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Curso: Licenciatura em Química Disciplina: Físico-Química Experimental III RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA EQUILÍBRIO QUÍMICO Professora: Indi Assis Rodrigues Alunos: Fábio Alves Leão Anderson Martins Setembro de 2017 1. INTRODUÇÃO A maioria das reações químicas é reversível. Os reagentes, A e B, reagem formando os produtos, C e D, e no mesmo tempo os produtos reagem restituindo os reagentes. Qual destas reações será favorecida depende das condições termodinâmicas. O equilíbrio químico descreve o estado no qual as velocidades das reações direta e inversa são iguais e as concentrações dos reagentes e dos produtos se mantêm inalterados ao longo do tempo. Esse estado de equilíbrio dinâmico é caracterizado por uma constante de equilíbrio. Dependendo da natureza das espécies reagentes, a constante de equilíbrio pode ser expressa em termos de molaridade (para soluções) ou pressão parcial (para gases). A constante de equilíbrio fornece informações sobre o sentido de uma reação reversível e as concentrações das misturas em equilíbrio (CHANG, 2012). De acordo com o autor, os fatores que afetam o equilíbrio químico são: modificações na concentração podem afetar a posição de um estado de equilíbrio, isto é, as quantidades relativas de reagentes e produtos. Alterações na pressão e no volume podem ter o mesmo efeito para sistemas gasosos em equilíbrio. Somente uma mudança na temperatura pode alterar o valor da constante de equilíbrio. Um catalisador pode auxiliar para que o estado de equilíbrio seja alcançado mais rapidamente, acelerando as reações direta e inversa, mas o catalisador não altera a posição de equilíbrio e nem o valor da constante de equilíbrio. Há uma regra que ajuda a prever o sentido em que dada reação evoluirá para o equilíbrio quando ocorre uma variação de concentração, pressão, volume ou temperatura. Essa regra, conhecida por princípio de Le Châtelier (formulada pelo químico francês Hemi Le Châtelier), diz que se um sistema em equilíbrio for perturbado externamente, o sistema ajusta-se para minimizar a ação dessa perturbação. Aqui, a palavra "perturbação" significa uma variação na concentração, pressão, volume ou temperatura que afaste o sistema do seu estado de equilíbrio. Usaremos o princípio de Le Châtelier para determinar os efeitos de tais variações. aA + bB cC + dD A Equação acima é a expressão matemática da lei da ação das massas. Essa expressão relaciona as concentrações dos reagentes e as dos produtos em equilíbrio, em termos de uma quantidade chamada constante de equilíbrio. A constante de equilíbrio é definida por um quociente. O numerador é obtido multiplicando-se as concentrações dos produtos no equilíbrio, cada uma elevada a um expoente igual ao respectivo coeficiente estequiométrico da equação balanceada. Para obter o denominador, usa-se o mesmo procedimento para as concentrações dos reagentes no equilíbrio. 2. OBJETIVOS Equacionar as reações químicas de equilíbrio e escrever a expressão para a constante de equilíbrio, assim como avaliar a influência das concentrações das moléculas no equilíbrio (Princípio de Le Chatelier). 3. REAGENTES E MATERIAIS Durante o experimento foram utilizados os seguintes reagentes e materiais: • Pipetas; • Conta-gotas; • Tubos de ensaio; • Béquer; • Solução de K2CrO4 0,1 mol/L; • Solução de K2Cr2O7, 0,1 mol/L; • Solução de HCl 0,1 mol/L; • Solução de NaOH 1,0 mol/L; • Solução de NH4OH; • NH4NO3 granulado; • Fenolftaleína; • Água destilada; • Bastão de vidro; • Espátulas. 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Primeiramente preparou-se soluções de K2CrO4 0,1 mol/L pesando 0,9720 g e dissolvendo em 50 mL de água destilada; de K2Cr2O7, 0,1 mol/L com 1,4709 g em 50 ml de água e 2 g de NaOH 1,0 mol/L também em 50 mL de água destilada, deixando-as nos respectivos balões volumétricos. As demais soluções utilizadas já haviam sido preparadas anteriormente. Primeira parte: Equilíbrio dos íons cromato (CrO4 2-) e dicromato (Cr2O7 2-). Foi colocado 20 gotas de cromato de potássio K2CrO4 (solução amarela) em um tubo de ensaio, e 20 gotas de dicromato de potássio K2Cr2O7 (solução alaranjada) em outro tubo de ensaio. Observou-se as cores, servindo apenas para as respectivas referências de colorações. Em