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RESUMO RESPONSABILIDADE CIVIL


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AULA 01 
(artigos 927 a 954, CC. Art. 5º, V e X, CF) 
A RESPONSABILIDADE CIVIL E SEUS ELEMENTOS 
 
O ordenamento jurídico tem como principal objetivo o de proteger o lícito e reprimir o ilícito (San 
Tiago Dantas), reprimindo a conduta ilícita e tutelando a atividade do homem que se comporta de acordo 
com o direito. 
 
A Responsabilidade Civil tem dupla função (Maria Helena Diniz): 
 Servir como sanção civil, de natureza compensatória. 
 Garantir o direito do lesado à segurança. 
 
Dever Jurídico originário e sucessivo: 
Para atingir o objetivo de uma conduta social reta, proba, o direito estabelece regras que 
podem ser positivas (dar e fazer) e negativas (não fazer), consubstanciando-se, assim, em um dever 
jurídico. 
 
Sendo assim, dever jurídico é uma conduta externa de uma pessoa imposta pelo direito 
positivo (lei) por exigência da convivência social. Divide-se o dever jurídico em: 
 Originário: o de não lesar ninguém. 
 Sucessivo: caso haja a lesão cria-se a partir deste a obrigação de repará-lo. 
 
 
 
 
Elementos da responsabilidade civil: Ato ilícito, nexo causal e dano. 
 
Ato ilícito: É a conduta necessária para termos o início da possibilidade da responsabilização jurídica 
de alguém que comete ato que violente o direito de outrem de não ter violado o direito à incolumidade. Sua 
expressa previsão está nos artigos 186 e 187 da Lei 10.406 de 2002. A conduta humana é o primeiro 
elemento da responsabilidade civil e se concretiza pelo fazer ou não faz do agente. Não há que se falar em 
dever de indenizar sem que haja uma ação ou omissão do indivíduo. 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar 
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos 
bons costumes. 
 
Nexo Causal (principal item da responsabilidade civil): Temos no nexo causal um dos pontos 
mais importantes da responsabilidade civil. Pois é justamente o ponto que irá convergir o ato ilícito e o dano. 
Sem os quais inexistirá a responsabilidade civil. Sua previsão legal é o da Lei 13.105 de 2015, 
principalmente, mas não exclusivamente em seus artigos 319, 320 e 373. 
 
Art. 319. A petição inicial indicará: (...) 
 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
 
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da 
ação. 
 
Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do 
autor. 
 
Dano: É a consequência do ato ilícito. Configurado de forma típica o dano pode ser, por exemplo, 
moral, material, imagem etc. Ou de forma atípica, dano pela perda de uma chance, dano reflexo etc. Sua 
principal fundamentação é o art. 944 da Lei 10.406 de 2002: 
 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; 
 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo 
iminente. 
 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias 
o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a 
remoção do perigo. 
 
AULA 02 
O ATO ILÍCITO 
 
Ato ilícito é a conduta necessária para termos o início da possibilidade da responsabilização jurídica 
de alguém que comete ato que violente o direito de outrem de não ter violado o direito à incolumidade. 
 
Considerando o tema, temos nos artigos 186, 187 e 188 da Lei 10.406 de 2002, a previsão legal 
pertinente ao tema. 
 
TÍTULO III - DOS ATOS ILÍCITOS 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, 
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito. 
 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé 
ou pelos bons costumes. 
 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito 
reconhecido; 
 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de 
remover perigo iminente. 
 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as 
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do 
indispensável para a remoção do perigo. 
 
ATO ILÍCITO GÊNERO (OU PURO): 
Tal fundamento gera a responsabilidade civil. É, em regra, o elencado para qualificar o ato ilícito. 
Decorre de uma conduta humana (comitiva ou omissiva), eivada de culpa (lato sensu), a qual se faz contrária 
ao ordenamento jurídico (ilicitude), e que causou dano à outrem. 
 
Destaca-se que a conduta humana não exime a pessoa não humana (pessoa jurídica). Ocorre que a 
pessoa jurídica é uma ficção que resulta da volição humana. 
 
 
 
ATO ILÍCITO ESPÉCIE (OU EQUIPARADO): 
Diferentemente do ato ilícito gênero (ou puro), em que a conduta por si é qualificada como ilícita, no 
ato ilícito espécie (ou equiparado) o agente que causa o dano é parte legítima para o exercício do direito. 
 
Que poderia ser exercido sem nenhum tipo de impedimento. Entretanto, ao exercê-lo, ultrapassa os 
limites tácitos impostos pela lei, no que tange ao seu exercício. 
Vamos à leitura de sua fundamentação o art. 187 da Lei 10.406 de 2002: 
 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé 
ou pelos bons costumes. 
 
Também comete ato ilícito (...): 
 
 
 
É equiparado ao ato ilícito do art. 186. 
 
(...) o titular de um direito (...): 
 
 
 
Legitimidade ativa para o pleno exercício de algo que 
lhe seja garantido pelo direito. 
 
(...) que, ao exercê-lo, excede manifestamente os 
limites impostos pelo seu fim econômico ou social 
(...): 
 
 
 
Ultrapassa os limites da razoabilidade econômica 
(cobrança vexatória) ou social (uso desmesurado do 
conhecimento técnico sobre algo). 
 
(...) pela boa-fé (...): 
 
 
 
Confiança na realização contratual Ausência de 
desconfiança na relação extracontratual 
 
(...) pelos bons costumes (...): 
 
 
 
Aquilo que a sociedade entende como moralmente 
correto. Aplicável ao tempo, lugar e pessoa. 
 
 
A imperícia no cenário do ato ilícito. 
Questão que merece uma indagação é a que diz respeito à ausência da expressão imperícia como 
tipificador do ato ilícito no art. 186 da Lei 10.406. 
 
A imperícia, então, seria causa de não tipificação do ato ilícito? 
 
Cremos que não! Pois o legislador assim não o desejou. E o profissional do Direito não pode criar 
texto no lugar em que este inexiste. Entretanto, isto não significa que a imperícia não gere responsabilidade 
civil. 
Tanto que no art. 951 da Lei 10.406 de 2002 temos: 
 
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização 
devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, 
imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe 
lesão, ou inabilitá-lopara o trabalho. 
 
