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Teoria dos Direitos Fundamentais - Evolução Histórica e Sistemas de Proteção

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TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS – DIREITOS HUMANOS
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS: A atual concepção de Direitos Humanos foi moldada ao longo dos séculos a partir de pensamentos, revoluções, governos e ações de diferentes sociedades, povos e épocas.
Em comum, as mesmas necessidades:
Limitar o abuso de poder do Estado;
Garantir o respeito à dignidade humana;
PRIMEIROS INDÍCIOS (Egito e Mesopotâmia antigos 3.000 anos a.C): A arqueologia encontrou INDÍCIOS de registros que davam a entender que alguns direitos do ser humano deveriam ser respeitados. Alguns mecanismos de PROTEÇÃO do indivíduo perante o Estado. 
CÓDIGO DE HAMMURABI (1690 a.C – Mesopotâmia): Uma das primeiras e mais robustas manifestações escritas de reconhecimento de direitos do homem. Hammurabi, antigo rei da Mesopotâmia, foi muito “evoluído” para a sua época. COMPILOU várias leis escritas e não-escritas num único “documento” talhado em pedra. É o conjunto de LEIS mais antigos que se tem conhecimento.
Foi o 1º (primeiro) a prever direitos COMUNS a todos os homens: VIDA, PROPRIEDADE, HONRA, FAMÍLIA ETC. O principal destaque foi a SUPREMACIA das Leis em relação ao próprio governante (Hammurabi).
Obs.: Apesar de extremamente “moderno” para a sua época, o Código era, por outro lado, extremamente RADICAL. Não tolerava erros! – “Olho por olho, dente por dente. ”
INFLUÊNCIAS RELIGIOSAS/FILOSÓFICAS (Séculos VII, VI e V a.C): Líderes religiosos e/ou filósofos também influenciaram a evolução dos Direitos Humanos, tais como:
ZOROASTRO (Pérsia – Séc. VII a.C)
CONFÚCIO (China – Séc. VI a.C)
BUDA (Índia – Séc. V a.C)
Obs.: Todos eles pregavam a IGUALDADE entre TODOS os homens e as atitudes de RESPEITO, TOLERÂNCIA, GENEROSIDADE, ATITUDES “CORRETAS” por parte dos indivíduos e seus governantes.
GRÉCIA ANTIGA (Séc. V a.C): Surgiram vários estudos filosóficos sobre a necessidade da igualdade e liberdade do homem. Defendeu-se também a PARTICIPAÇÃO POLÍTICA dos cidadãos, bem como o JUSNATURALISMO. 
LEI DAS XII TÁBUAS (450 anos a.C): Logo após a queda da Monarquia e o surgimento da República Romana. Pode ser considerada uma das principais origens dos textos que consagram os Direitos de LIBERDADE, IGUALDADE, PARTICIPAÇÃO POLÍTICA e outros direitos dos cidadãos. Foi a ORIGEM do DIREITO ROMANO.
CRISTIANISMO (Séc. I – Região da atual Palestina): Os ensinamentos de Jesus foram definidos de formas extremamente PROFUNDA e RÁPIDA na região, e entre os povos. Defendia, entre outras coisas, a IGUALDADE entre TODOS, independentemente de origem, raça, sexo, credo, local, idade etc. - “Amar ao próximo.”
IDADE MÉDIA (476 até 1453 d.C): Foi uma época marcada pelas invasões bárbaras e pelo regime de FEUDALISMO, quando vários direitos eram constantemente violados.
Rígida divisão de classes: Senhores Feudais e Trabalhadores Camponeses.
Em troca de PROTEÇÃO contra as invasões bárbaras, os vassalos se subordinavam aos suseranos, que lhes concedia uma ínfima parcela de suas terras para o trabalho. Os vassalos trabalhavam, plantavam, cultivavam, colhiam e repassavam quase que a TOTALIDADE da produção para o SUSERANO, que ainda lhe cobrava caros impostos. Além disso, os VASSALOS ainda tinham que pagar o dízimo à Igreja.
CARTA MAGNA (Inglaterra 1215): Um dos marcos documentais mais importantes para a evolução de direitos e para os DIREITOS HUMANOS.
Depois que o rei João I (“João sem terra”) violou uma série de antigas leis pelas quais a Inglaterra vinha sendo governada por longos anos, os BARÕES e a IGREJA se revoltaram e o obrigaram a assinar um documento pelo qual seus poderes seriam LIMITADOS e mais direitos seriam criados.
