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Curso: Licenciatura em Química Disciplina: Físico-Química Experimental III RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA CINÉTICA QUÍMICA (FATORES QUE INFLUENCIAM NA VELOCIDADE DE UMA REAÇÃO) Professora: Indi Assis Rodrigues Alunos: Fábio Alves Leão Anderson Martins Outubro de 2017 1. INTRODUÇÃO Sabermos os fatores que influenciam a velocidade das reações é algo muito importante, pois existem reações que queremos que ocorram mais rápido e também há reações que queremos que demorem mais tempo. Por exemplo, nas indústrias, é imprescindível para o lucro econômico que determinadas reações usadas resultem no produto com o menor tempo possível, ainda mais se a reação produzir pouco. Por outro lado, a reação de decomposição de alimentos é uma que queremos que ocorra o mais lentamente possível. Assim, para acelerar ou retardar as reações químicas, precisamos estudar os fatores que influenciam esses processos, sendo que os principais são quatro: superfície de contato, temperatura, concentração dos reagentes entre outros. Alguns fatores podem aumentar ou diminuir a velocidade de uma reação química. São eles: • Temperatura; • Superfície de contato; • Concentração dos reagentes; • Entre outros. Temperatura A temperatura está ligada à agitação das moléculas. Quanto mais calor, mais agitadas ficam as moléculas. Se aumenta a temperatura, aumenta a energia cinética das moléculas (movimento). Se as moléculas se movimentam mais, elas se chocam mais e com mais energia, diminuindo a energia de ativação e em consequência, aumenta o número de colisões efetivas e portanto a velocidade da reação também aumenta. Superfície de Contato A área de contato entre os reagentes também interfere na velocidade das reações químicas. Quanto maior a superfície de contato, maior o número de moléculas reagindo, maior o número de colisões eficazes e portanto, aumenta a velocidade da reação. Concentração Concentração está relacionado à quantidade de soluto e de solvente de uma substância. Se aumenta a concentração de reagentes, aumenta o número de moléculas dos reagentes, aumentando o número de colisões e aumentando também a velocidade da reação. Está associada à Lei Cinética (Lei de Guldber-Waage), que diz “a velocidade de uma reação é diretamente proporcional ao produto das concentrações molares dos reagentes, para cada temperatura, elevada a expoentes experimentalmente determinados.” 2. OBJETIVOS Distinguir os diferentes fatores que podem influenciar na velocidade de uma reação química, como temperatura, superfície de contato e a concentração de um dos reagentes. 3. REAGENTES E MATERIAIS 3.1 Experimento 1 • Água; • Três béquer 50 mL; • Comprimido de Sonrrisal; • Bico de Busen 3.2 Experimento 2 • Dois béquer de 50 mL; • Água • Cadinho • Comprimido de Sonrrisal. 3.3 Experimento 3 • Três balões de 50 mL; • Três tubos de ensaio; • Solução de Sulfato de cobre 1,0 mol/L; • Solução de Sulfato de cobre 0,1 mol/L; • Solução de Sulfato de cobre 0,01 mol/L; • Fio dental • Estante para tubo de ensaio • Pregos; • Balança analítica. 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 4.1 Experimento 1: Fator temperatura Em cada béquer foi colocado 50 ml de água, sendo no primeiro béquer água quente, no segundo água em temperatura ambiente e no terceiro água gelada. Adicionou-se simultaneamente em cada béquer, meio comprimido de Sonrrisal. Foi observado e comparou-se a ordem em que terminaram as reações nos três béqueres registrando-se a ordem das reações de acordo com a temperatura. 4.2 Experimento 2: Fator superfície de contato Colocaram-se em dois béqueres 50 mL de água em temperatura ambiente. Triturou-se em um cadinho meio comprimido de Sonrrisal. Foi adicionado, simultaneamente, em um dos béqueres, meio comprimido triturado e no outro béquer meio comprimido inteiro. Observou-se a reação e verificou-se em qual recipiente a reação terminou primeiro. 4.3 Experimento 3: Fator concentração dos reagentes Preparou-se três soluções de sulfato de cobre (CuSO4) cuja massa molecular é 159,609 g/mol, sendo: a) Solução de sulfato de cobre 1,0 mol/L Pesou-se 7,987 gramas de sulfato de cobre e dissolveu-se em 50 mL de água. b) Solução de sulfato de cobre 0,1 mol/L Pesou-se 0,796 grama de sulfato de cobre e dissolveu-se em 50 mL de água. c) Solução de sulfato de cobre 0,01 mol/L Pesou-se 0,079 grama de sulfato de cobre e dissolveu-se em 50 mL de água. Figura 1: Soluções de sulfato de cobre preparadas a 1,0 mol/L, a 0,1 mol/L e a 0,01 mol/L, respectivamente. Foto: os autores. Colocou-se 15 mL de cada uma das soluções preparadas em três tubos de ensaio e mergulhou-se, em cada tubo de ensaio, ao mesmo tempo, um prego de ferro amarrado a um pedaço de linha, deixando-os mergulhados nas soluções por aproximadamente 60 segundos. Figura 2: Pregos mergulhados em solução de sulfato de cobre. Foto: os autores Aos aproximadamente 60 segundo, retirou-se os pregos das soluções de sulfato de cobre e fizeram-se as observações. Figura 3: Pregos após as reações com sulfato de cobre durante 60 segundos. Foto: os autores. 