outros dois tubos de ensaio foi colocado 10 gotas de K2CrO4 e K2Cr2O7 , respectivamente, uma solução em cada tubo. Acrescentou-se gota a gota, a solução de NaOH alternadamente em cada um dos tubos até a mudança de cor em um deles. Repetiu o procedimento anterior acrescentando agora a solução de Hcl gota a gota, alternadamente em cada um dos tubos até a mudança de cor em um deles. Em seguida pegou-se os tubos que havia sido adicionado a solução de Hcl e acrescentou-se, gota a gota, solução de NaOH até a mudança de cor. Também pegou-se os tubos com soluções de NaOH e acrescentou-se, gota a gota, solução de Hcl até a mudança de cor. Segunda parte: Equilíbrio da amônia Primeiramente adicionou-se aproximadamente 150 mL de água destilada em um bécker e depois acrescentou-se algumas gotas de fenolftaleína. Em seguida foi adicionado algumas gotas da solução de amônia. A solução ficou com a coloração rósea devido ao seu caráter alcalino. Logo adicionou-se alguns grãos de nitrato de amônio e agitou-se. A solução ficou incolor. 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Quando adicionamos o HCl à solução de K2CrO4, percebemos uma mudança de cor na solução, de amarela para alaranjada. O contrário foi observado quando adicionamos o NaOH à solução de K2Cr2O7, que mudou de alaranjada para amarela. Isto aconteceu porque os íons CrO4 2- e Cr2O7 2-, quando estão em solução, estabelecem um equilíbrio químico. Neste equilíbrio, o CrO4 2- , que é um íon amarelo, se transforma em Cr2O7 2-, assim como o Cr2O7 2-, que é alaranjado, se transforma em CrO4 2-. Uma diminuição do pH favorece a formação do Cr2O7 2-, e por isso a adição do HCl tornou a solução alaranjada. Dizemos que houve um deslocamento no equilíbrio no sentido de formação do Cr2O7 2-. Por outro lado, um aumento de pH favorece a formação do CrO4 2-, e por isso a adição do NaOH tornou a solução amarela. Este equilíbrio pode ser representado pelas equações abaixo: 2 CrO42- + 2 H+ Cr2O72- + H2O Amarelo alaranjado Cr2O72- + 2 OH- 2 CrO42- + H2O Alaranjado amarelo O nitrato de amônio NH4OH quando dissolvido em solução água, ioniza-se formando os íons NH4 + e OH-, conforme o equilíbrio abaixo: NH3(aq) + H2O(l) NH4+(aq) + HO- (aq) NH4NO3(s) NH4(aq) + NO3- (aq) A fenolftaleína é uma substância utilizada como indicador de pH, pois torna-se rósea em meio básico e incolor em meio ácido ou neutro. Ao adicionar-se algumas gotas de fenolftaleína, essa solução torna-se rósea devido à presença dos íons OH-. Neste experimento, a adição de nitrato de amônio à solução acarreta um aumento na concentração de íons NH4 + devido à dissociação do sal. Os íons NH4 + participam do equilíbrio de dissociação da amônia e um aumento na sua concentração provoca o deslocamento desse equilíbrio no sentido de consumir o excesso de NH4 + adicionado (efeito do íon comum). Consequentemente, a concentração de OH- também diminui e a solução deixa de ser alcalina, o que pode ser evidenciado pelo desparecimento da coloração rósea. 6. CONCLUSÃO Nesta prática podemos observar que o equilíbrioquímico foi perturbado devido a variação da concentração de reagentes e produtos, lembrando que o sistema em equilíbrio é um sistema dinâmico, e os processos direto e inverso estão ocorrendo a velocidades iguais, assim o sistema está em balanço. A alteração das condições do sistema perturba o estado de balanço, quando isso ocorre, o equilíbrio desloca-se até um novo estado de balanço seja atingido. Enfim, a explicação do experimento realizado está baseada no princípio de Le Chatelier que afirma que o deslocamento será no sentido que minimize ou reduza o efeito da variação, consequentemente se um sistema químico está em equilíbrio e adicionamos uma substância (um reagente ou produto), a reação se deslocará de tal forma a estabelecer o equilíbrio pelo consumo de parte da substância adicionada fará com que uma reação se mova no sentido que formar mais substância. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CASTELLAN, Gilbert William. Fundamentos de físico-química. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, c1986. 527 p. CHANG. Reymond. Química Geral: conceitos essenciais. Quarta edição, MC Graw Hill, São Paulo, 2012. Roteiro de aulas práticas de Físico-química III.
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