Igreja LIVRE de controle e interferência do rei, os cidadãos eram livres para POSSUIR e HERDAR BENS; PROTEÇÃO contra cobrança abusiva de impostos; iniciou os princípios do DEVIDO PROCESSO LEGAL e da IGUALDADE de todos perante a lei; proibição do suborno etc.
Foi o primeiro passo para a construção do CONSTITUCIONALISMO.
PETITION OF RIGHTS (Inglaterra 1628): Novamente como efeito de graves violações de direitos e de leis, o rei Carlos I aceitou assinar a PETIÇÃO DE DIREITOS (Petition of Rights) que o PARLAMENTO fez e, com isso, ficariam instituídos novos direitos, tais como:
NENHUM imposto poderia ser cobrado sem o consentimento do Parlamento;
NENHUMA pessoa poderia ser presa sem “justa causa” apresentada;
A LEI MARCIAL não poderia ser aplicada em tempos de paz.
HABEAS CORPUS ACT (Inglaterra 1679): Foi uma lei do Parlamento que buscou DETALHAR, EXPLICAR, DEFINIR e REFORÇAR o antigo instituto do HABEAS CORPUS, já existente desde a CARTA MAGNA.
Não é a origem do Habeas Corpus. 
BILL OF RIGHTS (Inglaterra 1689): Após o rei Jaime II ser deposto do trono, o Parlamento ofereceu a coroa a Guilherme de Orange, sob a CONDIÇÃO que fosse constituído um documento, uma DECLARAÇÃO DE DIREITOS, que reafirmaria a LIBERDADE, a IGUALDADE, a VIDA, PROPRIEDADE PRIVADA e:
NÃO suspender a aplicação de leis;
NÃO aumentar impostos;
NÃO recrutar exércitos em tempo de paz.
Não garantia a liberdade religiosa.
ACT OF SETTLEMENT (Inglaterra 1701): Lei criada para garantir a sucessão PROTESTANTE ao trono inglês.
Reafirmou o Princípio da LEGALIDADE;
Garantiu a independência e a autonomia dos órgãos Jurisdicionais;
Possibilitou a responsabilização POLÍTICA dos agentes públicos, prevendo inclusive o IMPEACHMENT. 
DECLARAÇÕES NORTE-AMERICANAS
DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA VIRGÍNIA (12/06/1776): Prévia expressamente direitos humanos fundamentais. Ex.: Vida, Liberdade, Propriedade Privada, Princípios do devido processo legal (instituir regras de competência), independência e imparcialidade do órgão jurisdicional, liberdade de imprensa e liberdade religiosa.
DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA DOS EUA (04/07/1776): As colônias da América do Norte se revoltaram contra os abusos do Reino Unido (colonizador) e declararam sua independência, limitando o poder estatal.
EMENDA À CONSTITUIÇÃO DOS EUA (1791): A primeira e ÚNIC Constituição Americana (1787) prevê um sistema de alteração por EMENDAS. As 10 primeiras receberam o nome de “BILL OF RIGHTS”. Ao longo dos anos foram apenas 21 emendas. Estipulou vários direitos fundamentais. 
DECLARAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO HOMEM E DO CIDADÃO (FRANÇA – 1789): Foi o documento que primeiramente deu visibilidade aos direitos fundamentais. Foi o 1º documento que elevou o status dos Direitos Fundamentais ao nível Constitucional. Estipulou, além dos direitos fundamentais, garantias fundamentais, considerando que, para que uma constituição existisse, deveria abarcar tanto os direitos fundamentais, quanto suas respectivas garantias. 
*Influenciou várias outras Constituições posteriores ao redor do mundo.
SÉCULO XIX: Na Europa, vários Direitos Fundamentais foram assegurados por Constituições: Espanha (1812), Portugal (1822), Bélgica (1831).
SÉCULO XX: Surgiram novos Direitos Fundamentais, os chamados DIREITOS SOCIAIS.
	DIREITOS FUNDAMENTAIS
	GARANTIAS FUNDAMENTAIS
	LIBERDADE
	HABEAS CORPUS
	INFORMAÇÃO/DADOS
	HABEAS DATA
	PROTEÇÃO CONTRA ABUSO DE PODER
	MANDADO DE SEGURANÇA
CONSTITUIÇÃO MEXICANA (1917): Garantiu direitos TRABALHISTAS e EDUCACIONAIS;
CONSTITUIÇÃO DE WEIMAR (1919 – ALEMANHA): Previu direitos e deveres como inviabilidade de correspondência; liberdade de pensamento; igualdade entre os sexos; liberdade de culto/ alguns direitos voltados para a juventude e um sistema de seguridade social.
DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO POVO TRABALHADOR E EXPLORADO (UNIÃO SOVIÉTICA – 1918): Retrógrada e ditatorial por abolir a propriedade privada. Apesar disso, afirmou ao extremo o direito de igualdade.
CARTA DO TRABALHO (ITÁLIA – 1927): Em pleno regime fascista, esse documento trouxe grandes avanços para os direitos sociais, em especial, por modernizar e criar vários direitos trabalhistas.
DIREITOS FUNDAMENTAIS NO BRASIL: Desde a Constituição de 1824 os Direitos Fundamentais já eram previstos em sede constitucional. A partir de então,as constituições posteriores foram moldados de acordo com os governos vigentes. A pior fase dos Direitos Fundamentais no brasil, ocorreu durante o período do Regime Militar (prisões ilegais, censura, tortura, desaparecimento etc). A partir da CF/88 os direitos fundamentais foram reforçados.
DIREITOS HUMANOS X DIREITOS FUNDAMENTAIS
São os direitos mais BÁSICOS, ESSENCIAIS, INDISPENSÁVEIS, VITAIS, sem os quais o ser humano não sobrevive dignamente. Os Direitos Fundamentais são os elementos institucionais FUNDAMENTAIS ao Estado Democrático de Direito para que este possa garantir os demais direitos aos cidadãos.
Pode existir aparente confusão entre as nomenclaturas, porém, ambas servem para se referir aos direitos que possuem a mesma natureza serem ESSENCIAIS à dignidade humana.
Ou seja, na essência, tanto os Direitos Fundamentais quanto os Direitos Humanos são os direitos básicos que garantem a dignidade humana.
A diferença da nomenclatura é meramente doutrinária para se referir a tais direitos conforme são analisados:
	DIREITOS HUMANOS
	DIREITOS FUNDAMENTAIS
	Âmbito jurídico INTERNACIONAL/EXTERNO
	Âmbito jurídico NACIONAL/INTERNO
	2 ou + países
	1 só Estado
	Tratados, Convenções, Pactos, Acordos, Protocolos
	Constituição
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: vários autores adotam diversas nomenclaturas para apontar distintas características dos Direitos Fundamentais. Dentre essas características, destacam-se: 
HISTORICIDADE: Os Direitos Fundamentais são frutos de um longo processo histórico de desenvolvimento, criação, violações, fortalecimento, aperfeiçoamento e surgimento de novos Direitos Fundamentais. 
INEXAURABILIDADE: São inesgotáveis, pois pode ser constantemente expandidos e a qualquer tempo podem surgir novos Direitos Fundamentais.
IMPRESCRITIBILIDADE: Tais direitos se perdem (extinguem) com o decurso do tempo.
INALIENABILIDADE: Não existe possibilidade alguma de transferência desses direitos a outrem, seja a que título for.
INATOS: São de todos, desde o nascimento até a morte.
IRRENUNCIABILIDADE: Não podem ser renunciados, ninguém pode abrir mão da própria natureza. O que pode existir é o não exercício dos Direitos Fundamentais.
RELATIVIDADE/LIMITABILIDADE: Os Direitos Fundamentais não são absolutos. Em determinadas situações específicas, os Direitos Fundamentais poderão sofrer RESTRIÇÕES/Limitações em seu conteúdo. Ex.: Momentos constitucionais de crise/conflito entre eles.
UNIVERSALIDADE: Os Direitos Fundamentais são de/para todos, indistintamente e independentemente de raça, sexo, origem, religião etc. (Princípio da Igualdade/Isonomia)
APLICABILIDADE IMEDIATA: Podem ser exercidos/pleiteados a qualquer momento e imediatamente. 
RESTRIÇÕES OU LIMITAÇÕES AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS parte-se do pressuposto que NENHUM Direito Fundamental é absoluto! (Vide característica da relatividade/limitabilidade). Em determinadas ocasiões os Direitos Fundamentais podem/devem ser limitados. Ex.: O Direito Fundamental não pode ser invocado para a prática de atos ilícitos; conflitos entre direitos fundamentais.
ESPÉCIES DE LIMITES:
CONSTITUCIONAIS: A Constituição Federal prevê qual direito será FUNDAMENTAL & também prevê seus LIMITES no próprio corpo do texto constitucional. Ex.: Vida sofre limitação constitucional em hipóteses de guerra declarada, quando é cabível a pena de morte.