Logo, considerando o tema, a imperícia é causa de responsabilidade civil do profissional da saúde, 
quando causa dano ao seu paciente, nos termos do artigo já citado. 
 
Logo, considerando o tema, a imperícia é causa de responsabilidade civil do profissional da saúde, 
quando causa dano ao seu paciente, nos termos do artigo já citado. 
 
EXCLUDENTES DE ILICITUDE 
A excludente de ilicitude (diversa de excludente de responsabilidade) visa suprimir a tipificação do 
primeiro dos requisitos da responsabilidade civil, o ato ilícito. Neste tipo, a conduta ilícita tem uma 
justificativa que permite, justamente, a sua exclusão. 
 
Neste tema, abordaremos a exclusão do item que dá o início à responsabilidade civil, atentemos ao 
caput do art. 188 do CC. 
 
Logo, em havendo o enquadramento da conduta do agente ao qual se pretende enquadrar a 
responsabilidade, temos as excludentes das ilicitudes apontadas em seus incisos, vamos apresentá-las: 
 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito 
reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de 
remover perigo iminente. 
 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as 
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do 
indispensável para a remoção do perigo. 
 
AULA 03 
O NEXO CAUSAL 
 
O nexo de causalidade ou nexo axiológico é o ponto nevrálgico da responsabilidade civil, pois 
temos a necessidade do seu preenchimento, por meio das provas, com fins de unir os outros dois requisitos 
de admissibilidade da responsabilidade civil (o ato ilícito e o dano). 
 
Destacamos que a responsabilidade dispensa a culpa, mas nunca dispensará o nexo causal. Sendo 
assim, para que ocorra obrigação de indenizar, é preciso que se demonstre a relação entre a ação (ou 
omissão) do agente e o dano. 
 
EXISTEM DUAS TEORIAS QUE JUSTIFICAM O ESTABELECIMENTO DO NEXO 
CAUSAL 
 
Teoria da equivalência da causa - conditio sine qua non - Direito Penal 
 
Como o próprio nome diz, essa teoria não faz distinção entre: 
 
causa – aquilo de que uma coisa depende quanto à existência – e; 
 
condição – o que permite à causa produzir seus efeitos positivos ou negativos. 
 
Se várias condições concorrem para o mesmo resultado, todas têm o mesmo valor, a mesma 
relevância, todas se equivalem. 
 
Para se saber se uma determinada condição é causa, elimina-se mentalmente essa condição, por meio 
de um processo hipotético. Se o resultado desaparecer, a condição é causa, mas se persistir, não o será. 
Destarte, condição é todo antecedente que não pode ser eliminado mentalmente sem que venha ausentar-se o 
efeito. 
Critica-se essa teoria pelo fato de conduzir a um exagero da causalidade e a uma regressão infinita do 
nexo causal. Por ela, teria que se indenizar a vítima de atropelamento, não apenas quem dirigia o veículo, 
mas, também, a concessionária que vendeu o bem, a montadora que produziu o mesmo e, assim, 
sucessivamente. 
 
Teoria da causalidade adequada - Direito Civil 
 
Por esta teoria, a causa é não apenas o antecedente necessário à causação do evento, mas, também, 
adequado à produção do resultado. Nem todas as condições serão causa, mas apenas aquela que for a mais 
apropriada a produzir o evento. Aquela que colaborou de forma preponderante e mais apropriada para o 
evento. 
A situação tem como revés em saber, exatamente, quem, entre as várias condições ser a mais 
adequada. Tem-se por praxe considerar, como já descrito, aquela que, de acordo com a experiência comum, 
for a mais idônea para gerar o evento. Não se limita que a causa seja condição preponderante para o 
prejuízo, é preciso, ainda que o fato constitua, no caso concreto, uma causa adequada e eficiente para a 
causação do dano. 
 
Assim, por exemplo, se um agente de viagens retém, de forma desnecessária e ilícita, um passageiro, 
impedindo-o de embarcar em um determinado navio e, por consequência, embarca-o em um segundo, que 
vem a afundar, esta retenção, por mais que seja ilícita, não é a causa para o desastre. Por mais que o primeiro 
barco tenha chegado incólume ao seu destino (diferente do segundo). 
 
CONCAUSAS 
É outra causa que, aliando-se à principal, concorre para o resultado. Ela não inicia nem interrompe o 
processo causal, apenas o reforça. Exemplo: o dever de manutenção de um veículo é a causa geral do evento 
danoso, que é a derrapagem por pneu careca e posterior abalroamento no veículo de um terceiro. 
 
Múltiplas podem ser as causas que geram a responsabilização, mas a responsabilidade deve ser 
atribuída apenas a quem efetivamente a causou. 
 
Causa preexistente 
É o evento que já existia quando da conduta ilícita do causador do evento danoso. 
 
É própria do evento, sendo pura consequência da inobservância de um dever de cuidar de seu agente. 
É a origem, razão ou motivo simultâneo a outro, causa simultânea, e uma concorrência causal. Exemplo: 
uma pessoa em cárcere privado que toma um susto com o disparo de uma arma de fogo. Entretanto, ela já 
tinha um problema cardíaco que é a legítima causa do evento morte da vítima. 
 
Destaca-se que o agente causador responde pelo resultado mais grave, independentemente de ter ou 
não conhecimento da concausa antecedente que agravou e desencadeou o evento e, por consequência, o 
dano. 
Causa superveniente 
É semelhante à preexistente. Ocorre após o seu desencadeamento, e apesar de concorrer para o 
agravamento do dano, em nada favorece o seu causador, muito menos o desfecho do evento. Exemplo: a 
demora no atendimento de uma vítima de atropelamento que teve como causa a hemorragia oriunda deste 
mesmo evento. 
 
A sua relevância só fará diferencial se por si só for capaz de mudar o nexo causal existente, sendo, 
por consequência o efetivo causador do evento, desse modo, um novo nexo de causalidade. Exemplo: no 
mesmo caso retrocitado, em que se constata a demora no atendimento por consequência da demora no 
acionamento em que a vítima poderia ter sido salva. 
 
