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DESAFIOS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO DOCENTE INICIANTE EM 
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR 
 
1 Silene da Silva Lima 
2 Francisco Raimundo Alves Neto 
 
RESUMO: Não é preciso realizar uma pesquisa de campo para comprovar que os 
professores iniciantes na docência do ensino superior enfrentam dificuldades. Sejam ela 
com as práticas pedagógicas, com os alunos, com a política da instituição ou com eles 
mesmos. Diante dessa hipótese despertou-se o interesse em realizar um estudo baseado 
nas principais dificuldades encontradas pelo docente nesse primeiro momento. Para 
realização do trabalho, foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica objetivando 
estudar o que a literatura pontua sobre o assunto em questão. Primeiramente será 
pontuado os aspectos gerais sobre a profissão docente, em seguida, será abordado 
algumas das principais dificuldades. 
Palavras-chave: Docente Iniciante. Desafios. Docência 
 
ABSTRACT: No need to conduct a field survey to prove that beginning teachers in 
higher education teaching struggling. Be it with the pedagogical practices, with 
students, with the policy of the institution or with themselves. Given this hypothesis 
woke up interest in conducting a study based on the main difficulties encountered by the 
teacher that first time. To carry out the work, we used the method of literature in order 
to study what the scores literature on the subject in question. First will be punctuated the 
general aspects of the teaching profession, then , will be addressed some of the major 
difficulties . 
Keywords : Teacher Beginner . Challenges . Teaching 
 
1 Possui graduação em Psicologia pela Uninorte- AC; Pós Graduanda em Docência e Gestão do Ensino 
Superior pela FAMETA-AC. Email: sileneelima@hotmail.com .2015 
2 Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal do Acre (1991), graduação em Direito pela 
Universidade Federal do Acre e mestrado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade CATÓLICA 
DE São Paulo; Doutor em Educação pela UFMG. Atualmente é professor adjunto da Universidade 
Federal do Acre. Email: alvesneto.advac@gmail.com.2015 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A educação é uma prática social vinculada as instituições. As transformações da 
sociedade moderna solidificam o entendimento da educação como fenômeno 
plurifacetado, ocorrendo em muitos lugares, institucionalizados ou não. Nas várias 
esferas da sociedade surge a necessidade de disseminação e internalização de saberes e 
modos de ação, enfatizando o poder pedagógico da interação social, rompendo com o 
paradigma de que somente nas instituições de ensino há aprendizagem. Nessa 
perspectiva, o professor se insere num contexto de várias possibilidades de ensino-
aprendizagem em sala de aula. 
Outro ponto importante é com relação a organização do ensino superior. Gaetta e 
Masetto (2013) pontuam que o sistema de educação vigente no Brasil apresenta uma 
arquitetura que divide o ensino em dois ciclos diferenciados pelo grau de abrangência e 
especialização: graduação e pós-graduação. Acrescentam que a graduação, considerada 
formação inicial, está subdividida nos cursos de formação de tecnólogos, bacharelados e 
licenciaturas e tem o propósito de desenvolver a profissionalidade, a integração de 
conhecimentos e competências vinculadas a uma profissão em determinado contexto. 
Os mesmos explicam que a pós-graduação é considerada um processo de 
educação continuada; subdivide-se em especialização, mestrado (acadêmico e 
profissional) e doutorado esperando-se com ela os profissionais ampliem e aprimorem 
os saberes para enfrentar as situações que se apresentam no desempenho de suas 
funções profissionais. 
A docência, entendida como o ensinar e aprender, está presente na pratica social 
em geral e não apenas na escola. No entanto, Pimenta et al (2003) destacam que 
conhecer não se reduz a se informar, que não basta se expor aos meios de informação 
para adquiri-lo, que é preciso operar as informações na direção de chegar ao 
conhecimento, então parece-nos que os professores tem um grande trabalho a realizar, 
que é proceder à mediação entre a sociedade da informação e os alunos. 
Entender como configura-se o início da profissão docente bem como analisar os 
possíveis desafios é um dos principais objetivos desse trabalho. O interesse da temática 
deu-se a partir de observações dos docentes iniciantes, principalmente aqueles que 
possuem bacharelado em sua graduação. 
Lecionar não é tarefa fácil, requer muito conhecimento, habilidade e atitudes 
sendo que o professor precisa ter um bom relacionamento intrapessoal bem como 
interpessoal para lhe dar com os imprevistos da sala de aula. Muitos desses conteúdos 
irão aprimorar-se com a prática, outros já são inerentes ao próprio profissional, no 
entanto, o fato de se tratar de alunos, o ambiente de trabalho sempre será “uma caixinha 
de surpresa”. 
Gaeta e Masetto (2013) descrevem que iniciar uma carreira como docente no 
ensino superior tem se tornado tarefa cada vez mais complexa e desafiadora. Complexa, 
pois as mudanças promovidas pelas novas tecnologias levam a atuação do professor 
para além de sua especialização; desafiadora, pois se vive num período de transição e 
rompimento com os padrões e modelos educacionais do passado, sem que ainda se 
tenha exata certeza de que virá pela frente bem como quais o modelo ideal a ser 
seguido. 
Diante dessa situação, é completamente natural que os professores iniciantes na 
docência do ensino superior, assim como outros profissionais em princípio de carreira, 
apresentem uma série de dúvidas, expectativas e ansiedades, tanto as relacionadas ao 
domínio do conteúdo especifico da disciplina lecionada, quanto as vinculadas aos novos 
conceitos e propostas didáticas exigidas pelo sistema educacional vigente ou da 
instituição de ensino superior a qual trabalha. 
 