LIBERDADE DE CONFORMAÇÃO DO LEGISLADOR: A Constituição Federal não prevê os limites, mas deixa em ABERTO, incumbindo o encargo (por consequência da omissão constitucional) para o legislador ORDINÁRIO (infraconstitucional). Então, quem vai estabelecer as definições, características, especificações e RESTRIÇÕES será o legislador ordinário.
Essa competência recebe o nome de “PODER DE DEFINIÇÃO”, ou seja, uma margem de discricionariedade. É o legislador infraconstitucional quem decide “até aonde vai” o Direito Fundamental. Ex.: PROPRIEDADE A Constituição Federal prevê que é um Direito Fundamental, mas a norma que define, prevê requisitos e características é o CC/02. 
CONCORRÊNCIA ENTRE OS DIREITOS FUNDAMENTAIS: Em alguns casos, pode existir conflito entre os DF e, quando 2 ou + Direitos F. conflitantes não permitem a imediata identificação sobre qual prevalecerá, é necessário que o Judiciário decida, no caso concreto, qual Direito Fundamental prevalecerá e qual será restringido. A solução SEMPRE dependerá do caso concreto. 
“HARD CASES” = São os casos de DIFÍCIL solução, quando não é possível identificar facilmente qual direito deve prevalecer.
Ex.: Testemunhas de Jeová x Transfusão de Sangue (Liberdade de credo/religião x direito à vida);
Aplica-se a PONDERAÇÃO: Técnica hermenêutica/jurídica que determina que o juiz analise DETALHADAMENTE TODAS as periculosidades do caso concreto, identificando os pontos favoráveis E contrários que MOTIVAM a sua decisão fundamentada, para que possa ser a MAIS JUSTA POSSÍVEL.
RESERVA LEGAL: Há quem confunda com liberdade de conformação e há quem entenda ser um COMPLEMENTO. Nesse caso, a CF também NÃO prevê os limites, mas, ao invés de se omitir, DETERMINA que a LEI ORDINÁRIA estabeleça tais restrições. Ex.: Art. 5, XII, CF/88.
SURGEM 2 TEORIAS:
EXTERNA: Os Direitos Fundamentais podem sofrer restrições CONSTITUCIONAIS & INFRACONSTITUCIONAIS;
INTERNA: Os Direitos Fundamentais só podem sofrer limitações CONSTITUCIONAIS. 
Obs.: O STF decidiu pela EXTERNA.
DISCUSSÕES TEÓRICAS
TEORIA DOS LIMITES DOS LIMITES: Se por um lado os Direitos Fundamentais podem ser limitados, do outro, essa limitação não pode ser tão profunda a ponto de esvaziar/extinguir o direito fundamental limitado. Não pode se limitar tanto ao ponto de “sufocar ou matar” o Direito Fundamental.
SUBTEORIAS DOS LIMITES DOS LIMITES: Com os desdobramentos da teoria dos limites surgem outras 2 teorias:
TEORIA DO NÚCLEO ESSENCIAL: Cada Direito Fundamental possui um mínimo essencial que não pode ser afetado pela limitação. Essa parcela mínima essencial NÃO pode ser limitada. Protege contra limitação EXAGERADA. Exemplo: “A Lei definirá os crimes hediondos insuscetíveis de graça ou anistia.” O legislador INFRACONSTITUCIONAL não pode prever que TODOS os crimes sejam hediondos.
Obs.: Essa teoria não está prevista na CF/88.
PROPORCIONALIDADE: É a proibição do excesso. Evita que os Direitos Fundamentais sejam limitados além do estritamente necessário. Deve existir harmonia entre os meios e os fins.
Admite 3 subprincípios:
ADEQUAÇÃO: Análise dos meios adequados/mais eficazes para se atingir a finalidade (extinguir conflitos). Significa que a limitação só será possível se for suficientemente 	CORRETA para alcançar os fins pretendidos. Exemplo: Alemanha Lei da década de 60 Transporte de animais Minhocas.
NECESSIDADE: Consubstancia na “última hipótese”, ou seja, na inexistência de outras formas menos gravosas de se dirimir o conflito entre Direitos Fundamentais. Só se limita daquela forma se for estritamente imprescindível. É limitar o Direito Fundamental na medida do estritamente necessário. Ex.: Lei do Paraná Venda de Gás GLP Consumidor Pesagem na presença do cliente.