Causa concomitante 
Esta concausa por si só é capaz de acarretar o resultado, como por exemplo: em um parto, a mãe 
vem a sofrer um aneurisma cerebral que em nada tem com o evento parto. 
 
Ajuizada, a ação competente foi reformada por não ter nexo de causalidade com o evento parto, não 
obstante ter sido concomitante com o mesmo. 
 
CAUSAS DE EXCLUSÃO DO NEXO DE CAUSALIDADE 
 
Fato exclusivo da vítima 
Para a isenção de responsabilidade do pretenso autor, basta que a vítima tenha colaborado de forma 
decisiva para o evento danoso. Logo, o comportamento da vítima é que determina a exclusão da 
responsabilidade. 
 
Fato de terceiro 
O terceiro é, segundo definição de Aguiar Dias, qualquer pessoa além da vítima e do responsável, 
alguém que não tem nenhuma ligação com o causador aparente do dano e o lesado. Pois, não raro acontece 
que o ato de terceiro é a causa exclusiva do evento, afastando qualquer relação de causalidade entre a 
conduta do autor aparente e a vítima. 
 
Caso fortuito e força maior 
Antes de qualquer coisa, destacamos que até hoje não se definiu, exatamente, a sua diferença. 
Entretanto, o ponto central é que tanto um como o outro estão fora dos limites da culpa. Fala-se neles 
quando se trata de acontecimento que escapa toda diligência, inteiramente estranho à vontade do causador. 
 
O caso fortuito se subdivide em fortuito interno e externo. 
 
Fortuito interno: O fato imprevisível e, por isso, inevitável, que se liga à atividade da entidade. 
Exemplo: o estouro de um pneude um ônibus, incêndio de um veículo e outros. 
 
Fortuito externo: É também fato imprevisível e inevitável. Todavia, em nada tem correlação com a 
atividade da empresa. Exemplo: roubo a carro forte, em que se procura tomar todas as precauções possíveis. 
 
AULA 04 
O DANO 
 
Nesta aula, estabeleceremos o conceito de dano. Examinaremos o primeiro grande particionamento 
que se divide em danos típicos ou positivados e danos atípicos (ou não positivados), tomando por base que 
os primeiros têm expressa previsão legal. 
 
Explicaremos que os danos atípicos se inserem no grupo dos danos criados em especial pelo direito 
alienígena (v.g. perda de uma chance) e pela doutrina e jurisprudência pátria. 
 
Conceito de dano: O dano é a consequência da falta ao dever jurídico originário de não causar lesão 
ao patrimônio material e/ou imaterial do lesado. 
 
Temos sua principal fundamentação no CC, art. 944: 
 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o 
dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. 
 
Mas, não basta o estabelecimento do nexo causal entre o ato ilícito e o dano com fins de 
configuração da responsabilidade civil. O dano deve causar uma lesão ao patrimônio material ou imaterial 
da pessoa. Como se lê no art. 186 da Lei 10.406 de 2002: 
 
Título III - Dos atos ilícitos 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, 
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito. 
 
Danos em espécies: 
O dano típico, que está expressamente positivado em institutos normativos. 
 
E o dano atípico, como consequência das demais fontes do Direito. Especialmente a doutrina e a 
jurisprudência. 
 
Danos típicos: 
 Dano material ou patrimonial (dano emergente, lucro cessante); 
 Dano emergente (ou dano eventual); 
 Lucro cessante; 
 Dano moral (ou imaterial ou extrapatrimonial); 
 Dano moral a pessoa jurídica; 
 Honra objetiva; 
 Honra subjetiva; 
 Legitimação para pleitear o dano moral; 
 Arbitramento da verba indenizatória; 
 Dano a imagem. 
 
Danos atípicos: 
 Dano pela perda de uma chance; 
 Dano estético (ou morfológico); 
 Dano reflexo ou em ricochete; 
 Dano existencial. 
 
AULA 05 
A RESPONSABILIDADE CIVIL E SUAS RAMIFICAÇÕES 
 
O ser humano, no exercício de sua liberdade de ação e na faina de conquistar os objetivos na tutela 
de seus interesses, pode causar danos às pessoas ou bem de outrem, e, ainda, perturbar a ordem social por 
falta de cuidado objetivo em suas atitudes. 
 
Tais condutas podem gerar danos e as consequentes responsabilidades (penal e civil), muitas vezes 
com apenas uma ação danosa, na medida em que, ao mesmo tempo vulnera normas proibitivas de condutas 
de direito penal e de direito civil. Seja contratual ou extracontratual, cuja apuração poderá ser na modalidade 
objetiva (regra) ou subjetiva (por exceção). 
 
Nesse sentido, estudaremos as ramificações da responsabilidade civil, como consequência da 
liberdade de ação do ser humano e a apuração da responsabilidade de seus atos. 
 
A responsabilidade civil leva em conta, primordialmente, o dano, o prejuízo, o desequilíbrio 
patrimonial, embora em sede de dano exclusivamente moral, o que se tem em mira é a dor psíquica ou o 
desconforto comportamental da vítima. No entanto, é básico que, se não houver dano ou prejuízo a ser 
ressarcido, não temos por que falar em responsabilidade civil: simplesmente não há por que responder. 
 
Responsabilidades Contratual e Extracontratual: 
Existe uma distinção tradicional entre a responsabilidade contratual, que decorre do inadimplemento 
de obrigação assumida no contrato, e a responsabilidade extracontratual (delitual ou aquiliana) que deflui da 
violação de obrigação emanada da lei. Na realidade, os fundamentos são os mesmos em ambas as hipóteses. 
 
A responsabilidade extracontratual deflui de um imperativo genérico de não causar dano. 
 
Responsabilidade Contratual: 
Entende a doutrina e a jurisprudência que, no caso da obrigação de resultado, assumida por uma das 
partes, o simples fato de ter ocorrido o inadimplemento importa em presunção de culpa, cabendo ao devedor 
que não cumpriu a sua obrigação fazer a prova da ocorrência de força maior, caso fortuito, culpa do outro 
contratante ou outro fato que possa excluir a responsabilidade. 
Para tanto, vejamos o arts. 389 e 390 da Lei 10.406 de 2002: 
 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais 
juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e 
honorários de advogado. 
 
Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia 
em que executou o ato de que se devia abster. 
 
Responsabilidade Extracontratual: 
Pode-se dizer que há algumas cláusulas gerais extraídas do sistema jurídico civil para a 
responsabilidade extracontratual. 
 
Há o direito de o prejudicado ser indenizado e o dever de o ofensor indenizar quando: 
 
a) a ofensa se der a qualquer direito (patrimonial, material ou imaterial- como o moral, à imagem, da 
personalidade etc); 
 
b) a ofensa ocorrer em desrespeito a norma de ordem pública imperativa (v.g. abuso de direito – CC, 
187); direito protegido por norma imperativa constitucional (penal, administrativa etc); 
 
c) o dano causado for apenas moral; 
 
d) por expressa especificação legal, ou quando a atividade normalmente desenvolvidas pelo autor do 
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem, independentemente de dolo ou culpa 
(responsabilidade objetiva – CC, 927 parágrafo único); 
 
e) a ofensa se der por desatendimento não especificados da boa-fé e dos bons costumes”. 
 
Responsabilidade Subjetiva: 
Baseada na culpa em sentido lato, culpa ou dolo. 
 
É a análise integral do art. 186 da Lei 10.406 de 2002 que define o ato ilícito: 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, 
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito. 
Destacamos que, nesta modalidade, temos a explícita utilização, para fins da apuração da 
responsabilidade, do art. 373 do NCPC, vejamos: 
 
Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do 
direito do autor. 
 
A análise deve ser sob a ótica de que o ônus da prova incumbe em que polo da ação se encontra. Há 
o dever, sempre, de provar (estabelecendo o nexo de causalidade). 
 
Logo, por fim, na responsabilidade subjetiva o ônus da prova é, para a constituição do direito da 
parte Autora. 
 
Responsabilidade Objetiva: 
Independe de qualquer falha humana (culpa) ou desejo de causar dano (dolo) e decorre de uma 
simples relação de causalidade (nexo causal). 
 
Tal modalidade desnecessita da prova efetiva para a constituição dos direitos do autor. Flexibilizando 
assim o descrito no artigo 373 do NCPC acima descrito. 
 
• Entretanto, tal modalidade de apuração não desonera de forma absoluta o dever do autor de 
constituir a prova, minimamente, do alegado. Conforme o art. 319, VI do NCPC: 
 
Art. 319. A petição inicial indicará: (...) 
 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
(...) 
 
Observação: Provas – Indicação, relevância, qualificação, eventual produção. 
Exemplo: pericia 
 
No tocante à responsabilidade civil objetiva no CC, temos comoprincipal expoente o art. 927, 
parágrafo único do CC. Pois tal dispositivo é uma cláusula geral, ou seja, a responsabilidade civil será 
objetiva por determinação legal ou quando a atividade normalmente desenvolvida implicar em risco. Desta 
resultando as demais previsões legais. 
 
Art. 927. Aquele que por ato ilícito causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
 
Parágrafo único – haverá obrigação de reparar o dano independentemente de culpa, 
nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida 
pelo autor do dano, implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem. 
 
Então, há casos em que a responsabilidade civil será objetiva porque a natureza da atividade envolve 
risco. A lei não diz que a responsabilidade civil é objetiva, mas ela permite que o juiz, examinando o caso 
concreto, conclua que determinada natureza da atividade é de risco e passe a responsabilidade civil a ser 
objetiva. 
Sendo assim, há responsabilidade civil objetiva quando a lei disser e quando, no caso concreto, você 
concluir que a natureza da atividade desenvolvida envolve risco. Como, por exemplo, quando quem causa o 
dano o exerce em atividade profissional. 
 
AULA 06 
A RESPONSABILIDADE CIVIL POR FATO DE OUTREM E PELO FATO DA COISA 
 
 Para começar a tratar da responsabilidade civil pelo fato de outrem deve-se ter em mente a distinção 
entre a responsabilidade civil direta e indireta, ou seja, a regra é a primeira e, a segunda é excepcional e 
ocorre quando uma pessoa pode vir a responder pelo fato de outrem. É importante destacar que a 
responsabilidade pelo fato de outrem não se confunde com o fato de terceiro que é uma excludente de nexo 
causal. 
No tocante a responsabilidade civil pelo fato da coisa deve-se saber que a guarda de uma coisa 
acarretará para o dono a responsabilização quando ocorrer um dano provocado pela coisa. A coisa dá causa 
ao evento sem a conduta direta de alguém. Pois esta não é capaz de fato; por trás do fato da coisa inanimada 
há sempre o fato do ser humano. 
Convêm informar que a apuração da responsabilidade será, para os dois temas, na modalidade 
objetiva. Em que não há discussão quanto à culpa (imprudência ou negligência – art. 186 do CC). 
 
Responsabilidade civil pelo fato de outrem: 
 
Como regra atribuível da responsabilidade civil temos a forma direta. Nesta, a própria pessoa que 
causou um ato ilícito, responde pelo mesmo. 
Entretanto, na responsabilidade civil pelo fato de outrem alguém, que não o causador direto do dano, 
irá responder pelo ato ilícito. Essa responsabilidade decorre de uma relação existente entre o causador e o 
responsabilizável por força de lei. 
Tudo perfeitamente previsto nos termos art. 932 c/c 933, ambos do CC e outras previsões a serem 
estudadas. 
 
Outrem: Alguém que, por força de lei, tem legitimidade passiva de responder pelo dano causado por 
outra pessoa. 
 
São vários os tipos de responsabilidade civil pelo fato de outrem: 
 Responsabilidade dos pais pelos atos dos filhos menores de idade; 
 Responsabilidade dos tutores e curadores; 
 Responsabilidade do incapaz; 
 Responsabilidade do empregador ou comitente. 
 