2 ASPECTOS GERAIS REFERENTES A PROFISSÃO DOCENTE 
 
De acordo com Neves (2012) nos últimos vinte anos, o Brasil assistiu a um 
notável processo de crescimento de seu ensino superior. Nesse sentido, a educação 
superior deixou de ser privilégio para poucas pessoas. A democratização da inserção a 
esse nível de ensino, é bastante significativo visto que é notório as expectativas de 
ascensão social que lhe são inerentes, tornando a faculdade uma aspiração possível para 
faixas cada vez mais amplas da população. 
 No Brasil, o ensino superior, tem se preocupado com a formação vinculada a 
diferentes carreiras, necessitando da participação de profissionais e especialistas que 
transmitam informações e práticas a seus alunos, avaliando-os para lhes atribuir um 
diploma que permitiria sua atuação no mercado de profissional. Portando, é necessário o 
docente especialista na área de formação para ministrar as disciplinas com o intuito de 
formar novos profissionais. 
Nesse sentido, Garcia (1999) apud Nono e Mizukami (2006) esclarecem que 
falar da carreira docente não é mais do que reconhecer que os professores, do ponto de 
vista do “aprender a ensinar”, passam por diferentes etapas, as quais representam 
exigências pessoais, profissionais, organizacionais, contextuais, psicológicas, etc., 
específicas e diferenciadas. 
Os professores ensinam tanto pelo que sabem, quanto pelo que são, 
direcionando-se de acordo com experiências vivenciadas ou situações observadas. 
Zabalza (2004) apud Gaeta e Masetto (2013), pontuam a expectativa que os docentes 
tem sobre seu trabalho, a maneira como planejam suas atividades, a maneira de 
abordarem os conteúdos selecionados, a metodologia empregada, as exigências de 
aprovação, o relacionamento com os alunos e a instituição refletem o quesão, sentem 
ou vivem. Contudo, corroborando com trecho seguir, é importante salientar que: 
 
Identidade docente é a compreensão que temos de nós mesmos como profissionais. 
Uma identidade profissional se constrói com base no significado que a profissão tem 
para cada um, na sua história de vida, no seu modo de situar-se no mundo. Dessa 
maneira, o profissional que for convidado a abrilhantar um curso relatando suas 
experiências profissionais agirá como profissional que é: engenheiro, gestor, 
empreendedor ou outro. Grande parte do corpo docente dos cursos superiores é 
recrutada entre profissionais da área (GAETA e MASETTO, 2013, p. 15). 
 