PROPORCIONALIDADE EM SENTIDO ESTRITO: Busca na limitação, a melhor relação “CUSTO/BENEFÍCIO”, verificando-se na hipótese, se a LIMITAÇÃO provocará algum EFEITO POSITIVO (vantagem) além de simples solução do conflito. Ex.: Condenação a 92 anos de prisão Crime tributário Nenhuma vantagem na estipulação da pena.
GERAÇÕES/DIMENSÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: Karel Vasak, década de 70, Lemas da Revolução Francesa (3) LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE.
1º GERAÇÃO/DIMENSÃO: Liberdades individuais. Contra o Estado absolutista. Impõe uma conduta omissiva, um afastamento do controle estatal. Exemplo: Vida, liberdade, propriedade.
2º GERAÇÃO/DIMENSÃO: Direitos Sociais. Lutas de classes em prol de uma ação afirmativa (conduta positiva) do Estado para melhorar as condições materiais de vida das pessoas. Exemplo: Educação, trabalho, saúde.
3ºGERAÇÃO/DIMENSÃO: Pós 2º Guerra Mundial. Direitos difusos. FRATERNIDADE. Preocupa-se com as atuais e futuras gerações humanas. Exemplo: Meio ambiente equilibrado, patrimônio da humanidade etc.
4º GERAÇÃO/DIMENSÃO: Surgiu depois dos avanços da genética, clonagem, dna... Receio de efeitos não previsíveis.
5º GERAÇÃO/DIMENSÃO: Harmonia, respeito a todas as formas de vida, compaixão, paz consolidada etc.
GERAÇÃO X DIMENSÃO
Quem critica GERAÇÃO, o faz com base no termo que dá a ideia de passado, como se uma substituísse a outra, mas isso não acontece.
SISTEMAS DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
Para garantir a proteção, efetivação, promoção e concretização dos direitos humanos, exige-se a organização articulada de SISTEMAS que fiscalizem, monitorem e supervisionem o cumprimento de instrumentos normativos de Direitos Humanos, principalmente por parte dos Estados.
Existem assim, os SISTEMAS:
GLOBAL: Também chamado de sistema UNIVERSAL, MUNDIAL, GLOBAL ou da ONU.
REGIONAIS: Ex.: Europeu, Interamericano, Africano, Árabe. 
SISTEMA GLOBAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS (ONU): Tem como fonte normativa IMEDIATA a Carta das Nações Unidas (cria a ONU) e estabelece que os Estados devem promover a proteção dos Direitos Humanos. Foi o marco da universalização dos Direitos Humanos.
PRINCIPAIS ÓRGÃOS INTERNOS DA ONU:
Assembleia Geral; Secretariado; Conselho de Segurança; Conselho de Direitos Humanos; Corte Internacional de Justiça; Conselho Econômico, Social e Cultural etc.
Decorre dos nefastos efeitos da 2º Guerra Mundial.
PRINCIPAIS INSTRUMENTOS NORMATIVOS: SÃO AS NORMAS DE DIREITOS HUMANOS:
NORMAS GERAIS: Integram a “Carta Internacional de Direitos Humanos” (Declaração Universal de Direitos Humanos; Pacto Internacional de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais e Culturais). São GERAIS porque se aplicam a TODOS os Estados e são destinados a TODAS as pessoas. 
NORMAS ESPECIAIS: São as diversas Convenções, Tratados, Pactos, Acordos que protegem pessoas ou grupos de pessoas particularmente vulneráveis que merecem tutela especial.
PRINCIPAIS MECANISMOS E ORGANISMO DO SISTEMA GLOBAL
Para vigilância, supervisão, monitoramento, fiscalização de cumprimento dos instrumentos normativos. Existem organismos convencionais e extraconvencionais. 
EXTRACONVENCIONAIS: Fundados na carta da ONU e na DUDH (Declaração Universal de Direitos Humanos). Não se baseia em nenhum instrumento normativo específico. Ao contrário, baseiam-se em instrumentos normativos gerais, aplicáveis a todos, numa interpretação mais ampla das normas.
CONVENCIONAIS: Diferentemente dos Extraconvencionais, os organismos/mecanismos convencionais só existem em razão de NORMAS ESPECIAIS, só vinculando os Estados “contratantes” (Acordo, pacto, convenção).
A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA ONU: Órgão específico do sistema global destinado a promover/proteger os direitos humanos no âmbito mundial. Criada em 1946, inicialmente composta por 53 Estados-Membros em mandato de 3 (três) anos.
FASE LEGISLATIVA (1946-1967): O órgão destinou suas atividades quase que exclusivamente para elaborar os principais instrumentos normativos de direitos humanos, a exemplo da DUDH e dos 2 grandes pactos (PIDCP e PIDESC).
