real Pocahontas chega a Londres para negociar com o rei Jaime I e por lá permanece, absorvendo os costumes da sociedade inglesa do período. Nas ultimas aulas do processo pedagógico será abordado, principalmente, as histórias das índias Malinche e Iracema. Nesse momento os conceitos e temáticas usadas nas aulas passadas serão retomados para conceder uma relação direta, observando as igualdades e diferenças, entre as índias e suas respectivas nações. Perguntar-se sobre os conflitos do registro também é um caminho viável no presente plano de aula, pois o filme apresentado (Pocahontas) se insere em um momento de efemérides, em meados dos anos 90, quando as discussões do contato entre o índio e o europeu estão em evidencia pelo centenário de “descobrimento” da América. As outras índias também estão em sintonia com esse conflito pela memória do passado indígena do continente. Enquanto a índia Malinche se consagra como símbolo de resistência e negociação, a índia Iracema (anagrama de América) se consagra como a “lenda” de formação do Ceará e como a matriarca das Américas. 8. Avaliação: Como avaliação será proposto uma atividade que favoreça o contato entre os alunos. Serão colocados quatro quadros na lousa com as seguintes categorias: “Pocahontas”, “Malinche”, “Iracema” e “Três índias”. Nesses quadros os alunos colocarão termos que envolvam as respectivas índias, por exemplo: Pocahontas: Índia que participou do processo de colonização do estado da Virginia (EUA); Malinche: Aprendeu a língua dos dominadores como forma de negociação; Iracema: Símbolo do Ceara por se consagrar como matriarca dessa terra; Três índias: Se tornou símbolo do conflito entre colonizadores e nativos; 9. Fonte: Filme: Pocahontas (Disney- 1995); Pocahontas: Viagem a um Mundo Novo (Disney- 1998); O novo Mundo (New Line Cinema- 2005); Hino de Fortaleza (Letra de Gustavo Barroso/ Musica de Antônio Gondim); Projeto de Lei nº 91/2011 (Iracema Como Ícone de Fortaleza- Guilherme Sampaio); Livro: ALENCAR, José de. Iracema. Fortaleza: Casa de José de Alencar Programa Editorial. 2001; 10. Bibliografia: ALBURQUERQUE JR., Durval Muniz de. História: A arte de inventar o passado. Bauru, SP: EDUSC. 2007; ALENCAR, José de. Antiguidade da América e a Raça Primogênita. Fortaleza: Edições UFC. 2010; BARBOSA, Ivone Cordeiro. Entre a barbárie e a civilização: O lugar do sertão na literatura. In: SOUZA, Simone de. Uma nova história do Ceará. Fortaleza. Edições Demócrito Rocha. 2007- 4° edição; HARTOG, François. O Espelho de Heródoto: ensaio sobre a representação do outro. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999; HOBSBAWN, Eric. Introdução: A invenção das Tradições. In: HOBSBAWN. Eric/ RANGER, Terence (Org.). A invenção das Tradições. São Paulo: Paz e terra. 2° Edição: 1997; ORTIZ, Renato. Românticos e Folcloristas. São Paulo: Olho d’água. 1992; PUNTONI, Pedro. A Guerra dos Bárbaros: Povos indígenas e a colonização do Sertão Nordeste do Brasil (1650-1720). São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo. 2002; RAMOS, Francisco Régis Lopes. O Fato e a Fábula: O Ceará na escrita da história. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora. 2012; TODOROV, Tzvetan. A Conquista da América: a questão do outro. Tradução de Beatriz Perrone Moisés. São Paulo: Martins Fontes, 1993;
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