 Ao inserir-se numa instituição de ensino superior, o professor enfrenta 
diferentes necessidades, problemas, expectativas, desafios, dilemas, tanto por parte de 
seus alunos, como da própria instituição a qual trabalha, com isso ele vai construindo 
seu conhecimento profissional, lapidando seu perfil profissional e estabelecendo-se no 
mundo acadêmico. 
De acordo com Imbernón (2001) apud Nono e Mizukami (2006), o professor 
iniciante, apresenta de um conhecimento dinâmico e não-estático que se desenvolve ao 
longo da carreira profissional, em diversos momentos: na experiência como discente, 
quando, ainda como aluno. O novo docente transita pelo sistema educativo e assume 
uma determinada visão da educação, marcada, em algumas vezes, por estereótipos da 
docência difíceis de serem superados. 
Os primeiros anos de atuação como docente, promove ao professor as primeiras 
eventuais mudanças na forma como este irá encarar atitudes, valores e funções relativas 
à docência; na vivência profissional imediatamente posterior no campo da prática 
educacional, que leva à consolidação de um determinado conhecimento profissional. 
Nesse sentido, há algumas fases que descrevem as etapas da formação de docentes: 
 
Existem quatro fases diferenciadas pelas quais passa o professor. A primeira fase, 
denominada de pré-treino, inclui as experiências que os futuros professores tiveram 
enquanto alunos e que podem influenciá-los inconscientemente durante o exercício 
da profissão. A segunda, chamada de formação inicial, refere-se à etapa de 
preparação formal para ser professor e se dá em instituição específica. A terceira, 
denominada Iniciação – objeto do presente estudo por tratar-se da fase em que se 
encontra o professor iniciante – diz respeito aos primeiros anos de exercício 
profissional, os quais se configuram como uma etapa ímpar e marcante na vida do 
professor. A última fase, a formação permanente, relaciona-se ao período que inclui 
as atividades de formação planificadas pelas instituições e pelos próprios professores 
ao longo da carreira, a fim de permitir que o desenvolvimento profissional seja um 
processo constante. (PAPI e MARTINS, 2010 p.5). 
 
A fase de iniciação, tem sido privilegiada, na medida em que se percebe a 
necessidade constante da melhoria nos processos educativos, o professor passa a 
especializar-se cada vez mais, atualizando seus conhecimentos. Nesse sentido, Papi e 
Matins (2010) pontuam que os primeiros anos podem tornar-se um período mais fácil 
ou mais difícil, dependendo das condições encontradas pelos professores no local de 
trabalho, das relações mais ou menos favoráveis que estabelecem com outros colegas, 
bem como da formação que vivenciam e do apoio que recebem nessa etapa do 
desenvolvimento profissional. 
Portanto, todos os aspectos são relevantes quanto a iniciação da prática docente 
devendo ser observados com cautela, pois, todos esses fatores podem ser causas de 
motivação ou desmotivação na prática docente. Os professores, geralmente, inserem-se 
na profissão cheios de expectativas, pois muitos acreditam que a educação pode 
fornecer consciência de luta por uma sociedade mais justa capaz de formar profissionais 
com mão -de -obra qualificada. 
 
 
3 PRINCIPAIS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELO DOCENTE 
INICIANTE 
 
Em seu trabalho, Papi e Martins (2010) afirmam que é no período de iniciação 
profissional que o professor se defrontará com a realidade que está posta e com 
contradições que nem sempre estará apto a superar. Acrescentam que o conhecimentos 
profissionais são colocados em xeque e a postura que assume pode ir desde uma 
adaptação e reprodução muitas vezes pouco crítica ao contexto acadêmico e à prática 
nele existente, a uma postura inovadora e autônoma, ciente das possibilidades, dos 
desafios e dos conhecimentos profissionais que sustentam sua ação pedagógica. 
Quando se fala sobre o período de iniciação profissional há uma aproximação 
tanto de fatores pessoais quanto de fatores e aspectos profissionais, estruturais com os 
quais se defronta o professor. Gaeta e Masetto (2013) afirmam que nessa situação, o 
professor iniciante pode apresentar sentimentos de estresse, angústia, dúvida e receio. 
Se de um lado deduz que, por ter sido aluno por vários anos e assistido a aulas de tantos 
professores, seria capaz de imitá-los, de outro ele sabe que não dispõe de experiência 
docente que lhe permita atuar com confiança e desenvoltura. O docente no início pode 
também se sentir sozinho no novo ambiente de trabalho, sem saber onde buscar apoio e 
diálogo que o ajude a enfrentar os questionamentos e desafios próprios da profissão. 
Nesse sentido, é importante descrever: 
 
