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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR PROFESSOR (A): COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 1 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 SUMÁRIO 1. A AÇÃO SUPERVISORA ............................................................................. 01 1.1. Elementos conceituais ............................................................................... 01 1.2. Habilidades do supervisor .......................................................................... 04 1.3. O processo da supervisão ......................................................................... 08 1.3.1. Planejar ................................................................................................... 08 1.3.2. Organizar ................................................................................................ 09 1.3.3. Orientar ................................................................................................... 10 1.3.4. Controlar ................................................................................................. 11 1.3.5. Avaliar ..................................................................................................... 12 1.4. O atendimento aos professores ................................................................. 13 2. FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO .............................................................. 17 2.1. Sociológicos ............................................................................................... 17 2.2. Psicológicos ............................................................................................... 18 2.3. Filosóficos .................................................................................................. 19 2.4. Biológicos .................................................................................................. 19 3. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ......................................................... 22 4. O TRABALHO COM PROJETOS ................................................................ 26 5. CURRICULO E AVALIAÇÃO ....................................................................... 30 6. REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS ...................................... 35 INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 2 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 1 AÇÃO SUPERVISORA Quando pensamos a escola como espaço e tempo de aprendizagem quase que automaticamente pensamos em formação humana e, por conseguinte, pensamos no supervisor educacional, definido por Foulquié (1971 apud Rangel, 1997) como aquele que vela sobre alguma coisa ou alguém a fim de assegurar a regularidade do seu funcionamento ou do seu comportamento. Pois bem, nosso foco nesta apostila volta-se para a atuação do supervisor educacional, supervisor escolar ou ainda (como em algumas regiões do país, especialmente São Paulo) coordenador pedagógico, que compõem a gestão integradora no ambiente escolar. Rangel (1997) ao expor o supervisor como um especialista em educação, principalmente na América Latina, pondera que é preciso refletir sobre questões um tanto complexas que vão da observação dos elementos conceituais que perpassam a profissão, passando pela questão do currículo como objeto de trabalho da supervisão até a tomada de consciência da necessidade de superar dependências políticas e se emancipar para ter condições de oferecer qualidade enquanto educador. Seguindo sua linha de pensamento, vamos também ponderar sobre os elementos que definem a ação supervisora, os fundamentos da educação e os vários conhecimentos e habilidades que devem ser desenvolvidos pelo especialista em questão. 1.1 Elementos Conceituais O conceito de supervisão incorpora elementos da função e do trabalho do supervisor além de educador, o que nos faz vê-lo como um profissional comprometido com as implicações sociopolíticas da educação. Entendendo supervisão como “visão sobre”, observamos a importância de sua percepção ampla, de cima, dos aspectos e dos componentes das atividades que supervisiona. E em se tratando das atividades escolares sua visão alcança os fatores inerentes às relações entre alunos, professores, conteúdos, métodos e contexto de ensino, ou seja, realmente é uma função ampla. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 3 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 É na escola que ocorrem as relações, não só dos atores mais diretamente ligados à ação educativa (alunos e professores), mas também as relações especificamente ligadas ao ensino e à administração, ao técnico e ao político, à sala de aula, ao sistema educacional, ao Estado e à sociedade. É na escola que todas essas questões ganham concretude; onde o micro e macro se integram, interagem, dando cor e forma a valores, ideais, interesses e necessidades de diferentes grupos. É também na escola que as pressões vindas das diferentes categorias de profissionais ligados à educação, na luta por melhores condições de trabalho, bem como de famílias, entidades e grupos sociais que defendem os interesses dos alunos, fazem-se sentir com mais vigor e energia (FERNANDES, 1997). Segundo Rangel (2008) nos anos 1960 e 1970, concebia-se a supervisão como especialidade pedagógica à qual se incumbia garantir a efetividade – eficiência dos meios e eficácia dos resultados – do trabalho didático-pedagógico da e na escola. Assim, sonhava-se com uma supervisão que acompanha, controla, avalia e direciona as atividades na escola, evitando desvios na direção do seu sucesso e desse pensamento as habilidades do supervisor acabavam se definindo e realçando como aquele sujeito capaz de pensar e agir, com inteligência, equilíbrio, autoridade, dominando conhecimentos técnicos e de relações humanas. É uma valorização do “super” que deve ser ponderado, principalmente porque essa visão tecnicista onde o especialista usa a técnica sem contexto, acaba enfraquecendo a escola no seu interior e na relação com seu entorno e com sua conjuntura, desviando seus objetivos para interesses políticos econômicos. Voltando ao nosso foco inicial – algumas conceituações pertinentes à supervisão educacional e ainda tomando os pensamentos de Mary Rangel, ela observa que supervisão escolar supõe a supervisão da escola nos serviços administrativos, de fundamentação geral, como também os pedagógicos. Nesse sentido, observam-se ações semelhantes às de direção (gestoras), ficando, portanto, pouco identificada a especificidade da função com referência ao ensino (RANGEL, 2008, p. 76). Orientação pedagógica designa, parcialmente, uma das atividades supervisoras. A orientação que se faz pelo estudo (do supervisor, dos docentes, dos setores especializados) propicia a reflexão teórica sobre a prática e as trocas de experiências, a observação e análise de problemas e soluções comuns, INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 4 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 acompanhamento, leitura e debate de estudos e pesquisas sobre a prática pedagógica: a orientação e procedimento natural, consequência ao “olhar sobre”, com atenção a perceber e estimular o aproveitamento dos elos articuladores das atividades pedagógicas. Coordenação é, também, designativo que se atribui a uma das condutas supervisoras. “Co-ordenar” é organizar em comum, é prever e prover momentos deintegração do trabalho entre as diversas disciplinas, numa mesma série, e na mesma disciplina, em todas as