A alteração do regime de responsabilidade dos pais pelos atos dos filhos menores foi uma das 
inovações do Código Civil de 2002, passando-se da culpa presumida para a imputação objetiva. Por isso, ao 
lado de outras situações relacionadas à responsabilidade por ato de terceiro, seu fundamento não mais reside 
na inobservância de um dever de vigilância, mas na necessidade “de se garantir ressarcimento à vítima. 
O incapaz (os incisos I e II do art. 932) poderá responder subsidiariamente com o patrimônio próprio, 
caso aquele que deveria ter o dever de fazê-lo não o puder, desde que não comprometa sua vida 
socioeconômica normal. 
A única hipótese em que poderá haver responsabilidade solidária do menor de 18 anos com seus pais 
é ter sido emancipado nos termos do art. 5º, parágrafo único, inc. I, do novo Código Civil. 
 
Fato da coisa: 
 
Teoria da guarda: 
 
Ao tema adota-se a teoria da guarda intelectual, ou seja, "guarda é aquele que tem a direção 
intelectual da coisa, que se define como poder de dar ordens, poder de comando, esteja ou não em contato 
material com ela" - Caio Mário da Silva Pereira. 
 
São vários os tipos de responsabilidade civil pelo fato da coisa: 
 
 Responsabilidade civil por fato de animais; 
 Responsabilidade civil por ruína de edifício; 
 Responsabilidade civil por coisas lançadas ou caídas de prédio; 
 Responsabilidade civil pelo contrato de depósito – estacionamentos. 
 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não 
provar culpa da vítima ou força maior. (Responsabilidade objetiva) 
 
Enunciado CJF nº 452 Art. 936: A responsabilidade civil do dono ou detentor de 
animal é objetiva, admitindo-se a excludente do fato exclusivo de terceiro. 
 
Haverá responsabilidade pelas coisas caídas ou lançadas em lugar indevido, que cause dano. Diverso 
do tema anterior, o habitante (por exemplo, locador) responderá por este ilícito. Caso em que a legitimidade 
passiva não necessariamente é do proprietário, por não ser o habitante. Como nos demais temas a 
responsabilidade é objetiva. 
AULA 07 
CONTRATOS DE PLANOS DE SAÚDE PRIVADOS 
Constituição Federal 
 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e 
ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação. 
 
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder 
Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, 
devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por 
pessoa física ou jurídica de direito privado. 
 
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. 
 
§ 1° - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema 
único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou 
convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. 
 
§ 2° - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às 
instituições privadas com fins lucrativos. 
 
§ 3° - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros 
na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. 
 
O que é plano privado de assistência à saúde? 
 
Lei 9.656 de 1998 
 
Art. 1º (...) 
I – Plano Privado de Assistência à Saúde: prestação continuada de serviços ou 
cobertura de custos assistenciais a preço pré ou pós-estabelecido, por prazo 
indeterminado, com a finalidade de garantir, sem limite financeiro, a assistência à 
saúde, pela faculdade de acesso e atendimento por profissionais ou serviços de 
saúde, livremente escolhidos, integrantes ou não de rede credenciada, contratada ou 
referenciada, visando a assistência médica, hospitalar e odontológica, a ser paga 
integral ou parcialmente às expensas da operadora contratada, mediante reembolso 
ou pagamento direto ao prestador, por conta e ordem do consumidor; 
 
O que é operadora de plano de assistência à saúde. 
 
Lei 9.656 de 1998: 
Art. 1º (...) 
II - Operadora de Plano de Assistência à Saúde: pessoa jurídica constituída sob a 
modalidade de sociedade civil ou comercial, cooperativa, ou entidade de autogestão, 
que opere produto, serviço ou contrato de que trata o inciso I deste artigo; 
 
Abrangência de aplicabilidade dos planos de saúde privados.Lei 9.656 de 1998: 
Art. 35-F. A assistência a que alude o art. 1º desta Lei compreende todas as ações 
necessárias à prevenção da doença e à recuperação, manutenção e reabilitação da 
saúde, observados os termos desta Lei e do contrato firmado entre as partes. 
 
Aplicabilidade da Lei 8.078 de 1990 aos contratos que envolvem relações de consumo. 
 
Lei 9.656 de 1998: 
Art. 35-G. Aplicam-se subsidiariamente aos contratos entre usuários e operadoras de 
produtos de que tratam o inciso I e o § 1º do art. 1º desta Lei as disposições da Lei nº 
8.078, de 1990. 
 
Podemos afiançar que o sistema de saúde privado é consequência de autorização da Constituição 
Federal que define, na Lei 9.656 de 1998, a sua operacionalização. 
 
Do plano-referência de assistência à saúde: 
A ANS define uma lista de consultas, exames e tratamentos, denominada Rol de Procedimentos e 
Eventos em Saúde, que os planos de saúde são obrigados a oferecer, conforme cada tipo de plano - 
ambulatorial, hospitalar com ou sem obstetrícia, referência ou odontológico. 
Essa lista é válida para os planos contratados a partir de 02 de janeiro de 1999, os chamados planos 
novos. É válida também para os planos contratados antes dessa data, mas somente para aqueles que foram 
adaptados à Lei dos Planos de Saúde. 
 
Doenças preexistentes: 
O tema é regulado pelo art. 11 da Lei 9,656 de 1998 e operacionalizado pela Resolução Normativa 
DC/ANS nº 162 de 17/10/2007, que estabelece a obrigatoriedade da Carta de Orientação ao Beneficiário; 
dispõe sobre Doenças ou Lesões Preexistentes (DLP), destacando quanto a esta segunda a definição doença 
preexistente e a conduta a ser tomada pelo plano de saúde e pelo usuário. 
 
Limitação de tempo de internação: 
A cláusula limitativa de internação, constante de planos de saúde, não pode ser acolhida diante do 
enunciado no CDC e na legislação hoje em vigor: a limitação do número de dias de internação não prevalece 
quando o doente tiver a necessidade, reconhecida pelo médico que ordenou a sua baixa em estabelecimento 
hospitalar, de ali permanecer por mais tempo do que o inicialmente previsto no contrato de seguro saúde. A 
natureza desse contrato e a especificidade do direito a que visa proteger estão a exigir sua compreensão à luz 
do direito do contratante que vem a necessitar do seguro para o pagamento das despesas a que não pode se 
furtar, como exigência do tratamento de sua saúde. 
 