 Os professores iniciantes podem encontrar durante seu primeiro ano de serviço 
dificuldades específicas como principiantes em um entorno laboral relativamente 
desconhecido. Apesar de ter entrado em contato direto com a profissão através de 
práticas em centros escolares, será a primeira vez que enfrentam a realidade diária 
de uma atividade laboral na qualidade de professores plenamente qualificados. Estas 
circunstâncias motivam a existência de medidas de apoio oferecidas por pessoal 
capacitado com experiência para ajudar aos docentes a superar as dificuldades que 
podem encontrar como principiantes na profissão (ERYDICE, 2002, apud, PAPI e 
MARTINS, 2010, p. 5) 
 
O professor iniciante apresenta uma primeira grande expectativa de aprender 
como exercer seu novo oficio, pois, na maioria dos casos, não lhe foi oferecida durante 
sua formação acadêmica a oportunidade de aprender a ser docente no ensino superior, 
sendo que muitas vezes a formação foi em outras áreas nas quais não há no projeto 
político pedagógico do curso, disciplinas da licenciatura. Por outro lado, esse 
profissional, provavelmente tem em mente a ideia de que o oficio de professor é um 
importante acréscimo à parte profissional da sua formação, ultrapassando o domínio dos 
conteúdos a serem repassados aos alunos. 
Perrenoud (2002) apud Gaeta e Masetto (2013) destacam que a formação de 
bons professores iniciantes tem a ver, acima de tudo, com a formação de pessoas 
capazes de evoluir, de aprender de acordo com a experiência, refletindo sobre o que 
gostariam de fazer, sobre o que realmente fizeram e sobre os resultados obtidos. 
 
 O estudante que deixa de ser aluno para iniciar-se na profissão de docente 
universitário deve assumir um novo papel que comporta uma mudança de percepção 
da figura do professor. De um papel cômodo e anônimo de estudante protegido pelo 
grupo de classe assume uma posição ativa frente a um grupo de alunos com idades 
próximas a sua, cujas aprendizagens dependem em parte da sua aptidão profissional 
(ESCARTIN et al, 2008, apud GAETA e MASETTO, 2013, p. 12) 
 
A realidade profissional ainda é desconhecida do professor iniciante e se 
apresenta como uma série de interrogações que norteiam a pratica e o relacionamento 
deste com os outros profissionais, com os alunos e com ele mesmo. Não se pode 
desconsiderar essas ansiedades,inseguranças e expectativas. Portanto, apontar e 
provocar reflexão acerca de algumas características desse ambiente educacional pode 
contribuir para uma mais rápida integração e aquisição de autoconfiança, necessárias 
para que se realize um trabalho diferenciado. 
A relação do professor com o saber, na condição de especialista em um assunto, 
é diferente da relação com esse mesmo saber na condição de docente: há uma 
responsabilidade especial ao repassar esse conhecimento. É fundamental que o 
professor tenha uma clara compreensão de como esse conhecimento deve ser 
trabalhado, a fim de que seja significativo para os estudantes, ou seja, útil, acessível, 
claro e inovador. Nesse sentido, Gaeta e Masetto (2013) acrescentam que os 
professores, ao entrarmos em sala de aula, encontraremos um público com 
características próprias, com o qual compartilharemos um período letivo. Nessa 
perspectiva, é importante descrever: 
 
Frequentemente ouvimos depoimentos de professores sobre seus alunos alegando 
falta de compromisso e motivação, desinteresse pela própria aprendizagem, 
passividade, individualismo, falta de criticidade e de questionamento, interesse pela 
nota e pela obtenção de diploma, imaturidade e dificuldade em interpretação e 
redação de textos. É preciso reconhecer que não é fácil lidar com a diversidade, 
tarefa que no dia a dia toma proporções complexas e desafia o professor (GAETA e 
MASETTO, 2013). 
 