séries, aplicando-se a diferentes atividades, a exemplo da avaliação e elaboração de programas, de planos de curso, da seleção de livros didáticos, da identificação de problemas que se manifestam no cotidiano do trabalho, solicitando estudo e definição de critérios que fundamentem soluções. Coordenação de turno refere-se à organização em comum das atividades de cada turno escolar, englobando, portanto, não só as de caráter pedagógico, como as de caráter administrativo. Logo, a “coordenação de turno” é designativo que extrapola a especificidade da supervisão pedagógica, que tem no ensino- aprendizagem o seu objeto. Coordenação de área ou disciplina é função que se realiza em várias escolas, no interesse das articulações possíveis, do aproveitamento dos elos integradores de conteúdos e métodos de ensino no âmbito de determinada disciplina ou área de estudo. Pelo seu alcance, essa função pode ser coexistente, mas não substitutiva da supervisão pedagógica. Supervisão pedagógica refere-se à abrangência da função, cujo “olhar sobre” o pedagógico oferece condições de coordenação e orientação. A coordenação implica criar e estimular oportunidade de organização comum e de integração do trabalho em todas as suas etapas. A orientação implica criar e estimular oportunidades de estudos coletivos, para análise da prática em suas questões e em seus fundamentos teóricos, em seus problemas e possíveis soluções, que se “trocam” e se aproximam nos relatos de experiências. O qualificativo pedagógico tem, como significante, o estudo da prática educativa, o que reforça o estudo como núcleo da orientação supervisora. Quando se incorpora à supervisão pedagógica a integração do trabalho em todas as suas etapas, assim como a transformação da prática em práxis, por meio INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 5 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 do estudo fundamentado, é importante, então, clarificar o objeto da ação supervisora (RANGEL, 2008). 1.2 Habilidades do supervisor Antes de tudo o supervisor deve ser uma pessoa educada, objetiva e agradável, uma vez que lida com as mais diversas pessoas (alunos, professores, direção, família e comunidade). Segundo, uma pessoa aberta ao mundo, que busque expandir-se culturalmente e que incorpore conhecimentos e experiências variadas as quais só irão acrescentar em sua bagagem. Essa expansão cultural permite-lhe valorizar os grupos informais, leva-o a participar, cooperar, promover trocas com todos os atores do cenário educacional, ao mesmo tempo em que favorece sua liderança afrouxando as tensões normais de uma organização formal, evitando ou resolvendo conflitos mais sérios de uma maneira mais suave. É de bom tom que o supervisor desenvolva algumas habilidades que podem ser divididas em humanas, conceituais e técnicas. A saber: Humanas Conceituais Técnicas Ser simpático Saber entrevistar Ser um observador Saber conduzir discussões Refletir sobre sentimentos dos demais membros da escola Participar de discussões Saber desempenhar vários papéis Visualisar Analisar Diagnosticar Sintetizar Criticar Perguntar Computar Fala Escrever Ouvir Grifar Anotar Esquematizar Desempenhar papéis Computar Presidir uma reunião. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 6 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 O caminho da ação supervisora nesse início de século XXI nos leva a praticamente abandonar o conceito tradicional de supervisor focando o gestor pedagógico. Willes e Bondi (2000 apud Rodrigues, 2008) levantam oito competências importantes para o gestor pedagógico, as quais são: 1. Gestores como formadores de pessoas: nessa competência os autores levantam o fato das escolas trabalharem em prol da formação de crianças e jovens, cada qual com sua individualidade e com valores sociais próprios, adquiridos junto às famílias. Portanto, ao conduzir o processo pedagógico, o gestor não pode perder de vista essa particularidade do grupo de discentes e, então, conduzir as interferências necessárias à formação de cidadãos socialmente responsáveis. Nessa perspectiva, é importante ressaltarmos também a articulação que o gestor pedagógico deve fazer junto às famílias, pois a formação de um cidadão está intrinsecamente relacionada com as interferências familiares. 2. Gestores como formadores de currículos: essa competência analisa a capacidade que o gestor precisa ter para atuar junto aos professores no desenvolvimento do currículo real. Ele é o profissional que está mais próximo ao professor, sendo, portanto, quem possui condições de avaliar e refletir sobre o currículo que o docente está levando para a sala de aula. 3. Seres especialistas de instrução: aqui, os autores analisam a competência do gestor em instruir os professores. Geralmente os gestores foram bons professores, portanto, possuem uma vasta experiência na condução de processos de aprendizagem, podendo ser bons coordenadores do grupo de docentes, na construção de conhecimentos. Como o gestor é também um articulador e possui a visão da escola como um todo, ele é um facilitador da troca de experiências entre os demais professores, contribuindo, assim, para melhorar os processos de ensino-aprendizagem. 4. Gestores como trabalhadores de relações humanas: esses profissionais comunicam com o corpo docente e com o corpo administrativo, articulam ações entre os professores e estabelecem contato com toda a comunidade educativa: professores, diretoria, alunos, pais. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 7 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 5. Formador de professor é uma competência que contempla a dimensão da formação contínua do professor e vislumbra o gestor, como um sujeito responsável pela condução desse processo. A condução dos processos de formação contínua é uma competência de grande importância no contexto atual, pois hoje, sabemos que a formação não se completa com a conclusão do curso de graduação, mas apenas inicia-se (CARLOS MARCELO, 2001 apud RODRIGUES, 2008). Portanto, é necessário que a escola tenha um projeto de formação permanente dos docentes, sendo o gestor pedagógico o responsável por esse projeto, pois, como é o profissional que está próximo dos professores e dos alunos, é quem melhor consegue visualizar as necessidades daquela comunidade educativa. Ainda, segundo Nóvoa (2002), falar de formação contínua de professores é falar de criação de redes de auto-formação participada, levando os professores a assumirem a sua construção profissional, como um processo interativo e dinâmico. Desse modo, cabe ao gestor pedagógico ser um motivador e facilitador da efetivação desse projeto. 6. Supervisores como administradores: o supervisor deve ser capaz de administrar assistentes e secretários, de gerenciar informações e estabelecer a manutenção efetiva de registros; devem ser habilidosos no uso de influência administrativa; trabalharem efetivamente com outros administradores; devem, portanto, pensar como administradores. 7. Gerentes de mudança: o gestor pedagógico deve ser capaz de analisar resultados e fazer ajustes no sistema, tendo uma percepção do todo e conduzindo a interação deste todo,efetivando as mudanças necessárias. 