Prazos de carência e situações de urgência e emergência: 
 
Os temas são previstos na Lei 9.646 de 1998 de forma expressa, incluindo a definição e distinção 
entre urgência e emergência. 
 
CARÊNCIA - PRAZOS 
Lei 9.656 de 1998: 
Art. 12. São facultadas a oferta, contratação e a vigência dos produtos de que tratam o inciso I e o § 
1º do art. 1º desta Lei, nas segmentações previstas nos incisos I a IV deste artigo, respeitadas as respectivas 
amplitudes de cobertura definidas no plano-referência de que trata o art. 10, segundo as seguintes exigências 
mínimas: 
V - quando fixar períodos de carência: 
a) prazo máximo de trezentos dias para partos a termo; 
b) prazo máximo de cento e oitenta dias para os demais casos; 
c) prazo máximo de vinte e quatro horas para a cobertura dos casos de urgência e emergência. 
 
COBERTURA EMERGENCIAL E URGENCIAL 
Lei 9.656 de 1998: 
Art. 35-C. É obrigatória a cobertura do atendimento nos casos: 
I - de emergência, como tal definidos os que implicarem risco imediato de vida ou de lesões 
irreparáveis para o paciente, caracterizado em declaração do médico assistente; 
II - de urgência, assim entendidos os resultantes de acidentes pessoais ou de complicações no 
processo gestacional. 
Reajustamento de preços por mudança de faixa etária e o Estatuto do Idoso: 
Isso acontece porque, em geral, por questões naturais, quanto mais idosa a pessoa, mais necessários e 
mais frequentes se tornam os cuidados com a saúde. As faixas etárias variam conforme a data de contratação 
do plano e os percentuais de variação precisam estar expressos no contrato. 
Lei 9.656 de 1998 
Art. 35-E. A partir de 5 de junho de 1998, fica estabelecido para os contratos 
celebrados anteriormente à data de vigência desta Lei que: 
I - qualquer variação na contraprestação pecuniária para consumidores com mais de 
sessenta anos de idade, estará sujeita à autorização prévia da ANS [...]. 
 
 
AULA 08 
A RESPONSABILIDADE CIVIL POR DIVULGAÇÃO DANOSA DE IMAGEM EM REDES 
SOCIAIS 
 
A grande rede viabiliza a todos os seus usuários o acesso ao mundo. Nos limites de conhecimento 
mediano, o usuário com as ferramentas adequadas pode tornar público os seus interesses de forma rápida e 
prática. 
Da mesma maneira que essa acessibilidade gera informações, encontros, confrontos e troca de 
opiniões, existe a possibilidade real do abuso do direito em seu uso. E o Direito não poderia ficar inerte 
diante desta “nova era”, com a consequente responsabilização dos seus agentes. Para tanto, surgiu com a Lei 
n. 12.965/14, também denominada Marco Civil da Internet, com diversas mudanças. Amparada pelo Decreto 
nº 8.771, de 11 de maio de 2016, regula a Lei 12.965 de 2014. 
Sendo assim, vamos refletir sob a ótica dessas normas paradigmáticas em cotejo com outras 
(CRFB/1988, Lei 10406/2002 etc.). 
Dano à imagem: 
A imagem é o conjunto de traços e caracteres de uma pessoa (natural ou jurídica) que a individualiza 
no meio social. A pessoa natural caracteriza-se por rosto, olhos, cabelos, perfil etc. Já a pessoa jurídica 
caracteriza-se por logo, nome fantasia, caracteres etc. 
É um bem personalíssimo, emanação de uma pessoa, através da qual projeta-se, identifica-se e 
individualiza-se no meio social e é passível de valoração financeira. 
Por tais características, é passivo de sofrer dano como a exposição humilhante, vexatória, retratando 
intimidade pessoal ou sexual. Entre outros fatores que o Direito ainda não percebeu. 
 
LEGITIMIDADE ATIVA 
No tocante à legitimidade ativa, integrará a pessoa cuja a lei disponibilize para tal. De regra, o 
próprio ofendido terá legitimidade para propor a demanda. Mas há outras pessoas que detêm esta mesma 
legitimidade, prevista em sede legal, conforme a Lei 10406 de 2002, são eles: 
 
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e 
reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida 
prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou 
colateral até o quarto grau. 
 
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à 
manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou 
a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser 
proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe 
atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins 
comerciais. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para 
requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. 
 
LEGITIMIDADE PASSIVA 
 
Lei nº 12.965 de 2014: 
Art. 18. O provedor de conexão à internet não será responsabilizado civilmente por 
danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros. 
 
Lei nº 12.965 de 2014: 
Art. 19. Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura, o 
provedor de aplicações de internet somente poderá ser responsabilizado civilmente 
por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial 
específica, não tomar as providências para, no âmbito e nos limitestécnicos do seu 
serviço e dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado como 
infringente, ressalvadas as disposições legais em contrário. 
 
§ 1º A ordem judicial de que trata o caput deverá conter, sob pena de nulidade, 
identificação clara e específica do conteúdo apontado como infringente, que permita 
a localização inequívoca do material. 
Do ofensor: 
 
Lei 10.406 de 2002: 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo. 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, 
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito. 
 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé 
ou pelos bons costumes. 
 
O ofensor será aquele que cometeu o ato ilícito por ação ou omissão, negligência ou imprudência, 
violando direito de outrem. Ainda que no exercício do direito da liberdade Constitucional de expressão, pois 
está abusando de seu direito. A Lei 12.855 de 2014 protege a privacidade com a responsabilização dos 
agentes causadores do dano. 
 
Do provedor da mídia social: 
 
Lei nº 12.965 de 2014: 
 
Art. 21. O provedor de aplicações de internet que disponibilize conteúdo gerado por 
terceiros será responsabilizado subsidiariamente pela violação da intimidade 
decorrente da divulgação, sem autorização de seus participantes, de imagens, de 
vídeos ou de outros materiais contendo cenas de nudez ou de atos sexuais de caráter 
privado quando, após o recebimento de notificação pelo participante ou seu 
representante legal, deixar de promover, de forma diligente, no âmbito e nos limites 
técnicos do seu serviço, a indisponibilização desse conteúdo. 
 