FASE DE IMPLEMENTAÇÃO (1967-2006): Foi um período mais intervencionista, em que a atuação do órgão passou a ser mais prática no sentido de apreciar violações de direitos humanos, principalmente por meio de 2 procedimentos: 1235 e 1503.
Obs.: Em 2006, a Comissão de Direitos Humanos foi extinta por conta de acusações de ser extremamente parcial, politizada e não ter poderes suficientes para atuar, pois estava diretamente vinculada ao Conselho Econômico, Social e Cultural. Em seu lugar, foi criado o Conselho de Direitos Humanos da ONU.
O CONSELHO DE DIREITOS HUMANOS DA ONU: Órgão criado para substituir a extinta comissão de direitos humanos. Tentativa da ONU de “resgatar” sua credibilidade no âmbito mundial. O órgão foi dotado de maior autonomia, tornando-se mais eficaz e forte, já que não estava subordinado a nenhum outro órgão hierarquicamente superior. 
PROCEDIMENTO 1235: Conselho de Direitos Humanos.
PROCEDIMENTO 1503: Conselho de Segurança (intervenção/resposta).
PROCEDIMENTO 1235: Criado em 6 de Junho de 1967. Destinado a examinar informações sobre violações sistemáticas de direitos humanos. Serve também de base para um debate anual em que ONG’S e Governos apresentem “situações” de violações de direitos humanos. Por esse procedimento as ações possíveis são:
INDICAÇÃO DE SERVIÇOS DE ACONSELHAMENTO PARA O ESTADO;
RESOLUÇÃO DETERMINANDO QUE O ESTADO APRESENTE INFORMAÇÕES;
MERO REQUERIMENTO PARA QUE O ESTADO RESPONDA ÀS ACUSAÇÕES;
RESOLUÇÃO DETERMINANDO QUE O ESTADO ADOTE MEDIDAS CABÍVEIS;
INDICAÇÃO DE UM RELATOR ESPECIAL OU GRUPO DE TRABALHO PARA EXAMINAR A SITUAÇÃO;
REQUERIMENTO AO CONSELHO DE SEGURANÇA PARA QUE ANALISE O CASO E ADOTE EVENTUAIS SANÇÕES
PROCEDIMENTO 1503: Criado em 27 de Maio de 1970, para a finalidade de dar RESPOSTAS à grande quantidade de GRAVES E SISTEMÁTICAS violações de direitos humanos que afetem GRANDE CONTINGENTE POPULACIONAL.
Obs.: Pode ser adotado independentemente do procedimento 1235.
ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO DE DIREITOS HUMANOS DA ONU:
SITUAÇÕES EM QUE SE VIOLEM OS DIREITO HUMANOS, INCLUÍDAS AS VIOLAÇÕES GRAVES E SISTEMÁTICAS, SÃO OBJETOS DE ANÁLISE;
COORDENAR E INCORPORAR OS DIREITOS HUMANOS À ATIVIDADE GERAL DO SISTEMA DA ONU;
IMPULSIONAR A PROMOÇÃO E A PROTEÇÃO DE TODOS OS DIREITOS HUMANOS, INCLUÍNDO O DIREITO AO DESENVOLVIMENTO;
PROMOVER A EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS E PRESTAR ACESSORIA TÉCNICA POR SOLICITAÇÃO E DE ACORDO COM OS ESTADOS INTERESSADOS;
SERVIR DE FORUM PARA O DIÁLOGO SOBRE QUESTÕES TEMÁTICAS FERENTES A TODOS OS DIREITOS HUMANOS;
CONTRIBUIR PARA O DESENVOLVIMENTO DO DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS;
PROMOVER O PLENO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES EM MATÉRIA DE DIREITOS HUMANOS CONTRAÍDAS PELOS ESTADOS;
FACILITAR O ACOMPANHAMENTO DOS OBJETIVOS E COMPROMISSOS SOBRE DIREITOS HUMANOS PROVENIENTES DAS CONFERÊNCIAS E CÚPULAS DA ONU;
PREVINIR AS VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS E RESPONDER IMEDIATAMENTE ÀS SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA EM MATÉRIA DE DIREITOS HUMANOS;
COOPERAR ESTREITAMENTE EM MATÉRIA DE DIREITOS HUMANOS COM OS GOVERNOS, ORGANIZAÇÕES REGIONAIS, INSTITUIÇÕES NACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS E A SOCIEDADE CIVIL.

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