8. Gestores como avaliadores: o gestor pedagógico assume um papel de constante avaliador, avaliando o desempenho de professores, resultados de programas, textos e materiais, resultados de avaliação. Além de avaliar, esse profissional deve utilizar os dados obtidos para o aprimoramento do processo educativo, trabalhando, assim, com o conceito de avaliação institucional. É possível concluirmos que a pedagogia educacional é uma função desenvolvida em momentos distintos, por processos que se sucedem e se complementam. No desenvolvimento desses processos, o gestor pedagógico presta ajuda técnica e humana ao professor e coordena os processos educativos e INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 8 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 administrativos. Essa participação do gestor pedagógico, em todos os momentos da realização do processo educacional, oportuniza a unidade e a integração da ação pedagógica. Dessa forma, sendo o gestor pedagógico um especialista qualificado, ao acompanhar o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem e o desempenho dos professores, ele deverá ser responsável em capacitar o corpo docente e ser um elemento de integração de todos os segmentos da escola. É o profissional responsável pelo desenvolvimento das atividades educacionais, tendo em vista a unidade das ações pedagógicas, o melhor desempenho dos docentes e o aprimoramento permanente do pessoal envolvido na situação ensino-aprendizagem e na relação da escola com as famílias (RODRIGUES, 2008). 1.3 O processo da Supervisão Como em todo processo de gestão, a supervisão também conta com os processos de planejamento, organização, orientação, controle e a avaliação, como veremos: 1.3.1 Planejar Segundo Chiavenato (2000) a tarefa básica da Administração é a de fazer as coisas por meio de pessoas de maneira eficiente e eficaz. Assim podemos entender que planejar é a arte de elaborar o plano de um processo de mudança. Compreende um conjunto de conhecimentos práticos e teóricos ordenados de modo a possibilitar interagir com a realidade, programar as estratégias e ações necessárias, e tudo o mais que seja delas decorrente, no sentido de tornar possível alcançar os objetivos e metas desejados e nele preestabelecidos. O processo do planejamento em qualquer área comporta quatro grandes etapas: 1. Reflexão e decisão em torno das ações a realizar. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 9 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 2. Montagem do plano como relatório às decisões tomadas e respectivas justificativas. 3. Acompanhante da ação para controlar a execução das ações definidas e reunir dados para sua revisão. 4. Revisão e critica da ação realizada e seus resultados. Focando a Supervisão escolar, podemos exemplificar com os tipos de planejamento que retratam a estrutura da unidade Escolar: de Setores, de Professores (plano de curso, de unidade, aula, recuperação de estudos), Planejamento Curricular, Plano Pedagógico da Escola. Quanto ao planejamento específico das atividades de Supervisão torna-se necessária a programação de todas as ações a serem desenvolvidas estabelecendo prioridades em função do processo dinâmico de funcionamento da Escola. 1.3.2 Organizar Organizar é o segundo passo do processo de Administrar e consiste em procurar a melhor forma para executar o que foi planejado. Para Stoner (1999) organizar é o processo de arrumar e alocar o trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os objetivos da mesma. Segundo Chiavenato (2000, p. 202) organizar consiste em “determinar as atividades específicas necessárias ao alcance dos objetivos planejados. Agrupar as atividades em uma estrutura lógica (departamentalização). Designar as atividades às específicas posições e pessoas (cargos e tarefas)”. Por isso, o processo de organizar exige racionalização do trabalho objetivando minimizar desperdícios e otimizar a produtividade para alcançar ótimos resultados. Organizar significa buscar a melhor maneira para agir. Focando o nosso especialista, na sala de supervisão pode ser afixado um quadro geral de controle das atividades contendo um cronograma das atividades, o INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 10 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 calendário com as datas chaves assinaladas segundo convenções e um controle de atividades programadas. Em relação aos docentes, um arquivo e fichas para cada professor, contendo dados de caracterização profissional. Pode também anotar observações sobre o desempenho do professor nas suas atividades pontuando assiduidade e pontualidade; cooperação; criatividade; iniciativa e auto aperfeiçoamento. Um arquivo de documentos diversos, por exemplo: abrir pastas para colecionar documentos de interesse do serviço de supervisão pedagógica, o currículo e programas, os planos de curso, normas de serviço; projetos, atas de reuniões da supervisão (com professores, direção e pais de alunos). Um arquivo de desempenho das turmas se torna interessante, onde pode registrar a vida escolar dos alunos. Um fichário contendo o desempenho de cada turma do ponto de vista do treinamento escolar em gráficos é também muito válido para acompanhar o desenvolvimento das turmas. Uma pequena biblioteca com referências básicas sobre Pedagogia, Psicologia, Didática, Sociologia, Dicionários, revistas de atualização educacional, publicações oficiais, etc. acaba por chamar a atenção e o interesse dos professores. Por fim, um horário das atividades do supervisor, especificando o tempo disponível para atendimento ao público, aos professores e aos alunos organiza o seu tempo e de todos que o procuram. A organização da Supervisão Escolar deve estar alicerçada no Regimento Escolar através da definição de atribuições e limites de autoridade, normas e procedimentos para sua atuação, visando o aperfeiçoamento docente e do processo ensino-aprendizagem, a organização da Escola. Existem três princípios básicos ligados a organização e que a Supervisão deve observar: 1. Situação de aprendizagem dos alunos que pode ser aperfeiçoada pela organização adequada do pessoal administrativo, ligado ao Serviço de Coordenação do processo educativo; 2. Organização da supervisão pedagógica baseada na aceitação geral de uma filosofia de educação para o sistema escolar; INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 11 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 3. Organização escolar continuamente avaliada e revista a luz da avaliação. 1.3.3 Orientar Enquanto um especialista podemos dizer que a orientação nada mais é do que direcionar o trabalho dos professores, dar um norte ao educador, por exemplo, no momento de redigir um projeto, um plano de aula. Muitas vezes o próprio professor busca orientação junto ao supervisor, em outras situações, este precisa estar atento, ter sensibilidade e perceber o momento que precisa intervir e oferecer orientação. 1.3.4 Controlar Liderar ou controlar é a função mais difícil de se definir, devido sua complexidade e variedade de conceitos. Esse trabalho não pretende fazer uma grande discussão sobre aos diferentes estilos de liderança e suas influências. Em poucas palavras, liderar é usar das habilidadestécnicas, conceituais e principalmente humanas, para se construir junto às pessoas o resultado esperado. Para Stoner (1999) liderar significa dirigir, influenciar e motivar os empregados a realizar tarefas essenciais. Esse controle se traduz no acompanhamento que poderá ser feito através de assistência às aulas; atenção ao sistema de verificação da aprendizagem; articulação com o Serviço de Orientação Educacional (SOE) para estabelecer processos de recuperação de estudantes; ouvir os pais de alunos, tanto para receber como para oferecer sugestões; manter outras formas de contato com a comunidade; reunir-se com os professores para dar-lhes direção em processos pedagógicos, fazendo demonstrações, palestras, conferências; analisar seus problemas dando-lhes assistência. Para Przybylski (1988) o processo de supervisão escolar exigirá por sua posição chave na organização a responsabilidade com supervisores e supervisionados, formando equipes e fazendo parte de equipes. A função não lhe permitirá agir como indivíduo, mas como parte, como membro de uma organização. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 12 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 “No seu trabalho ele deve ser um intérprete da política administrativa do sistema ou da escola, pois via de regra, é através dele que os diretores (no caso de supervisores de sistema) e/ou professores tomam conhecimentos gerais da política de trabalho a ser seguida” (PRZYBYLSKI, 1988, p. 43). Entretanto, a Supervisão representa, também, uma função educativa em sua ação. Como tal, seguindo a afirmação de Saviani (1981 apud Nogueira,1989, p. 29) ela tem a característica técnico política de instrumentalizar o povo para determinados fins de participação social. Dependendo da perspectiva de quem educa, tal instrumentalização leva a uma participação que pode ou não estar de acordo com os interesses do povo. 1.3.5 Avaliar A avaliação é essencial à educação e ao processo de Supervisão Escolar. Ela deve ser realizada para diagnóstico de necessidades, implantação e implementação do planejamento e como ação final para retroalimentação. Portanto, o conceito de avaliação abrange os participantes (corpo discente, corpo docente, supervisão, orientação educacional, administração escolar, equipe regional ou central de supervisão) os processos, instrumentos, objetivos, metodologia, técnicas e recursos, inclusive o sistema de avaliação indicados no planejamento. A avaliação serve como um princípio de orientação para a seleção das técnicas de supervisão, relaciona medidas dos objetivos de instrumentalização, facilita a avaliação e o aperfeiçoamento dos instrumentos de medidas, aprecia o “status” e as mudanças de comportamento do aluno, mede o valor dos instrumentos e materiais utilizados, aprecia a competência do professor, apura o desempenho da Supervisão Pedagógica, auxilia na seleção dos objetivos, serve como meio de aperfeiçoamento do aluno/professor, expande o conceito de valor dos objetivos, serve como meio de aperfeiçoar as relações escola/comunidade, facilita o processo de planejamento. 1.4 O atendimento aos professores INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 13 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Dentre as suas várias atribuições e contribuições no ambiente educacional, Rangel (2008) discorre sobre várias linhas de atuação, visando efetividade e qualidade no processo ensino aprendizagem. A supervisão dos programas: Os programas de cada disciplina são construções coletivas de professores. A sequência – ou seja, o curso da ampliação e aprofundamento de conceitos, de aplicações, de raciocínios – é também elemento de estudo e avaliação dos professores. Numa perspectiva de interdisciplinaridade, a construção coletiva dos programas requer do supervisor o incentivo e o planejamento de oportunidades nas quais se reúnam professores de diversas disciplinas de uma mesma série e de uma mesma disciplina em diversas séries. Os valores da “vida cidadã” e outros temas relevantes ao desenvolvimento sociocognitivo serão referências para a integração de conteúdos e para o seu tratamento interdisciplinar e contextualizado. É esse o sentido da “supervisão” dos programas, aos quais se associa a escolha de livros didáticos que serão adotados como apoio - mas não como limites - ao estudo dos alunos. Supervisão da escolha de livros didáticos: Escolher livros é escolher recursos de apoio ao processo de ensino- aprendizagem, é escolher conhecimento e valores (porque em todo conhecimento existem valores e intenções) que substanciam esse processo. É este o conceito que fundamenta a orientação supervisora das decisões coletivas dos professores sobre os livros a serem adotados. O trabalho do professor requer estudo, exatamente porque o conhecimento e os valores que lhe são aderentes constituem substância do que, para quê e como ensinar. Se, por um lado, há valores universais que transcendem o tempo - a fé, a fraternidade, a liberdade, a cooperação, o amor e outros que dignificam o ser humano e a vida -, por outro o conhecimento, na nossa “sociedade tecnológica”, avança, rapidamente, pelos caminhos da pesquisa. Nesse avanço, conceitos são INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 14 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 superados, questões perdem o sentido, fatos são revistos, enfim, configura-se um desafio a quem trabalha com esses elementos de currículo: a “espinha dorsal” do conteúdo escolar (RANGEL, 2008). No desafio que a evolução e reconstrução do conhecimento nos põem, algo novamente se destaca: a importância do estudo. É preciso que os professores leiam sobre suas disciplinas, façam assinaturas de revistas específicas, analisem, criticamente, os artigos e partilhem com os colegas. Ler não é apenas concordar ou repetir; sabe-se que pode haver bem mais nas entrelinhas do que nas linhas dos textos. Contudo, não se pode, hoje, trabalhar com conhecimento sem acompanhar a sua trajetória no curso das pesquisas e possíveis renovações conceituais. A leitura de artigos nos quais se discute o conhecimento da disciplina e seus avanços, mas também dos livros propostos pelas editoras é condição prévia, é pré- requisito ao professor, na sua competência profissional e, mais amplamente, na sua função educativa e, portanto, valorativa. Ler, acompanhar a evolução do conhecimento, selecionar livro, como tudo que se faz numa comunidade escolar, são atos coletivos. Desse modo, é coletivamente, com todos os colegas que trabalham com a mesma disciplina, em todas as séries, que se decide sobre os livros a serem adotados. Nas trocas entre os professores estabelece-se um fluxo de contribuições e aproximações. Estamos num coletivo, e isto significa que o acerto ou desacerto de cada um refletem no todo. É importante que a escola trate o momento da decisão sobre a escolha de livros com muito cuidado e atenção, de modo que isso se dê com a participação e critério de grupo, observando-se o estado do conhecimento, qualidade de valores, correção e atualidade de conceitos. A escola deve, portanto, planejar, organizar o momento em que as editoras ou mesmo os órgãos oficiais do sistema lhe oferecem livros, e os professores, em conjunto, os recebem para ler, trocar impressões, estudar e decidir (RANGEL, 2008). INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR15 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Reafirma-se que o livro não limita o conhecimento e o valor que serão objetos de estudo de alunos e professores. O livro é um dos meios didáticos para o trabalho por meio da leitura, da análise de conceitos e da realização de exercícios, que propiciam conteúdos e desenvolvimento de habilidades de raciocínio e maturação de atitudes e conceitos de vida. E esses princípios da orientação supervisora da escolha de livro aplicam-se também à supervisão do planejamento. Rangel (2008) ressalta claramente a importância de fazer assinaturas de revistas específicas, analisar, criticamente, os artigos e partilhar com os colegas. Supervisão do planejamento de ensino: Assim como o livro didático, o planejamento de ensino não limita, mas prevê as ações didáticas. Supervisionar o planejamento de ensino é orientar conceitos e critérios, procurando, mais uma vez, garantir oportunidades de sua construção coletiva. O planejamento de ensino - seja de curso, de unidade ou de aula - inclui os objetivos, o conteúdo, os procedimentos, a avaliação, a bibliografia. Afasta-se, mais uma vez, a crítica tecnicista, compreendendo- se os planos como roteiros refletidos coletivamente, de modo a organizar o trabalho, entendendo que o previsto nesta organização poderá ser alterado, de acordo com as circunstâncias da prática. O momento de planejar coletivamente é também o de pensar a contextualização e a interdisciplinaridade (RANGEL, 2008). O plano não é papel para “arquivo”, mas encaminhamento de ações conjuntamente refletidas. Reflexão-ação-reflexão continua sendo, portanto, referência para o processo de orientação e coordenação supervisoras, que se aplicam, também, aos métodos de ensino. A supervisão dos métodos de ensino: Métodos (individualizados ou em grupo) e técnicas de ensino são meios didáticos que encontram sentido e finalidade na aprendizagem. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 16 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 As teorias, os princípios pedagógicos, psicológicos, didáticos são conhecimentos cujo estado e evolução o supervisor acompanha e considera para efeito do seu avanço no sentido e no significado da práxis (RANGEL, 2008). No bojo do conhecimento metodológico encontram-se princípios, como os da relação entre forma, conteúdo e contexto, compreendendo-se que a recorrência a métodos e técnicas se faz de acordo com o conteúdo, os sujeitos e as circunstâncias e contexto de sua aplicação. O conteúdo, o sujeito e o contexto são também condicionantes da avaliação (RANGEL, 2008). INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 17 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 2 FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO Ao entendermos que a educação tem como objetivo adaptar a criança ao meio social do adulto, logicamente que ela, a educação e seus atores docentes devem levar em consideração a natureza do sujeito, sua constituição biológica, psicológica e social. Nesse sentido, a educação tem seus fundamentos na Sociologia, na Psicologia, na Biologia e na Filosofia e a supervisão encontra seus fundamentos nas ciências da educação e nas ciências sociais que explicam a criação e o desenvolvimento dos grupos organizados socialmente para realizar funções ou atividades consideradas desejáveis. 2.1 Sociológicos Hoje, a Sociologia da Educação tem sido embasada em duas correntes. A primeira delas vem de estudos de Althusser (1970), Bowle e Gintis (1976), Bourdieu e Passeron (1970), Bowles e Gintis (1976), que postulam que a produção e reprodução das classes reside na capacidade de manipulação e moldagem das consciências, na preparação de tipos diferenciados de subjetividade de acordo com as diferentes classes sociais. A escola participa na consolidação desta ordem social pela transmissão e incubação diferenciada de algumas ideias, valores, estilos de vida, enfim, os estudos centram-se nos mecanismos de reprodução social. A segunda corrente, mais moderna, chamada de Nova Sociologia da Educação envolve detalhes do funcionamento do currículo escolar e o papel da escola na estrutura das desigualdades sociais. Não há dúvidas como diz Pedro Demo (1987), que a escola faz parte, está no interior dos movimentos sociais, reproduz e tem a capacidade de modificá-los. Tanto por isso ela tem como papel preparar técnica e subjetivamente as diferentes classes sociais para ocuparem seus lugares na divisão social. Também não adiantar negar que essa divisão existe, e não é questão de vivermos no modelo capitalista. A história nos mostrou que mesmo no sistema socialista existe divisão de classes, mas essa não é questão de discussão no momento. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 18 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 A organização do currículo, de planejamentos de ensino ou de programas, podem ser alienante ou transformador, pois bem: o profissional da educação não só pode como deve refletir e promover as transformações necessárias para que o sujeito não seja alienado, nem se sinta aquém de suas potencialidades por pertencer a esta ou aquela classe social, ao contrário, entendendo a dinâmica da sociedade pode fazer emergir um ser humano integral e adaptado em qualquer tipo de sociedade no tempo e no espaço. 2.2 Psicológicos A Psicologia tem como objeto o comportamento humano e pode ser dividida em várias áreas: para entender como o indivíduo aprende, temos a Psicologia de Aprendizagem, ao indivíduo que se desenvolve corresponde a Psicologia do Desenvolvimento, ao individuo que se relaciona no grupo, a Psicologia Social, ao indivíduo que se constitui como individualidade, a Psicologia da Personalidade, e assim por diante. Dentre as subáreas de Psicologia, as que têm tido um papel destacado na Educação são: a Psicometria, a Psicologia da Aprendizagem e a Psicologia do Desenvolvimento. Qual a importância então de a Educação observar os fundamentos psicológicos? Como a aprendizagem é um processo pessoal, que ocorre no aluno, os profissionais precisam conhecer este aluno, no seu todo e nas partes e a maneira como este processo se desenvolve, pois não pode haver ensino eficiente se não houver dispêndio de tempo e esforço do educador e supervisor. Paín (1991) afirma que o sujeito só aprende quando alguém primeiro lhe olha, reconhece-o como sujeito desejante e depois se volta para o conhecimento. Assim, quando o professor dirigir o seu olhar para o conhecimento, o olhar de quem vai aprender também se volta para lá. Isso quer dizer que o primeiro passo para que alguém aprenda é que ele seja reconhecido por um outro, do ponto de vista da identidade pessoal e da possibilidade de interação cognitiva. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 19 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 2.3 Filosóficos Segundo Saviani (1980) a filosofia é uma reflexão radical, rigorosa e de conjunto sobre os problemas que a realidade apresenta. De maneira bem simples, Lara (2001) explica o porque da educação assentar suas bases também na filosofia: “porque educação é, afinal de contas, o próprio “tornar-se homem” de cada homem num mundo em crise”. Não há como educar fora do mundo. Nenhum educador, nenhuma instituição educacional pode colocar-se à margemdo mundo, encarapitando-se numa torre de marfim. A educação, de qualquer modo que a entendamos, sofrerá necessariamente o impacto dos problemas da realidade em que acontece, sob pena de não ser educação. Em função dos problemas existentes na realidade é que surgem os problemas educacionais, tanto mais complexos quanto mais incidem na educação todas as variáveis que determinam uma situação. Deste modo, a “Filosofia na educação” transforma-se em “Filosofia da Educação” enquanto reflexão rigorosa, radical e global ou de conjunto sobre os problemas educacionais. De fato, os problemas educacionais envolvem sempre os problemas da própria realidade. A Filosofia da Educação apenas não os considera em si mesmos, mas enquanto imbricados no contexto educativo (LARA, 2001). 