Parágrafo único. A notificação prevista no caput deverá conter, sob pena de 
nulidade, elementos que permitam a identificação específica do material apontado 
como violador da intimidade do participante e a verificação da legitimidade para 
apresentação do pedido. 
 
AULA 09 
A RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS CAUSADOS POR INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 
E AFINS 
 
Nos contratos bancários deve-se observar que o legislador, ao trazer o conceito de fornecedor de 
serviço, inclui os serviços de natureza bancária de forma expressa. No entanto, somente tivemos esse 
assunto pacificado com o Enunciado da Súmula 297 do STJ, pois parte da doutrina sustentava que o CDC 
não era aplicável aos contratos bancários, considerando que o dinheiro e o crédito não são produtos que se 
utilizam ou se adquirem com destinação final, eles são instrumentos ou meios de pagamentos. 
Os serviços bancários são indispensáveis. Entretanto, devemos confrontar a execução de tais serviços 
aos direitos dos consumidores. 
 
Súmula nº 297 do STJ. O código de defesa do consumidor é aplicável às 
instituições financeiras. 
 
Aplicação das normas de consumo ao sistema bancário: 
O sistema bancário é reconhecidamente um serviço prestado ao consumidor. Seja a título bancário, 
financeiro ou de crédito. Tudo nos termos do art. 3, § 2 da Lei 8.078 de 1990. 
 
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou 
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de 
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, 
distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. 
 
§ 1º (...). 
 
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante 
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, 
salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. 
 
Autorregulação: 
O Código de Ética e Autorregulação é um sistema de autodisciplina complementar às normas já 
existentes, cujos princípios fundamentais são: 
 a transparência das relações; 
 o respeito e cumprimento à legislação vigente; 
 a expansão sustentável do número de portadores de cartões no mercado brasileiro e de 
estabelecimentos credenciados; 
 a adoção de comportamento ético e compatível com as boas práticas comerciais; 
 a liberdade de iniciativa, livre concorrência e função social; 
 a proibição de práticas que infrinjam ou estejam em desacordo com o Código de Ética e 
Autorregulação; 
 o estímulo às boas práticas de mercado. 
 
Ainda, prevê regras gerais de conduta para as associadas, englobando políticas de atendimento aos 
clientes, orientação para o uso consciente do cartão, diretrizes de relacionamento, publicidade consciente e 
adequação legal. 
Além disso, um dos objetivos da autorregulação é dar maior especificidade ao ordenamento já 
existente, detalhando, do início ao fim, todo o processo de uso do cartão de crédito, ou seja, da oferta até o 
seu eventual cancelamento. 
Desde então, a autorregulação da ABECS vem crescendo e normatizando outros temas relevantes ao 
setor de meios eletrônicos de pagamento em seus Anexos e Normativos (todos disponíveis, na íntegra, na 
sessão de normas da Autorregulação). 
 
Observação: Lei 8.078 de 1990: 
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas 
abusivas: 
 
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou 
fornecer qualquer serviço; 
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao 
consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, 
inexistindo obrigação de pagamento. 
 
Normativos da FEBRABAN – SARB (Sistema de Autorregulação Bancária) 
A Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), cumprindo sua vocação de representar o setor 
bancário e de fortalecer sua relação com a sociedade, liderou, em conjunto com os maiores bancos do país, a 
criação do sistema brasileiro de autorregulação bancária. 
A autorregulação possibilitará aos bancos, em conjunto com a sociedade, harmonizar o sistema 
bancário, suplementando as normas e os mecanismos de controle já existentes. 
O SARB estabelece padrões ainda mais elevados de conduta às Instituições Financeiras. 
Mais do que acrescentar um conjunto de normas à já extensa e rigorosa lista de regras aplicáveis ao 
sistema bancário, a proposta central do Sistema é a de firmar um compromisso efetivo dos bancos com seus 
consumidores, reconhecendo que é possível e oportuno ir além do estritamente legal. 
 
 
AULA 10 
A RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS CAUSADOS POR EMPRESAS DE 
TELECOMUNICAÇÕES 
 
Nesta aula, examinaremos as normas pertinentes a um segmento técnico imprescindível e de íntima 
relação como nossas vidas: As telecomunicações. É impossível a vida atual sem os nossos equipamentos, 
que variam desde o aparelho celular até a TV. 
Todos correlacionados a diversos serviços: 
• Telefonia móvel; 
• Internet; 
• TV por assinatura. 
Obviamente, não nos limitamos a esses normativos, pois foram elencados por terem uma intervenção 
maior em nossas vidas como consumidores. 
 
A ANATEL: Generalidades: 
As agências reguladoras foram criadas para fiscalizar a prestação de serviços públicos praticados 
pela iniciativa privada. Além de controlar a qualidade na prestação do serviço, estabelecem regras para o 
setor. Além disso, devem garantir a participação do consumidor nas decisões pertinentes do setor regulado. 
 
 Elas são criadas por leis e, entre as principais funções de uma agência reguladora, estão: 
 Elaboração de normas disciplinadoras para o setor regulado; 
 Fiscalização dessas normas; 
 Defesa de direitos do consumidor; 
 Gestão de contratos de concessão de serviçospúblicos delegados; 
 Incentivo à concorrência, minimizando os efeitos dos monopólios naturais e desenvolvendo 
mecanismos de suporte à concorrência. 
 
ATENÇÃO! 
É preciso entender que as agências reguladoras não solucionam um caso individual como fazem os 
Procons, por exemplo. Por outro lado, as denúncias feitas para essas agências são essenciais para tornar o 
problema conhecido e melhorar a qualidade dos serviços. 
 
Realizadas as reclamações, processos administrativos são instaurados e, dependendo do caso, a 
empresa poderá ser multada ou sofrer sanções administrativas, como a suspensão temporária do 
fornecimento do serviço. 
 
Também tem a capacidade de expedir normas operacionais e de serviço, como forma de 
regulamentar a atividade econômica fiscalizada, adaptando-se ao ritmo de desenvolvimento tecnológico e ao 
crescente atendimento das demandas dos consumidores. 
 