Nesse contexto, o papel da Instituição de Ensino Superior como formadora de 
profissionais inova-se. A instituição precisa auxiliar os professores a lidar com os 
desafios decorrentes do convívio em sala. Além de formar pessoas que dominam 
conhecimentos e técnicas específicos de uma determinada área, torna-se imprescindível 
a formação de um profissional cidadão competente, que busca resoluções para os 
problemas de seus alunos, colaborando para seu desenvolvimento social destes, e ao 
mesmo tempo, analisando as consequências de suas decisões em vista dos aspectos 
éticos, sociais, culturais. Por outro lado, o professor precisa envolver-se com as 
propostas da instituição, bem como comprometer-se com os propósitos do seu local de 
trabalho. 
Todavia, considerando todos os desafios descritos bem como a forma como 
alguns lidam com esse primeiro momento da docência, é importante pontuar, segundo 
Zanchet (2011) que a prática pedagógica dos professores precisa ser acompanhada e 
controlada, pois, na lógica administrativa, essas são as estratégias eficazes para reforçar 
sua responsabilização pelos resultados dos sistemas educacionais. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Aprender oficio de professor significa, compreender que para atuar 
adequadamente, não basta dar aulas: é preciso desenvolver a profissionalidade docente, 
o que pressupõe conhecimentos específicos do assunto pretendido. A sabedoria docente 
é complexa e abrange muitas facetas e dimensões, a maioria encontra-se relacionadas 
com o domínio do conteúdo, a organização curricular, a competência pedagógica, o 
desenvolvimento da identidade docente, a reflexão, a pesquisa e o planejamento da 
carreira docente. 
É notório que tornar-se professor não é tarefa fácil, é necessário muito esforço e 
introspecção com relação aos comportamentos adotados em sala. Entender que há uma 
seria de competências a serem desenvolvidas, é o primeiro passo para o sucesso em sala. 
Como abordado no texto, com o tempo o professor vai se apropriando dos 
conhecimentos e construindo sua identidade. 
Não diferente de outras profissões, ser professor requer muito estudo, para 
manter-se atualizado, e aprimoramento das competências pedagógicas para aplicar esse 
conhecimentos em sala. A quase ausência da formação pedagógica para o professor do 
ensino superior vem incumbir um peso muito grande ao papel da experiência na prática 
docente do profissional que atua nesse nível de ensino. 
Todavia, esse profissional precisa desenvolver a habilidade de compreender e 
analisar o contexto em que se desenvolve suas atividades: ou seja, a sala de aula. Nesse 
sentido, o professor não pode deixar de perder a conexão com seus alunos, 
principalmente nos primeiros anos, pois essa relação irá reforçar e motivar a pratica 
docente de acordo com o feedback do público-alvo. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BARRETO, Maria da Apresentação. Ofício, Estresse e Resiliência: Desafios do 
Professor Universitário. Tese apresentada à Pós-graduação da Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em 
Educação. 182 páginas. Natal,2007. 
 
CORREIA, Marinêz Luiza. A Formação Inicial do Professor: os Desafios e Tensões 
que a Prática Pedagógica Impõe. ANALECTA Guarapuava, Paraná v.9 nº 2 p. 11-20 
jul./dez. 2008 
 
GAETA, Cecília; MASETTO, Marcos T. O Professor Iniciante no Ensino Superior: 
Aprender, Atuar e Inovar. Editora Senac. São Paulo, 2013. 
 
NEVES, Clarissa Eckert Baeta. Ensino Superior no Brasil: Expansão, diversificação 
e inclusão. Preparado para apresentação no congresso de 2012 da CASA (Associação 
de Estudos Latino Americanos), em São Francisco. Califórnia, 2012. 
 
NONO, Maévi Anabel; MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Processo de Formação 
de Professores Iniciantes. Revista Brasileira de Pedagogia. Volume 87; Número 257. 
Brasília, 2006. 
 
PAPI, Silmara de Oliveira Gomes; MARTINS, Pura Lúcia Oliver. As Pesquisas Sobre 
Professores Iniciantes: Algumas Aproximações. Educação em Revista; Volume.26; 
Número 03; Belo Horizonte, 2010. 
 
PIMENTA, Selma Garrido; ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos; CAVALLET, 
Valdo José. Docência no Ensino Superior: Construindo Caminhos. In: BARBOSA, 
Raquel Lazzari Leite (org). Formação de Educadores: Desafios e Perspectivas. São 
Paulo: Editora UNESP, 2003. 
 
ZANCHET, Beatriz Maria Boéssio Atrib. Ensino e Pesquisa: Desafios e Possibilidades 
para Docentes Universitários Iniciantes. Revista Inter-ação; Volume 36; Nº 2; Goiânia, 
2011.

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