2.4 Biológicos A biologia humana oferece conhecimentos sobre a fisiologia, citologia, anatomia do corpo humano, genética entre outras especialidades. Além disso ela estuda as transformações sofridas pelo corpo e também suas relações com o meio ambiente. Essas relações são complexas e dentro os vários estudos das áreas biológicas, os pesquisadores concluíram que não existe um ser humano igual ao outro. Essas diferenças decorrem dentro outros motivos pela nossa evolução genética, pelas interações com o meio que convivemos. Mas uma vez nos perguntamos, qual a importância da biologia para o profissional que trabalha com a educação? INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 20 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 A biologia voltada para a área educacional tem como objetivo, servir de base para o professor entender como se dá o desenvolvimento físico, motor e mental do educando, para fazer das diversas fases do desenvolvimento, aliadas para sua atuação (PACIEVITCH, 2007). Mas, não basta ao educador saber quais os fatores das diferenças individuais, cabe a ele procurar influir sobre tais fatores a fim de que, graças a essa providência, certos caracteres individuais desapareçam e outros se desenvolvam. Daí dizermos que a Biologia Educacional é o estudo dos fatores biológicos que determinam as diferenças e variações individuais na espécie humana, e dos meios com que o educador poderá atuar sobre eles (PACIEVITCH, 2007). Embora as diferenças individuais envolvam atributos do caráter e da personalidade, não se derivam diretamente de fatores orgânicos, eles têm raízes biológicas. A criança começa a vida como um ser orgânico. Torna-se depois um ser social. A altura, o peso, a conformação do corpo e a aparência geral contribuem para a personalidade de duas maneiras: 1º) elas impedem ou contribuem para o desenvolvimento de habilidades socialmente aprovadas; 2º) porque estes atributos físicos, em conformidade com os valores sociais de uma cultura ou divergindo deles têm importantes efeitos sobre o comportamento. O físico de um indivíduo influencia as relações das outras pessoas em relação a ele, isto, por sua vez determina os conceitos que o indivíduo faz de si mesmo, o que tem efeitos decisivos no seu próprio comportamento. Os estudos têm demonstrado sistematicamente que os indivíduos que têm tipos físicos socialmente aprovados, têm mais atividades socialmente aprovadas, menos problemas pessoais e melhor ajustamento social do que aqueles que estão mais distantes da forma física ideal (Dimock, 1937 apud PACIEVITCH, 2007). INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 21 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 3 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO O Projeto Político Pedagógico não poderia ficar de fora desta apostila, falaremos o básico, mas essencial. Acreditamos que já vivemos um tempo em que quase, senão todas as escolas, já construíram seu Primeiro Projeto Político Pedagógico (PPP). Acreditamos também que os gestores, orientadores, educadores, professores, supervisores, demais funcionários da escola já conheçam o PPP, portanto, aqui ficará nosso reforço de sua importância para que a democracia seja real e efetiva na escola, contando sempre com a participação de todos os segmentos, o que se traduz na discussão, reflexão, interferência e escrita a várias mãos. De acordo com Paroneto e Dalbério (2007) a escola é como um organismo vivo, então o projeto educativo é o de fazer da vida dos educandos um projetar-se para frente, para o desenvolvimento ou para um outro modo de ser. Nesse direcionamento, o projeto deve explicitar a cultura, os anseios, os sonhos e as utopias do grupo ou da comunidade. Se pensarmos na dimensão sistêmica, o projeto é direcionado, numa visão geral, para a sociedade como um todo. Ao pensá-lo institucionalmente, como é o caso do PPP, ele representa uma visão ampla, mas, da escola e ao pensá-lo didaticamente, estaremos direcionando especificamente para uma determinada área, disciplina ou conteúdos. Esse nível de projeto varia de abrangência desde um plano de curso até um plano restrito de aula. Qualquer que seja a dimensão não podemos deixar de ponderar quanto aos limites da nossa realidade e ao mesmo tempo ter consciência de suas potencialidades como elemento articulador da ação pedagógica (PARONETO E DALBÉRIO, 2007, p. 13). Na tentativa de uma síntese, pode-se dizer que a palavra projeto faz referência a ideia de frentes, um projetar, lançar para, a ação intencional e sistemática, onde estão presentes: a utopia concreta/confiança, a ruptura/continuidade e o instituinte/instituído. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 22 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Todo projeto supõe ruptura com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma estabilidade em função de promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores (VEIGA, 2001). Para André (2001, p. 188) o projeto pedagógico não é somente uma carta de intenções, nem apenas uma exigência de ordem administrativa, pois deve “expressar a reflexão e o trabalho realizado em conjunto por todos os profissionais da escola, no sentido de atender às diretrizes do sistema nacional de Educação, bem como às necessidades locais e específicas da clientela da escola”; ele é a concretização da identidade da escola e do oferecimento de garantias para um ensino de qualidade. Segundo Libâneo (2001, p. 125), o projeto pedagógico “deve ser compreendido como instrumento e processo de organização da escola”, tendo em conta as características do instituído e do instituinte. Segundo Vasconcellos (1995, p. 143), o projeto pedagógico é um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial, participativa. É uma metodologia de trabalho que possibilita resignificar a ação de todos os agentes da instituição. Para Veiga (2001, p. 11) a concepção de um projeto pedagógico deve apresentar características tais como: a) ser processo participativo de decisões; b) preocupar-se em instaurar uma forma de organização de trabalho pedagógico que desvele os conflitos e as contradições; c) explicitar princípios baseados na autonomia da escola, na solidariedade entre os agenteseducativos e no estímulo à participação de todos no projeto comum e coletivo; d) conter opções explícitas na direção de superar problemas no decorrer do trabalho educativo voltado para uma realidade especifica; INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 23 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 e) explicitar o compromisso com a formação do cidadão. A execução de um projeto pedagógico de qualidade deve, segundo a mesma autora: a) nascer da própria realidade, tendo como suporte a explicitação das causas dos problemas e das situações nas quais tais problemas aparecem; b) ser exequível e prever as condições necessárias ao desenvolvimento e à avaliação; c) ser uma ação articulada de todos os envolvidos com a realidade da escola, d) ser construído continuamente, pois como produto, é também processo. A construção do PPP baseado em um contrato pedagógico, no qual gestores e comunidade escolar tenham responsabilidades específicas e ao mesmo tempo compartilhadas, é uma alternativa. Marques (1992) confirma essa questão dizendo que um projeto político pedagógico consubstancia a escola em sua especificidade do conjunto das condições para a organização do coletivo da escola e da comunidade em relação de reciprocidade e como condução de ações sistemáticas de contínua reflexão sobre processos da educação e revisão permanente dos objetivos pretendidos, das práticas em desenvolvimento e da processual apreciação e avaliação da aprendizagem coletiva e individual. A LDB diz que entre as incumbências das escolas está a de “elaborar e executar sua proposta pedagógica”. E não somente os professores, bem como toda comunidade onde a escola está inserida, devem “participar” da elaboração dessa proposta. Um PPP construído coletivamente reflete a realidade, as ações e pretensões, resultando em um produto de construção da aprendizagem efetiva, operacionalizada diariamente, diante da diversidade social de cada escola ou sala de aula; só assim sua existência implicará mudanças na ação educativa. Trata-se, portanto, de um projeto de ação coletiva e não de elaboração hierarquizada para todos cumprirem; um projeto onde os atores do processo ao investigarem sua própria prática, produzem novos saberes, dão novo significado à prática. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 24 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 4 O TRABALHO COM PROJETOS O trabalho por projetos é uma modalidade interessante de organizar o trabalho pedagógico e que sempre apresenta resultados positivos e muitas vezes fantásticos. Quase todas as nossas ações são desencadeadas após uma analise de como, quando, onde elas acontecerão, além de ponderarmos também as possíveis consequências. Vários autores definem projeto com vocábulos diferentes, porém com mesmo significado e todos nós, em nossas rotinas, sempre estamos projetando o seu desenrolar. Projetamos o dia, a semana, o mês, o trabalho, os finais de semana, enfim, toda vez que pensamos em uma ação, estamos elaborando um projeto. Para Nery (2006) o projeto é um trabalho articulado em que as crianças usam de forma interativa as quatro atividades linguísticas básicas – falar/ouvir, escrever/ler – a partir de muitos e variados gêneros textuais, nas várias áreas do conhecimento, tendo em vista uma situação didática que pode ser mais significativa para elas. Num projeto, a responsabilidade e a autonomia dos alunos são essenciais, os alunos são co-responsáveis pelo trabalho e pelas escolhas ao longo do desenvolvimento do projeto. Em geral, fazendo em equipe, motivo pelo qual a cooperação está também quase sempre associada ao trabalho. Segundo Perrenoud (2000, p. 83), distingui-se projetos de dois tipos: 1. Os projetos que se organizam em torno de uma atividade pedagógica precisa, como, por exemplo, a montagem de um espetáculo em conjunto, a organização de uma jornada esportiva, a criação de oficinas abertas, a criação de um jornal; a cooperação é, então, o meio para realizar um empreendimento que ninguém tem a força ou a vontade de fazer sozinho; ela se encerra no momento em que o projeto é concluído; 2. Os projetos cujo desafio é a própria cooperação e que não têm prazos precisos, já que visam a instaurar uma forma de atividade profissional interativa que se assemelha mais a um modo de vida e de trabalho do que a um desvio para alcançar um objetivo preciso. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 25 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 A expressão Pedagogia de Projetos pertence ao conjunto de elaborações teóricas difundidas, principalmente, pela francesa Josette Jolibert e seus colaboradores, engajados ao Instituto Nacional de Pesquisas Pedagógicas da França (INRP), e por Fernando Hernández, pesquisador espanhol da Universidade de Barcelona, ambos referenciados constantemente pelos pesquisadores da área da prática de ensino do Ensino Fundamental. O trabalho com projetos traz uma nova perspectiva para entendermos o processo ensino-aprendizagem. Aprender deixa de ser um simples ato de memorização, e ensinar não significa mais repassar conteúdos prontos (HERNÁNDEZ, 1998). Nessa postura, todo conhecimento é construído em estreita relação com o contexto em que é utilizado, sendo, por isso mesmo, impossível separar os aspectos cognitivos, emocionais e sociais presentes nesse processo. A formação dos alunos não pode ser pensada apenas como uma atividade intelectual. É um processo global e complexo, no qual conhecer e intervir no real não se encontram dissociados. Segundo Jolibert et al (1994), ao participar de um projeto, o aluno está envolvido em uma experiência educativa em que o processo de construção de conhecimento está integrado às práticas vividas. Esse aluno deixa de ser, nessa perspectiva, apenas um “aprendiz” do conteúdo de uma área de conhecimento qualquer. É um ser humano que está desenvolvendo uma atividade complexa e, que nesse processo, está se apropriando, ao mesmo tempo, de um determinado objeto de conhecimento cultural e se formando como sujeito cultural. Isso significa que é impossível homogeneizar os alunos. É impossível desconsiderar sua história de vida, seus modos de viver, suas experiências culturais, e dar um caráter de neutralidade aos conteúdos, desvinculando-os do contexto sócio-histórico que os gestou. Abrantes (1995) aponta algumas características fundamentais do trabalho com projetos: Um projeto é uma atividade intencional: o envolvimento dos alunos é uma característica-chave do trabalho de projetos, o que pressupõe um objetivo que dá unidade e sentido às várias atividades, bem como um produto final INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 26 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 que pode assumir formas muito variadas, mas procura responder ao objetivo inicial e reflete o trabalho realizado. Num projeto, a responsabilidade e autonomia dos alunos são essenciais: os alunos são co-responsáveis pelo trabalho e pelas escolhas ao longo do desenvolvimento do projeto. Em geral, fazem-no em equipe, motivo pelo qual a cooperação está também quase sempre associada ao trabalho. A autenticidade é uma característica fundamental de um projeto: o problema a resolver é relevante e tem um caráter real para os alunos. Não se trata de mera reprodução de conteúdos prontos. Além disso, não é independentedo contexto sociocultural, e os alunos procuram construir respostas pessoais e originais. Um projeto envolve complexidade e resolução de problemas: o objetivo central do projeto constitui um problema ou uma fonte geradora de problemas que exige uma atividade para sua resolução. Um projeto percorre várias fases: escolha do objetivo central, formulação dos problemas, planejamento, execução, avaliação e divulgação dos trabalhos. Com base nessas características podemos situar os projetos como uma proposta de intervenção pedagógica que dá à atividade de aprender um sentido novo, através dos quais as necessidades de aprendizagem afloram nas tentativas de se resolver situações problemáticas. Para Jolibert et al (1994), um projeto gera situações de aprendizagem ao mesmo tempo reais e diversificadas. Possibilita, assim, que os educandos, ao decidirem, opinarem, debaterem, construam sua autonomia e seu compromisso com o social, formando-se como sujeitos culturais. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 27 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 5 CURRICULO E AVALIAÇÃO Sendo o processo ensino-aprendizagem o objeto específico da supervisão em nível de escola, necessariamente precisamos falar do currículo. O currículo da escola básica - ensino fundamental e médio - tem parâmetros legais, reformulados no final dos anos 1990, e pedagógicos. Segundo os estudiosos da Teoria Crítica do Currículo, ao longo da história, muitas são as acepções dadas ao termo currículo, atribuindo-lhes diferentes significados e funções. Muitas pessoas expressam como sendo os conteúdos a serem ensinados, as experiências escolares que os alunos viverão, os planos pedagógicos elaborados em diferentes âmbitos educacionais: escola, sistema municipal, estadual ou federal, os objetivos a serem alcançados por meio do desenvolvimento do ensino, entre outros entendimentos. Para Moreira e Candau (2007) o que se entende como sendo currículo está diretamente ligado a uma construção social e histórica-cultural que reflete diferentes posições, pontos de vista teóricos e compromissos a serem realizados. Só que mesmo esses entendimentos