Sendo assim, temos a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), criada em 1997, que 
promove o desenvolvimento das telecomunicações no país. A ANATEL tem independência administrativa e 
financeira e não está subordinada a nenhum órgão de governo. 
 
A Anatel tem poderes de outorga, regulamentação e fiscalização e deve adotar medidas necessárias 
para atender ao interesse do cidadão no setor de telecomunicações. 
 
A aplicabilidade das normas da ANATEL relativos às relações de consumo: 
 
O artigo 7º da Lei 8.078 de 1990 gera uma relação de permeabilidade com as demais fontes do 
direito que guardam pertinência com a proteção e defesa do consumidor. É previsão legal aberta do sistema 
consumerista que faz com que o microssistema consumerista seja constantemente atualizado e 
pormenorizado em decorrência da integração com outras fontes complementares dos direitos do consumidor. 
 
Destacamos que a primeira linha de defesa e proteção do consumidor é a Lei 8.078 de 1990. 
Entretanto, isso não impede, desde que seja mais benéfica ao consumidor, o emprego de fontes 
complementares. 
 
Lei 8.078 de 1990: 
Art. 7 - Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de 
tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação 
interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas 
competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, 
costumes e equidade. 
 
A Lei n° 9.472, de 16 de julho de 1997, em seu artigo 19, define as competências da ANATEL, a 
saber: 
Art. 19. À Agência compete adotar as medidas necessárias para o atendimento do 
interesse público e para o desenvolvimento das telecomunicações brasileiras, 
atuando com independência, imparcialidade, legalidade, impessoalidade e 
publicidade, e especialmente: 
 
I - implementar, em sua esfera de atribuições, a política nacional de 
telecomunicações; 
IV - expedir normas quanto à outorga, prestação e fruição dos serviços de 
telecomunicações no regime público; 
VI - celebrar e gerenciar contratos de concessão e fiscalizar a prestação do serviço no 
regime público, aplicando sanções e realizando intervenções; 
X - expedir normas sobre prestação de serviços de telecomunicações no regime 
privado; 
XI - expedir e extinguir autorização para prestação de serviço no regime privado, 
fiscalizando e aplicando sanções; 
XII - expedir normas e padrões a serem cumpridos pelas prestadoras de serviços de 
telecomunicações quanto aos equipamentos que utilizarem; 
XIII - expedir ou reconhecer a certificação de produtos, observados os padrões e 
normas por ela estabelecidos; 
XIV - expedir normas e padrões que assegurem a compatibilidade, a operação 
integrada e a interconexão entre as redes, abrangendo inclusive os equipamentos 
terminais; 
XV - realizar busca e apreensão de bens no âmbito de sua competência; 
XVI - deliberar na esfera administrativa quanto à interpretação da legislação de 
telecomunicações e sobre os casos omissos; 
XVII - compor administrativamente conflitos de interesses entre prestadoras de 
serviço de telecomunicações; 
XVIII - reprimir infrações dos direitos dos usuários; 
XIX - exercer, relativamente às telecomunicações, as competências legais em 
matéria de controle, prevenção e repressão das infrações da ordem econômica, 
ressalvadas as pertencentes ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica 
(CADE). 
 
 
 
 
 
 
FÓRUM 
Seguem as sugestões de temas para debate: 
1) Comentar sobre os elementos componentes da responsabilidade civil: ato ilícito, nexo causal e o dano. 
 1ª postagem será os elementos conceituados de uma forma geral. 
 Postagens subseqüentes tratarão de cada elemento de uma forma mais aprofundada. 
 
1ª Postagem de conteúdo geral: 
 
A responsabilidade civil, normatizada nos artigos 927 a 954 do Código Civil, visa regular as relações 
humanas quando em sociedade, no que tange aos aspectos da obrigação e da responsabilidade. 
A obrigação consiste no dever que os membros de uma sociedade têm de obedecer às normas de 
convívio social, evitando, assim, causar algum tipo de dano a outrem. 
Já a responsabilidade, consiste no dever jurídico de reparar um eventual dano causado a terceiro. 
A responsabilidade civil, para ser caracterizada, deve ser constituída de três elementos, a saber: ato 
ilícito, nexo causal e dano. Sendo o nexo causal o principal elemento caracterizador da responsabilidade 
civil. 
Oi Sid, 
Muito bem ! 
Lembre-se que a conduta humana é o primeiro elemento da responsabilidade civil e se concretiza pelo fazer ou não faz do agente. Não há que se falar em dever de indenizar sem 
que haja uma ação ou omissão do indivíduo. 
 
2ª postagem: 
 
Boa noite profa. e colegas, 
Neste tópico falarei apenas de um dos elementos da responsabilidade civil, o ato ilícito. 
O ato ilícito funda-se numa conduta humana que, no ordenamento jurídico brasileiro, está conceituada 
nos artigos 186 a 188 do Código Civil. 
Consiste numa ação comissiva ou omissiva culposa, contrária ao ordenamento jurídico, capaz de gerar 
dano, mesmo que unicamente moral, a terceiro. 
O ato ilícito é dividido em dois tipos: o gênero e a espécie. 
No ato ilícito gênero (ou puro) a conduta em si é qualificada como ilícita, é o definido no art. 186 do 
CC: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente 
moral, comete ato ilícito. 
O ato ilícito espécie (ou equiparado) é aquele onde o agente que causa o dano é parte legítima para o 
exercício do direito, porém, ao exercê-lo, ultrapassa os limites impostos pela lei referente ao seu 
exercício, é o definido no art. 187 do CC: 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, 
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, 
pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
Devemos lembrar que as excludentes de ilicitude contidas no art. 188 do CC afastam a incidência do 
ato ilícito para a caracterização da responsabilidade civil, sendo elas a legítima defesa, o exercício 
regular de direito reconhecido e o estado de necessidade. 
 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito 
reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de 
remover perigo iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as 
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites 
do indispensável para a remoção do perigo. 
Att. 
 
 
 
 
 
2) Examinar os institutos das responsabilidades penal e civil.