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1 Experimento 1: Fator temperatura Foram obtidos os seguintes dados durante a prática: Água Fria Temperatura ambiente Quente Tempo das reações 48 segundos 39 segundos 27 segundos Ordem de término das reações 3ª 2ª 1ª Tabela 1. Tempo e ordem das reações de acordo com as temperaturas Quanto maior foi a temperatura durante a reação, pode-se observar uma maior velocidade dessa reação. Isso aconteceu porque, segundo Chang (2012), o aumento da temperatura eleva a energia cinética das moléculas, o que faz com que elas fiquem mais agitadas, movimentando-se mais rapidamente. Dessa forma, haverá um maior número de choques efetivos entre suas partículas e a velocidade da reação aumentará. Ou seja, com o aumento da temperatura, a energia cinética das moléculas das substâncias reagentes aumenta, sendo assim, elas movimentam-se em uma maior velocidade, o que aumenta a quantidade de choques efetivos que resultam em uma reação mais rápida. Além disso, como a energia das moléculas aumenta, isso propicia que elas tenham a energia suficiente para reagir, que é chamada de energia de ativação (ATKINS, 2012). 5.2 Experimento 2: Fator superfície de contato Foram observado que a reação com o comprimido triturado terminou antes da reação com o comprimido inteiro. Um dos fatores para a ocorrência de uma reação é que as moléculas dos reagentes devem colidir de modo efetivo. Quanto maior a superfície de contato, maior o número de moléculas que irão colidir, aumentando também a probabilidade de ocorrerem choques efetivos e, por fim, o aumento da velocidade da reação. Essas colisões, de acordo com Chang (2012), resultarão na quebra das antigas ligações e formação de novas ligações, ou seja, a reação química ocorrerá. Portanto, quanto maior for a superfície de contato, mais moléculas estarão em contato umas com as outras, maior será a probabilidade de ocorrerem choques efetivos e mais rápida será a reação. Figura 4: Reação entre o antiácido efervescente e água em duas situações diferentes: no primeiro copo, o antiácido está em comprimido inteiro; no segundo, está em pó. Fonte: Os autores. 5.3 Experimento 3: Fator concentração dos reagentes Com o aumento da concentração do reagente, a reação ocorreu mais depressa,porque houve o aumento do número de partículas reagindo, aumentando também a quantidade de choques entre elas e a probabilidade de ocorrerem colisões eficazes que resultem na ocorrência da reação. Figura 5. Maior a concentração dos reagentes, mais rápido ocorre a reação. Fonte: os autores. Em outras palavras, segundo Chang (2012), quando aumentamos a concentração dos reagentes, aumentamos o número de moléculas ou partículas reagentes por unidade de volume e, consequentemente, o número de colisões entre elas aumenta, resultando em uma maior velocidade da reação. Figura 6: Reação após 60 segundos. Fonte: os autores. Pôde-se observar que no tubo onde a concentração era maior, a reação ocorreu mais rapidamente do que no béquer com concentração menor. 6. CONCLUSÃO Na prática testamos a influência da temperatura, da superfície de contato e da concentração de reagentes. A velocidade das reações é diretamente proporcional a temperatura, a superfície de contato e a concentração dos reagente. Ou seja, quanto maiores forem a concentração dos reagentes, a temperatura e a superfície de contato, maior será a velocidade reacional. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATKINS, Peter. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente / Peter Atkins, Loretta Jones; tradução técnica: Ricardo Bicca de Alencastro. 5ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. BARBOSA, Addson L. Dicionário de Química. 4ª ed. Goiânia: AB Editora, 2007. CASTELLAN, Gilbert William. Fundamentos de físico-química. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, c1986. 527 p. CHANG. Reymond. Química Geral: conceitos essenciais. Quarta edição, MC Graw Hill, São Paulo, 2012. FELTRE. Ricardo. Fundamentos de Química: volume único. 4ª ed. São Paulo: Moderna, 2005. Roteiro de aulas práticas de Físico-química III.
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