gravitando sobre conhecimentos escolares, procedimentos e relações sociais no contexto escolar, os autores acreditam que os debates sobre o currículo são discussões sobre conhecimento, verdade, poder e identidade. De todo modo o currículo associa-se ao conjunto de esforços pedagógicos desenvolvidos com intenções educativas. Os parâmetros legais do currículo do ensino fundamental encontram na Resolução n. 02/98 do Conselho Nacional de Educação (CNE) uma de suas principais referências normativas. Nessa Resolução observam-se, de modo especial, os “temas da vida cidadã”, numa perspectiva de contextualização e interdisciplinaridade, que são princípios da nova proposta curricular. Tratando-se da práxis supervisora e seus procedimentos de coordenação (com o sentido de promover a integração de estudos e práticas), esses temas como “elos articulares” tornam-se particularmente relevantes. Essa relevância se INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 28 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 potencializa porque os temas, centrados na cidadania, suscitam a análise de valores e, mais amplamente, da axiologia do currículo. Desse modo, é interessante inicialmente ler os termos da Resolução n° 2, de 7/4/98, do Conselho Nacional de Educação, focalizando, de modo particular, o Inciso N, alínea a: IV - Em todas as escolas deverá ser garantida a igualdade de acesso para alunos a uma base nacional comum, de maneira a legitimar a unidade e a qualidade da ação pedagógica na diversidade nacional. A base comum nacional e sua parte diversificada deverão integrar-se em torno de paradigma curricular que vise a estabelecer a relação entre a educação fundamental e: a) a vida cidadã, através da articulação entre vários dos seus aspectos como: 1. a saúde; 2. a sexualidade; 3. a vida familiar e social; 4. o meio ambiente; 5. o trabalho; 6. a ciência e a tecnologia; 7. a cultura; 8. as linguagens. Assim, menos por uma questão normativa - embora as normas sejam referências à ordem, ou seja, à organização das ações e relações - e mais pelo significado educativo e, portanto, valorativo do conhecimento, é preciso considerar, no conceito e na prática, os “temas da vida cidadã”. E para coordenar atividades de estudo e de integração do currículo é necessário que o supervisor tenha clareza dos valores inerentes a cada tema (RANGEL, 2008). A supervisão da avaliação Avaliar vem do latim valere, que significa atribuir valor e mérito ao objeto em estudo. Avaliar é atribuir um juízo de valor. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 29 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 A prática de avaliação, num sentido amplo, refere-se a uma atividade constante no os o dia-a-dia. Faz parte da nossa vida cotidiana. Sobre isso, Franco (2001, p.1), destaca que “avaliar é uma atividade tão antiga quanto o surgimento da consciência humana”. Segundo a autora, à medida que os homens começaram a se comunicar, para produzir e garantir a sobrevivência, começaram, simultaneamente, a se avaliar, a se analisar e se julgar. E, nos dias atuais, frequentemente, deparamo-nos analisando e julgando nossos comportamentos e o dos nossos semelhantes, os acontecimentos do nosso ambiente, assim como as situações das quais participamos. Na educação, não ocorre diferente, também necessitamos de práticas avaliativas para a realização do processo ensino aprendizagem. No entanto, a questão da avaliação escolar tem sido apontada como um dos grandes problemas do ensino, assim como um dos principais fatores responsáveis pelo fracasso escolar da maioria das nossas crianças. Para Leite e Tassoni (2002, p. 135) “a avaliação torna-se profundamente aversiva quando o aluno discrimina que as consequências do processo podem ser direcionadas contra ele próprio”. Geralmente, é isso que ocorre no interior das nossas escolas. Ainda hoje encontramos a lógica do modelo tradicional de avaliação - aquela em que o professor ensina e avalia; se o aluno for bem, é sinal que o professor ensinou de forma adequada; se o aluno for mal, é o único responsabilizado, podendo ser reprovado ou excluído. Nesta perspectiva, ensino e aprendizagem são entendidos como processos independentes: o ensino é tarefa do professor; a aprendizagem é obrigação do aluno; e ambos se independem. A avaliação é ponto sensível, “nevrálgico” do processo de ensino- aprendizagem. Embora o conhecimento sobre avaliação esteja suscitando, com frequência, problemas de pesquisa, apesar das teorias com as quais tem se procurado elucidar esses problemas, em vista de procedimentos menos discriminatórios, hierarquizados, seletivos, a complexidade e os impasses permanecem (RANGEL, 2008). INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 30 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Assim, acompanhando o debate que fomenta os avanços teóricos, o supervisor, que tem, concretamente, na prática de sua escola, a vivência das dificuldades, dos desdobramentos pedagógicos e sociais da avaliação, pode fazer das experiências objetos de análise e possíveis reformulações de conceitos e condutas. É também nesse sentido - de avaliar a avaliação - que os Conselhosde Classe não se concentram em resultados, mas alargam a sua visão, associando esses resultados ao processo, tanto do aluno como dos professores. Reavaliam-se, portanto, os conceitos, os procedimentos e instrumentos com que se verificam os produtos da aprendizagem, procurando-se, ainda, meios de qualificar e contextualizar a avaliação, focalizando as atividades do dia-a-dia, os níveis de participação e possíveis contribuições trazidas da experiência, do conhecimento espontâneo dos alunos. Essa análise oferece também subsídios à recuperação. Supervisão da recuperação Supervisionar a recuperação é orientar e coordenar atividades que, em processo, ou seja, no dia-a-dia das aulas, revisem, (re)expliquem, (re)exemplifiquem os tópicos do programa nos quais, observando-se as verificações, revelaram-se dificuldades dos alunos (RANGEL, 2008). A orientação e coordenação supervisoras consideram, então, os critérios da prática e seu respaldo teórico, realçando os cuidados de variar exercícios, formas e vocabulário das explicações, com especial atenção para os exemplos, tanto formulados por professores como por alunos. Os exemplos são situações de aplicação do conhecimento, de elucidação de conceitos e se tornam tão mais significativos quanto mais associados à vida, às experiências e quanto mais decorrentes de um enfoque interdisciplinar, que amplia a sua significância. Finalmente, a supervisão pedagógica e seu objeto – o processo de ensino- aprendizagem - insere-se num projeto pedagógico de escola e, recorrendo aos fundamentos teóricos desse processo, com especial atenção à Didática e ao Currículo, não só assume como (reafirma-se) incentiva nos professores a atitude de estudo e pesquisa. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR 31 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Observando-se o curso do pensamento que sustenta e encaminha estas reflexões, encontra-se a valorização dos fundamentos do trabalho docente, o que leva, consequentemente, à valorização do projeto pedagógico - base da identidade e integração dos serviços da escola, salientando-se o seu vínculo e contribuições à supervisão e ao ensino (RANGEL, 2008). INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOME DA DISCIPLINA AQUI 32 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS ABRANTES, P. Trabalho de projetos e aprendizagem da matemática. 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